sábado, 28 de fevereiro de 2015

"CONSTRUIR"


"Para construir a floresta a natureza gasta séculos de serviço.
Para destruí-la, basta a chispa de fogo.
-x-
Para construir a casa, grande turma de obreiros despende longos dias.
Para destruí-la, basta um só homem de picareta, no espaço de algumas horas.
-x-
Para construir o jarro de legítima porcelana, o ceramista utiliza tempo enorme de vigília e preparação.
Para destruí-lo, basta um martelo.
-x-
Para construir o avião, primorosa equipe de técnicos associa prodígios de inteligência, na ação de conjunto.
Para destruí-lo, basta um erro de cálculo.
-x-
Para construir o depósito de combustíveis, o homem é constrangido a providências numerosas, alusivas à edificação e à preservação.
Para destruí-lo, basta um fósforo aceso.
-x-
Para construir a cidade, o povo emprega anos e anos de sacrifício.
Para destruí-la, basta hoje uma bomba.
-x-
Irmãos, sempre que chamados à crítica, respeitemos o esforço nobre dos semelhantes.
-x-
Para construir, são necessários amor e trabalho, estudo e competência, compreensão e serenidade, disciplina e devotamento.
Para destruir, porém, basta o golpe."
(André Luiz, na obra “Ideal Espírita”, Francisco Cândido Xavier/Autores diversos)
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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

"O PODER DA PALAVRA"

   “Em verdade, em verdade, vos digo.” Jesus (Jo,6:26)

       "Os recursos que tem a palavra, para erigir edifícios formosos de luz ou fossas escuras de trevas, ainda não são devidamente compreendidos.
       Os elementos que compõem a palavra, para que ela caustique ou refrigere, certamente ainda não vêm sendo devidamente considerados.
       A força que as palavras guardam em si, a fim de gerar esperança ou de promover o desalento, ainda não vem sendo analisada.
       A energia que veste cada palavra, possibilitando a construção da paz ou da destruição da guerra, terá que ser, um dia, examinada, para que, futuramente, lancemos mão da arte de falar para a elaboração do melhor.
o-o-o
       Pela magia da voz, Sócrates cria a maiêutica e instrui a juventude,  embriagando de subidos valores filosóficos os seguidores do seu falar e do seu viver.
       Por meio da palavra, Napoleão determina, e explode o conflito que lhe custaria a derrota e a  morte, que não lhe tardaria.
       Falando, o Poverelo (Pobrezinho) de Assis transforma os tempos e canta a melodia do amor fraternal a tudo e a todos, fazendo-se arauto dos tempos de ventura que chegarão para quem os busque.
       Através do diálogo, Lincoln faz-se o pai da liberdade americana e assina os documentos que lhe consagrariam o nome para sempre.
       Foi com a palavra que o dúlcido Raban Galileu (do hebraico Raban ou Rabbôn, que era uma forma mais solene, donde saiu Rabboni, que significa “meu senhor”) teceu as canções mais admiráveis, comoventes e verdadeiras como jamais se ouvira sobre o mundo.
       “Em verdade, em verdade, vos digo...”
       Quando as palavras humanas refletirem a verdade, promovendo equilíbrio onde sejam enunciadas, e, como ocorreu com estes aos quais nos referimos, as palavras foram confirmadas pelos atos, com toda certeza retornaremos ao regaço espiritual de Jesus, avançando felizes pelas veredas do nosso burilamento para a Eternidade.
       “Em verdade, em verdade, vos digo...”
       Quando aceitarmos a palavra do Cristo como veraz roteiro para todos nós, sem dúvida que o mundo se alcandorará para os braços de Deus.
       Fale o melhor, fale o bem. Renove-se com o ato de falar, a fim de que não se perca nos pântanos da inverdade que costuma, onde medra, promover tormento e agressão, agonia e ignorância, que perturbam e derrotam, irrefragavelmente."

(Francisco de Paula Vitor, na obra  “Nossas riquezas maiores”,  J. Raul Teixeira – Diversos Espíritos)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

"QUANDO?"

"O que fazes com o teu tempo disponível?
       Quantos minutos ociosos te sobram, a cada dia?
       Não os preenchas com inutilidades.
       Nem simules ocupações estéreis, adiando o que, há muito, te espera o concurso das mãos.
       Liberta-te da teia do comodismo que te enreda o espírito.
       Não refaças o que já fizeste um sem-número de vezes, fugindo de fazer o que te espera o inusitado esforço no bem que nunca fizeste.
       Há quanto vens adiando a leitura da obra que adquiriste?
       Que desculpa articularás hoje para não visitares o amigo acamado?
       Com que te envolverás para, mais uma vez, afastar da cabeça a ideia de promover a doação do que te é supérfluo?   
       Quando te decidirás a atravessar a rua e conhecer a instituição assistencial que se segue defronte à tua casa?
       Quando responderás aquela carta de um familiar que solicita notícias tuas?
       Já te olhaste no espelho e viste quanto o tempo tem passado por ti?"

(“Dias melhores”, Irmão José/Carlos A. Baccelli)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

"MAU HUMOR"

"Se o mau humor te envolve à maneira de sombra sufocante, procura examinar-lhe as origens, a fim de que possas identificá-lo, tão imediatamente quanto possível.
***
       Caso alguma dívida te preocupe, não será com aspereza que conseguirás os recursos preciosos, de modo a resgatá-la.
***
       Doença quando aparece, solicita remédio e não intolerância para curar-se.
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       Necessitando da cooperação de alguém para determinado empreendimento, a carranca não te angariará simpatia.
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       Contratempos em família não se desfazem com frases vinagrosas.
***
       Se pretendes adquirir companheiros e colaboradores, a irritação é um antigo processo de perder amizades.
***
       Lembra-te de que ninguém consegue algo realizar sem os outros e de que os outros não são culpados por nossas indisposições e insucessos.
***
       Ninguém sabe até hoje onde termina o mau humor e começa a enfermidade.
***
       Não se sabe de ninguém até agora que o azedume tenha auxiliado.
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       Se você deseja livrar-se dessa máscara destruidora, cultiva a paciência e aprenda a sorrir."

(“Calma”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

"SOFREDORES INCONSCIENTES"

"Muitos dos nossos irmãos, que se estatelam sob o peso dos mais aturdentes padeceres, não guardam o mínimo entendimento em torno do que vivem, nem se aprestam, em razão disso, ao esforço superador.
       Encontramos, de fato, aqueles que, embora açodados por lancinantes agonias, mantêm-se acomodados ao seu ninho de agruras, como se assim devesse ser a vida, sem qualquer manifestação nobilitante no sentido de modificar o ritmo das coisas.
       Temos os que, diante dos problemas, assumem atitude amadurecida, enquanto faceando o tormento, procurando desfazer-lhe a causa, determinando o advento de situações melhores.
       Conhecemos outros que, perante  a enfermidade soez, alteram múltiplos dispositivos, antes comuns em suas vidas, ensejando a requisição da saúde, evitando, desde então, as condições em que novamente se instale a aflição.
       Presenciamos tantos companheiros da luta diária, que, quando enfrentam a sombra da violência, buscam acender o facho da indulgência, sem que, com isto, aplaudam o mal ou se amedrontem, neuroticamente; tomam as providências cabíveis, para que o drama não volte a dar-se.
       Em volta dos episódios com as criaturas, há, sem dúvida, muita dor, muito sofrer. Entretanto, identificamos muita inconsciência, quando não renteamos a omissão perigosa e aniquiladora dos ideais superiores.
       O Espiritismo, na sua feição de Consolador, não louva a modorra, quando as situações requerem disposição corajosa e lúcida.
       Em seu empenho de renovar o ser humano, a Doutrina Espírita prescreve esforço para o amor e para a instrução, admitindo que, pelo amor, desenvolveremos paciência e afabilidade, para que nos advenha a resignação necessária, ante o inevitável; porém, será por meio da elucidação, que o conhecimento engendra, que lograremos resolver os problemas que nos alcancem e evitar, através de atitudes claras e firmes, no bem, que os fatos infelizes e frustradores se repitam em nossa estrada, ou, em caso de retornarem por outras mãos, não nos atinjam, desestruturando-nos o âmago do ser.
       Para que vivamos felizes, dentro dessa felicidade que a Terra já nos permite fruir, será preciso enfrentar as lutas, verdadeiramente ásperas, contudo, desenvolvendo a conscientização, quanto aos nossos recursos internos e externos, que nos ajudem a conjurá-las."

(Cícero Pereira, na obra  “Nossas Riquezas Maiores”, Diversos Espíritos/ J. Raul Teixeira)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

"ORAÇÃO"



 "Deus de Misericórdia!

Não nos permitas pedir para fazer aquilo que ainda não podemos, mas fortalece-nos para fazermos todo o bem de que sejamos capazes, principalmente em auxílio dos que ainda não podem compreender e trabalhar tanto quanto nós.

E, sobretudo, ó Pai de Infinita Sabedoria, quando viermos a sentir dificuldade para fazer o que podemos, faze-nos reconhecer que não nos confias tarefa superior às nossas forças e renovamos a certeza de que, se buscarmos estar contigo, nenhuma insuficiência nos abaterá, de vez que em teu amor tudo é possível."
 
 
(Albino Teixeira, na obra "Correio Fraterno", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 22 de fevereiro de 2015

"A PORTA ABERTA"




"Foi na Escócia, em Glasgow, que esta história aconteceu. A adolescente tinha problemas em casa, vivendo revoltada com os limites impostos por seus pais. Ela queria liberdade plena.

Seus pais lhe ensinaram a respeito de Deus e de Suas Leis justas e imutáveis. Um dia, ela declarou: Não quero seu Deus. Desisto, vou embora.

Saiu de casa, alcançou os jardins do mundo e almejou ser uma mulher que pudesse fazer o que desejasse. Logo descobriu que não era tão fácil viver sozinha, tendo que arcar com sua própria subsistência.

O alimento, as roupas, um lugar para viver. Tudo era extremamente caro. Incapaz de conseguir um trabalho, frágil e só, ela acabou por se prostituir para simplesmente sobreviver.

Os anos se passaram. Seu pai morreu. Sua mãe envelheceu. E ela nunca mais tentou qualquer contato com os seus.

Certo dia, a mãe ouviu falar do paradeiro da filha. Foi até o local de prostituição da cidade, tentando resgatá-la, mas não a encontrou.

No caminho de volta, tomou uma resolução. Parou em cada uma das igrejas e templos e pediu licença para deixar ali uma foto sua.

Era uma foto daquela mãe grisalha e sorridente, com uma mensagem manuscrita: Eu ainda amo você. Volte para casa.

Os meses se passaram. Nada aconteceu. Então, um dia, a jovem foi a um local onde se distribuía sopa para os carentes. Sentou-se, enquanto alguém fazia uma palestra sobre aquelas coisas que ela ouvira durante toda sua infância.

Em dado momento, seu olhar se voltou para o lado e viu o quadro de avisos. Pareceu reconhecer aquela foto.

Seria possível?

Não se conteve. Levantou-se e leu a mensagem: Eu ainda amo você. Volte para casa.

Reconheceu sua mãe no retrato. Era bom demais para ser verdade.

Ela desejara tantas vezes voltar, mas temia não ser recebida. Afinal, ela se transformara numa vergonha para os seus pais. Era uma mulher perdida. Objeto de tantos homens.

Era noite mas, tocada por aquelas palavras, foi caminhando até sua casa. Amanhecia o dia, quando chegou. O sol se espreguiçava em sua cama de nuvens e seus raios escorriam, radiantes, inundando a Terra de pequeninos pontos de luz.

Ela se aproximou, tímida. Não sabia bem o que fazer. Bateu à porta e ela se abriu sozinha. Sobressaltou-se.

Alguém arrombara a casa, pensou. Preocupada com sua mãe, correu para o quarto e viu sua mãe dormindo.

Acordou-a, chamando-a: Mãe, sou eu. Voltei para casa.

A idosa senhora mal podia acreditar. Abraçou-se à filha, em lágrimas.

Fiquei tão preocupada, mãe. A porta estava aberta. Pensei que alguém tinha entrado e a tivesse ferido.

Enquanto passava as mãos, docemente, pelos cabelos da filha, falou a mãe: Filha querida. Desde o dia em que você se foi, a porta nunca mais foi fechada.

Alguém escreveu certa vez ao seu filho: Quando você era pequeno e bastava estender a mão para tocá-lo, eu usava cobertores para protegê-lo do frio da noite.

Mas agora que você cresceu e está fora do alcance, junto minhas mãos e cubro você com minhas orações.

De todos os amores, o mais próximo de Deus é, possivelmente, o amor de mãe, pois ele sempre está pronto para estender as mãos e erguer o filho tombado, não importa se no abismo da desonra, no pântano da indignidade ou na noite das incertezas."


 Redação do Momento Espírita

sábado, 21 de fevereiro de 2015

"SERENIDADE"



"Mostras gesto revolto, olhar assustadiço, 
Trazes velha aflição que a tudo atinge e invade,
Caminhas torturando o mundo em desserviço,
Gerando agitação, desânimo, ansiedade...

Dissipas vida, carne e tempo em reboliço. 
Asserena-te, espera!... Assim qual és, quem há-de 
Aconselhar-te, irmão, a que te deixes disso,
Se não sentes, sequer, a própria realidade?

Vocação de corisco a tremer cada instante,
Amargas sono inquieto e fôlego expirante. 
Senta-te, amigo, e ora! Acalma-te, medita!...

Plantas em cada passo um triste desengano! 
Porque pressa? Se a morte é o fim do corpo humano,
A alma prossegue, além, na jornada infinita!..."


("Antologia dos Imortais", Oscar Amadeu Lopes Ferreira/ Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

"CUIDAR DA VIDA"

"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procede a fonte da vida." Pv. 4:23.
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"A fonte da verdadeira vida se enraíza com grande propriedade na engenhosa mecânica do coronário e do cardíaco. O coração é o símbolo da vida na vida de Deus.
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Quem deseja cuidar da vida, cuida dos sentimentos que emanam do coração, órgão de luz e amor.
-o-o-
Exercita a caridade todos os dias, horas e minutos para que o teu coração possa bater no ritmo da harmonia divina.
-o-o-
Deixa-te penetrar pela alegria elevada, que o magnetismo que te circunda transformar-se-á em luz que te alimenta.
-o-o-
Perdoa aos que te ofendem e caluniam. A amizade unifica os valores humanos e divinos. Não esqueças de sorrir para quem busca o teu olhar com ansiedade.
-o-o-
A fome maior no mundo é a carência de afeto. O amor se desenvolve por força da palavra amar.
-o-o-
Cuida da vida, cuidando da tua educação espiritual, hoje e eternamente. Vê nos teus semelhantes a tua própria imagem para que possas dar a eles o que idealizas para ti.
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A tua boca pode ser um canal sublimado dos teus sentimentos e a fonte maior deles está no teu coração. Cuida dele com carinho e o melhor itinerário para essa proteção é a benevolência sem especulação, a caridade sem permutas, o amor sem recompensa.
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Sobreposto ao teu coração de carne, existe um coração de Deus. É o coração de Deus que segura a vida na vida da tua alma."
(“Gotas de Fé”, Carlos/João Nunes Maia)
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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

"AMA SEMPRE"




"Descerra teu coração à luz do grande amor, a fim de que as dores humanas encontrem contigo o bálsamo do entendimento e a fonte do perdão.

Situados uns à frente dos outros, no campo imenso da vida, é imprescindível reconhecer que todos possuímos dificuldades e inibições.

Se pretendes acompanhar o Mestre da Cruz, compadece-te dos outros tanto quanto Ele se compadece de nós.

Através de todos os ângulos do caminho, Jesus não catalogou delinqüentes incorrigíveis naqueles que se lhe apresentavam à visão, carregando arrependimentos e culpas, mas sim vítimas infortunadas do mal na rede do sofrimento exigindo socorro para se levantarem na dignificação de si mesma.

Onde estiveres, passa ajudando!...

Aos teus olhos esse irmão entregou-se ao vício, aquele se rendeu à sombra do crime, aquele outro desceu ao menosprezo de si próprio com que se faz credor de sarcasmo e desconsideração!... Entretanto, não sabes até que ponto terão resistido às sugestões das trevas e talvez jamais tiveram as oportunidades que te enriquecem os dias.

Lembra-te da Divina Misericórdia que te situou a existência nos braços maternais, olvidando-te o pretérito obscuro para que te restaures, e perdoa sempre aos companheiros necessitados de carinho e renascimento.

O pântano auxiliado converte-se em celeiro de pão.

Não acuses, nem critiques.

Ama sempre, para que o amor, o Cristo da Verdade, em se doando ao sacrifício supremo, se fez o divino renovador da Terra, transformando-se para nós todos em padrão de vida eterna e em modelo de luz."


("Taça de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

"DECISÃO E ATITUDE"

“...Pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Paulo — Gálatas — 6:7)

       "Sua decisão num momento responderá pelos seus dias futuros.
       Não se precipite.
       A meditação o ajudará a discernir com clareza e segurança.
*
       A indecisão prolongada ante uma posição a assumir gera a complicação do problema que deverá ser enfrentado, por mais adiado permaneça.
Não cultive receios.
       Ore e consulte o Evangelho, após o que não tarde em demasia a indefinição.
*
       Aja com elegância mesmo quando diante de circunstâncias perturbadoras.
       Não reaja movido pelas paixões inferiores.
       Todos somos chamados, inevitavelmente, a testemunhos que aferem os valores individuais, na pauta da evolução de cada um.
*
       Quando não tenha conhecimento pessoal de uma ocorrência desagradável, ouvindo a narração sem a necessária calma, você não estará em condições de assumir responsabilidade.
       O desequilíbrio dos outros contamina também os que participam emocionalmente do problema, obnubilando-lhes a lucidez.
       Harmonize-se antes e não se envolva, para ajudar com elevação.
*
       Pudor e escândalo dependem de quem cultiva honorabilidade e insensatez.
       O que você cultiva, rebeldia ou serenidade, exterioriza-se, quando você for testado, no momento de sua posição real perante a vida.
       Resguarde-se da ira, fuja dos momentos da rebeldia, liberte-se do mal que teima residir no seu íntimo.
       Não avinagre suas horas, mediante a sustentação do clima pessimista, em decorrência de amigos, situações e atitudes.
       Faça sol interiormente, e quando se decidir pelo bem, não recue, não se arrependa, não reclame.
       Não exija santificação dos outros.
       Melhore-se primeiro e aprenda a decidir e agir com Jesus em qualquer conjuntura."
(“Momentos de Decisão”, Marco Prisco/Divaldo Pereira Franco)
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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

"CORAGEM"

"Coragem também é caridade.

Hesitação do conhecimento – poder à ignorância.

Debilidade da retidão – apoio ao desequilíbrio.

Decisão firme – leme seguro.

Vontade frágil – barco à matroca.

Irresolução dos bons – garantia dos maus.

Nada se realiza de útil e grande sem a coragem.

Descobertas e inventos não se consolidariam nos fastos da civilização material, sem os sacrifícios daqueles que lhes hipotecaram a existência.

Harvey torturou-se até a morte, a fim de provar a circulação do sangue.

Jesus não foi mais feliz, procurando revelar a verdade...

Em Doutrina Espírita, sabemos o que seja o bem, como fazer o bem, de vez nos achamos informados de que o maior bem para nós nasce, invariavelmente, da obrigação nobremente cumprida de formar o bem para os outros.

Não vale pedir alheia orientação, se a orientação desse modo se nos estampa, luminosa, na consciência.

Esqueçamos os antigos chavões “não sei se vou” e “não sei se posso”, ante os deveres que as circunstâncias nos traçam. Timidez não é humildade.

Para que haja luz não bastará temer a presença da sombra. É preciso acendê-la."


("Estude e Viva", André Luiz/Waldo Vieira)






segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

"EM SILÊNCIO"


"Em silêncio —

Os ninhos estelares da Vida Cósmica iluminam o firmamento ajudando a evolução.

A Terra gira incessantemente mantendo a preciosa estabilidade da moradia humana.

O sol vivifica o passo das criaturas.

A árvore enriquece os recursos da vida.

O seixo escuro de grafite se transforma em gema preciosa no perpassar dos séculos.

O bem reajusta os desequilíbrios do mal, melhorando o mundo.

A sabedoria se expande nas profundezas do Universo.

O tempo faz o desfile das oportunidades de aprimoramento e elevação.
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Recorda sempre a aplicação justa do silêncio no desenvolvimento das próprias ações, na certeza de que não há caridade ruidosa ou amor unido a sensacionalismo, pois, até Jesus, Nosso Mestre e Senhor, emoldura as suas manifestações de Misericórdia Sublime com  amparo do silêncio que traz consigo a sabedoria do amor eterno."


(“Ideal Espírita”, André Luiz/Waldo Vieira)

domingo, 15 de fevereiro de 2015

"USINA DE FORÇAS"


"Ama o corpo que te serve de instrumento para o progresso espiritual com respeito e elevação.Através dele, cresces e constróis o mundo de esperança e felicidade, se o conduzes com dignidade e trabalho.
Não suponhas que ele seja responsável pela falência dos teus valores éticos, ou pelas sucessivas quedas que te retêm na retaguarda.
Considerando-o, prolongar-lhe-ás a existência e finalidade, preservando-o de desgastes desnecessários.
*
A fraqueza moral nunca é da carne, mas, sim, do Espírito que a comanda.
*
Graças ao corpo, a Humanidade recebeu as belezas da arte superior através de Miguel Ângelo, Rafael, Goya, Rembrandt e, antes deles, Fídias, Praxíteles ou Renoir, Tissot, Manet.
Por ele se expressaram, na música divina, Bach, Mozart, Beethoven, Sibelius, Schummann, Carlos Gomes, Villa Lobos, para nos recordarmos apenas de alguns poucos.
Através dele, o pensamento se humanizou em Sócrates, Platão, Aristóteles, Rousseau, Hegel, Kant...
Utilizando-o, Krishna, Buda, Confúcio, Jesus, Allan Kardec, trouxeram ao mundo a canção de beleza da imortalidade em triunfo.
Mergulhados nele, Pasteur, Koch, Hansen, Fleming, ampliaram os horizontes da saúde, ao lado de Kraepelin, Griesinger, Freud, Jung, que lutaram pelo reequilíbrio mental e emocional dos homens.
Conduzindo-o com nobreza, Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Vicente de Paulo, mantiveram viva a chama da fé e da caridade.
... E milhares de cientistas, filósofos, artistas, poetas, músicos, santos, heróis e lutadores anônimos construíram sob divina inspiração o mundo onde agora respiras.
*
Certamente, há muito ainda por fazer. E isto a ti compete realizar, oferecendo a tua quota de engrandecimento.
*
Se os vestígios do primitivismo, do qual ele proveio, te induzem à promiscuidade de qualquer natureza ou ao seu rebaixamento moral, sustenta-o na fragilidade com o combustível da temperança, não agindo de forma a perturbar-lhe o equilíbrio ou intoxicá-lo com os miasmas da injunção danosa.
*
Se te ocorre ciliciá-lo, a fim de o acalmar, conforme ensinam, erradamente, os atormentados da fé, balsamiza-lhe os impulsos com os medicamentos da prece e os esforços do trabalho que retemperam as energias.
*
Se o tombas, por qualquer motivo ou invigilância, não o lastimes nem o recrimines. Simplesmente, levanta-o e evita-lhe repetir o insucesso.
*
Se o tens enfermo ou mutilado, acode-o com o otimismo e a confiança em Deus.
*
Se o possuis sadio e harmônico, bendize-o com a sua preservação cuidadosa.
*
Nem excesso de cuidados, vivendo para ele, nem abandono, desprezando-o à própria sorte.
*
O teu corpo é conquista que alcançaste diante das Soberanas Leis da Vida.
Torna-o uma usina de forças a serviço do bem e um santuário de bem-aventuranças com possibilidades de alçar-te das cinzas e do lodo da terra aos altiplanos espirituais, onde reinam a felicidade e o amor total."
* * *
("Momentos de Coragem",  Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

sábado, 14 de fevereiro de 2015

"HOJE AINDA"

"Não esperes a morte para escolher uma nova existência.

Experimenta agora a renovação.

Hoje ainda é o problema.

Lembra o milagre das horas e ajuda a ti mesmo.

Há sementeiras de resposta imediata.

Hoje ainda, o dever bem cumprido transforma-se em competência e dignidade, gentileza converte-se em alheia cooperação, bondade conquista melhoria e respeito, renúncia atrai simpatia e segurança, silêncio ante a leviandade traz a benção da estima, esforço próprio no estudo acumula a riqueza indestrutível, e disciplina dos impulsos inferiores é capitalização de valores morais...

Não te prendas à idéia do futuro.

O Cristo, que prometeu amparar-nos até o fim dos séculos, permanece conosco onde surge o trabalho do amor e da educação.

Lembra, pois, as virtudes do “agora” e aprendamos a começar.

Não olvides que se esperas por Jesus, no socorro daqueles que vêm do Céu, Jesus espera por nós na pessoa dos mais necessitados da Terra!...

E já que sabes discernir na escolha da luz, afeiçoa-te ao melhor, desde hoje, para que, amanhã, não digas desalentado:

- “Passei pela presença do Senhor; contudo eu estava cego e não sabia...”



("Correio Fraterno", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

"ASSISTÊNCIA MÚTUA"

"O grupo de companheiros espíritas fazia o trabalho de assistência aos enfermos, com entusiasmo e alegria.

Em casa de Dona Carlota Ribas, o quadro era comovente.

A pobre senhora, assistida pelos vizinhos, jazia paralítica, como que algemada ao catre.

Sofria. Contorcia-se de vez em quando, em vista da posição incômoda. Doía ver-lhe a magreza extrema.

- Se Dona Carlota pudesse ao menos instalar-se numa boa cadeira de rodas...

A observação vinha de alguém que integrava a caravana; entretanto, os visitantes eram pessoas remediadas, sem serem ricos, e ninguém se arriscou à promessa de doação de apetrecho assim tão caro.

Joaquim Peixoto, no entanto, que conhecera no próprio lar o martírio silencioso da sogra doente, mostrava os olhos marejados de pranto, e falou à esposa, igualmente comovida:

- Veja, Lilinda! Tenho a impressão de reencontrar a nossa querida enferma que Deus levou...

Dona Lilinda concordou em silêncio, mal contendo a emoção.

Mais tarde, em casa, Peixoto dirigiu-se à companheira, considerando:

- Lilinda, você compreende...Temos aqui a cadeira de rodas deixada por sua mãe. É uma relíquia, bem sei. Entretanto, como será grande a alegria de Dona Carlota, se lhe entregarmos essa doce herança como presente!...

A interpelada esboçou um gesto de repulsa e falou:

- Impossível! A cadeira de mamãe foi primorosamente trabalhada na Alemanha...Tem a bolsa anexa com espelho incrustado de pérolas de que ela tanto gostava! Já enjeitamos vinte contos de réis! Você ganha pouco. Até hoje sou obrigada a dar o pé na máquina de costura, embora as promessas de nomeação para o magistério...A cadeira de mamãe é uma reserva que não podemos menosprezar... Quando a dificuldade maior aparecer...

Peixoto não prosseguiu.

No dia seguinte, porém, ao chegar do serviço para o almoço, encontrou Dona Lilinda com a face clareada por enorme sorriso, a dizer-lhe, contente:

- Peixoto! Peixoto! mudei de idéia. Sonhei com mamãe a pedir-me para que atendesse a você...Vamos levar, hoje mesmo, a cadeira de rodas para Dona Carlota...

Dessa vez, no entanto, foi o marido quem se mostrou acabrunhado...

- Ora, Lilinda – disse ele -, agora é tarde...

Já comprei uma cadeira, mais humilde, embora muito confortável, e já a mandei para a nossa doente...

Sei que você não se aborrecerá comigo...Pagarei tudo em seis prestações.

Dona Lilinda ouviu a notícia, imensamente desapontada.

Pesado silêncio caiu entre ambos.

Nisso, alguém bate à porta.

Peixoto abre.

É um rapaz modesto que se dirige ao casal, consultando:

- Sr. Peixoto, vovó soube por amigos que o senhor e Dona Lilinda possuem uma cadeira de rodas em casa...Não sei se quererão vendê-la, mas, francamente, se assim é, não poderemos fazer a compra. Vovó está paralítica, há dois meses, com muito pouca esperança de cura...Foi professora e ganha regular vencimento. Mas somos oito irmãos, seis dos quais ainda não têm doze anos de idade... Vovó manda saber se o senhor e Dona Lilinda poderão emprestar-lhe a cadeira por algum tempo...

A dona da casa voltou a sorrir novamente e exclamou, encantada:

- Peixoto e eu vamos levar-lhe a cadeira hoje ainda...Nada de empréstimos...A cadeira é dela, será dela sempre...

O mocinho agradeceu, contente, e, na tarde do mesmo dia, o casal procurou a casa indicada, transportando a encomenda.

Dona Umbelina, a paralítica, rodeada dos netinhos órfãos, chorou de felicidade.

Enfim, a cadeira sonhada...

Enfim, repousava, como queria...

Lilinda e Peixoto acomodam-na com jeito.

A enferma pede a Deus para que os abençoe e pergunta à benfeitora:

- A senhora tem alguma irmã que deseje trabalhar?

- Como assim? – inquire Lilinda, surpresa.

- Alguma jovem professora, por exemplo? Deixei os encargos no colégio, jubilada desde anteontem. Minha diretora, porém, solicita que indique a minha substituta...

Emocionada, a visitante fala do diploma conseguido à custa de muito esforço e do velho sonho de ingressar nos trabalhos do ensino público...

Depois de dois meses sobre o encontro expressivo, a senhora Peixoto entrava no educandário, cercada de simpatia.

A bondade gerara a bondade, e uma cadeira de carinho e repouso trouxera outra de serviço e educação."

 ("A Vida Escreve", Hilário Silva/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

"AS GRANDES REALIDADES"

"Enrijemos nossa enfibratura espiritual, compreendendo o quanto antes, e para nosso próprio benefício, as grandes realidades da vida.
       Confiemos na bondade de Deus, e tudo o mais será conciliado de maneira a cumprirmos austeramente com os nossos deveres.
       Mas fé, muita fé, pois o amor de Jesus há de nos amparar em todos os transes e dificuldades. Que a paz do Divino Mestre seja uma bênção harmoniosa em todos os corações."


 (“Aceitação e Vida”, Margarida/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

"Sempre que interrogado a respeito de alguém..."


       "Sempre que interrogado a respeito de alguém, fornece impressões positivas.
       Na impossibilidade de fazê-lo, porque a pessoa tenha uma conduta irregular, silencia ou elucida com bondade, evitando piorar-lhe a situação ou torná-la mais divulgada.
       Não és fiscal do comportamento alheio, nem podes imaginar se aquele  equivocado de ontem, não se encontra hoje em processo de recuperação.
       Sejam tuas a opinião que edifica e a palavra que ajuda sempre."


 (“Vida Feliz”, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

"PROBLEMA CONOSCO"

"Não os criaria Deus à parte.

Os gênios perversos das interpretações religiosas somos nós mesmos, quando adotamos conscientemente a crueldade por trilha de ação.

Observa as lágrimas dos órfãos e das viúvas, ao desamparo.

Há quem as faça correr.

Repara os apetrechos de guerra, estruturados para assaltar populações indefesas.

Há quem os organize.

Anota as rebeliões que se transfiguram em crimes.

Há quem as prepare.

Pensa nos delitos que levantam as penitenciárias de sofrimento.

Há quem os promova.

Medita nas indústrias do aborto.

Há quem as garanta.

Pondera quanto aos movimentos endinheirados do lenocínio.

Há quem os resguarde.

Reflete nos mercados de entorpecentes.

Há quem os explore.

Enunciando, porém, semelhantes verdades, não acusamos senão a nós mesmos.

A condição moral da Terra é o nosso reflexo coletivo.

Todos temos acertos e desacertos.

Todos possuímos sombra e luz.

Consciências encarnadas em desvario fazem os desvarios da esfera humana.

Consciências desencarnadas em desequilíbrio geram os desequilíbrios da esfera espiritual.

É por isso que o Evangelho assevera: “Ninguém entrará no reino de Deus sem nascer de novo”.

E o Espiritismo acentua: “Nascer, viver, morrer, renascer de novo e progredir continuamente, tal é a lei”.

Em suma, isso quer dizer que ninguém conseguirá desertar da luta evolutiva.

Continuemos, pois, vigilantes no serviço do próprio burilamento, na certeza de que o amor puro liquidará os infernos, quando nós, que temos sido inteligências transviadas nos domínios da ignorância, estivermos sublimados pela força da educação."


("Justiça Divina", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

"ELES VIVERÃO"



 "Onze anos após a crucificação do Mestre, Tiago, o pregador, filho de Zebedeu, foi violentamente arrebatado por esbirros do Sinédrio, em Jerusalém, a fim de responder a processo infamante.

 Arrancado ao pouso simples, depois de ordem sumária, ei-lo posto em algemas, sob o sol causticante. 

Avançando ao pé do grande templo, na mesma praga enorme em que Estevão achara o extremo sacrifício, imensa multidão entrava-lhe a jornada.

Tiago, brando e mudo, padece, escarnecido. 

Declaram-no embusteiro, malfeitor e ladrão. 

Há quem lhe cuspa no rosto e lhe estraçalhe a veste.

 – “A morte! à morte!...” 

Centenas de vazes gritam inesperada condenação, e Pedro, que de longe o segue, estarrecido, fita o irmão desditoso, a entregar-se humilhado. 

O antigo pescador e aprendiz de Jesus é atado a grande poste e, ali mesmo, sob a alegação de que Herodes lhe decretara a pena, legionários do povo passam-no pela espada, enquanto a turba estranha lhe apedreja os despojos. 

Simão chora, sozinho, ao contemplar-lhe os restos, voltando, logo após, para o seu humilde refúgio. 

Depois de algumas horas, veio a noite envolvente acalentar-lhe o pranto. 

De rústica janela, o condutor da casa inquire o céu imenso, orando com fervor. 

Porque a tempestade? porque a infâmia soez? 

O pobre amigo morto era justo e leal... 

Incapaz de banir a idéia de vingança, Pedro lembra os algozes em revolta suprema. 

Como desejaria ouvir o Mestre agora!... que diria Jesus do terrível sucesso?!... 

Neste instante, levanta os olhos lacrimosos, e observa que o Cristo lhe surge, doce, à frente. 

É o mesmo companheiro de semblante divino. 

Ajoelha-se Pedro e grita-lhe:

 – Senhor! somos todos contados entre os vermes do mundo!... porque tanta miséria a desfazer-se em lama? Nosso nome é pisado e o nosso sangue verte em homicídio impune... A calúnia feroz espia-nos o passo... 

E talvez porque o mísero soluçasse de angústia, o Mestre aproximou-se e disse com carinho, a afagar-lhe os cabelos : 

– Esqueceste, Simão? Quem quiser vir a mim carregue a própria cruz... 

– Senhor! – retrucou, em lágrimas, o apóstolo abatido – não renego o madeiro, mas clamo contra os maus... Que fazer de Joreb, o falsário infeliz, que mentiu sobre nós, de modo a enriquecer-se? que castigo terá esse inimigo atroz da verdade divina? 

E Jesus respondeu, sereno, como outrora : 

– Jamais amaldiçoes... Joreb vai viver... 

– E Amenab, Senhor? que punição a dele, se armou escuro laço, tramando-nos a perda? 

– Esqueçamo-la em prece, porque o pobre Amenab vai viver igualmente... 

 - E Joachib Ben Mad? não foi ele, talvez, o inspirador do crime? o carrasco sem fé que a todos atraiçoa? Com que horrenda aflição pagará seus delitos? 

– Foge de condenar, Joachim vai viver...

 – E Amós, o falso Amós, que ganhou por vender-nos?

 – Olvidemos Amós, porque Amós vai viver... 

– E Herodes, o rei vil, que nos condena a morte, fingindo ignorar que servimos a Deus?

 Mas Jesus, sem turvar os olhos generosos, explicou simplesmente : 

– Repito-te, outra vez, que quem fere, ante a lei será também ferido... A quem pratica o mal, chega o horror do remorso... E o remorso voraz possui bastante fel para amargar a vida... Nunca te vingues, Pedro, porque os maus viverão e basta-lhes viver para se alçarem à dor da sentença cruel que lavram contra eles mesmos... 

Simão baixou a face banhada de pranto, mas ergueu-a em seguida, para nova indagação... 

O Senhor, entretanto, já não mais ali estava. 

Na laje do chão só havia o silêncio que o luar renascente adornava de luz..."

("Contos desta e doutra vida", Irmão X/Francisco Cândido Xavier)