domingo, 6 de novembro de 2011

Uniões antipáticas

"939. Se os Espíritos simpáticos são levados a se unir, como é que, entre os encarnados, a afeição seja freqüente apenas de um lado, e que o amor mais sincero seja muitas vezes acolhido com indiferença e até mesmo com repulsa? Como, além disso, a mais viva afeição de dois seres pode se transformar em antipatia e ódio?


– Vós não compreendeis, porque é uma punição passageira. Aliás, quantos não há que acreditam amar perdidamente, porque julgam apenas pelas aparências, e quando são obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a reconhecer que é apenas uma atração física! Não basta estar apaixonado por uma pessoa que vos agrada e que tem muitas qualidades; é na convivência real que podereis apreciá-la. Quantas uniões há que, de início, parecem não ser simpáticas; porém, depois de um e outro se conhecerem e se estudarem bem terminam por se amar com um amor terno e durável, porque se baseia na estima! Não se pode esquecer que é o Espírito que ama, e não o corpo, e quando a ilusão material se dissipa, o Espírito vê a realidade.


Há duas espécies de afeição: a do corpo e da alma, e toma-se freqüentemente uma pela outra. A afeição da alma, quando é pura e simpática, é durável; a do corpo é passageira. Eis por que muitas vezes os que pensavam se amar com um amor eterno se odeiam quando acaba a ilusão."
("O Livro dos Espíritos", Parte Quarta – "Esperanças e Consolações"
Capítulo 1 – "Penalidades e prazeres terrenos")

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