domingo, 31 de agosto de 2014

"LIBERTE A VOCÊ"

"Lábios envenenados pelo fel da maledicência não conseguem sorrir com verdadeira alegria.
       Ouvidos fechados com a cera da leviandade não escutam as harmonias intraduzíveis da paz.
       Olhos empoeirados pela indiscrição não veem as paisagens reconfortantes do mundo.
       Braços inertes na ociosidade não conseguem fugir à paralisia.
       Mente prisioneira do mal não aconselha recursos para reter o bem.
       Coração incapaz de sentir a fraternidade pura não se ajusta ao ritmo da esperança e da fé.
-o-
       Liberte a você de semelhantes flagelos.
       Leis indefectíveis de amor e justiça superintendem todos os fenômenos do Universo e fiscalizam as reações de cada espírito. Assim, pois, no trabalho da própria renovação, a criatura não pode desprezar nenhuma das suas manifestações pessoais, sem o que dificilmente marchará para a Vanguarda de Luz."


(André Luiz, na obra “Estude e Viva”, Emmanuel e André Luiz/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

sábado, 30 de agosto de 2014

"COMPAIXÃO E AUXÍLIO"

"Existem criaturas na Terra tão extremamente agarradas à ideia de posse dos bens de que dispõem no mundo e das pessoas a que se destinam, que, frequentemente, em favor de nossa própria paz, necessitamos praticar, mais amplamente, os princípios da compaixão.
*
       Esse companheiro foi indicado pela Divina Providência para exercer a justiça, temperada de misericórdia; entretanto, apesar da autoridade de que disponha, precisará da compaixão alheia, traduzida em atitudes e palavras, para que o poder não se lhe converta nas mãos em bastão de tirania.
*
       Aquele recebeu do Senhor o dom de falar com desembaraço, de maneira a conduzir multidões para o caminho do bem: no entanto, em pleno fastígio do verbo, necessitará da compaixão dos semelhantes, a fim de não desmandar-se em paixões violentas.
*
       Outro, em nome do Mais Alto, guarda o depósito de grande fortuna, de modo a administrá-la, criteriosamente, criando trabalho, em benefício dos irmãos do mundo, chamados à sustentação própria; contudo, não prescindirá da compaixão dos outros para que não venha a aniquilar o patrimônio que a vida lhe confiou.
*
       Aquele outro ainda recolheu da Divina Bondade grande ciclo de provações, a fim de lecionar com elas paciência e humildade, fé e coragem, no auxílio espiritual aos companheiros do mundo; entretanto, não dispensará o apoio da compaixão de quantos o assistem para que o sofrimento não se lhe faça veneno ou desespero, nos recessos da alma.
*
       Seja diante de quem seja, compadece-te e auxilia para o bem.
       E sempre que o teu passo cruze com o passo de alguém que se comporta como se Deus não existisse, tratando criatura e bens, qual se lhes fosse o proprietário exclusivo, coloca a imagem desse alguém na tua enfermaria de oração, porque estarás renteando com uma dessas criaturas que ignoram a Paternidade de Deus, desconhecendo igualmente que todos os dons e vantagens que estejamos usufruindo nos foram emprestados pelos institutos da Divina Providência e dos quais daremos conta na Administração da Vida em momento exato."
(“Inspiração”, Emmnuel/Francisco Cândido Xavier)
__._,_.___

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

"SEM ADEUS"


       "Ante aqueles que partiram, precedendo-te na Vida Maior, não te desesperes nem te revoltes.
       Honra-lhes a memória, perseverando no cumprimento do dever em que eles próprios se dignificaram, legando-te os melhores exemplos de trabalho e abnegação.
       Aprende a conviver em silêncio com a saudade, refletindo nas lições que a provação te ministra nas lágrimas que choras.
       Não permitas que a tristeza pela suposta morte dos entes queridos te impeça de continuar vivendo com o sol da esperança a brilhar sobre o nevoeiro de tua dor.
       Os que se foram não morreram... De uma outra dimensão, permanecem de coração vinculado ao teu, aguardando, como aguardas, a bendita hora do reencontro sem adeus."


(Irmão José, na obra “IRMÃOS DO CAMINHO”, Espíritos Diversos/Carlos A. Baccelli)

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

"ASSOCIAÇÃO"

"Se o homem pudesse contemplar com os próprios olhos as correntes de pensamento, reconheceria, de pronto, que todos vivemos em regime de comunhão, segundo os princípios da afinidade.

A associação mora em todas as coisas, preside a todos os acontecimentos e comanda a existência de todos os seres.

Demócrito, o sábio grego que viveu na Terra muito antes do Cristo, assevera que “os átomos, invisíveis ao olhar humano, agrupam-se à feição dos pombos, à cata de comida, formando assim os corpos que conhecemos”.

Começamos agora a penetrar a essência do microcosmo e, de alguma sorte, podemos simbolizar, por enquanto, no átomo entregue à nossa perquirição, um sistema solar em miniatura, no qual o núcleo desempenha a função de centro vital e os eletrons a de planetas em movimento gravitativo.

No plano da Vida Maior, vemos os sóis carregando os mundos na imensidade, em virtude da interação eletromagnética das forças universais.

Assim também na vida comum, a alma entra em ressonância com as correntes mentais em que respiram as almas que se lhe assemelham.

Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como pensamos.

É que sentindo, mentalizando, falando ou agindo, sintonizamo-nos com as emoções e idéias de todas as pessoas, encarnadas ou desencarnadas, da nossa faixa de simpatia.

Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para O mal, segundo a direção que escolhemos.

Em qualquer providência e em qualquer opinião, somos sempre a soma de muitos.

Expressamos milhares de criaturas e milhares de criaturas nos expressam.

O desejo é a alavanca de fosso sentimento, gerando a energia que consumimos, segundo a nossa vontade.

Quando nos detemos nos defeitos e faltas dos outros, o espelho de nossa mente reflete-os, de imediato, como que absorvendo as imagens deprimentes de que se constituem, Pondo-se nossa imaginação a digerir essa espécie de alimento, que mais tarde se incorpora aos tecidos Sutis de nossa alma. Com o decurso do tempo nossa alma não raro passa a exprimir, pelo seu veículo de manifestação o que assimilara fazendo-o seja pelo corpo carnal, entre os homens, seja pelo corpo espiritual de que nos servimos, depois da morte.

É por esta razão que geralmente os censores do procedimento alheio acabam praticando as mesmas ações que condenam no próximo, porqüanto, interessados em descer às minúcias do mal, absorvem-lhe inconscientemente as emanações, surpreendendo-se, um dia, dominados pelas forças que o representam.

Toda a brecha de sombra em nossa personalidade retrata a sombra maior.

Qual o pequenino foco infeccioso que, abandonado a si mesmo, pode converter-se dentro de algumas horas no bolo pestífero de imensas proporções, a maledicência pode precipitar-nos no vício, tanto quanto a cólera sistemática nos arrasta, muita vez, aos labirintos da loucura ou às trevas do crime.

Pensando, conversando ou trabalhando, a força de nossas idéias, palavras e atos alcança, de momento, um potencial tantas vezes maior quantas sejam as pessoas encarnadas ou não que concordem conosco, potencial esse que tende a aumentar indefinidamente, impondo-nos, de retorno, as conseqüências de nossas próprias iniciativas.

Estejamos, assim, procurando incessantemente o bem, ajudando, aprendendo, servindo, desculpando e amando, porque, nessa atitude, refletiremos os cultivadores da luz, resolvendo, com segurança o nosso problema de companhia."



("Pensamento e Vida", Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)





quarta-feira, 27 de agosto de 2014

"LIMPEZA"

"Onde o bem se mostra por edificação do bem de todos, a limpeza comparece na base de todos os serviços.

A fim de que produza, com segurança, a gleba aguarda o concurso da enxada contra o crescimento da erva daninha.

O laboratório reclama instrumentos esterilizados para que o remédio alcance os fins a que se destina.

O lar espera faxina diária, na preservação da saúde dos moradores.

O livro verdadeiramente nobre, demanda rigorosa triagem para que se lhe evite, no texto, o prejuízo dos termos chulos.

Nas providências mais simples da vida, surpreendemos semelhante necessidade.

Alimento sadio requisita seleção de produtos.

Água, para servir, quer filtragem.

Roupa não se conserva sem a cooperação da lavadeira.

Vias públicas solicitam esgotos.

Nas mesmas circunstâncias, diante das posições desagradáveis da alma, que, de fato, equivalem a perturbações e moléstias obscuras da mente, é necessário saibamos usar a lixívia da paciência, aclarando raciocínios e renovando emoções, definindo atitudes e policiando palavras, na certeza de que toda cura espiritual exige a limpeza do pensamento."


(Albino Teixeira, na obra “Ideal Espírita”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 26 de agosto de 2014

"AMPARA SEMPRE"

"Se a treva do mal procura
Mergulhar-te na amargura,
Não te aflijas, meu irmão!...
Olvida o fel que te invade
E acende a luz da bondade
No templo do coração.

Muitas vezes a ironia,
Sob a cólera sombria,
É grito de angústia e dor.
Alma revolta na vida
É como a terra ferida,
Necessitada de amor.

Ampara sempre... O Caminho
Nem sempre será de arminho
Que te convide a cantar.
Terás, igualmente, um dia,
A luta, o pranto e a agonia
Por viver e atravessar.

Alguém clama ou desespera?
Silêncio! Trabalho e espera
Na alegria calma e sã...
Sobre a noite brilha a aurora
E, além das sombras de agora,
O dia volta amanhã."



("Cartas do Coração", João de Deus/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

"SAÚDE"

"Estás mergulhado, psiquicamente, na Mente Universal e Divina.
       Seguindo as diretrizes éticas do equilíbrio e da ordem, que fluem e refluem em toda parte, respiras em clima de saúde e paz.
       Quando te desconectas do complexo mantenedor da harmonia que te envolve, desconcertam-se as peças da maquinaria física, face às vibrações violentas da mente, favorecendo a instalação das doenças.
       A enfermidade, geralmente, procede do ser espiritual, resultante do seu passado, que encontra ressonância no psiquismo atual, gerando o campo propício à instalação da desordem.
       Durante o dia,  muitos fatores conspiram contra a tua harmonia mental, não te cabendo agasalhá-los.
       Resolve, assim, cada situação, com calma e segurança, não guardando resíduos mentais negativos.
       Fato consumado, mente liberada, em programação de novo cometimento superior.
       A tua saúde depende sempre do teu comportamento moral e espiritual.
       E, não obstante, se a enfermidade encontrar guarida no teu organismo, recorre à oração e resgata a tua dívida com alegria, em pleno processo de libertação total."
(“Episódios Diários”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

domingo, 24 de agosto de 2014

"OUVE A TUA CONSCIÊNCIA"

"A Lei de Deus está escrita na consciência da criatura humana.

Essa lúcida contestação dos Mentores da Humanidade ao codificador do Espiritismo, Allan Kardec, abre espaço à Psicologia para melhor entender os conflitos e os comportamentos complexos que enfrenta.

Para que a consciência possa contribuir saudavelmente em favor da conduta humana torna-se indispensável o hábito da reflexão, a fim de que os níveis primários em que se apresenta ceda lugar à iluminação em estágio mais avançado.

É compreensível que o Espírito em condições aflitivas tenha dificuldade de identificar a Lei de Deus nele ínsita. Porque predomina a matéria, as sensações mais grosseiras na sua existência, permanece como solo crestado que não permite à semente nele plantada romper-lhe a couraça, facultando que desabrochem as potências adormecidas.

Em razão da sensualidade e dos apegos aos prazeres imediatos e desgastantes, continua em germe a essência divina nos refolhos dessa área superior da psique – a consciência.

O hábito, porém, de silenciar a ansiedade e os tormentos íntimos, de buscar entender-lhes a procedência e a presença nos painéis mentais, faculta perceber os conteúdos de que se constituem, para discernir com segurança o que é edificante e o que lhe é prejudicial.

Acostumado a agir por impulsos, quase automáticos, dá vigor à natureza animal de que se reveste, quando deveria promover a espiritual, que germina e avança atraída pelo Deotropismo no rumo da plenitude.

Condicionamentos impostos pelos instintos básicos que governam a existência na sua fase inicial de desenvolvimento intelecto-moral, à medida que adquire conhecimentos para a lógica existencial, experiência os lampejos da consciência digna que libera a Lei de Deus, que está sintetizada no amor.

Na razão direta em que o amor sobrepõe-se à violência e aos fatores da agressividade, mais valiosos contributos são cedidos com o consequente enriquecimento de paz e de alegria de viver.

Ninguém existe destituído de consciência, exceção feita àqueles que expiam graves delitos em renascimentos assinalados pelas limitações e deformidades cerebrais...

Todos os seres que pensam dispõem do auxílio da consciência para fazer o que pode e deve, sempre quando se lhe torne lícita a realização.

A acomodação defluente da preguiça mental em alguns indivíduos impedem-no de avançar nos comportamentos corretos.

Deus, a todos os Seus filhos concedeu consciência do dever, que proporciona as habilidades indispensáveis à conquista da iluminação.

Essa sublime herança vincula todos os membros da Criação ao Genitor Celeste.

Ouve a tua consciência sempre que te encontres em conflito, em dificuldade de definir rumos e comportamentos adequados.

Reflexiona em silêncio e com calma, permitindo que a inspiração superior seja captada e o discernimento te aponte a melhor conduta a seguir.

Evita o costume doentio de transferir para os outros a tarefa de decidir por ti, de viver sob os conselhos dos demais como se fosses um parasita psíquico.

Liberta-te do morbo da queixa e desperta para entender que todos sofrem, têm problemas, mesmo que os não demonstrem, porque a sabedoria que possuem ao aconselhar é resultado dos caminhos percorridos, das aflições superadas e dos testemunhos ultrapassados.

Por outro lado, evita o costume de aconselhamentos e de orientações, de narrar as tuas vivências, como se fossem as mais importantes do mundo.

O que hajas vivenciado é importante para ti e nem sempre será regra geral de bom proceder para todos.

Cada ser humano é uma unidade muito complexa e especial, que faz parte da unidade universal, com as características próprias e as conquistas positivas e negativas adquiridas.

Quando delegas a outrem aconselhar-te, não estás disposto realmente a seguires a diretriz que te seja oferecida. Normalmente, buscas conselhos e bengalas psicológicas até encontrares o que realmente gostaria que te dissessem aquilo que te é agradável e compensador. Esse comportamento inconsciente é uma forma autodefensiva, porque aquilo que te venha a acontecer não será somente de tua responsabilidade.

O crescimento intelectual, assim como o de natureza moral, é trabalhado continuamente, sem interrupção nem saltos gigantes.

A cada momento uma conquista nova, um descobrimento que se incorpora aos conteúdos arquivados na mente.

Permitindo-te ouvir a consciência, serás inspirado à oração que te fortalecerá o ânimo e te auxiliará a fruir paz.

Quanto mais auscultes a consciência e exercites a reflexão do pensamento, mais se expandirão as possibilidades e os registros legais se te farão claros e lúcidos, e te auxiliarão na conquista da felicidade e da harmonia interior, estimuladoras para os avanços a níveis superiores da evolução.

Não te detenhas, pois, em queixumes e rogativas de orientação, como se estivesses desequipado dos instrumentos para alcançar a vitória sobre as circunstâncias e provações necessárias.

Confia em Deus, na proteção dos teus Amigos espirituais e também nos teus valores, esses que vens amealhando durante a reencarnação.

Jesus, que é o Guia da Humanidade, sempre buscava a solidão para reabastecer a consciência com a Lei de Deus, e permanecer como o amor na expressão máxima que se conhece, mesmo quando não amado.

Não tenhas sofreguidão para tudo resolver sem pensar, sem aprofundar a concentração.

Diante de todo e qualquer aconselhamento que peças e recebas, não deixes de consultar a tua consciência."
 


(Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 17 de março de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção, Salvador, Bahia)

sábado, 23 de agosto de 2014

"O OUTRO"

Questão Nr. 630 de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.

       "Se já recolheste migalha de luz, diminui a sombra no outro.
       Vê-lo-as, em toda parte, esperando-te auxílio.
       Esse apela para teu pão.
       Aquele aguarda a sombra de tua veste.
       Esse esmola bagatela de tua bolsa.
       Aquele roga um minuto de gentileza.
       Entretanto, mais que isso, o outro pede compreensão.
       Estava pressionado e feriu-te.
       Falava sem pensar e disse a palavra que te magoou.
       Superestimou a si mesmo e rolou no charco.
       Enlouqueceu e tenta arrastar-te ao desequilíbrio.
       Ainda quando te faça perder as últimas forças nas últimas lágrimas, compadece-te dele e ampara sempre.
       Se soubesse o que sabes, não seria problema.
       Se pudesse sustentar-se, não cairia.
       Muitas vezes terá tido o propósito de acertar, mas, perdido no nevoeiro da ignorância, tomou o erro pela verdade.
       Estimaria, decerto, sentir como sentes; contudo, ainda não recebeu no caminho as oportunidades que recebeste.
       Se te ironiza, oferece-lhe paciência.
       Se te ofende, consagra-lhe paciência maior.
       Ainda mesmo em se mostrando embaraçado no crime, não lhe roube o testemunho de amizade e esperança, porque amanhã, colhido no esfogueante tribunal do remorso, lembrará teu consolo como gota de bênção.
       Se és a vítima, compadece-te ainda mais, porque não desconheces quanta dor há na conta da vida para o  verbo que amaldiçoa e para a mão que apedreja.
       O outro é pedaço de nossa história, retratista de nossos atos, espelho de nossas aquisições, reflexo de nós mesmos.
       Em casa, é quem te comunga a faixa doméstica.
       No mundo, é o companheiro de experiência, seja na taça da simpatia ou no gral da aversão.
       Desse modo, sempre que impelido ao discernimento do bem, pensa no outro...
       Seja quem seja, será sempre a notícia do bem que vibre em tua alma, porque o bem que lhe ofertes é o bem verdadeiro que a Lei te credita no livro da consciência.
       A árvore é julgada pelos frutos.
       A criatura é vista pelas próprias obras.
       Em todos os sucessos que partilhemos, alguém nos carrega a imagem.
       Aquilo, pois, que fizeste ao outro, a ti mesmo fizeste."

(“Religião dos Espíritos”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

"COMPANHEIRO"

“Não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?” — Jesus. (MATEUS, 18:33)

       "Em qualquer parte, não pode o homem agir, isoladamente, em se tratando da obra de Deus, que se aperfeiçoa em todos os lugres.
       O Pai estabeleceu a cooperação como princípio dos mais nobres, no centro das leis que regem a vida.
       No recanto mais humilde, encontrarás um companheiro de esforço.
       Em casa, ele pode chamar-se “pai” ou “filho”; no caminho, pode denominar-se “amigo” ou “camarada de ideal”.
       No fundo, há um só Pai que é Deus e uma grande família que se compõe de irmãos.
       Se o Eterno encaminhou ao teu ambiente um companheiro menos desejável, tem compaixão e ensina sempre.
       Eleva os que te rodeiam.
       Santifica os laços que Jesus promoveu a bem de tua alma e de todos os que te cercam.
       Se a tarefa apresenta obstáculos, lembra-te das inúmeras vezes em que o Cristo já aplicou misericórdia ao teu espírito. Isso atenua as sombras do coração.
       Observa em cada companheiro de luta ou do dia uma bênção e uma oportunidade de atender ao programa divino, acerca de tua existência.
       Há dificuldades e percalços, incompreensões e desatendimentos? Usa a misericórdia que Jesus já usou contigo, dando-te nova ocasião de santificar e de aprender."
(“Caminho, Verdade e Vida”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

"AO SERVIR"

"Na sementeira do bem,
Nas linhas da compaixão,
Não te limites a dar
Remédio, agasalho e pão.

Ergue a mensagem fraterna
Da bondade e da esperança
E espalha primeiramente
As bênçãos da confiança.

Ajuda com discrição,
Não te comportes a esmo.
A chaga dos semelhantes
Podia estar em ti mesmo.

Recolhe a criança em sombra,
Relegada ao desalinho,
Qual se tivesse nos braços
O corpo do teu filhinho.

Escuta os velhos da estrada
Que, por tristes, sofrem mais,
Como se ouvisses pulsando
O coração de seus pais.

Junto a qualquer sofredor,
Em vez de lamentação,
Estende amor e alegria,
Que ele é sempre nosso irmão.

Todos somos uns dos outros,
Toda Terra é nosso lar.
Sê como o raio de sol
Que ajuda sem perguntar.

Não ampares reprovando...
Toda a malícia é cruel.
Socorro com reprimenda
É pão recheado a fel.

Semeia luz no teu campo...
Não durmas em teu arado...
Seguimos, perante Deis,
Todos juntos, lado a lado.

Se atendes à caridade,
Não te esqueças, cada dia,
Que é preciso servir sempre
Como Jesus serviria."


(Casimiro Cunha, na obra "Correio Fraterno", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"A pretensão humana..."




"A pretensão  humana não tem limites e cada indivíduo pretensioso está sempre assessorado por entidades mistificadoras."
("O Centro Espírita", José Herculano Pires)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

"EVOCAÇÕES PARTICULARES - MÃE, ESTOU AQUI!"


= "Revista Espírita", Janeiro de 1858 =

"A senhora X havia perdido, há alguns meses, sua filha única, de catorze anos de idade, objeto de toda a sua ternura, e muito digna de seus lamentos pelas qualidades que prometiam fazer, dela, uma mulher perfeita. Essa jovem pessoa havia sucumbido a uma longa e dolorosa doença. A mãe, inconsolável com essa perda, via, dia a dia, sua saúde alterar-se, e repetia, sem cessar, que iria logo juntar-se com sua filha. Instruída quanto à possibilidade de se comunicar com os seres de além-túmulo, a senhora X resolveu procurar, em uma conversa com a sua criança, um alívio para sua pena. Uma dama de seu conhecimento era médium, mas, pouco experimentadas, uma e outra, para semelhantes evocações, sobretudo, em uma circunstância tão solene, me convida para assistir. Não éramos senão três: A mãe, a médium e eu. Eis o resultado dessa primeira sessão. a mãe. Em nome de Deus Todo-Poderoso, Espírito de Julie X, minha filha querida, eu te peço vir se Deus o permite.

julie. Mãe! Eu estou aqui.

a mãe. É mesmo tu, minha criança, quem me responde? Como posso saber que és tu?

julie. Lili.
(Era um pequeno nome familiar dado à jovem, em sua infância; não era conhecido nem pelo médium nem por mim, já que, desde vários anos, não a chamava senão pelo seu nome de Julie. A esse sinal, a identidade era evidente; a mãe, não podendo dominar sua emoção, explode em soluços).

julie. Mãe! Por que se afligir? Sou feliz; bem feliz; não sofro mais e te vejo sempre.

a mãe. Mas eu não te vejo. Onde estás?

julie. Aí; ao lado de ti, minha mão sobre a senhora Y (a médium) para fazer com que
escreva, o que te digo. Veja minha escrita. (A escrita era, com efeito, a da sua filha.)

a mãe. Tu dizes: minha mão; tens, pois, um corpo?

julie. Não tenho mais esse corpo que me fazia sofrer; mas tenho dele a aparência. Não estás contente, que eu não sofra mais, uma vez que posso conversar contigo?

a mãe. Se eu te visse, pois, te reconheceria?

julie. Sim, sem dúvida, e tu já me tens visto, freqüentemente, em teus sonhos.


a mãe. Eu te revi, com efeito, em meus sonhos, mas, acreditei que era um efeito da minha imaginação, uma lembrança.

julie. Não; sou eu que estou sempre contigo, e que procura te consolar; fui eu quem te inspirou a idéia de me evocar. Tenho muitas coisas a dizer-te. Desconfie do senhor F, ele não é franco.
(Esse senhor, só conhecido de minha mãe, e assim nomeado espontaneamente, era uma nova prova da identidade do Espírito que se manifestava.)

a mãe. Que pode, pois, fazer contra mim o senhor F?

julie. Não posso dizer-te; isso me é proibido. Não posso mais que advertir-te para dele desconfiar.

a mãe. Estás entre os anjos!

julie. Oh! não ainda; não sou bastante perfeita.

a mãe. Não te reconheço, no entanto, nenhum defeito; tu eras boa, doce, amorosa e
benevolente para todo o mundo; será que isso não basta?

julie. Para ti, mãe querida, eu não tinha nenhum defeito; eu acreditava nisso; tu me dizias, muito freqüentemente! Mas, no presente, vejo o que me falta para ser perfeita. a mãe. Como adquirires as qualidades que te faltam?

julie. Em novas existências, que serão mais e mais felizes.

a mãe. Será na Terra que terás essas novas existências?

julie. Disso não sei nada.

a mãe. Uma vez que não havias feito mal durante tua vida, porque tanto sofreste?

julie. Prova! Prova! Eu a suportei com paciência, pela minha confiança em Deus; por isso, sou bem feliz hoje. Até breve, mãe querida!

Em presença de semelhantes fatos, quem ousaria falar do nada do túmulo, quando a vida futura se nos revela, por assim dizer, palpável? Essa mãe, minada pelo desgosto, goza, hoje, de uma felicidade inefável por poder conversar com sua criança; não há mais, entre elas, separação; suas almas se confundem e se expandem, no seio uma da outra, pela permuta dos seus pensamentos.

Malgrado o véu do qual cercamos essa relação, não nos permitiríamos publicá-la, se para isso não estivéssemos formalmente autorizados. Pudessem, disse-nos essa mãe, todos aqueles que perderam suas afeições na Terra, experimentar a minha mesma consolação!

Não acrescentaremos senão uma palavra endereçada àqueles que negam a existência dos bons Espíritos; nós lhes perguntaremos como poderiam provar que o Espírito dessa jovem era um demônio malfazejo."

terça-feira, 19 de agosto de 2014

"INICIAÇÃO MEDIÚNICA"

"Assinalas contigo o fenômeno mediúnico e ante as emoções diferentes que te invadem o mundo íntimo, experimentas a perturbação e a dor...
Em vista disso, rogas orientação e socorro. Não olvides, porém, que o problema reside em ti mesmo e que não te reajustarás sem a própria cooperação.
O médico poderá ser competente e caritativo, entretanto, não dispõe de recursos para salvar o enfermo que não deseja curar-se.
Se pretendes equilíbrio e segurança, antes de tudo, através da oração, solicita à Divina Providência te auxilie a policiar a própria mente, sustentando o bem a teu próprio favor.
Em seguida, trabalha na extensão desse mesmo bem, quanto estiver ao teu alcance, porque todos os processos de obsessão, quase sempre nascidos da força mediúnica inconsciente, crescem na medida de tuas horas inúteis.
Assim sendo, ainda mesmo com sacrifício cumpre teus deveres no lar ou no círculo de trabalho em que o Senhor te situou a existência, empregando o cérebro e o coração naquilo que possas realizar de melhor. E, além das obrigações naturais que te enriquecem a luta, refugia-te no estudo nobre e na caridade incansável, alavancas seguras de tua libertação.
O livro edificante opera o saneamento da alma, descerrando-te os mais elevados caminhos da Terra e o serviço prestado desinteressadamente ao próximo ampara-te com os valores da simpatia, angariando-te as bênçãos do Céu.
O doente a quem ajudas será remédio em tuas feridas e o desesperado a quem reconfortas será consolo em teu coração.
Não reclames do Cristo o milagre de teu reajuste. Pede ao Mestre Divino te conceda serviço e entendimento, para que restaures a ti próprio, enfileirando-te entre os servidores leais da luz.
Não te queixes dos adversários e perseguidores desencarnados. Eles são nossos próprios companheiros, afetos do nosso “ontem”, que deixamos à retaguarda, em muitas circunstâncias, envenenados por nossas próprias ações destrutivas.
Se aguardamos proteção e carinho dos benfeitores que se erguem na Altura, acima de nós, como fugir ao concurso aos nossos irmãos menos felizes, que sofrem, dementados, entre a delinquência e a miséria, para que se retirem do tenebroso vale das sombras, ao qual, muitas vezes, se arrojaram com o impensado impulso de nossas mãos?
Oferece-lhes, assim, o teu exemplo vivo na paciência e na abnegação, na fé e na caridade, na tolerância e no dever dignamente cumprido, para que leiam em tua vida a cartilha da própria transformação.
Não basta, pois, desenvolver a mediunidade que trazes, latente. É indispensável te aprimores, através do trabalho e da prece, com bases na fraternidade e no estudo, para que te faças operário do Cristo com que o Cristo possa contar.
Não percas tempo, entre o anestésico do desânimo e o fel da lamentação.
Devotemo-nos ao bem de todos, aprendendo e auxiliando, amando e servindo sempre.
Ser “médium” significa ser “medianeiro”.

Não vale, desse modo, apenas guardar o título. É imprescindível a nossa expansão no discernimento e no mérito, na compreensão e na bondade, com utilidade para os outros e aperfeiçoamento de nós mesmos, que nos habilitem a ser devotados artífices do amor e fiéis mensageiros da luz."
("Temas da Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

"CAMINHO CERTO"


 
        "Não te esqueças de que a tua vida toma a direção dos teus passos.
       O caminho que percorres é o de teus interesses e necessidades.
       Existem caminhos para os cimos e estradas para o abismo.
       Acautela-te contra os atalhos — caminhos de aparência tranquila mas repletos de desilusões.
       É penoso recomeçar a jornada, depois de longo trecho percorrido.
       Certifica-te de que estejas no rumo certo.
       Facilidades extremas são indícios de caminhos sinuosos.
       Muitas pedras de tropeço são degraus de ascensão, escoras para os teus pés.
       Não te apresses. Passo a passo, avança sustentando a cruz."

(“Vigiai e Orai”, Irmão José/Carlos A. Baccelli)

domingo, 17 de agosto de 2014

"Deus está no Centro Espírita..."

"Deus está no Centro Espírita em que as criaturas se 
reúnem de coração puro, confiantes no seu poder infinito. O 
preço da comunicação é geralmente o aparecimento do 
espírito ou dos que desejam reencontrá-lo. Os dirigentes de 
centros precisam meditar diariamente nas responsabilidades 
que assumem ao aceitar os seus cargos, que na verdade são 
encargos divinos. Deus não exige de nós mais do que 
podemos dar. Não quer que nos apresentemos a Ele e aos 
homens com as vestes nupciais da parábola, que ainda não 
possuímos. Não podemos enganá-lo com sorriso de falsa 
bondade, de fraternidade fingida, escondendo nas moitas do 
coração selvagem a serpente da inveja, da intriga, da censura 
ao próximo, do julgamento desprezivo do irmão que se senta 
ao nosso lado. Não vemos Deus no Centro porque não temos 
condições para isso, mas podemos vê-lo no semblante sincero 
e ingênuo e no coração puro dos que não alimentam vaidades 
e preconceitos negativos ao nosso redor. Deus não está ali, 
diante de nós, como um Ser visível e corporal. Ele impregna 
o Centro, como impregna o recinto de todos os templos 
freqüentados por criaturas sem maldade e sem reservas. Mas 
podemos ver o seu rosto no semblante dos que se entregam 
com amor ao serviço do bem, tocar as suas mãos nas mãos 
sinceras e boas dos que nos amam sem restrições. E se os 
hipócritas nos cercam e nos olham com fingida amizade, 
podemos ser para eles a mensagem do amor e da sinceridade 
que flui de Deus para o nosso coração. Deus no Centro é 
Deus em nós, ajudando-nos a crescer com o fermento da 
fraternidade, que ele pouco a pouco aumenta em nossa 
medida de farinha, na proporção em que a farinha do nosso 
egoísmo absorve o fermento e se transforma no pão que nos 
alimenta a alma. 
 Estas não são imagens líricas, mas a verdade espiritual 
trocadas em figuras e expressões de amor, como as que 
encontramos nos Evangelhos de Jesus. Não é o autor do livro 
que as produz, mas os Espíritos benevolentes que, em nome 
da fraternidade humana, as transmitem aos que desejam 
servir a si mesmo e ao próximo. Porque aqueles que desejam 
servir-se na mesa do bem, naturalmente repartem o seu pão 
com os irmãos famintos de bondade, como Jesus o fez com 
os apóstolos nas estalagem da estrada de Emaús. 
Deus no Centro não é a presença exclusiva para 
ninguém, mas presença inclusiva para todos, a todos 
incluídos em Seu chamado para a vida do espírito. Os que 
procurarem compreender e sentir a sua presença no Centro a 
levarão consigo para casa."
("O Centro Espírita", José Herculano Pires)

sábado, 16 de agosto de 2014

"NO CAMPO DO ESPÍRITO"

1ª. Parte, Cap. VII, Parag. 30 de “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec.

       "Afirmas a sincera disposição de buscar a Esfera Superior, entretanto...
       Surpreendeste lutas enormes, no próprio lar, onde o mais amados te sonegam entendimento; observaste a queda dos melhores companheiros que te exercitavam na elevação; recebeste a lama da calúnia sobre as mãos limpas; viste amigos queridos dependurarem-te o nome no varal da suspeita; notaste que as tuas mais belas palavras rolaram no gelo da indiferença; recolheste escárnio em troca de amor...
       Todos esses problemas, no entanto, são desafios da vida a te pedirem trabalho.
       Seja qual seja a dificuldade, não acuses, nem desanimes.
       No campo do espírito, a injúria é lodo verbal.
       Queixa é semente morta.
       Reclamação é fuga estudada.
       Censura é ponta de espinho.
       Melindre é praga destruidora.
       Irritação é tempo perdido.
       Ideal inoperante é água parada.
       Desalento é ramo seco.
       Ninguém avança sem movimento.
       Não há evolução, nem resgate, sem ação.
       Evolução é suor indispensável.
       Resgate é suor necessário com o pranto da consciência.
       Nossas dores respondem, assim, pelas falhas que demonstremos ou pelas culpas que contraímos.
       A Lei estabelece, porém, que as provas e as penas se reduzem, ou se extingam, sempre que o aprendiz do progresso ou o devedor da justiça se consagre às tarefas do bem, aceitando, espontaneamente, o favor de servir e o privilégio de trabalhar."
(“Justiça Divina”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

"NÃO TEMAS"

"Não temas a morte:
Viverás para sempre.

Não temas a dor:
Ela é um fenômeno transitório.

Não temas a injustiça:
A Verdade triunfa.

Não temas a solidão:
Quem ama nunca está só.

Não temas a colheita:
Cuida de tua semeadura.

Não temas o futuro:
Ele está em tuas mãos."

("Dias Melhores”, Irmão José/Carlos A. Bacelli)