quinta-feira, 30 de junho de 2011

"O MUNDO E TU"

"Os olhos umedecem quando meditas, considerando as pequenas migalhas que te exornam a existência, como minguadas concessões que consegues desfrutar.
Deslizam, ao teu lado, sobre as águas cantantes do rio do prazer as barcaças da ilusão apinhadas de aficionados.
Parecem felizes, competindo com a luz formosa, adereçados de encantamentos, num festival de radiosa febricidade de alegria. Gostarias de ser como eles.
Alguns passam céleres pela tua porta em veículos modernos de extravagante arrogância, com petulante desdém, espraiando triunfo pessoal que os empolga. Desejarias fruir, como eles, algumas horas de sonhos.
Muitos desfilam vaidosos, e repousam em tronos de alegria e beleza, imperando vitoriosos, embriagados de poder. Anelarias experimentar as emoções que os amolentam.
Conheces da experiência carnal somente dificuldades.
O pão te chega à mesa a preço de amargo suor.
Carpes incompreensão em poço de indescritível soledade.
Consegues o mínimo com esforço inaudito.
A alegria é hóspede desconhecido do teu coração.
Nenhuma extravagância, nenhum excesso.
As horas dividem-se entre deveres e deveres.
Parece-te que a lei da divina justiça te tributa pesado imposto pela honra da vida.
Assinalas nos outros o que eles exibem e que lhes não pertence.
Não creias em felicidade a manifestar-se ruidosa.
Não confundas triunfo com algazarra.
Muitos vencedores foram assassinados após as vitórias, enquanto repousavam em coxins suaves.
Escravos de si mesmos e escravos de outros escravos que os dominam às ocultas têm sede de liberdade e vida simples, esses que te exibem sorrisos profissionais de falsa alegria.
Pensas que eles tudo têm mas em verdade não se têm sequer a si próprios. Não conseguem desvencilhar-se do cipoal a que se enovelaram nem conseguem sobreviver sem o tóxico que os aniquila vigorosamente.
Choram sem lágrimas, pois que estas secaram pelos caminhos que percorreram na terrível busca desse nada.
Sofrem e não encontram ouvidos que os escutem.
Aqueles que os cercam, quase sempre desejam roubar-lhes o lugar para envergarem as suas amarfanhadas fantasias. Embora os aplausos, os sorrisos e os amigos, vivem sozinhos...
És livre, porém, apesar dos elos da cadeia dos deveres nobilitantes.
Ama apesar de não receberes retribuição.
Ajuda mesmo sem a consideração dos socorridos.
Estende os tecidos da esperança embora não te identifiquem os beneficiados.
Podes fruir a paz que dimana da prece e a harmonia que se derrama da fé.
Possuis felicidade sem mesclas de crime nem bases de enganos.
Não invejes os que se estão atirando ao autocídio inconsciente.
Pensas nesses triunfadores enganados com simpatia e cordialidade.
Exulta por te encontrares em pleno caminho de redenção espiritual, expungindo enquanto outros se infelicitam, libertando-se ao tempo em que outros se enclausuram.
E se puderes partir os elos mesquinhos da autocompaixão infundada e desnecessária, bendize o que tens, a vida que experimentas e a fé cristã-espírita que te ilumina interiormente conseguindo sobrepor os ideais incorruptíveis da imortalidade aos jogos vis e escravocratas do mundo.
Muito oportuno recordares o ensino de Jesus; “No mundo só tereis aflições”... mas os que porfiarem fiéis até o fim herdarão a glória excelsa."
(“Espírito e Vida”, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco)

"OFENSAS"

"Ofensas? Revisemos o nosso próprio comportamento no cotidiano e não se nos fará difícil desculpar a esse ou aquele companheiro, quando nos julguemos feridos por atitudes que hajam tomado contrariamente aos nossos interesses.
 Recordemos quantas vezes teremos desapontado corações amigos com palavras ou gestos que nos escapam, quase que sem qualquer participação de nossa vontade consciente.

Imaginemos quão felizes nos sentimos, quando alguém perdoa as puerilidades ou agressões daqueles que se nos fazem os entes mais queridos.
 Rememoremos as ocasiões em que fomos vítimas de nossas próprias interpretações errôneas, acerca do procedimento alheio e cultivemos o bem, sistematicamente, porque, em se tratando do mal, é justo observar que unicamente nos identificaremos com o mal, na medida em que o mal se esconde por dentro de nós."
(“NESTE INSTANTE”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)


"Frequentemente a verdade levanta sementes de ódios que a mentira sabe cultivar. Todavia, intimorata, ela triunfa sobre todas as dissensões e se enflora de paz onde haja encontrado guarida."
("Poemas de Paz”, Simbá/ Divaldo P. Franco)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

"FÉ EM DEUS"

"A fé em Deus não te arredará das provas inevitáveis, mas te investirá na força devida para suportá-las;
*

não te afastará os obstáculos do caminho, entretanto, doar-te-á a significação de cada um deles, para que recebas, em silêncio, a mensagem de que são portadores;

*

não te retirará dos desenganos e decepções que o mundo te propicie, mas auxiliar-te-á a extrair deles mais luz ao próprio discernimento;

*

não impedirá o afastamento dos companheiros a que mais te afeiçoas, nos encargos que te marcam a vida, todavia, conceder-te-á energias e recursos para substituí-los, até que surjam outros cooperadores decididos a apoiar-te;

*

não te livrará da enfermidade de que ainda precises, no entanto, iluminar-te-á o entendimento para que lhe assimiles o recado salutar;

*

não te desligará do parente difícil, porém, ajudar-te-á a aceitá-lo e compreendê-lo em teu próprio benefício;

*

não te proibirá as quedas prováveis nas trilhas da existência, no entanto, ensinar-te-á, através da própria dor, onde se encontram as situações que te cabe evitar, em auxílio a ti mesmo;

*

não te demitirá dos problemas que, porventura, te ameacem a paz, contudo, dar-te-á serenidade para resolvê-los com segurança;

*

não te buscará nos labirintos de ilusão, nos quais talvez hajas penetrado, impensadamente, entretanto, clarear-te-á o raciocínio para te libertares;

*

a fé em Deus, por fim, não te mudará os quadros exteriores de luta, mas infundir-te-á paciência a fim de que compreendas em todos eles os degraus de elevação, de que necessitas, para escalar os cimos da vida imperecível.
(“Amigo”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"ASSISTÊNCIA AOS ENFERMOS"

        "Toda a enfermidade do corpo é processo educativo para a alma.
        Receber, porém, a visitação benéfica entre manifestações de revolta é o mesmo que recusar as vantagens da lição, rasgando o livro que no-la transmite.
***
        A dor física, pacientemente suportada, é golpe de buril divino realizando o aperfeiçoamento espiritual.
***
        Tenho encontrado companheiros a irradiarem sublime luz do peito, como se guardassem lâmpadas acesas, dentro do tórax. Em maior parte, são irmãos que aceitaram, com serenidade, as dores longas que a Providência lhes destinou, a benefício deles mesmos.
***
        Em compensação, tenho sido defrontado por grande número de ex-tuberculosos e ex-leprosos,  em lamentável posição de desequilíbrio, afundados muitos deles em charcos de treva, porque a moléstia lhes constituiu tão somente motivo à insubmissão.
***
        O doente desesperado é sempre digno de piedade, porque não existe sofrimento sem finalidade de purificação e elevação.
***
        A enfermidade ligeira é aviso.
***
        A queda violenta das forças é advertência.
***
        A doença prolongada é sempre renovação de caminho para o Bem.
***
        Todos os padecimentos do corpo se convertem, com o tempo, em claridades interiores, quando o enfermo sabe manter a paciência, aceitando o trabalho regenerativo por bênção da Infinita Bondade.
***
        Quem sustenta a calma e a fé nos dias de aflição, encontrará a paz com brevidade e segurança, porque a dor, em todas as ocasiões, é a serva bendita de Deus que nos procura em nome d’Ele, a fim de levar a efeito, dentro de nós, o serviço da perfeição que ainda sabemos realizar."

(Neio Lúcio, na obra “Senda para Deus”, Autores Diversos/ Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 28 de junho de 2011

"CULPA"

"A consciência de culpa é um dos algozes mais cruéis daquele que delinque.
       Acompanhando o ser na vida além da vida, estabelece os mecanismos punitivos condizentes à gravidade do delito, a fim de purificar-se, resgatando a culpa mediante sofrimentos indescritíveis.
       A consciência de culpa não permite ao equivocado evadir-se da sua presença, ínsita nele próprio.
       Assoma, aos primeiros instantes após a desencarnação, abrindo espaços a obsessões severas, nas quais as vítimas ressurgem com aspecto deplorável, seja mediante a imaginação que elabora clichês de justiça, ou através da realidade que vincula o endividado ao devedor, estabelecendo os vínculos da aflição sem término.
       Somente quando o ser descobre a necessidade da reparação, utilizando-se dos instrumentos do amor e da edificação íntima, é que luariza a paisagem lúgubre da consciência de culpa, dando lugar a honesta reabilitação propiciadora de paz.
       Elegemos, para o nosso ministério de hoje, os Espíritos portadores de consciência culpada, por serem mais sofridos, mais carentes, batendo às portas de alguém que esteja ungido de compaixão para ajudá-los no trânsito difícil da sua reabilitação e, ao atendê-los, tenhamos todos em mente o ensinamento austero de Jesus advertindo-nos: “Aquele que se encontre isento de culpas atire a primeira pedra.”
(“Suave luz nas sombras”, João Cléofas/de Divaldo Pereira Franco)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"O homem que no mundo..."

"O homem que no mundo ocupa elevada posição não se julga ofendido com os insultos daquele a quem considera seu inferior. O mesmo se dá com o que, no mundo moral, se eleva acima da humanidade material. Este compreende que o ódio e o rancor o aviltariam e rebaixariam. Ora, para ser superior ao seu adversário, preciso é que tenha a alma maior, mais nobre, mais generosa do que a desse último."
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo XII - "Amai os vossos inimigos")

domingo, 26 de junho de 2011

"DEPRESSÕES"

"Se trazes o Espírito agoniado por sensações de pessimismo e tristeza, concede
ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.
***
Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude.
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é Lei do Universo
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras, assemelham-se a nuvens que aparecem no
firmamento de qualquer clima.
Incompreensões com relação a caminhos e decisões que se adote são empeços e
desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso
espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes
necessários à vida.
Conflitos íntimos atingem toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com
estagnação.
***
Compreendendo a realidade de toda pessoa que anseie por felicidade e paz,
aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a
alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e abraçando o trabalho que a
vida nos deu a realizar, prossigamos à frente."
(Emmanuel, na obra "Coragem", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 25 de junho de 2011

"ESCOLHAS"

"É possível te admires das alterações que, por vezes, te desafiam o entendimento nas criaturas amadas.
Aqui determinada jovem terá sido preparada, com vistas a encargos artísticos, pelo carinho doméstico, no entanto, terá preferido os serviços de culinária, tão dignos de consideração quanto à musica.
Além, certo rapaz, a quem se ofertou condições positivas para o destaque na ciência, se aconchegou, de inesperado, aos labores do campo.
Assim ocorre na vida sentimental.
Se tens o ânimo defrontado por essa espécie de surpresa, enuncia com bondade o teu diverso ponto de vista. Entretando, ainda mesmo nos casos em que a escolha dos entes queridos se incline para estradas claramente inferiores, compadece-te e não violentes a confiança daqueles que a Divina Providência te confiou.
Não estraçalhes o nó afetivo nessa ou naquela alma que te desfruta a convivência, porque a Sabedoria da Vida saberá como e quando desatá-lo.
Nem todos te possuem a compreensão amadurecida, tanto quanto nem todos vieram ao mundo para a liderança espiritual ou para o amanho do solo.
Aceita os outros, tais quais são, sem o propósito de modificá-los, a menos que se encontrem na condição da criança que se ergue por argila de Deus em tuas mãos.
Cada criatura caminha na direção das experiências de que se reconhece necessitada.
Ampara-os, sem exigência, para que os teus sentimentos não se tisnem com a dor ou com a revolta, por vezes, imanifestas de quantos se arrastam sob as correntes invisíveis dessa ou daquela imposição.
Ama somente, agindo e servindo para o bem, porque todo coração que verdadeiramente ama, pelas leis do destino, alcançará a colheita do amor que semeia, em plenitude de união e de alegria sem fim."
("Sinais de Rumo", Meimei/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

"O PENSAMENTO"

"O que se pensa sempre responde pelo clima emocional onde se vive. Mede-se, pois, a psicosfera de alguém pela incidência freqüente do seu pensamento, no que elege.
A inteireza moral é uma defesa para qualquer tipo de agressão, difícil de atingida; a conduta digna irradia forças contrárias às investidas perniciosas; o hábito da prece e da mentalização edificante aureola o ser de força repelente que dilui as energias de baixo teor vibratório; a prática do bem fortalece os centros vitais do perispírito que rechaça, mediante a exteriorização de suas moléculas, qualquer petardo portador de carga danosa; o conhecimento das leis da Vida reveste o homem de paz, levando-o a pensar nas questões superiores sem campo de sintonia para com as ondas carregadas de paixão e vulgaridade."
("Loucura e Obsessão", Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo Franco)


"Recorda muitas das solicitações que fizeste a Deus, há dez anos passados, e imagina quanto bem te fez a Divina Providência, ao recusar em silêncio aquilo que pediste.
 O não de Deus hoje é sempre o nosso maior bem de amanhã."
 (Emmanuel, na obra "Livro de Respostas", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

"FAZER LUZ"

 "Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões". - Paulo (Romanos, 14:1)

"Indubitavelmente, nem sempre a fé acompanha a expansão da cultura, tanto quanto nem sempre a cultura consegue altear-se ao nível da fé.
Um cérebro vigoroso pode elevar-se a prodígios de cálculo ou destacar-se nos mais entranhados campos da emoção, portas a dentro dos valores artísticos, sem entender bagatela de resistência moral diante da tentação ou do sofrimento. De análogo modo, um coração fervoroso é suscetível das mais nobres demonstrações de heroísmo perante a dor ou da mais alta reação contra o mal, patenteando manifesta incapacidade para aceitar os imperativos da perquirição ou dos requisitos do progresso.
A Ciência investiga.
A Religião crê.
Se não é justo que a Ciência imponha diretrizes à Religião, incompatíveis com as suas necessidades do sentimento, não é razoável que a Religião obrigue a Ciência à adoção de normas inconciliáveis com as suas exigências do raciocínio.
Equilíbrio ser-nos-á o clima de entendimento em todos os assuntos que se relacionem à Fé e à Cultura, ou estaremos sempre ameaçados pelo deserto da descrença ou pelo charco do fanatismo.
Auxiliemo-nos mutuamente.
Na sementeira da fé, aprendamos a ouvir com serenidade para falar com acerto.
Diz o Apóstolo Paulo: "Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões". É que para chegar à cultura, filha do trabalho e da verdade, o homem é naturalmente compelido a indagar, examinar, experimentar, e teorizar, mas, para atingir a fé viva, filha da compreensão e do amor, é forçoso servir. E servir é fazer luz."
(“Segue-me!...”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

"VACINAS CONTRA O MAL"




"Não creias que Deus te honra
Com teus créditos e dons
Para que entendas e sirvas
Somente aos justos e bons.
Honrar as obrigações
Mesmo em luta, anos inteiros,
Sem deixar as próprias cargas
Nos ombros dos companheiros.
Evitar em qualquer tempo
Este desastre comum:
Contentar-se em criticar
Sem prestar auxílio algum.
De gênio perdido em furto,
O irmão Quelidônio Alpaca
Do além quer voltar à Terra
Sofrendo cabeça fraca.
Legenda aos servos do bem
Aos de agora e aos que virão:
Nunca se faça a mistura
De esclerose e tradição.
Não faças aos semelhantes
Seja o que for, onde estejas,
Que em se tratando de Ti,
Não aprovas, nem desejas."

 ("Coisas deste Mundo", Cornélio Pires/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 21 de junho de 2011

"FAMÍLIA E VIDA"


"Família é o ponto de encontro,
Que a vida, em si, nos oferta,
Para a conta viva e certa
Do que se tem a fazer;
Às vezes, indica empresas
De amor, renúncia e talento,
De outras, é o pagamento
De débitos a vencer.
No lar, ressurgem afetos,
Dedicações incontidas,
Riquezas em luz de outras vidas
No tempo, a se recompor;
Mas também, dentro de casa,
É que o ódio de outras eras,
Abre feridas austeras,
Reconduzindo ao amor.
Vemos pais largando os filhos
Com desprezo e indiferença,
E os filhos em turba imensa
Combatendo os próprios pais,
Parentes contra parentes,
Lembrando aversões em brasa,
Unidos na mesma casa
Sob direitos iguais.
Se sofrimento em família
É o quadro em que te renovas,
Tolera farpas e provas,
Aceitando-as, tais quais são!...
Não fujas!...Suporta e avança!...
Seja tolerância, aonde vás,
Segurança pede paz
E a paz é luz do perdão."

("Alma e Vida", Maria Dolores/Francisco Cândido Xavier)

"PAGAMENTO"


"Ante a exaltação jubilosa da vida no Plano Superior, quando nos distanciamos do corpo físico, surge no espelho de nossa alma a triste recordação do mal que demos guarida...

Em torno, horizontes novos nos conclama à contemplação da Beleza Eterna, enquanto que, amigos abnegados, se congregam no abraço de boas vindas.

Do coração vertem lágrimas de alegria, do cérebro renovado partem súplicas de esperanças...

Da consciência, porém, destacam-se velhas contas...

São deveres menosprezados, elos queridos que relegamos ao abandono, afeições que traímos e virtudes nascentes que aniquilamos nos outros a preço de ingratidão e crueldade.

É então que experimentamos a própria frustração ante os apelos do Céu e voltamo-nos para a Terra, sequiosos de recomeço...

O grilhão do trabalho e o socorro do esquecimento, nas reencarnações dolorosas, aparecem por chaves de preciosa libertação ao nosso espírito enredado nos próprios compromissos e tornamos ao recinto familiar para o resgate de nossas dívidas.

Recolhemos, desse modo, nas teias consangüíneas, metamorfoseado em companheiro e parente, o credor de nosso destino a exigir-nos tolerância e bondade, paciência e carinho, renteando conosco várias vezes por dia, a fim de que saibamos fundir a sombra da aversão e do ódio em luz de compreensão e fraternidade.

Se te encontras agora, no templo doméstico, diante de alguém que te injuria as aspirações envenenado-te as horas, recorre ao silêncio da prece e roga ao Senhor te arme o coração de humildade, porque no desafeto que a natureza impõe, na forma de um ser querido, volta ao ponto difícil de nosso próprio passado, requisitando a nossa renunciação no presente, a fim de que se transforme em bênção de amor, adornando-nos de paz a rota para o futuro."
("Refúgio", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"PAZ"



"Se acreditas no bem
E busca praticá-lo ...
Se não guardas rancor
Contra ninguém ...
Se amas o próximo
Sem nada exigir ...
Se anseias corrigir
Os teus próprios defeitos ...
Se procuras trilhar
Nas pegadas do Cristo ...
É provável que sofras,
No entanto, a paz, será sempre contigo."


("Crer e Agir", Irmão José/Francisco Cândido Xavier e Carlos A. Bacelli)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"AS CARTAS DO CRISTO"

“Porque já é manifesto que sois a carta do Cristo, ministrada por nós,
e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo, não em tábuas
de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” — Paulo. (2ª EPÍSTOLA
AOS CORÍNTIOS, capítulo 3, versículo 3.)


"É singular que o Mestre não haja legado ao mundo um compêndio de
princípios escritos pelas próprias mãos.
As figuras notáveis da Terra sempre assinalam sua passagem no planeta,
endereçando à posteridade a sua mensagem de sabedoria e amor, seja em
tábuas de pedra, seja em documentos envelhecidos.
Com Jesus, porém, o processo não foi o mesmo.
O Mestre como que fez questão de escrever sua doutrina aos homens,
gravando-a no coração dos companheiros sinceros. Seu testamento espiritual
constitui-se de ensinos aos discípulos e não foram grafados por ele mesmo.
Recursos humanos seriam insuficientes para revelar a riqueza eterna de
sua Mensagem. As letras e raciocínios, propriamente humanos, na maioria das
vezes costumam dar margem a controvérsias. Em vista disso, Jesus gravou
seus ensinamentos nos corações que o rodeavam e até hoje os aprendizes
que se lhe conservam fiéis são as suas cartas divinas dirigidas à Humanidade.
Esses documentos vivos do santificante amor do Cristo palpitam em todas
as religiões e em todos os climas. São os vanguardeiros que conhecem a vida
superior, experimentam o sublime contacto do Mestre e transformam-se em
sua mensagem para os homens.
Podem surgir muitas contendas em torno das páginas mais célebres e
formosas; todavia, perante a alma que se converteu em carta viva do Senhor,
quando não haja vibrações superiores da compreensão, haverá sempre o
divino silêncio."
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 19 de junho de 2011

"NOS SERVIÇOS DE CURA"

            "NÃO basta rogar ajuda para si. É indispensável o auxílio aos outros.
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            NÃO vale a revelação de humildade na indefinida repetição dos pedidos de socorro. É preciso não reincidirmos nas faltas.
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            NÃO há grande mérito em solicitarmos perdão diariamente. É necessário desculparmos com sinceridade as ofensas alheias.
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            NÃO há segurança definitiva para nós se apenas fazemos luz na residência dos vizinhos. É imprescindível acendê-la no próprio coração.
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            NÃO nos sintamos garantidos pela certeza de ensinarmos o bem a outrem. É imperioso cultivá-lo por nossa vez.
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            NÃO é serviço completo a ministração da verdade construtiva ao próximo. Preparemos o coração para ouví-la de outros lábios, com referência às nossas próprias necessidades, sem irritação e sem revolta.
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            NÃO é integral a medicação para as vísceras enfermas. É indispensável que não haja ódio e desespero no coração.
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            NÃO adianta o auxílio do Plano Superior, quando o homem não se preocupa em retê-lo. Antes de tudo, é preciso justificar o vaso humano para que se não perca a essência divina.
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            NÃO basta suplicar a intercessão dos bons. Convençamo-nos de que a nossa renovação para o bem, com Jesus, é sagrado impositivo da vida.
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            NÃO basta restaurar simplesmente o corpo físico. É inadiável o dever de buscarmos a cura espiritual para a vida eterna."

(Bezerra de Menezes, na obra "Taça de Luz", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"A FATALIDADE E OS PRESSENTIMENTOS"



"INSTRUÇÕES DADAS POR SÃO LUÍS"

"Um dos nossos correspondentes nos escreveu o que segue:

"No mês de setembro último, uma embarcação leve, fazendo a travessia de Dunkerque à Ostende, foi surpreendida por um tempo agitado e pela noite; o barquinho soçobra, e das oito pessoas que o tripulavam, quatro perecem; as outras quatro, entre as quais me encontrava, conseguiram se manter sobre a quilha. Permanecemos toda a noite nessa horrível posição, sem outra perspectiva do que a morte, que nos parecia inevitável e da qual experimentamos todas as angústias. Ao amanhecer, tendo o vento nos levado à costa, pudemos ganhar a terra a nado.

"Por que nesse perigo, igual para todos, só quatro pessoas sucumbiram? Anotai que, por minha parte, é a sexta ou sétima vez que escapo de um perigo tão iminente, e quase nas mesmas circunstâncias. Sou verdadeiramente levado a crer que mão invisível me protege. Que fiz para isso? Não sei muito; sou sem importância e sem utilidade neste mundo, e não me gabo de valer mais do que os outros; longe disso: havia, entre as vítimas do acidente, um digno eclesiástico, modelo de virtudes evangélicas, e uma venerável irmã de São Vicente de Paulo, que iam cumprir uma santa missão de caridade cristã. A fatalidade me parece ter um grande papel no meu destino. Os Espíritos, nela não estariam para alguma coisa? Seria possível ter, por eles, uma explicação a esse respeito, perguntando-lhes, por exemplo, se são eles que provocam ou afastam os perigos que nos ameaçam?-"

Conforme o desejo de nosso correspondente, dirigimos as perguntas seguintes ao Espírito de São Luís que gosta de se comunicar conosco todas as vezes que há uma instrução útil para dar.

1. Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo, e quando dele escapa, é um outro Espírito que o afasta?

Resp. Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; escolhendo-a se faz uma espécie de destino, que não pode mais conjurar, uma vez que a ele está submetido; falo de provas físicas. Conservando o Espírito no seu livre arbítrio, sobre o bem e o mal, é sempre o senhor para suportar ou repelir a prova; um bom Espírito, vendo-o enfraquecer, pode vir em sua ajuda, mas não pode influir, sobre ele, de maneira a dominar a sua vontade. Um Espírito mau, quer dizer, inferior, mostrando-lhe, exagerando-lhe um perigo físico, pode abalá-lo e amedrontá-lo, mas, a vontade do Espírito encarnado não fica menos livre de todo entrave.

2. Quando um homem está no ponto de perecer por acidente, me parece que o livre arbítrio nisso não vale nada. Pergunto, pois, se é um mau Espírito que provoca esse acidente, que dele é, de algum modo, o agente; e, no caso em que se livra do perigo, se um bom Espírito veio em sua ajuda.

Resp. O bom Espírito ou o mau Espírito não pode senão sugerir bons ou maus pensamentos, segundo a sua natureza. O acidente está marcado no destino do homem. Quando a tua vida é posta em perigo, trata-se de uma advertência que tu mesmo a desejaste, a fim de te desviares do mal e de te tomares melhor. Quando tu escapas desse perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos fortemente, segundo a ação mais ou menos forte dos bons Espíritos, em te tomares melhor. O mau Espírito sobrevindo (digo mau subentendendo que o mal ainda está nele), pensas que escaparás do mesmo modo de outros perigos e deixas, de novo, tuas paixões se desencadearem.

3. A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossas vidas seria, pois, ainda o efeito do nosso livre arbítrio?

Resp. Tu mesmo escolheste tua prova: quanto mais ela é rude, melhor tu a suportes, mais tu te elevas. Aqueles que passam sua vida em abundância e na felicidade humana, são Espíritos frouxos que permanecem estacionários. Assim, o número dos infortunados sobrepuja em muito o dos felizes desse mundo, tendo em vista que os Espíritos procuram, em maior parte, a prova que lhes será a mais frutífera. Eles vêem muito bem a futilidade de vossas grandezas e de vossas alegrias. Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada, não seria isso senão pela ausência da dor.

4. Compreendemos perfeitamente essa doutrina, mas isso não nos explica se certos Espíritos têm uma ação direta sobre a causa material do acidente. Suponhamos que no momento em que um homem passa sobre uma ponte, essa ponte se desmorona. Que impeliu o homem a passar nessa ponte?

Resp. Quando um homem passa sobre uma ponte que deve se romper, não é um Espírito que o conduz a passar nessa ponte, é o instinto do seu destino que para lá o leva.

5. O que fez desmoronar a ponte?

Resp. As circunstâncias naturais. A matéria tem nelas suas causas de destruição. No caso do qual se trata o Espírito, tendo necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para mover as forcas naturais, recorrerá antes à intuição espiritual. Assim tal ponte adiante se rompe, a água tendo desconjuntado as pedras que a compõe, a ferrugem tendo corroído a corrente que a suspenda, o Espírito, digo eu, ensinará antes ao homem para que passe por essa ponte do que fazer romper uma outra sob seus passos. Aliás, tendes uma prova material do que eu adianto: qualquer acidente que chegue sempre naturalmente, quer dizer, de causas que se ligam umas as outras, e se conduzem insensivelmente.

6. Tomemos um outro caso no qual a destruição da matéria não seja a causa do acidente. Um homem mal intencionado atira sobre mim, a bala me roça, não me atinge. Um Espírito benevolente pode tê-la desviado?

Resp. Não.

7. Os Espíritos podem nos advertir diretamente de um perigo? Eis um fato que parece confirmá-lo: uma mulher saía de sua casa e seguia pelo boulevar. Uma voz íntima lhe diz: Vai-te; retorna para tua casa. Ela hesita. A mesma voz se faz ouvir várias vezes; então, ela volta sobre seus passos; mas, reconsiderando-se, ela se diz: que vou fazer em minha casa? Dela saí; é sem dúvida um efeito de minha imaginação. Então, ela continua o seu caminho. A alguns passos dali, uma viga que se soltou de uma casa, atinge-lhe a cabeça e a derruba inconsciente. Qual era essa voz? Não foi um pressentimento do que ia acontecer a essa mulher?

Resp. A do instinto; aliás, nenhum pressentimento tem tais caracteres: sempre são vagos.

8. Que entendeis pela voz do instinto?

Resp. Entendo que o Espírito, antes de se encarnar, tem conhecimento de todas as fases de sua existência; quando estas têm um caráter saliente, delas conserva uma espécie de impressão no foro íntimo, e essa impressão, despertando quando o momento se aproxima, torna-se pressentimento.

Nota. As explicações acima reportam-se à fatalidade dos acontecimentos materiais. A fatalidade morai está tratada, de modo completo, em O Livro dos Espíritos."
("Revista Espírita", março de 1858)

sábado, 18 de junho de 2011

"HORAS DIFÍCEIS"


"Provável estejas atravessando as horas difíceis que não aguardavas.

Querias o empréstimo de recursos amoedados, para acertar os próprios negócios e os
amigos falharam.

Perdeste todos os haveres num investimento que te parecia importante e que resultou
em fracasso.

Colocaste todas as esperanças num filho querido que te trocou por aventuras inferiores.

Pessoas amadas deixaram-te a sós, afastando-se junto daqueles mesmos que te recebiam apreço e confiança.

Companheiros de ontem surripiaram-te hoje as vantagens e os bens.

Apoiavas-te no afeto e na dedicação de alguém que a morte transferiu de plano,impondo-te desajuste e solidão.

Se essas horas de crise te surgiram na existência, não te desanimes e nem te
desesperes.

Ergue a fronte para o alto e conta com Deus."
(Emmanuel, na obra "Livro de Respostas", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

"DESALENTO"

"(...)Caso estejas cansado, busca motivação estimuladora e prossegue. Quando te identifiques em desilusão, considera o compromisso a que te fixas e reencontra-te. Seja qual for o motivo, aparentemente justo, para fugires ao dever que te cabe, de servir e promover o bem, torna tua a contribuição base que estimule e encoraje os outros. Mas não recuses a oração nem o diálogo fraterno com os companheiros, ilhando-te, porquanto, uma vez atingido pelas manobras do desalento, somente a hercúleo esforço lograrás libertação. Imagina a planta crestada negando-se ao orvalho da noite, a máquina trabalhada recusando lubrificação, a construção seguindo sem programa, o veículo em disparada sem o auxílio dos freios. Sem dúvida a ruína se encarregará de alcançá-los, cada um a seu turno.
Assim ocorre com o obreiro da vida que se permite estiolar pelo desalento. Na atividade ou no repouso, em grupo ou a sós, não fomentes as tricas que produzem desencanto ou as dúvidas que suscitam o desalento.
Tem por modelo Jesus que, não obstante ser o Construtor da Terra, não poucas vezes, no fragor das atividades de renovação para a Humanidade, recolhia-se à meditação e à prece, a fim de manter-se como expressão viva de otimismo e ação superior incessante."
("Celeiro de Bençãos", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

"COMPANHEIROS FRANCOS"

"Na esfera do sentimento, habitualmente defrontados por certa classe de amigos que são sempre dos mais preciosos e aos quais nem sempre sabemos atribuir o justo valor: aqueles que nos dizem a verdade, acerca das nossas necessidades de espírito.
Invariavelmente, categorizamos em alta conta as afeições que nos assegurem conveniências de superfície, nos quadros do mundo. Confiança naqueles que nos multipliquem as posses efêmeras e solidariedade aos que nos garantam maior apreço no grupo social.
Perfeitamente cabível a nossa gratidão para com todos os benfeitores que nos enriquecem as oportunidades de progredir e trabalhar na experiência comum.
Sejamos, porém, honestos conosco e reconheçamos que não nos é fácil aceitar o concurso dos companheiros cuja palavra franca e esclarecedora nos auxilia na supressão dos enganos que nos parasitam a existência. Se nos falam, sem qualquer circunlóquio, em torno dos perigos de que nos achamos ameaçados, à vista de nossa inexperiência ou invigilância, ainda mesmo quando enfeitem a frase com o arminho da bondade mais pura, freqüentemente reagimos de maneira negativa, acusando-os de ingratos e duros de coração. Se insistem, não raro consideramo-los obsidiados, quando não permitimos que o mel da amizade se nos transtorne na alma em vinagre de aversão, exagerando-lhes os pequeninos defeitos, com absoluto esquecimento das nobres qualidades de que são portadores.
Tenhamos em consideração distinta os amigos incapazes de acalentar-nos desequilíbrios ou ilusões. Jamais cometamos o disparate de misturá-los com os caluniadores. Os empreiteiros da difamação e da injúria falam destruindo. Os amigos positivos e generosos advertem e avisam com discrição e bondade. Sempre que algo nos digam, sacudindo-nos a alma, entremos em sintonia com a própria consciência, roguemos ao Senhor nos sustente a sinceridade e saibamos ouvi-los."
(Emmanuel, na obra "Estude e Viva", Emmanuel e André Luiz/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

"EM TODOS OS CAMINHOS"

"Seja qual for a experiência, convence-te de que Deus está conosco em todos os
caminhos.
Isso não significa omissão de responsabilidade ou exoneração da incumbência de que o Senhor nos revestiu. Não há consciência sem compromisso, como não existe
dignidade sem lei.
O peixe mora gratuitamente na água, mas deve nadar por si mesmo. A árvore,embora não pague imposto pelo solo em que se vincula, é chamada a produzir conforme a espécie.
Ninguém recebe talentos da vida para escondê-los em poeira ou ferrugem.
Nasceste para realizar o melhor. Para isso, é possível te defrontes com embaraços naturais ao próprio burilamento, qual a criança que se esfalfa compreensivelmente nos exercícios da escola. A criança atravessa as provas do aprendizado sob a cobertura da educação que transparece do professor. Desempenhamos as nossas funções com o apoio de Deus.
Se o conhecimento exato da Onipresença Divina ainda não te acode à mente necessidade de fé, pensa no infinito das bênçãos que te envolvem, sem que despendas mínimo esforço. Não contrataste engenheiros para a garantia do Sol que te sustenta e nem assalariaste empregados para a escavação de minas de oxigênio na atmosfera, a fim de que se renove o ar que respiras.
Reflete, por um momento só, nas riquezas ilimitadas ao teu dispor, nos reservatórios
da Natureza e compreenderás que ninguém vive só.
Confia, segue, trabalha e constrói para o bem. E guarda a certeza de que, para
alcançar a felicidade, se fazes teu dever, Deus faz o resto."
(Emmanuel, na obra "Estude e Viva", Emmanuel e André Luiz/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

"TUA MENSAGEM"

"Tua mensagem não se constitui apenas do discurso ou do título de cerimônia com que te apresentas no plano convencional; é a essência de tuas próprias ações, a exteriorizar-se de ti, alcançando os outros.
Sem que percebas, quando te diriges aos companheiros para simples opiniões, em torno de sucessos triviais do cotidiano, estás colocando o teu modo de ser no que dizes; ao traçares ligeira frase, num bilhete aparentemente sem importância, derramas o conteúdo moral de teu coração naquilo que escreves; articulando referência determinada, posto que breve, apontas o rumo de tuas inclinações; em adquirindo isso ou aquilo, entremostras o próprio senso de escolha; elegendo distrações, patenteias por elas os interesses que te regem a vida íntima...
Reflete na mensagem que expedes, diariamente, na direção da comunidade.
As tuas idéias e comentários, atos e diretrizes voam de ti, ao encontro do próximo, à feição das sementes que são transportadas para longe das árvores que as produzem.
Cultivemos amor e justiça, compreensão e bondade, no campo do espírito.
Guarda a certeza de que tudo quanto sintas e penses, fales e realizes é substância real  de tua mensagem às criaturas e é claramente pelo que fazes às criaturas que a lei decausa e efeito, na Terra ou noutros mundos, te responde, em zelando por ti."
(Emmanuel, na obra "Estude e Viva", Emmanuel e André Luiz/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Auta de Souza

"Depois da prece doce em teu recanto,
Onde a luz do conforto surge, acesa,
Vem ouvir os gemidos de tristeza
Da miséria que a noite afoga em pranto.
Contemplarás velhinhos de alma presa
Às algemas de angústia e desencanto.
E crianças que o frio envolve, enquanto
Mães fatigadas tremem de incerteza...
Ora e traze o consolo que te invade
Por flama de alegria e caridade,
Onde espinhos e lágrimas divises!...
E entenderás na fé viva e sincera
Que a presença de Cristo nos espera
Entre as chagas dos grandes infelizes."
("Auta de Souza", Auta de Souza/Francisco Cândido Xavier)

"O LADO FRACO"

"(...)Ninguém existe, no mundo, invulnerável ao erro.
Todos nós, encarnados e desencarnados, em aprimoramento na Terra, somos sujeitos à ilusão, através dos pontos frágeis que apresentemos na construção dos próprios valores para a Vida Maior.
Em várias circunstâncias, enganamo-nos, todos, em matéria de posse, em problemas de família, em questões de influência, em convites do sexo, em
apelos a honrarias ou em assuntos que se referem à preservação de nosso
conforto...
Se surpreendes, assim, o companheiro em posição de queda, ajuda-o a
reerguer-se para o trabalho digno, sem perda de tempo em comentários inúteis.
Se a natureza da falta te parece tão grave que te sentes inclinado à condenação dele, entra no mundo de ti mesmo e pede a Deus te ilumine a alma.
E, através da oração, a Bênção Divina te fará perceber onde guardas também contigo a brecha triste do lado fraco."
("Seara dos Médiuns", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

"BENFEITORES DESENCARNADOS"



Reunião pública de 12/12/60
Questão nº 267 - Parágrafo 17º


"Perceberás, sem dificuldade, a presença deles.
Onde as vozes habituadas a escarnecer se mostram a ponto de condenar,
eles falam a palavra da compaixão e do entendimento.
Onde as cruzes se destacam, massacrando ombros doridos, eles surgem,
de Inesperado, por cireneus silenciosos, amparando os que caíram em
desagrado e abandono.
Onde os problemas repontam, graves, prenunciando falência, eles semeiam
a fé, cunhando valores novos de trabalho e esperança.
Onde as chagas se aprofundam, dilacerando corpo e alma, eles se
convertem no remédio que sustenta a força e restaura a vida.
Onde o enxurro da ignorância cria a erosão do sofrimento, no solo do
espírito, eles plantam a semente renovadora da elevação, regenerando o
destino.
Onde os homens desistem de auxiliar, eles encontram vias diferentes de
ação para a vitória do Amor Infinito.
*
Anseias pela convivência dos benfeitores desencarnados, com residência
nos Planos Superiores, e tê-los-ás contigo, se quiseres.
Guarda, porém, a convicção de que todos eles são agentes do bem para
todos e com todos, buscando agir através de todos em favor de todos.
Disse Jesus: “Quem me segue não anda em trevas.”
Se acompanhas os Bons Espíritos que, em tudo e por tudo, se revelam
companheiros fiéis do Cristo, deixarás para sempre as sombras da retaguarda
e avançarás para Deus, sob a glória da luz."
("Seara dos Médiuns", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"DIANTE DOS OUTROS"


Reunião pública de 25/11/60
Questão nº 302

"Na trilha humana, é indispensável consideres os problemas dos outros.
Há quem deseje seguir no ritmo de teus modos; contudo, tem os pés
claudicantes.
Amigos vários tentam escutar determinada peça musical com a tua
acuidade auditiva, mas carregam com eles os tímpanos semimortos.
Companheiros diversos quereriam ver a Terra com a precisão de teus olhos;
no entanto, sofrem deficiências da miopia.
Esse pretende comer de teu prato suculento; entretanto, guarda o estômago
doente, pedindo canja leve.
Outro aspira a partilhar-te o labor manual; todavia, mostra o braço
hemiplégico, envolvido em tipóia.
Aquele outro procura recordar com a segurança de tuas reminiscências;
contudo, traz o cérebro dominado pela amnésia.
*
Assim também, na caminhada espiritual, surpreenderás criaturas Irmãs
que não podem comungar-te, de pronto, a faixa de experiência.
Estimariam sentir como sentes e raciocinar como raciocinas; no entanto,
respiram ainda nos começos difíceis ou nas provas regenerativas da inibição.
Tanto quanto não podes exigir passo firme a pernas enfermas, nem
pensamento certo a cabeça louca, não deves esperar que o próximo te abrace
a convicção ou te adote o ponto de vista.
Cada pessoa vê a paisagem da condição em que se coloca.
Conflito acalentado gera conflitos novos.
Discórdia mantida é processo de crueldade.
Indubitavelmente, a Doutrina Espírita, com a bênção de Jesus, não te pede
aplaudir a ilusão dos outros, mas, em toda parte, é apelo vivo das Esferas Mais
Altas a que aprendamos e trabalhemos, instruindo e servindo, para que a
verdade, dosada em amor, se faça luz que auxilie os outros, desfazendo a
Ilusão."
("Seara dos Médiuns", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)