"Encontrá-los-ás talvez a cada
passo, nas sendas do dia-a-dia: os companheiros que se distanciaram da confiança
em Deus e em si mesmos, tentando inutilmente a fuga do próprio mundo
íntimo.
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Acreditaram na intangibilidade do poder humano e
resvalaram nas próprias fraquezas...
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Admitiram a superioridade da forma e verificaram,
assombrados de sofrimento, a desagregação das estruturas
materiais...
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Galgaram o pináculo da inteligência materialista e
acabaram desmemoriados, à feição de musicistas que perderam as cordas dos
violinos raros em que se manifestavam...
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Conquistaram a riqueza amoedada, sem apoio no trabalho
construtivo da paz e do progresso, da cultura e da beneficência e compraram com
ela as enfermidades que os impelem à morte prematura...
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Senhorearam influências vigorosas e viram-se relegados
aos desvãos do esquecimento...
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Matricularam-se nos excessos do prazer e titularam-se em
conhecimentos amargos...
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Desprezaram responsabilidades que lhes honorificavam a
existência e caíram nos tóxicos em que, debalde, procuram renovação e
esperança...
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Se
sofreste a separação de amigos queridos, mas transviados da confiança em Deus,
sem possibilidades de socorrê-los, de imediato, ora pela tranquilidade de cada
um e não te detenhas no trabalho a realizar.
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Prossegue com o bem, pelo bem e junto daqueles que se
dedicam ao bem de todos e espera com paciência.
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A verdade não tem pressa.
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O
tempo, com o amparo de Deus, saberá descobri-los para trazê-los de volta à
posição que assumiam.
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Eles,
os companheiros que se ausentaram da fé na Divina Providência, não são maus e
sim doentes da atenção e da memória, do sentimento e do raciocínio que
regressarão à realidade.
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Para
isso, porém, é imperioso não os desprezes.
Endereça-lhes um pensamento de paz e simpatia, sempre
que te assomem à lembrança, na certeza de que apenas estagiam na escola da
experiência a fim de retornarem, mais tranquilos e mais felizes, à seara do bem
para se identificarem plenamente com os desígnios de
Deus."
(“Inspiração”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)
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