sexta-feira, 31 de maio de 2013

"EM MEIO DE LOBOS"

"Ide! Eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos." - Jesus. (LUCAS, 10:3.)


"Naturalmente Jesus, em pronunciando semelhante recomendação, reportava-se a cordeiros fortes que conseguissem respirar em plano superior aos lobos vorazes.
Seria razoável enviar ovelhas frágeis a bestas violentas? Seria o mesmo que ajudar a carnificina.
O Mestre, indubitavelmente, desejava as qualidades de ternura e magnanimidade dos continuadores, mas não lhes endossaria as vacilações e fraquezas.
Aliás, para serviço de tal envergadura, desdobrado em verdadeiras batalhas espirituais, ele necessitava de cooperadores fiéis, bondosos, prudentes, mas valorosos.
Enviava os discípulos ao centro de conflito áspero, não no gesto de quem remete carneiros ao matadouro, e sim à gleba de serviço, onde pudessem semear novos e sublimados dons espirituais, entre os lobos famintos, através da exemplificação no bem
incessante.
Entretanto, há companheiros, ainda hoje, que se acreditam colaboradores do Cristo apenas porque levantam aos céus as mãos-postas, em atitude suplicante.
Esquecem-se de que Jesus afirmou, peremptório: "Ide! eis que vos mando!..."
Em tal determinação, vemos claramente que existem trabalhos a efetuar, ações beneméritas a instituir.
O mundo é o campo, onde o trabalhador encontrará a sua cota de colaboração.
É preciso realmente ir aos lobos. Seria perigoso esperá-los. Muitos lidadores, porém, reclamam contra a cruz e o martírio, olvidando que o Senhor e seus corajosos sucessores neles encontraram a ressurreição e a eternidade através da resistência
construtiva contra o mal.
Se os madeiros e leões retornassem, deveriam encontrar o trabalhador no esforço que lhe compete e nunca em atitude de inércia, a distância do ministério que lhe foi
confiado.
O apelo do Cristo ressoa, ainda agora...
É imprescindível caminhar na direção dos lobos, não na condição de fera contra fera, mas na posição de cordeiros-embaixadores; não por emissários da morte, mas por doadores da vida eterna."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 30 de maio de 2013

"É A SANTIFICAÇÃO"

"Santifica-os na verdade." - Jesus (JOÃO, 17:17.)


"Não podemos esquecer que, em se dirigindo ao Pai, nos derradeiros momentos do apostolado, rogou-lhe Jesus santificasse os discípulos que ficariam no plano carnal.
É significativo observar que o Mestre não pediu regalias e facilidades para os continuadores. Não recomendou ao Senhor Supremo situasse os amigos em palácios encantados do prazer, nem os ilhasse em privilégios particularistas. Ao invés disso, suplicou ao Pai para que os santificasse na condição humana.
É compreensível, portanto, que os discípulos sinceros recebam da Providência maior quinhão de elementos purificadores em trabalhos e testemunhos benéficos. Na Terra, quase sempre, o dever e a responsabilidade parecem esmagá-los, no entanto, a palavra do Evangelho é bastante clara no terreno das conquistas eternas.
Não nos referimos a recompensas banais de periferia.
Destacamos o engrandecimento espiritual, a iluminação divina e a perfeição redentora, inacessíveis ainda ao entendimento comum.
Em verdade, o Senhor anunciou sacrifícios e sofrimentos aos seguidores, acentuando, porém, que os não deixaria órfãos.
Seriam convocados a interrogatórios humilhantes, contudo, não lhes faltaria a Sublime Inspiração.
Seguiriam atribulados, mas não angustiados; perseguidos, mas nunca desamparados.
Receberiam golpes e decepções, mas não lhes seriam negados a esperança e o reconforto.
Suportariam a incompreensão humana, todavia, os desígnios superiores agiriam em favor deles.
Sofreriam flagelações no mundo, no entanto, suas dores abasteceriam os celeiros da graça e da consolação para os aflitos.
Muita vez, participariam dos últimos lugares, entre as criaturas terrestres, para serem dos primeiros na cooperação com o Divino Trabalhador,
Seriam detidos nos cárceres, mas disporiam da presença dos anjos sob cânticos de glorificação.
Carregariam cicatrizes por sinais celestes.
Tolerariam sarcasmos em honroso serviço à Verdade.
Perseguidos e torturados, representariam as cartas palpitantes do Cristo à Humanidade.
Servos sofredores e humilhados no campo carnal, marchariam assinalados por luz imperecível.
Escalariam calvários de dor, suportando cruzes, encontrando, porém, a ressurreição, coroados de glória.
Efetivamente, pois, os colaboradores do Evangelho são, de modo geral, anônimos e desprezados nas esferas convencionalistas da Terra; todavia, para eles, repete o Mestre, em todos os tempos, as sublimsublimes palavras: "Sois meus amigos porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

"RENOVAÇÃO"

"Em nosso renascimento na Terra , entrelaçamo-nos, como é justo, sob a influência de quantos se acumpliciaram conosco na criminalidade ou na sombra, quase sempre erguidos à posição de inexoráveis credores de nossa vida, exigindo-nos pagamento ou reparação.
* * *
E, como enxameiam em nosso pretérito próximo ou remoto, gravames
deploráveis e contas obscuras que nos compete apagar ou ressarcir, na maioria das
circunstâncias, a atuação dessa natureza é deprimente e perturbadora, muita vez
constrangendo-nos a incidir nos mesmos erros que nos tisnam as consciências e nos
dilaceram os corações.
* * *
É por isso que, durante a viagem na esfera física, somos habitualmente
assaltados por aflitivas surpresas do plano oculto, em qualquer idade e em toda
situação.
* * *
Há quem se veja enrodilhado nas suas malhas esfogueantes, em plena
juventude corpórea, quem lhe conheça o sabor amargo no matrimônio, quem lhe
experimente o impacto de angústia nas mais nobres tarefas do lar, quem lhe sinta a
presença na esfera da profissão e quem lhe receba a nuvem desnorteante na hora da
madureza ou da senectude, em dolorosas inquietações.
* * *
Para todos os problemas desse jaez, entretanto, é preciso reconhecer que só o
bem puro e espontâneo é remédio justo e eficaz.
* * *
Somos, em verdade, seguidos pela influência que aliciamos, como quem
apenas recolhe da gleba plantada aquilo que semeou.
* * *
E, assim, como apenas a lances de suor e trabalho digno, preservaremos a
lavoura de nosso compromisso contra a hera que lhe sufoca os rebentos ou contra
os vermes que lhes devoram as flores, somente ao preço de perdão e renúncia, amor
e desinteresse, por vezes com o sacrifício de nossa própria felicidade, é que
operaremos em nossos associados da sombra de ontem a necessária renovação, para
que a liberdade nos favoreça na reconquista da Luz."
("Trilha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 28 de maio de 2013

"SEMPRE COM DEUS"

"Lembra-te de Deus para que saibas agradecer os talentos da vida.

Se te encontras cansado, pensa Nele, o Eterno Pai que jamais descansa. Como nos ensinou o próprio Jesus, o Pai trabalha constantemente.

Se te encontras triste, eleva a Deus os teus sentimentos, meditando na alegria solar com que, todas as manhãs, a Infinita Bondade do Pai dissolve as trevas, anunciando um dia novo de oportunidades.

Se estás doente pensa em como Deus, na Sua compaixão e equilíbrio, reajusta os quadros da natureza. Pensa em como, após a tempestade, que arranca árvores centenárias e destrói montanhas, tudo se asserena.

Se te sentes incompreendido, ainda assim volta-te para Deus. Ele, o Eterno Doador de todas as bênçãos, quantas vezes é incompreendido pelas criaturas que criou e sustenta. Mesmo assim, a Sua paciência inesgotável não desanima, aguardando que nos decidamos por abandonar nossas imperfeições.

Se te sentes humilhado, entrega a Deus as dores da tua sensibilidade ferida ou do orgulho menosprezado, refletindo no anonimato com que Ele esconde a Sua imensa grandeza, servindo-nos todos os dias.

Se te sentes sozinho, busca a companhia sublime de Deus na pessoa daqueles que seguem na retaguarda, cambaleantes de sofrimento.

Os mais solitários que tu mesmo, que se encontram em provações mais difíceis que as tuas. Procura aqueles que a miséria encara todas as horas e necessitam da tua ajuda para matar a fome, a sede, acalmar a dor.

Sai de ti mesmo e procura-os. Eles se encontram nas favelas, nas praças, nos hospitais, nos asilos, nas prisões. Talvez, ao teu lado, nos familiares que te esperam um gesto de carinho, uma palavra amiga, um pouco de atenção.

Se estás aflito, confia a Deus as tuas ansiedades. Fala-Lhe de tudo aquilo que te vai na intimidade e Nele, que é o Amor, todas as tuas tormentas haverão de se acalmar.

Enfim, seja qual for a dificuldade, recorda o Todo Misericordioso que não nos esquece.

Na oração haverás de encontrar a força a fim de te ergueres e superares os problemas, pequenos ou grandes que te estejam a supliciar.

Na oração, que é rota de luz, não haverá de te faltar o ânimo para enfrentar mais este dia, com coragem, bom ânimo e alegria, porque, afinal de contas, dia como este nunca houve e nem haverá igual.

* * *

Na vida, auxilia quanto puderes. Faze o bem sem olhar a quem.

Imagina que és o lavrador e o teu próximo é o campo. Tu plantas e o outro produz. Tu és o celeiro, o outro é o cliente.

Se desejas seguir para Deus, pensa que entre Deus e tu mesmo, o próximo é a ponte.

O Criador atende às criaturas através das criaturas.

Por isso mesmo, é preciso viver e servir."

(Redação do Momento Espírita com base nos cap. 13 e 19 do livro
O Espírito da verdade, por diversos Espíritos, psicografia de
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

"VÓS, ENTRETANTO"


"Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos."
Paulo - (Romanos, 15:1.)


"Com que objetivo adquire o homem a noção justa da confiança em Deus? Para furtar-se à luta e viver aguardando o céu?
         Semelhante atitude não seria compreensível.
         O discípulo alcança a luz do conhecimento, a fim de aplicá-la ao próprio caminho. Concedeu-lhe Jesus um traço do Céu para que o desenvolva e estenda através da terra em que pisa.
         Receber o sagrado auxílio do Mestre e subtrair-se-lhe à oficina de redenção é testemunhar ignorância extrema.
         Dar-se a Cristo é trabalhar pelo estabelecimento de seu reino.
         Os templos terrestres, por ausência de compreensão da verdade, permanecem repletos de almas paralíticas, que desertaram do serviço por anseio de bem-aventurança. Isto pode entender-se nas criaturas que ainda não adquiriram o necessário senso da realidade, mas vós, os que já sois fortes no conhecimento, não deveis repousar na indiferença ante os impositivos sagrados da luz acesa, pela infinita bondade do Cristo, em vosso mundo íntimo. É imprescindível tome cada um os seus instrumentos de trabalho, na
tarefa que lhe cabe, agindo pela vitória do bem, no círculo de pessoas e atividades que o cercam.
         Muitos espíritos doentes, nas falsas preocupações e na ociosidade do mundo, poderão alegar ignorância. Vós, entretanto, não sois fracos, nem pobres da misericórdia do Senhor."
(“Pão Nosso”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 26 de maio de 2013

"NÃO PERTURBEIS"


“Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”
Jesus (MATEUS, 19: 6)


"A palavra divina não se refere apenas aos casos do coração. Os laços afetivos caracterizam-se por alicerces sagrados e os compromissos conjugais ou domésticos sempre atendem a superiores desígnios. 
O homem não ludibriará os impositivos da lei, abusando de facilidades materiais para lisonjear os sentidos.
Quebrando a ordem que lhe rege os caminhos, desorganizará a própria existência. 
Os princípios equilibrantes da vida surgirão sempre, corrigindo e restaurando...
A advertência de Jesus, porém, apresenta para nós significação mais vasta.
“Não separeis o que Deus ajuntou” corresponde também ao “não perturbeis o que Deus harmonizou”.
Ninguém alegue desconhecimento do propósito divino, O dever, por mais duro, constitui sempre a Vontade do Senhor. E a consciência, sentinela vigilante do Eterno, a menos que esteja o homem dormindo no nível do bruto, permanece apta a discernir o que constitui “obrigação” e o que representa “fuga”.
O Pai criou seres e reuniu-os.
Criou igualmente situações e coisas, ajustando-as para o bem comum.
Quem desarmoniza as obras divinas, prepare-se para a recomposição. Quem lesa o Pai, algema o próprio “eu” aos resultados de sua ação infeliz e, por vezes, gasta séculos, desatando grilhões...
Na atualidade terrestre, esmagadora percentagem dos homens constitui-se de milhões em serviço reparador, depois de haverem separado o que Deus ajuntou, perturbando, com o mal, o que a Providência estabelecera para o bem.
Prestigiemos as organizações do Justo Juiz que a noção do dever identifica para nós em todos os quadros do mundo. Ás vezes, é possível perturbar-lhe
as obras com sorrisos, mas seremos invariavelmente forçados a repará-las com suor e lágrimas."
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"Quem se compraz na revolta..."




"Quem se compraz na revolta sintoniza com as mentes carregadas de ira, que se conjugam em comércio de longa duração, assim como quem vibra esperança e amor sincroniza com as forças emissoras da paz e da harmonia, estabelecendo ligações que favorecem o otimismo e a saúde."
("Grilhões Partidos", Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo Franco)

sábado, 25 de maio de 2013

"AGUILHÕES"


“Duro é para ti recalcitrar contra o aguilhão.”
Jesus (ATOS, 9: 5)


"O caminho evolutivo está sempre repleto de aguilhões.
De outro modo, não enxergaríamos a porta redentora.
Entrega-se Deus aos filhos da Criação inteira, reparte com todos os tesouros de seu amor infinito, estimula-os a se elevarem, através de mil modos diferentes; entretanto, existem círculos numerosos como a Terra, em que as criaturas não se apercebem dessas realidades gloriosas e paralisam a marcha, dormindo no leito da ilusão.
Perante tal inércia, os mensageiros da Providência, aos quais se confiou a
tarefa de iluminação dos que estacionam na sombra, promovem recursos para que se verifique o despertar.
Cientes de que Deus dá tudo — a vida, os caminhos, os bens infinitos, os
gênios inspiradores e só pede às criaturas se lhe dirijam aos braços paternais — esses divinos emissários organizam os aguilhões, por amor aos seus tutelados.
Nesse programa, criou Jesus os mais nobres incitamentos, para a esfera
terrestre. A riqueza e a pobreza, a fealdade e a formosura, o sofrimento e a luta são aguilhões ou oportunidades instituídos pelo Cristo, a benefício dos homens.
Cada existência e cada pessoa tem a sua dificuldade particular,
simbolizando ensejo bendito.
Analisa a tua vida, situa teus aguilhões e não te voltes contra eles.
Se um espírito da grandeza de Paulo de Tarso não podia recalcitrar, imagina
o que se pedirá do nosso esforço."
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

"INDICAÇÃO DE PEDRO"


"Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a." - Pedro. (I PEDRO, 3:11.)

"A indicação do grande apóstolo, para que tenhamos dias felizes, parece extremamente simples pelo reduzido número de palavras, mas revela um campo imenso de obrigações.
Não é fácil apartar-se do mal, consubstanciado nos desvios inúmeros de nossa alma através de consecutivas reencarnações, e é muito difícil praticar o bem, dentro das nocivas paixões pessoais que nos empolgam a personalidade, cabendo-nos ainda reconhecer que, se nos conservarmos envolvidos na túnica pesada de nossos velhos caprichos, é impossível buscar a paz e segui-la.
Cegaram-nos males numerosos, aos quais nos inclinamos nas sendas evolutivas e acostumados ao exclusivismo e ao atrito inútil, no desperdício de energias sagradas, ignoramos como procurar a tranqüilidade consoladora. Esta é a situação real da maioria dos encarnados e de grande parte dos desencarnados que se acomodam aos círculos do homem, porque a morte física não soluciona problemas que condizem com o foro íntimo de cada um.
A palavra de Pedro, desse modo, vale por desafio generoso.
Nosso esforço deve convergir para a grande realização.
Dilacere-se-nos o ideal ou fira-se-nos a alma, apartemo-nos do mal e pratiquemos o bem possível, identifiquemos a verdadeira paz e sigamo-la. E tão logo alcancemos as primeiras expressões do sublime serviço, referente à própria edificação, lembremo-nos de que não basta evitar o mal e sim nos afastarmos dele, semeando sempre o bem, e que não vale tão-somente desejar a paz, mas buscá-la e segui-la com toda a persistência de nossa fé."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 23 de maio de 2013

"IMUNIZAÇÃO ESPIRITUAL"


        "Se te decides, efetivamente, a imunizar o coração contra as influências do mal, é necessário te convenças:

        que todo minuto é chamamento de Deus à nossa melhoria e renovação;

        que toda pessoa se reveste de importância particular em nosso caminho;

        que o melhor processo de receber auxílio é auxiliar em favor de alguém;

        que a paciência é o principal ingrediente na solução de qualquer problema;

        que sem amor não há base firme nas construções espirituais;

        que o tempo gasto em queixa é furtado ao trabalho;

        que desprezar a simpatia dos outros, em nossa tarefa, é o mesmo que pretender semear um campo sem cogitar de lavrá-lo;

        que não existem pessoas perversas e sim criaturas doentes a nos requisitarem amparo e compaixão;

        que o ressentimento é sempre foco de enfermidade e desequilíbrio;

        que ninguém sabe sem aprender e ninguém aprende sem estudar;

        e que, em suma, não basta pedir aos Céus, através da oração, para que baixem à Terra, mas também cooperar, através 

do serviço ao próximo, para que a Terra se eleve igualmente para os Céus."

(Emmanuel, na obra  “Paz e Renovação”, Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 22 de maio de 2013

"todos vós..."






"...todos vós que combateis o Espiritismo, chegais a

compreendê-lo? Estudastes, perscrutastes seus detalhes, pesastes
maduramente todas as suas conseqüências?"
("Revista Espírita" - Ano III - 1860)

"BEM E MAL SOFRER"


"Quando Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, porque deles é o Reino dos Céus”, não se referia aos sofredores em geral, porque todos os que estão neste mundo sofrem, quer estejam num trono ou na miséria, mas ah!, poucos sofrem bem, poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzir ao Reino de Deus. O desânimo é uma falta; Deus vos nega consolações, se não tiverdes coragem. A prece é um sustentáculo da alma, mas não é suficiente por si só: é necessário que se apóie numa fé ardente na bondade de Deus. Tendes ouvido freqüentemente que Ele não põe um fardo pesado em ombros frágeis. O fardo é proporcional às forças, como a recompensa será proporcional à resignação e à coragem. A recompensa será tanto mais esplendente, quanto mais penosa tiver sido a aflição. Mas essa recompensa deve ser merecida, e é por isso que a vida está cheia de tribulações.
            O militar que não é enviado à frente de batalha não fica satisfeito, porque o repouso no acampamento não lhe proporciona nenhuma promoção. Sede como o militar, e não aspires a um repouso que enfraqueceria o vosso corpo e entorpeceria a vossa alma. Ficai satisfeitos, quando Deus vos envia à luta. Essa luta não é o fogo das batalhas, mas as amarguras da vida, onde muitas vezes necessitamos de mais coragem que um combate sangrento, pois aquele que enfrenta firmemente o inimigo poderá cair sob o impacto de um sofrimento moral. O homem não recebe nenhuma recompensa por essa espécie de coragem, mas Deus lhe reserva os seus louros e um lugar glorioso. Quando vos atingir um motivo de dor ou de contrariedade, tratai de elevar-vos acima das circunstâncias. E quando chegardes a dominar os impulsos da impaciência, da cólera ou do desespero, dizei, com justa satisfação: “Eu fui o mais forte”!
            Bem-aventurados os aflitos, pode, portanto, ser assim traduzidos: Bem-aventurados os que têm a oportunidade de provar a sua fé, a sua firmeza, a sua perseverança e a submissão à vontade de Deus, porque eles terão centuplicado as alegrias que lhes faltam na Terra, e após o trabalho virá o repouso."
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)

terça-feira, 21 de maio de 2013

"OBSTÁCULOS"


"Diante dos obstáculos, fazer o melhor e seguir para a frente.

Sempre desapontamos alguém e sempre alguém nos desaponta.

Assim como nem todos podem habitar o mesmo sítio,
nem todos conseguem partilhar as mesmas idéias.

Nunca explodir, gritar, irar-se ou desanimar e, sim, trabalhar.

Depois de um problema, aguardar outros.

O erro ensina o caminho do acerto
e o fracasso mostra o caminho da segurança.

Toda realização é feita pouco a pouco.

Nos dias de catástrofe, nada de cólera ou de acusação contra alguém, e sim a obrigação clara de repormos o comboio
do serviço nos trilhos adequados e seguir adiante.

Quem procura o bem, há de sofrer as arremetidas do mal.

Plantar o bem, através de tudo e de todos, por todos os meios lícitos ao nosso alcance, compreendendo que, se em matéria
de colheita Deus pede tempo ao homem,
o homem deve entregar o tempo a Deus."
("Sinal Verde", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

"ERGAMO-NOS"


“Levantar-me-ei e irei ter com meu pai”. - (Lucas, 15:18.)

"Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos,
resolveu intimamente levantar-se.
Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.
Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento reconstrutivo.
Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço edificante.
Fugir à treva e penetrar a luz.
Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação dos próprios ideais.
Levantou-se e partiu no rumo do Lar Paterno.
Quantos de nós, porém, filhos pródigos da Vida, depois de
estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela
assistência do Senhor, de acordo com os nossos desejos menos
dignos, para que sejamos satisfeitos?
Quantos de nós descemos, voluntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o Todo-Misericordioso se faça presente, ao nosso lado, através de seus divinos mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos?
Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso
soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda
que desejamos abandonar.
Aperfeiçoamento pede esforço.
Panorama dos cimos pede ascensão.
Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a
frente, caminhando com os padrões de Jesus.
― Levantar-me-ei, disse o moço da parábola.
― Levantemo-nos, repitamos nós."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 19 de maio de 2013

"DESAFETOS"



"Amar aos nossos adversários, desde o presente, ofertando-lhes o coração, em forma de tolerância e trabalho, devotamento e ternura, é a fórmula exata para a solução dos grandes problemas que tantas vezes, por invigilância e leviandade, endereçamos, lamentavelmente ao futuro.
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          Lembremo-nos de que ainda ontem, acalentávamos antipatias e desafetos, cultivando o ódio à feição de serpe no seio.
          Recordemos que semelhantes laços de treva algemavam-nos o espírito às largas sendas inferiores, impondo-nos reencarnações difíceis e angustiosas, nos campo de purgação da experiência terrestre.
          Enleiados a eles, renascemos no mundo e porque se nos retarde o amor, nos testemunhos de paciência e compreensão, somos constrangidos pela Justiça Perfeita, a recebê-los compulsoriamente nas teias da consanguinidade, convertendo-se-nos o templo familiar em triste reduto de sofrimento.
          É assim que, reencarnados, na Terra, quase sempre, acolhemos em forma de entes amados velhos inimigos, que se origem, no santuário doméstico, em nossos credores intransigentes.
          Surgem por filhos tiranizantes e ingratos, ou parentes invulneráveis ao nosso melhor carinho, obrigando-nos a mais doloroso acerto, porque estruturado em suor e pranto, quando o nosso perdão puro e simples conseguiria fundir a bruma aviltante da crueldade em brisa de esquecimento.
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          Para que não estejamos amanhã em lares metamorfoseados em pelourinhos, por força dos corações queridos que o resgate transforma em verdugos e inquisidores de nossos dias, saibamos amar, desde hoje, os que nos apedrejam ou firam, atormentem e caluniem, porque, em verdade, o mal é apenas mal para aqueles que o fazem, transmutando-se em bem naqueles que o recolhem entre a paz do silêncio e a preceda humildade, por saberem que a Vida é sempre luz de Deus."

(Emmanuel, na obra “Através do Tempo”, Espíritos Diversos/ Francisco Cândido Xavier)

sábado, 18 de maio de 2013

"ELES VOLTARÃO"


"Encontrá-los-ás talvez a cada passo, nas sendas do dia-a-dia: os companheiros que se distanciaram da confiança em Deus e em si mesmos, tentando inutilmente a fuga do próprio mundo íntimo.
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       Acreditaram na intangibilidade do poder humano e resvalaram nas próprias fraquezas...
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       Admitiram a superioridade da forma e verificaram, assombrados de sofrimento, a desagregação das estruturas materiais...
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       Galgaram o pináculo da inteligência materialista e acabaram desmemoriados, à feição de musicistas que perderam as cordas dos violinos raros em que se manifestavam...
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       Conquistaram a riqueza amoedada, sem apoio no trabalho construtivo da paz e do progresso, da cultura e da beneficência e compraram com ela as enfermidades que os impelem à morte prematura...
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       Senhorearam influências vigorosas e viram-se relegados aos desvãos do esquecimento...
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       Matricularam-se nos excessos do prazer e titularam-se em conhecimentos amargos...
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       Desprezaram responsabilidades que lhes honorificavam a existência e caíram nos tóxicos em que, debalde, procuram renovação e esperança...
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       Se sofreste a separação de amigos queridos, mas transviados da confiança em Deus, sem possibilidades de socorrê-los, de imediato, ora pela tranquilidade de cada um e não te detenhas no trabalho a realizar.
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       Prossegue com o bem, pelo bem e junto daqueles que se dedicam ao bem de todos e espera com paciência.
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A verdade não tem pressa.
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       O tempo, com o amparo de Deus, saberá descobri-los para trazê-los de volta à posição que assumiam.
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       Eles, os companheiros que se ausentaram da fé na Divina Providência, não são maus e sim doentes da atenção e da memória, do sentimento e do raciocínio que regressarão à realidade.
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       Para isso, porém, é imperioso não os desprezes.
       Endereça-lhes um pensamento de paz e simpatia, sempre que te assomem à lembrança, na certeza de que apenas estagiam na escola da experiência a fim de retornarem, mais tranquilos e mais felizes, à seara do bem para se identificarem plenamente com os desígnios de Deus."
(“Inspiração”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

"MELHOR SOFRER NO BEM"


“Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal.” — Pedro. (1ª EPÍSTOLA A PEDRO, CAPÍTULO 3, VERSÍCULO 17.)


"Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de força, trazendo a morte indesejável.

Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.

Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.

Recheando o estômago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.

Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes?

Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos decorrentes da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento?

Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.

A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente."

("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

"AFINIDADE ESPIRITUAL"


"Numa análise profunda em torno da problemática saúde/doença, pode-se afirmar que sempre o enfermo é o Espírito, em face dos seus compromissos em relação à vida.

Os sofrimentos que se derivam das enfermidades fazem parte da programática evolutiva do ser, que deles necessita, a fim de melhor ponderar em relação aos compromissos existenciais, nem sempre respeitados, invariavelmente relegados a plano secundário.

Nessa ocorrência, a da enfermidade, também incluem-se os fenômenos obsessivos, que podem responsabilizar-se por algumas delas, dando-lhes origem ou piorando-lhes o quadro em decorrência das afinidades existentes entre o paciente e o espírito agressor.

Vinculados pela carga emocional débito/demérito, a influência do Espírito desencarnado em relação ao encarnado, consequência de gravames praticados anteriormente, podendo também ser efeito da existência atual, tornando-se insistente presença no perispírito do seu antagonista, as contínuas cargas de energia morbosa que exterioriza terminam por desorganizar-lhe os equipamentos fisiológicos, facultando o surgimento das doenças de vária ordem.

Por outro lado, debilitando-se o indivíduo por efeito de alguma desordem orgânica, torna-se presa fácil dos inimigos que o sitiam, sofrendo-lhes as energias fluídicas perniciosas que lhe pioram o quadro na área da saúde, tornando-a mais difícil de ser recuperada.

Invariavelmente, portanto, em todos os processos enfermiços que alcançam a criatura humana encontram-se presentes influências espirituais perniciosas, tendo-se em vista a necessidade do paciente resgatar equívocos defluentes da conduta infeliz nas experiências passadas.

A Lei das afinidades espirituais, resultantes do estágio de evolução moral dos espíritos em relação a si mesmos e ao próximo, trabalha em favor do equilíbrio cósmico no indivíduo, estabelecendo que, onde se encontra o endividado aí se faz presente o cobrador, porque ninguém pode desconsiderar os estatutos morais 
que vigem no universo sem sofrer-lhes os efeitos, de acordo com o tipo de agressão praticada. 

É desse modo que a consciência culpada, esteja consciente ou não do crime praticado, elabora mecanismos punitivos autorreparadores, criando situações emocionais próprias aos conflitos e, noutras vezes, descarregando a culpa nas telas delicadas da organização cerebral, que as transfere para o sistema nervoso central, é direcionada para o sistema endócrino e, por fim, para o imunológico, desestabilizando-o...

Se compreendessem que vivem num mundo de intercâmbio de mentes e de ondas, de vibrações e de energias de toda procedência, melhor precatar-se-iam as criaturas humanas das intoxicações espirituais venenosas, pelo cultivar dos pensamentos saudáveis, geradores de campos psíquicos harmônicos, que se tornariam defesas naturais em relação às influências tormentosas. 

Na sublime lição de Jesus, quando sugeriu: "Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado", encontra-se a saudável advertência para o cultivo dos pensamentos superiores, evitando a construção ideológica de enfermidades, de desconcertos, de distúrbios da emoção.

A constância mental em torno dos valores elevados é de relevante significado, porquanto, além de beneficiar aquele que a mantém, espraia-se em volta, beneficiando todos aqueles que se lhe acercam em qualquer um dos planos da vida. 

Quando alguém se aproxima de um pântano ou de um jardim, desejando-o ou não, aspira o odor característico e, ali, demorando-se, impregna-se da sua exteriorização. 

No que diz respeito às ondas mentais, ao clima psíquico, a ocorrência é idêntica, propiciando cuidados em relação ao que se pensa, ao que se aspira, à forma como cada qual se comporta."


("Desafios e Bençãos", Manoel Philomeno de Miranda/ Divaldo Franco)

quarta-feira, 15 de maio de 2013

"REINO DO AMOR"


"Quando transformarmos as próprias mãos em instrumentos de trabalho constante, no erguimento do progresso comum, elevando as formas de vivência nas áreas de ação a que fomos chamados...
       Quando convertermos os próprios olhos em agentes de luz, a fim de enxergarem unicamente o bem nos caminhos alheios, para que a concórdia e a segurança consigam reinar em auxílio de todos...
       Quando transubstanciarmos os nossos ouvidos em atalaias de compreensão e bondade, filtrando exclusivamente as palavras que possam servir à tranquilidade e ao engrandecimento da vida...
       Quando transformarmos o coração numa fonte de bênçãos e fizermos da própria mente um vasto campo de ideias nobres, a fim de assimilarmos as inspirações dos Planos Superiores, de maneira a melhorarmos os padrões da vida ao redor de nós...
       Quando aceitarmos a injúria por estímulo ao trabalho, o mal por via de acesso ao bem, a dor por sementeira de alegrias e a beneficência, em suas múltiplas formas, por simples dever que as Leis do Senhor nos traçam a todos, uns à frente dos outros...
       Então estaremos cooperando não só pelo estabelecimento definitivo do império espiritual da felicidade no campo humano, mas, acima de tudo, teremos atingido a sublime descoberta do Reino do Amor que Jesus anunciou estar em nós mesmos, de modo a irradiar-lhe a Humanidade e a Paz, onde estivermos, para sempre."
(“Urgência”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 14 de maio de 2013

"REMINISCÊNCIAS E CONFLITOS PSICOLÓGICOS"


   "O processo da reencarnação está a exigir estudos acurados por embriogenistas, biólogos e psicólogos, de modo a poderem penetrar nos seus meandros, que lhes permanecem ignorados, o que dá margem, nessas áreas de estudo, quando diante de determinados acontecimentos, a opiniões sem fundamentação, porque destituídas do conhecimento das causas, cujos efeitos contemplam.
       Iniciando-se, no momento da fecundação, alonga-se o processo reencarnatório até a adolescência do ser, quando, a pouco e pouco, atinge a plenitude.(1).
       As impressões mais forte das experiências passadas fixam-se no corpo em formação, através de deficiências físicas ou psíquicas, saúde e inteligência, de acordo com o tipo de comportamento que caracteriza o estado evolutivo do Espírito.
       Estabelecidos os programas cármicos referentes às necessidades de cada ser, outros fatores contribuem, durante a gestação e o parto, para ulteriores fenômenos psicológicos no reencarnante.
       Graças à simpatia ou animosidade que o vinculam aos futuros genitores, estes reagem de forma positiva ou não, envolvendo o filho em ondas de ternura ou revolta que o mesmo assimila, transformando-se essas impressões em fobias ou desejos que exteriorizará na infância e poderá fixar, indelevelmente, na idade adulta.
       Porque lúcido, acompanhando o mergulho na organização física, percebe-se desejado ou reprochado, registando-se os estados familiares, bem como os conflitos domésticos do meio onde irá viver.
       Vezes ocorrem, em que o pavor se torna tão grande, que o Espírito desiste da reencarnação ou, em desespero, interrompe inconscientemente o programa traçado, resultando em aborto natural a gestação em andamento.
       Os meses de ligação física com a mãe são, também, de vinculação psíquica, em que o recomençante em sofrimento pede apoio e amparo, ou, se ditoso, roga ternura para o fiel cumprimento do plano feliz que se encontra em execução.
       Adicionando-se às leis do mérito os fenômenos emocionais dos futuros pais, estes resultarão em heranças, que fazem pressupor semelhanças com o clã, estudas pelas modernas leis da genética.
       Tal pai, qual filho — afirma o refrão popular, demonstrando a força dos genes em cromossomos nos códigos da hereditariedade.
       A verdade, porém, é diversa.
       Se ocorrem semelhanças físicas e até psicológicas, estas adquiridas  mediante convivência familiar, o mesmo não se dá nos campos moral e intelectual.
       O Espírito é o herdeiro das próprias conquistas passadas, graças às quais se expressa no campo da atividade nova.
       No entanto, os comportamentos familiares influem sobre a conduta do reencarnante, que se impregna — especialmente quando se trata de Espírito imperfeito — dos conflitos e das vibrações perniciosas que lhe irão influenciar profundamente o procedimento.
       Reações de vária ordem se manifestarão na criança, como resultantes da insegurança que experimenta no berço novo, desdobrando-se em rebeldia e insatisfação, nervosismo e incapacidade intelectual, durante a infância e a adolescência, com agravantes para o futuro, caso o amor dos pais não interrompa a caudal das reminiscências infelizes.
       O auxílio do psicólogo, a terapia cuidadosa ajudam no mecanismo de reajustamento da criança, todavia, aos pais cumpre a tarefa maior, assistindo e amparando o filhinho temeroso e desconfiado, necessitando de segurança e tranquilidade.
       Não nos referimos aqui ao capítulo adicional das obsessões, que exercem forte interferência no quadro complexo da reencarnação, respondendo por graves injunções, no comportamento infantil.
       Detemo-nos, apenas, nas reminiscências, ora do domínio do inconsciente atual, que irrigam a consciência com temores e conflitos, produzindo estados de desequilíbrio, que poderiam ser evitados.
       Enurese noturna, irritabilidade, pavores de toda espécie, timidez, ansiedade encontram nas ocorrências da vida fetal, em relação à mãe e aos demais familiares, muitas das suas causas.
       Não obstante, é possível minimizar-lhes as consequências, através de uma atitude firme e afetuosa dos pais, particularmente da mãe, utilizando-se do sono do filhinho para infundir-lhe coragem e anular-lhe as impressões negativas, envolvendo-o em amor e conversando com ele, com sincero carinho, transmitindo-lhe a confiança de que romperá a barreira invisível das dificuldades, enfim, alcançando-lhe o íntimo.
       Desde que ainda não esteja concluída a reencarnação, o Espírito ouvirá e entenderá as sugestões positivas que lhe são apresentadas, o amor que lhe é oferecido, toda a gama de afeição que lhe é destinada.
       Quantas vezes um conflito sexual não se originará, na criança, em face da decepção da mãezinha que esperava um varão e recebeu uma menina, ou vice-versa, e, vítima de imaturidade, declara o desagrado, explodindo em pranto injustificado, assim chocando o recém-chegado, que lhe recebe o rechaço, vindo a exteriorizá-lo, mais tarde, em forma de conflito!?
       Sempre é tempo de reconsiderar-se a atitude, reconciliando-se com o ser menosprezado, graças ao grau de amor e à força do bem que se coloque no relacionamento afetivo lúcido, quando o mesmo estive dormindo, portanto, em situação receptiva.
       O inconsciente receberá as novas informações, que serão arquivadas, e ressumarão, posteriormente, de forma agradável e cordial, estruturando a personalidade infanto-juvenil e proporcionando-lhe mais amplas aquisições que logrará com o tempo, conduzido por aqueles a cujo lado recomeça a caminhada redentora.
       Mesmo na adolescência, quando não se soube agir antes, deve-se tentar recuperar o filho, reconquistá-lo, conversando com ele, em estado de sono, perseverando-se em um relacionamento tranquilo e gentil, também durante a fase em que esteja desperto, agindo com amor ao invés de reagindo com ira ou zombaria, quando o mesmo apresente seus conflitos, suas dificuldades...
       Não será o ato de falar, pura e simplesmente, mas a empatia, o contributo da emoção afetuosa com os quais a palavra se carregue, para alcançar a finalidade a que se destina.
       Por fim, é necessário que a carga de certeza do êxito se faça presente, conforme enunciou Jesus: “Tudo é possível àquele que crê”, para que os resultados felizes coroem a empresa do amor."
(“Temas da Vida e da Morte”, Manoel P. de Miranda/Divaldo Franco).


(1)      Nota da Editora: Consultado o Espírito Manoel P. de Miranda, este esclareceu, por intermédio de Divaldo Franco, que mesmo terminado aos 7 anos o processo reencarnatório, este se vai fixando, lentamente, até o momento da transformação da glândula pineal, na sua condição de veladora do sexo.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

"RUMOS DEFINIDOS"


       "Nada existe inútil ou somente pernicioso. Cada coisa se transforma no que desejamos venha a ser. A diretriz que damos, faz-se responsável pelos resultados que colhemos. O rumo que imprimimos leva aos efeitos que esperamos.

          A fagulha trêfega que ateia incêndio é a mesma que propicia lume para a vitória sobre a treva. O filete d’água cantante donde retiramos a linfa preciosa para a sede, ao abandono se converte em lodaçal que acolhe miasmas fomentadoras da morte. A taça que veicula veneno também se transforma em conduto para o medicamento salvador.

          Logo, imprime nas tuas tarefas a diretriz do Cristo Operante, a fim de que o otimismo da realização seja o fator preponderante em desdobramento dos teus objetivos.

          Se é noite, não te detenhas na observância das sombras, desde que podes clarificar o caminho. Se chove, não lamentes o tempo mau já que dispões do agasalho que te resguarda para vencer a intempérie. Ante o rio da dificuldade, não assumas a posição de rebeldia se possuis a barca do discernimento para vadeá-lo.

          Da mesma forma, considera os impositivos do fazer, no campo moral.

          Muitas vezes as coisas não são como na realidade são, face à nossa observação pessimista. Tomamo-las como desejamos inconscientemente que sejam e se nos afiguram à paisagem triste dos nossos olhos sombreados de desencanto.

          Aqueles que se deixaram vencer pelo estigma dos subservientes da maldade contemplam sempre pelo pior lado os painéis do trabalho, pois para eles tudo são apenas sombras e destroços.

          Reflete: a catarata destruidora, quando disciplinada pelo dique e conduzida aos dínamos geradores, se converte na potência da força hidráulica que fomenta o progresso e movimenta a vida... O charco pestilento, recebendo a assistência vitoriosa da tecnologia bem dirigida, se transforma em logradouro florescente ou em jardim de bênçãos. O cadáver em decomposição malsã ressurge da química inorgânica do solo como aroma sutil na flor exultante. Assim, as dificuldades que soubermos conduzir no rumo certo se transformarão em dádivas de paz permanente após superá-las.

          Detivesse Florence Nightingale a considerar a posição subalterna da mulher do século dezenove e não teríamos o êxito da Cruz Vermelha Internacional, superando os chacais da hediondez humana quando sobre os despojos das nações vencidas...

          Receasse Edith Cavel o ministério de ajudar, não obstante o fragor da guerra, e milhares de vidas teriam perecido na Bélgica ante a perseguição inclemente, embora ela mesma acabasse sendo fuzilada.

          Fora Jesus considerar os impedimentos visíveis que teria a defrontar face à sua técnica de mansidão, e o Evangelho não estaria hoje restaurando espíritos para a imortalidade feliz.

A vitória do Bem é inexorável. Tudo são trânsitos na diretriz da realidade superior da vida. Não te deixes recear. Educa o animal, educa a criança, educa-te e dá educação aos teus pensamentos para que a disciplina dos atos te favoreça com a sistemática da vitória sobre ti mesmo, através dos rumos definidos do Evangelho."

(“Celeiros de Bênçãos”, Joanna de Ângelis/ Divaldo P. Franco)

domingo, 12 de maio de 2013

"CAMINHOS RETOS"





“E ele lhes disse: Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis.” — (JOÃO, capítulo 21, versículo 6.)


"A vida deveria constituir, por parte de todos nós, rigorosa observância dos sagrados interesses de Deus.

Freqüentemente, porém, a criatura busca sobrepor-se aos desígnios divinos.
Estabelece-se, então, o desequilíbrio, porque ninguém enganará a Divina Lei. E o homem sofre, compulsoriamente, na tarefa de reparação.

Alguns companheiros desesperam-se no bom combate pela perfeição própria e lançam-se num verdadeiro inferno de sombras interiores. Queixam-se do destino, acusam a sabedoria criadora, gesticulam nos abismos da maldade, esquecendo o capricho e a imprevidência que os fizeram cair.

Jesus, no entanto, há quase vinte séculos, exclamou:

“Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis.”

Figuradamente, o espírito humano é um “pescador” dos valores evolutivos, na escola regeneradora da Terra. A posição de cada qual é o “barco”. Em cada novo dia, o homem se levanta com a sua “rede” de interesses. 

Estaremos lançando a nossa “rede” para a “banda direita”?

Fundam-se nossos pensamentos e atos sobre a verdadeira justiça?

Convém consultar a vida interior, em esforço diário, porque o Cristo, nesse ensinamento, recomendava, de modo geral, aos seus discípulos: “Dedicai vossa atenção aos caminhos retos e achareis o necessário.”
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 11 de maio de 2013

"GLÓRIA CRISTÃ"






"Porque nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência."
PAULO. (II CORÍNTIOS, 1:12.)

"Desde as tribos selvagens, que precederam a organização das famílias humanas, tem sido a Terra grande palco utilizado na exibição das glórias passageiras.
A concorrência intensificou a procura de títulos honoríficos transitórios.
O mundo desde muito conhece glórias sangrentas da luta homicida, glórias da avareza nos cofres da fortuna morta, do orgulho nos pergaminhos brasonados e inúteis, da vaidade nos prazeres mentirosos que precedem o sepulcro; a ciência cristaliza as que lhe dizem respeito nas academias isoladas; as religiões sectaristas nas pompas externas e nas expressões do proselitismo.
Num plano onde campeiam tantas glórias fáceis, a do cristão é mais profunda, mais difícil. A vitória do seguidor de Jesus é quase sempre no lado inverso dos triunfos mundanos. É o lado oculto. Raros conseguem vê-Lo com olhos mortais.
Entretanto, essa glória é tão grande que o mundo não a proporciona, nem pode subtraí-la. É o testemunho da consciência própria, transformada em tabernáculo do Cristo vivo.
No instante divino dessa glorificação, deslumbra-se a alma ante as perspectivas do infinito. É que algo de estranho aconteceu aí dentro, na cripta misteriosa do coração: o Filho achou Seu Pai em plena eternidade."
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier) 

sexta-feira, 10 de maio de 2013

"CONVITE"


"Se te vês nesta noite,
De alma desencantada e dolorida,
Concentrando a atenção na angústia que te invade,
Medita coração nos outros companheiros que se vão
Nos caminhos da vida,
Sob as pressões da prova e da necessidade.
Regresso agora de estirado giro,          
Para buscar-te aqui, em teu doce retiro,
A calma da oração,
Entretanto, alma irmã, se me permites,
Comentarei as dores sem limites,
Da multidão agoniada
Que encontrei na jornada.
Com certeza já viste                                          
As trevas e aflições de tanto quadro triste,
Mas peço ainda o teu consentimento
A fim de relembrar-te
O vasto espinheiral do sofrimento
que nos roga socorro a toda parte.
Deixa enfim que eu te diga,               
Alma fraterna e amiga,
Quanta amargura vi por onde andei...
Vi mães em catres de doença e luta,
Lançando petições que a Terra não escuta,
Pedindo, em vão, a xícara de leite
Para o filhinho semimorto
Agonizando à míngua de conforto...
Vi outras nas calçadas,
Carregando no colo os anjos de ninguém,
Pobres irmãs abandonadas
Aspirando a escalar as alturas do bem.
Acompanhei velhinhos,
Outrora moços de bonito porte,
Tão fatigados, tão sozinhos
Que pediam a Deus a compaixão da morte.
Achei muitos irmãos enfermos e cansados      
Em desespero imanifesto,
Sem pensar nas terríveis conseqüências
Que nascem desse gesto.
Vi crianças, ao léu, com febre e sono,
Relegadas à noite em penoso abandono...
Visitei tanto lar vazio de esperança,
Tantas mansões em lágrimas ocultas,
E tanta dor nas choças das favelas,
Que, de fato, não sei explicar, a contento,
Onde há mais solidão e onde há mais sofrimento    
Se nas casas mais ricas e mais altas,
Ou nas outras mais tristes, mais singelas...
Por isso venho aqui, alma querida e boa,
Para pedir qualquer migalha,
Em favor de quem chora...
Ama, ensina, trabalha,                         
Sofre, ajuda, perdoa...
Lá fora, um mundo novo nos espera
Por nossa fé sincera
Traduzida em serviço...
Olvida a própria dor...  Lembra-te disso: 
Temos nós com Jesus a obrigação
De esquecer-nos e agir
Para que a paz do bem seja a paz do porvir.
Não te percas em lágrimas vazias.
Pensa na força que irradias
Pela fé que Jesus já te consente
Deixa as tribulações e os pesadelos
Que te fazem chorar,
Reflitamos no amor  sinceramente.
Anota as provações de tanta gente,
Sai de ti mesmo e vamos trabalhar!... "
("Maria Dolores", Maria Dolores/Francisco Cândido Xavier)