sábado, 24 de setembro de 2011

"O amor"

"Confundidas as sensações imediatas do prazer com as emoções emuladoras do progresso moral, o amor constitui o grande demolidor das estruturas celulares, pela força dos desejos de que se faz portador.

Certamente, referimo-nos ao amor bruto, asselvajado, possessivo, que situa no desejo a sua maior carga de aspiração.

Ocultando frustrações pertinazes e gerando mecanismos de transferência neurótica, as personalidades atormentadas aferram-se ao amor-desejo, ao amor-sexo, ao amor-posse, ao amor-ambição, deixando-se consumir pelos vapores da perturbação, que a insistência mental e insensata do gozo desenvolve em forma de incêndio voraz.

O atormentado fixa a sua identidade na necessidade do que denomina  amor e projeta-se inconscientemente, sobre quem ele diz amar, impondo-se com sofreguidão irrefreável, ou acalentando intimamente a realização do que anela, em terrível desarmonia interior. A quanto mais aspira e frui, mais exige e sofre; se não logra a realização, mais se decompõe, perdendo ou matando, com os raios venenosos da mente em desalinho, as defesas imunológicas e a vibração de harmonia mental, logo tombando nos estados enfermiços."
("O Ser Consciente", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

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