sexta-feira, 14 de novembro de 2014

"SEMENTES DO CAMINHO"


"Tem cuidado, estrada afora,
Sofrendo, sorrindo, amando...
Enquanto a galinha dorme,
A raposa está velando.

Entre as maldades da Terra,
Não te percas, meu amigo ;
Se fores ver algum lobo,
Conduze algum cão contigo.

Vigia sobre ti mesmo
Se queres a própria cura,
Que os erros da Medicina
Não saem da sepultura.

Não te afastes do equilíbrio:
Sobriedade nunca é pouca.
Quando é fácil a receita,
A despesa é sempre louca.

Em teus hábitos no mundo,
Não permaneças dormindo.
A loucura inventa as modas
E a tolice vai seguindo.

Se um dia fores bigorna,
Seja a calma o teu segredo;
Mas quando fores martelo,
Rebate forte e sem medo.

Teme apenas a ti mesmo
Na esfera de teu dever.
Quem se amedronta consigo
Nada mais tem a temer.

Fala pouco e pensa muito.
Não gastes verbo ilusório.
De palavras em palavras,
Caímos no purgatório.

Procura a simplicidade,
Não gastes a própria sorte;
Por enquanto, não chegaste
À grave questão da morte.

Buscas a paz do infinito
E a claridade sem véu?
Trabalha e auxilia o mundo,
Guardando a visão do céu."


("Gotas de Luz", Casimiro Cunha/Francisco Cândido Xavier)

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