domingo, 17 de agosto de 2014

"Deus está no Centro Espírita..."

"Deus está no Centro Espírita em que as criaturas se 
reúnem de coração puro, confiantes no seu poder infinito. O 
preço da comunicação é geralmente o aparecimento do 
espírito ou dos que desejam reencontrá-lo. Os dirigentes de 
centros precisam meditar diariamente nas responsabilidades 
que assumem ao aceitar os seus cargos, que na verdade são 
encargos divinos. Deus não exige de nós mais do que 
podemos dar. Não quer que nos apresentemos a Ele e aos 
homens com as vestes nupciais da parábola, que ainda não 
possuímos. Não podemos enganá-lo com sorriso de falsa 
bondade, de fraternidade fingida, escondendo nas moitas do 
coração selvagem a serpente da inveja, da intriga, da censura 
ao próximo, do julgamento desprezivo do irmão que se senta 
ao nosso lado. Não vemos Deus no Centro porque não temos 
condições para isso, mas podemos vê-lo no semblante sincero 
e ingênuo e no coração puro dos que não alimentam vaidades 
e preconceitos negativos ao nosso redor. Deus não está ali, 
diante de nós, como um Ser visível e corporal. Ele impregna 
o Centro, como impregna o recinto de todos os templos 
freqüentados por criaturas sem maldade e sem reservas. Mas 
podemos ver o seu rosto no semblante dos que se entregam 
com amor ao serviço do bem, tocar as suas mãos nas mãos 
sinceras e boas dos que nos amam sem restrições. E se os 
hipócritas nos cercam e nos olham com fingida amizade, 
podemos ser para eles a mensagem do amor e da sinceridade 
que flui de Deus para o nosso coração. Deus no Centro é 
Deus em nós, ajudando-nos a crescer com o fermento da 
fraternidade, que ele pouco a pouco aumenta em nossa 
medida de farinha, na proporção em que a farinha do nosso 
egoísmo absorve o fermento e se transforma no pão que nos 
alimenta a alma. 
 Estas não são imagens líricas, mas a verdade espiritual 
trocadas em figuras e expressões de amor, como as que 
encontramos nos Evangelhos de Jesus. Não é o autor do livro 
que as produz, mas os Espíritos benevolentes que, em nome 
da fraternidade humana, as transmitem aos que desejam 
servir a si mesmo e ao próximo. Porque aqueles que desejam 
servir-se na mesa do bem, naturalmente repartem o seu pão 
com os irmãos famintos de bondade, como Jesus o fez com 
os apóstolos nas estalagem da estrada de Emaús. 
Deus no Centro não é a presença exclusiva para 
ninguém, mas presença inclusiva para todos, a todos 
incluídos em Seu chamado para a vida do espírito. Os que 
procurarem compreender e sentir a sua presença no Centro a 
levarão consigo para casa."
("O Centro Espírita", José Herculano Pires)

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