sábado, 12 de julho de 2014

"DESFORÇO"


        "Fere, profundamente, o sentimento e a razão, a injustiça.
        Magoa, sem dúvida, a agressão injustificável.
        A rede das maldades, quando envolve alguém, asfixia-o e aflige-o.
        São muitos os fatores e acontecimentos que surgem à frente , obstaculizando a tua marcha.
        Não os deplores, nem os revides, deixando-te empolgar pelo anseio do desforço.
-x-
        Os outros, os infelicitadores, já são infelizes sem que lhes aumentes a carga de desarmar com os revides e a vingança, tão covardes e insensatos quanto as más ações danosas.
        Certamente, não mereces muitas dessas dores, pelo menos na atual conjuntura e na forma como te alcançam...
        Sem embargo, não és viajor de primeira experiência, incurso num passado que te serve de base para o presente.
        Como deves lutar para modificar, nas causas, os efeitos perniciosos que afetam a muitas outras criaturas, não te é lícita a ação ignóbil de vingança.
        Só os homens de pequeno porte moral se desforçam, tombando em fosso mais profundo do que aquele em que se encontra o seu perseguidor.
-x-
        Se desculpas o acusador, és melhor do que ele.
        Se perdoas o inimigo, te encontras em mais feliz situação do que a dele.
        Se ajudas a quem te fere, seja por qual motivo for, lograste ser um homem de bem, um verdadeiro cristão.
        Desforço, jamais!"

(“Episódios diários”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

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