"...Ontem o entusiasmo te esflorava as aspirações; hoje a visão da esperança recobre-se de amargura. Atabalhoado com os resultados a que chegas, estás sem rumo e interrogas: "Que fazer?" Só há uma opção: seguir adiante, colocando o sol da alegria na penumbra das dores.
Nem tudo, porém, aconteceu, conforme te parece. Erras no conceito com que interpretas a vida, como te equivocaste nas atitudes assumidas. Ideal e ação, palavra e vida são situações mui diversas. Imperioso discernir com lucidez para acertar com segurança. Quando as concessões da juventude te exornavam o corpo, assumiste compromissos perniciosos e gastaste as energias no jogo ilusório do prazer imediato. Nos períodos de paz esqueceste da elaboração de um programa de trabalho primoroso, entregando-te ao repouso, desconcertante. Às aquisições significativas em forma de amizades, afeições, estudo, meditação, operosidade cristã, intercâmbio fraterno, preferiste outros valores... Natural que defrontes o vazio refertando o íntimo e as dificuldades tornando-se impedimentos por fora.
Expulis a nuvem da queixa e oferta-te a bênção lenificadora de um ponderado reexame das conjunturas em que malograste, recomeçando com nova disposição.
Sempre é hoje, o momento precioso de santificar as horas. Não o proteles, arrimado à cruz inútil da autocomiseração. A oportunidade perdida, mesmo quando se repete, já não são as mesmas as circunstâncias e condições..."
("Celeiro de Bençãos", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)
Sem comentários:
Enviar um comentário