segunda-feira, 21 de novembro de 2011

"TRABALHO E CONVERSA"

Recebi da minha iluminada amiga Simone.


“(...) O que me dizes relativamente às visitas é uma grande verdade. Se nos colocarmos à disposição de quantos nos procuram, o serviço ficará por fazer. Aqui em Pedro Leopoldo, o enigma é um dos mais sérios. Todos chegam falando em caridade, mas se pedirmos a eles para serem caridosos, fogem acusando-nos. É preciso um verdadeiro "Ministério do Exterior" para tratar do assunto. Penso que isso deve fazer parte de nossas provas."
          [Carta de Chico Xavier a Wantuil de Freitas, 27 de dezembro de 1947]

          Chico refere-se a um problema que existe e persiste. É a questão das visitas. E é uma questão realmente delicada e de difícil solução.
          Entende-se perfeitamente que todos desejem aproximar-se de Chico Xavier. Visitá-lo. Abraçá-lo. Conhecê-lo mais intimamente. Por volta de 1947 já era grande o número de visitantes a procurá-lo. Mas Chico Xavier tem uma disciplina de trabalho. Precisa cumprir um programa e dar conta de suas responsabilidades. Muitas vezes se priva de contato com amigos com os quais gostaria de se entreter. Quando o faz, isto é, quando se deixa ficar em conversações fraternas, é por um período de tempo determinado. Não pode jamais esquecer os seus compromissos.
          É bastante conhecido o episódio narrado por Ramiro Gama no seu livro Lindos Casos de Chico Xavier*. Conta ele que o médium estava, havia algumas horas, na sala de sua casa (em Pedro Leopoldo), conversando com amigos, quando Emmanuel aparece e o chama para o interior da casa: "- Você sabe que hoje temos a tarefa do livro em recepção e já estamos atrasados..." - falou o amigo espiritual. "- É verdade - concordou Chico - entretanto, tenho visitas e estamos conversando."
          "- Sem dúvida - considerou o Guia - compreendemos a oportunidade de uma a duas horas de entendimento fraterno para atender aos irmãos sem objetivo, porque, às vezes, através de banalidades, podemos algo fazer na sementeira de luz... Mas não entendo seis horas a fio de conversação sem proveito... (...) Bem, eu não disponho de mais tempo. Você decide. Converse ou trabalhe." Chico não mais vacilou.
          E entregou-se à tarefa, deixando a conversação, que prosseguiu sem a sua presença.
          Comentando o problema com Wantuil, confessa que muitos não entendem a sua posição. Não se trata aqui de visitas esporádicas, mas de grande fila de pessoas que o procuram e que o transcurso do tempo só fez multiplicar.
          Por essa razão, foi fundamental para o labor do médium que o tempo de atendimento ficasse estipulado e rigorosamente disciplinado.

Livro: Testemunhos de Chico Xavier
Suely Caldas Schubert

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