"Escutaste a palavra áspera do irmão mais querido.
Entretanto, porque perseveraste nas tarefas do bem, teus ouvidos registraram
frases de consolo e amizade.
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Percebeste a ingratidão, quando mais te esforçavas para
ajudar. Contudo, porque prosseguiste no auxílio ao próximo, amigos juncaram-te
os passos de bênçãos e flores.
-x-
Sofreste a deserção de companheiros
íntimos.
No entanto, porque continuaste a servir, centenas de
mãos estenderam-se a ti, disputando a oportunidade de amparar-te no
caminho.
-x-
Amargaste a solidão na hora mais difícil. Todavia,
porque procuraste o tugúrio dos que sofrem, anotaste a lembrança de teu nome em
inúmeras preces, louvando-te a presença de amor.
-x-
Experimentaste a punhalada de ódio. No entanto, porque
acendeste a chama do perdão, afogaste, no nascedouro, mágoas e
angústias.
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Padeceste o espinho da indiferença. Contudo, porque
sustentaste, nos olhos, o orvalho da ternura, transformaste as pedras do
desprezo em flores de entendimento.
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Recebeste o látego da calúnia. Entretanto, porque
ergueste a tolerância por bandeira de tuas lutas, desfizeste incontáveis
barreiras em corações empedernidos.
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Não descreias nunca da força divina do
amor.
Perante aqueles que te trazem sofrimento e aflição,
segue compreendendo e servindo, na certeza de que a noite tempestuosa que agora
te oprime o peito combalido, amanhã cederá lugar aos horizontes nimbados de
luz."
(“Decisão”, André Luiz/Antônio Baduy Filho)
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