sábado, 17 de setembro de 2011

"DESVINCULAÇÕES"

       

"Empresa difícil no mundo íntimo – a desvinculação.
       Se te encontras à beira de empreendimento assim arriscado e se já consegues imaginar-te no lugar daqueles que te rodeiam, medita nas repercussões de que serias objeto ao recolher semelhante surpresa da parte dos outros.
       Certas separações apresentam na vida mental a gravidade de cirurgias determinadas nos tecidos orgânicos.
       Um toque inadequado de bisturi seria suscetível de criar prejuízos e problemas nas estruturas do corpo.
       Uma providência inoportuna é capaz de estabelecer lesões de grande extensão no campo da alma.
       Decerto, na compatibilidade da existência, surgem devedores que desfrutam a possibilidade de retardar o resgate total dos débitos contraídos. Em vista disso, nada pode barrar-te as determinações mais íntimas, com exceção das Leis de Deus.
       Entretanto, se a desvinculação comparece no esquema das lutas morais em que te vês, compadece-te daqueles que te amam, talvez ainda sem compreender-te.
       Não te desvincules deles, de improviso, qual se estivesses operando enfermos vários com pancadaria no coração.
       Ninguém deveria separar-se de alguém, sem propiciar a esse alguém o equilíbrio preciso, a fim de sustentar-se de pé.
       Reflete nos pais e filhos, irmãos e companheiros que a desvinculação violenta já relegou aos vales do sofrimento e da morte e não assinales o teu caminho com as lágrimas alheias.
       Prepara o sentimento das criaturas que te compartilham as experiências do dia-a-dia, antes de entregar-te às renovações que desejas.
       Compreensão e auxílio são vigas importantes no templo da caridade.
       Deus nos ajude a pensar nisso."
(Meimei, na obra “Somente Amor”, Maria Dolores e Meimei/Francisco Cândido Xavier)

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