"Deus está no Centro Espírita em que as criaturas se
reúnem de coração puro, confiantes no seu poder infinito. O
preço da comunicação é geralmente o aparecimento do
espírito ou dos que desejam reencontrá-lo. Os dirigentes de
centros precisam meditar diariamente nas responsabilidades
que assumem ao aceitar os seus cargos, que na verdade são
encargos divinos. Deus não exige de nós mais do que
podemos dar. Não quer que nos apresentemos a Ele e aos
homens com as vestes nupciais da parábola, que ainda não
possuímos. Não podemos enganá-lo com sorriso de falsa
bondade, de fraternidade fingida, escondendo nas moitas do
coração selvagem a serpente da inveja, da intriga, da censura
ao próximo, do julgamento desprezivo do irmão que se senta
ao nosso lado. Não vemos Deus no Centro porque não temos
condições para isso, mas podemos vê-lo no semblante sincero
e ingênuo e no coração puro dos que não alimentam vaidades
e preconceitos negativos ao nosso redor. Deus não está ali,
diante de nós, como um Ser visível e corporal. Ele impregna
o Centro, como impregna o recinto de todos os templos
freqüentados por criaturas sem maldade e sem reservas. Mas
podemos ver o seu rosto no semblante dos que se entregam
com amor ao serviço do bem, tocar as suas mãos nas mãos
sinceras e boas dos que nos amam sem restrições. E se os
hipócritas nos cercam e nos olham com fingida amizade,
podemos ser para eles a mensagem do amor e da sinceridade
que flui de Deus para o nosso coração. Deus no Centro é
Deus em nós, ajudando-nos a crescer com o fermento da
fraternidade, que ele pouco a pouco aumenta em nossa
medida de farinha, na proporção em que a farinha do nosso
egoísmo absorve o fermento e se transforma no pão que nos
alimenta a alma.
Estas não são imagens líricas, mas a verdade espiritual
trocadas em figuras e expressões de amor, como as que
encontramos nos Evangelhos de Jesus. Não é o autor do livro
que as produz, mas os Espíritos benevolentes que, em nome
da fraternidade humana, as transmitem aos que desejam
servir a si mesmo e ao próximo. Porque aqueles que desejam
servir-se na mesa do bem, naturalmente repartem o seu pão
com os irmãos famintos de bondade, como Jesus o fez com
os apóstolos nas estalagem da estrada de Emaús.
Deus no Centro não é a presença exclusiva para
ninguém, mas presença inclusiva para todos, a todos
incluídos em Seu chamado para a vida do espírito. Os que
procurarem compreender e sentir a sua presença no Centro a
levarão consigo para casa."
("O Centro Espírita", José Herculano Pires)
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