segunda-feira, 30 de junho de 2014

"PROSPERIDADE"

"Prosperidade na Terra quer dizer fortuna, felicidade.

Grande parte das criaturas, almejando-lhe a posse, pleiteia relevo, autoridade, domínio...

Gastam-se largos patrimônios da existência para conquistar-lhe o prestígio e não falta quem surja no prélio estudando as forças ocultas para incorporar-lhe o bafejo.

Milhões dos homens de hoje vivem à cata de ouro e predominância, com o mesmo empenho com que antigamente, em aprendizados mais simples, se entregavam aos misteres primitivos de caça e pesca.

E que, na procura desse ou daquele valor da vida, mobilizamos a energia mental, constituída à base de nossas emoções e  desejos.

O espelho do coração, constantemente focado no rumo dos objetos e situações que buscamos, traz-nos à rota os elementos que nos ocupam a alma.

Não esqueçamos, todavia, que, na laboriosa jornada para a Glória Divina, nos confundimos sempre com aquilo que nos possui a atenção, demorando-nos nesse ou naquele setor de luta, conforme a extensão e duração de nossos propósitos.

Como no filme cinematográfico, em que a história narrada é feita pelos quadros que se sucedem, ininterruptos, a experiência que nos é peculiar, nessa ou naquela fase da vida, constitui-se dos reflexos repetidos de nossos sentimentos, gerando idéias contínuas que acabam plasmando os temas de nossa luta, aos quais se nos associa a mente, identificando-se, de modo quase absoluto, com as criações dela mesma, à maneira da tartaruga que na carapaça, formada por ela própria, se isola e refugia.

Em razão disso, o conceito de prosperidade no mundo é sempre discutível, porquanto nem todos sabem possuir, elevar-se ou comandar com proveito para os sagrados objetivos da Criação.

Muita gente, pela reflexão mental incessante em torno dos recursos amoedados, progride em títulos materiais; entretanto, se os não converte em fatores de enriquecimento geral, cava abismos dourados nos quais se submerge, gastando longo tempo para libertar-se do azinhavre da usura.

Legiões de pessoas no século ferem o solo da vida, com anseios repetidos de saliência individual, e adquirem vasto renome na ciência e na religião, nas letras e nas artes; contudo, se não movimentam as suas conquistas no amparo e na educação dos companheiros da senda humana, quase sempre, muito embora fulgurem nas galerias da genialidade, sofrem o retorno das ondas mentais de extravagância que emitem, caindo em perigosos labirintos de purgação.

Há, por isso, muita prosperidade aparente, mais deplorável que a miséria material em si mesma, porque a mesa vazia e o fogão sem lume podem ser caminhos de louvável reparação, enquanto o banquete opíparo e a bolsa farta, em muitas ocasiões, apenas significam avenidas de licença que correm para o despenhadeiro da culpa, de onde só conseguiremos sair ao preço de longos estágios na perturbação e na sombra.

Muitos religiosos perguntam por que motivo protegeria Deus o progresso material dos ímpios. Em verdade, porém, semelhante fortuna não existe, de vez que a prosperidade, ausente da reta conduta, não passa de apropriação indébita e é como roupa brilhante cobrindo chagas ocultas, que exigem a formação de reflexos contrários aos enganos que as originaram, a fim de que a prosperidade legítima, a expressar-se em serviço e cultura, amor e retidão, confira ao espírito o reflexo dominante da luz."  
("Pensamento e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 29 de junho de 2014

"PALAVRAS"

 
"Da mesma boca procede bênção e maldição." - (Tiago, 3:10).
 
"Nunca te arrependerás:
 
De haver ouvido cem frases, pronunciando simplesmente uma ou outra pequena observação.
 
De evitar o comentário alusivo ao mal, qualquer que seja.
 
De calar a explosão de cólera.
 
De preferir o silêncio nos instantes de irritação.
 
De renunciar aos palpites levianos nas menores controvérsias.
 
De não opinar em problemas que te não dizem respeito.
 
De esquivar-te a promessas que não poderias cumprir.
 
De meditar muitas horas sem abrir os lábios.
 
De apenas sorrir sempre que visitado pela desilusão ou pela amargura.
 
De fugir a reclamações de qualquer natureza.
 
De estimular o bem sob todos os prismas.
 
De pronunciar palavras de perdão e bondade.
 
De explanar sobre o otimismo, a fé e a esperança.
 
De exaltar a confiança no Céu.
 
De ensinar o que seja útil, verdadeiro e santificante.
 
De prestar informações que ajudem aos outros.
 
De exprimir bons pensamentos.
 
De formular apelos à fraternidade e à concórdia.
 
De demonstrar benevolência e compreensão.
 
De fortalecer o trabalho e a educação, a justiça e o dever, a paz e o bem, ainda mesmo com sacrifício do próprio coração.
 
Examina o sentido, o modo e a direção de tuas palavras, antes de pronunciá-las.
 
Da mesma boca procede bênção ou maldição para o caminho."

("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 28 de junho de 2014

"AMANHÃ"

"Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã." - (Tiago, 4:14).
 
"Diz o preguiçoso: "amanhã farei".
 
Exclama o fraco: "amanhã, terei forças".
 
Assevera o delinqüente: "amanhã, regenero-me".
 
É imperioso reconhecer, porém, que a criatura, adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda, em verdade, a noção real do tempo.
 
Quem não aproveita a bênção do dia, vive distante da glória do século.
 
Alma sem coragem de avançar cem passos, não caminhará vinte mil.
 
O lavrador que perde a hora de semear, não consegue prever as consequências da procrastinação do serviço a que se devota, porque, entre uma hora e outra, podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.
 
Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida, contudo, a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós.
 
Alcançaremos sempre os resultados a que nos propomos.
 
Se todas as aves possuem asas, nem todas se ajustam à mesma tarefa, nem planam no mesmo nível.
 
A andorinha voa na direção do clima primaveril, mas o corvo, de modo geral, se consagra, em qualquer tempo, aos detritos do chão.
 
Aquilo que o homem procura agora, surpreenderá amanhã, à frente dos olhos e em torno do coração.
 
Cuida, pois, de fazer, sem delonga, quanto deve ser feito a benefício de tua própria felicidade, porque o Amanhã será muito agradável e benéfico somente para aquele que trabalha no bem, que cresce no ideal superior e que aperfeiçoa, valorosamente, nas abençoadas horas de Hoje."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

"TUA PROSPERIDADE"

"Tua prosperidade não transparece unicamente da face material do teu dinheiro, das tuas posses, da tua casa, dos teus bens.
       Ela se compõe das experiências que ajuntaste, de alma transida, ante as incompreensões que te cercaram as horas.
       Forma-se dos conhecimentos nobilitantes que amealhaste pelo estudo perseverante com que te habilitas ao privilégio de minorar a fadiga e o sofrimento dos irmãos que te acompanham à retaguarda, sem luz que os norteie...
       Ergue-se das palavras temperadas de prudência e de amor que as provações atravessadas com paciência te acumularam no escrínio da alma, transfigurando-te em socorro aos caídos...
       Eleva-se dos gestos de compaixão, que amontoaste à custa das disciplinas a que te submeteste em favor dos que amas, pelas quais adquiriste o tato capaz de arredar a discórdia no nascedouro...
       Avoluma-se das migalhas de tempo, que sabes extrair das obrigações retamente cumpridas, para que te não falte a oportunidade de trabalhar no amparo aos menos felizes...
       Tua prosperidade brilha nos exemplos de fraternidade com que dignificas a vida, nas demonstrações de altruísmo com que suprimes a crueldade, nos testemunhos de fé renovadora com que levantas os tíbios ou nos atos de humildade com que desarmas a delinquência.
       Reparte com o próximo os valores que transportas no espírito.
       Aquele que verdadeiramente serve, distribui sem nunca empobrecer-se.
       Quem mais deu e quem mais dá sobre a Terra é Jesus-Cristo, cuja riqueza verte, infinita, dos tesouros do coração."

(Emmanuel, na obra  “Estude e Viva”, Emmanuel e André Luiz/ Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

quinta-feira, 26 de junho de 2014

"PROVAÇÃO"

"Complementando-nos as tarefas, na noite de 2 de dezembro de 1954 fomos surpreendidos com a presença do Irmão Mozart, desencarnado há tempos, e que, através do médium, nos relatou sua triste história. Foi pessoalmente conhecido de alguns dos nossos companheiros de agremiação e seu comunicado faz-nos lembrar as palavras do Divino Mestre: — “Muito se pedirá de quem muito recebeu.”


"Meus irmãos.

Sou um mendigo de consolação, batendo-vos à porta. Lembro-me da seara espírita com a tortura do exilado, chorando o paraíso perdido, e recordo a mediunidade com a aflição do lavrador, carregado de remorsos por haver sentenciado a enxada que lhe era própria ao desvalimento e à ferrugem.

Noutro tempo, partilhei o pão que vos nutre a mesa, no entanto, envenenei-o com a lama da vaidade e sofro as conseqüências.

Benfeitores espirituais auxiliaram-me na obtenção das preciosas oportunidades que desfrutei em minha última existência na Terra, contudo, apesar de desligado agora do veículo físico, ainda não consegui amealhar suficiente luz para reaver o caminho de retorno a eles.

Tenho os horizontes mentais sob o fumo do incêndio que ateei no meu próprio destino.

Amparado por recursos da Vida Superior, sob a flama de ardente entusiasmo, comecei a missão da cura...

Utilizando a prece, via fluir por meus dedos a energia radiante e restauradora, extasiando-me ante as feridas que se fechavam, ante as dores que desapareciam e ante os membros semimortos que readquiriam movimento.

Com o trabalho veio o êxito e com o êxito chegaram as considerações públicas e os caprichos individuais satisfeitos que me fizeram estremecer...

Não consegui suportar a coroa de responsabilidade que me ornava a cabeça, resvalando na perturbação e na inconsciência.

Asseverando-me espiritualista, recolhi do Espiritismo e do Esoterismo conhecimentos e princípios que me favoreceram a extensão da influência pessoal.

Cego para as lições claras da vida e surdo aos apelos de ordem moral, intentei dominar as mentes alheias e explorá-las a meu bel-prazer.

Manejando a força magnética, encastelei-me no poder oculto...

Tarde, porém, reconheci que o poder oculto, sem o poder do reto pensamento, é tão perigoso para a alma quanto o dinheiro mal conduzido ou a ciência mal aplicada, que esbarram, invariavelmente, na extravagância ou no arrependimento, na loucura ou na morte.

Em minha insensatez, acreditando-me dono da luz, pretendi substituir os Instrutores Espirituais que se expressavam por intermédio de minhas mãos, entretanto, ai de mim!... A candeia sem combustível confunde-se com as trevas...

E eu que desejava escravizar, acabei escravizado, que sonhava honrarias, adquiria a vergonha, que me propunha deter a fortuna, terminei possuído pela indigência, que admitia vencer, vi-me derrotado, em pavorosa humilhação...

E, atravessando a grande fronteira, sou ainda um enfermo em dolorosa experiência.

É por isso que, em me reconfortando ao contacto de vossa casa simples e de vossas orações sinceras, deixo-vos, com o meu reconhecimento, os meus pobres apelos:

— Espiritualistas, Espiritistas e Esoteristas, orai e vigiai! Não vos interesseis simplesmente por vosso bem-estar, olvidando o bem-estar dos outros!...

Não fujais ao trabalho.

Não vos furteis ao estudo.

Não olvideis a simplicidade!

Não eviteis a luz!...

E, sobretudo, para que aflitivas surpresas não vos povoem a estrada futura, tende por norma, além dos apontamentos, avisos e diretrizes dos orientadores que se responsabilizam por nossos campos de atividade, o roteiro do Mestre dos mestres, que nos ensinou para a conquista real da felicidade o extremo sacrifício a favor do próximo e que nos legou a cruz da renunciação, como sublime talismã, capaz de garantir-nos a vitória na vida eterna!..."
 
 

(Mozart, na obra "Instruções Psicofônicas", Autores Diversos/ Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 25 de junho de 2014

"MAIS"


Questão Nr. 716 de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, pelo Espírito Emmanuel.

       "O “mais” é sempre a equação nas Contas da Lei Divina.
       Ao  criar a criatura, determinou o Criador tudo se crie na Criação.
       Por isso mesmo, a antiga legenda “crescei e multiplicai-vos” comparece, ativa, em todos os planos da Natureza.
       Entreguemos o fruto nutritivo aos fatores de desagregação e, em poucas horas, transmutar-se-á em bolo pestífero.
       Ajudemos a semente preciosa, amparando-lhe a cultura, e, no curso de algum tempo, responsabilizar-se-á pela fartura do celeiro, transfigurando pântanos e charnecas em campos de flor e pão.
       É assim que o mesmo princípio se revela, insofismável, em todo o caminho humano.
       Cede a lente de teus olhos às arestas do mal e, a breve espaço, não aprenderás senão sombras.
       Entorpece a antena dos ouvidos no enxurro da maledicência convertida em lama sonora, e acordarás no charco da calúnia, aviltando a ti mesmo.
       Faze da língua instrumento de críticas incessantes e acabarás guardando na boca uma placenta envenenada, servindo à parturição da crueldade e do crime.
       Conserva os braços na estufa da preguiça, e terminarás a existência transpirando bolor e inutilidade.
       Entretanto, se te confias ao amor puro, buscando estender-lhe a claridade sublime, através do serviço aos outros, atrairás, em teu próprio favor, a influência benéfica de quantos te observam as horas, entre a simpatia e a cooperação acrescentando-te possibilidades e forças para que transformes a vida num cântico de beleza, a caminho da esfera superior.
       Do que escolhas cada dia para sentir e pensar, encontrarás auxílio para falar e fazer.
       Assim, pois,  vigia o coração e fiscaliza teus atos com a lâmpada viva da lição de Jesus, porque terás sempre mais do que faças, em colheita de treva ou luz, conforme a sua sementeira de mal ou bem."
(“Religião dos Espíritos”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 24 de junho de 2014

"PERANTE AS PROVAÇÕES"


    "Mantenha-se sempre atento nas dificuldades que esteja atravessando.
    O problema menor, ante a sua falta de tranquilidade e compreensão, pode complicar-se de modo imprevisível.
    A provação aparentemente insuperável permanecerá sob controle, desde que você não perca o domínio das próprias emoções.
    Não se esqueça de que a sua reação diante das lutas é que lhes determinará o seu grau de intensidade.
    Existem aqueles que consideram grandes obstáculos insignificantes pedras no chão...
    Outros transpõem montanhas de imensas dores com o desembaraço de experientes alpinistas...
    Quem carrega pacificamente o fardo que a vida lhe destinou terá como que o seu peso diminuído sobre os ombros, porquanto qualquer cruz sempre pesa mais nos braços de quem não sabe acariciá-la."

(André Luiz, na obra  “Irmãos do Caminho”, Espíritos Diversos/Carlos A. Baccelli)

segunda-feira, 23 de junho de 2014

"NA LIDE ESPIRITUAL"

"Enquanto buscais a revelação da verdade, em nossa companhia, procuramos convosco o auxílio fraterno para fazer mais luz, no engrandecimento comum.

Não duvideis. O Espiritismo não traz apenas o adocicado conteúdo da consolação particular, nos círculos do estímulo ao bem, acentuando o socorro celeste à personalidade humana. Abre-nos infinita esfera de serviço, em cujas atividades não podemos prescindir do apoio recíproco, no crescimento da renovação.

Nos alicerces do edifício doutrinário, compreendíamos a curiosidade e o deslumbramento, acima da responsabilidade e do dever, mas agora que nos abeiramos do primeiro centenário da Codificação Kardequiana, é imperioso reconhecer a necessidade de introspecção, a fim de que não percamos de vista os sagrados objetivos que nos reúnem.

Nossas linhas de ação se interpenetram com identidade de obrigações para todos. E nós outros, os desencarnados, não desempenhamos a função de mordomos especiais ou de mensageiros privilegiados, diante de Jesus. Somos simplesmente vossos companheiros, constituindo convosco o exército pacífico de trabalhadores, convocados ao reajustamento espiritual da Humanidade.

À frente dos nossos olhos se desdobram enormes contingentes de luta benemérita, aguardando-nos a boa vontade, na difusão da nova luz.

A superstição levanta fortaleza de sombra, os dogmas cristalizam os impulsos embrionários da fé e a indiferença congela preciosas oportunidades de desenvolvimento e santificação, em toda parte.

É indispensável que nosso espírito de fraternidade se manifeste, restabelecendo a verdade através do amor e reestruturando os caminhos da fé por intermédio das obras edificantes.

Não há tarefas maiores. Todas são grandes pela essência divina que expressam.

O fio d’água que flui ignorado da vertente dum abismo regenera o deserto de vasta extensão. Um gesto humilde opera milagres de solidariedade. Uma simples palavra costuma apagar o incêndio emotivo, prestes a converter-se em conflito integral.

Há missões salvadoras que se dirigem ao mundo inteiro, ao lado de outras que se circunscrevem a uma raça ou a uma comunidade linguística. Observamos tarefas que abrangem uma nação ou que se limitam a determinado grupo de indivíduos, num lar, numa oficina ou numa instituição.

Em todos os lugares, precisamos solucionar problemas, corrigir deficiências e restaurar as bases simples da vida. Por isso mesmo, o nosso ministério, antes de tudo, é o da renovação mental do mundo, sob a inspiração do “amai-vos uns aos outros”, (Jo) segundo o padrão do Mestre que se consagrou à nossa elevação, até à Cruz.

Por enquanto, nem todos entenderão a nossa mensagem. Milhões de companheiros dormem ainda, anestesiados nos templos de pedra ou narcotizados pelos filtros da ignorância, que em todos os tempos procura concentrar sobre si as vantagens materiais do mundo inteiro, com desvairado esquecimento da própria alma.

Seremos defrontados pelas arremetidas da sombra, pelas ciladas sutis do mal, pelos grilhões do ódio, pelo venenoso visco da discórdia e pelos tóxicos da incompreensão; entretanto, o nosso programa fundamental permanece traçado na revivescência do Evangelho Redentor. Nosso esforço primordial se movimenta na renovação das causas, a fim de que o campo de efeitos se modifique para o bem. Somos trabalhadores, dentro da selva compacta de nossos próprios erros, onde encontramos a soma total dos nossos enganos e compromissos de todos os séculos, lutando, retificando, sofrendo, aprendendo, burilando e aperfeiçoando, no rumo do porvir regenerado. Velhos padecentes dos choques de retorno, cabe-nos agir constantemente, à claridade purificadora da Boa-Nova, renovando a sementeira de espiritualidade no presente, construindo a glorificação do nosso próprio futuro.

Compreendemos a função do fenômeno a serviço do esclarecimento individual e coletivo, contudo, acima dele, apontamos a necessidade de mãos operosas e serenas na extensão do bem salvador.

A hora é de concretização dos nossos princípios superiores, de materialização objetiva das mensagens de fraternidade que a nossa confortadora Doutrina oferece em todas as direções.

Coloquemos o plano externo na posição secundária que lhe compete, devolvendo ao espírito o justo destaque e a importância imperecível que a vida lhe outorga.

Cabe-nos gerar novas causas de sublimação na vida pública, no trabalho consuetudinário, no jardim doméstico e no templo vivo dos corações.

Colaborar com Jesus é o nosso dever essencial, plasmando o Evangelho nos pensamentos, palavras e atos da vida, em todos os recantos de nossa marcha para a frente, para que o Espiritismo não se faça mero mostruário de verbalismo fascinante; reduzi-lo a mecanismo de simples investigação ou a florilégio literário seria transformar o nosso movimento bendito de ideias e realizações edificantes num parque de assombrações técnicas, de êxtase inoperante ou de personalismo ocioso e improdutivo.

A atualidade é para nós, portanto, de serviço avançado, não só nas manifestações da inteligência, mas também nas criações do sentimento com as tarefas da educação, da assistência, da solidariedade e da compreensão, no apostolado do amor.



Na lide espiritual, desse modo, não existem prerrogativas para qualquer de nós. O único privilégio de que desfrutamos é o de trabalhar sem recompensa, de auxiliar sem distinção e aprender sempre, procurando em nosso aprimoramento próprio o aperfeiçoamento da Humanidade inteira.

Eis porque, enquanto buscais a verdade em nossas palavras, procuramos o trabalho em vossas mãos.

Em sagrado conjunto de fraternidade, somos os instrumentos do Amigo Celestial que prometeu auxiliar-nos até ao “fim dos séculos”.

Resta-nos, pois, rogar a Ele que nos ensine a atingir convicções sadias e a clarear os nossos ideais, a fim de que não estejamos tão somente a crer e a confortar-nos, mas também a servir incessantemente na edificação do Iluminado e Eterno Reino do Amor."



("Doutrina de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 22 de junho de 2014

"DESCONFIANÇA"

"Certamente, um coração que pulsa com equilíbrio é resultado de uma consciência pacificada.
        Para que tal ocorra, é indispensável que o homem adquira a sabedoria da confiança.
        Graças a ela, goza de tranquilidade íntima, agindo com inteireza moral e sem qualquer prevenção.
        A confiança deflui de uma atitude sempre positiva em relação à vida, à criatura em si mesma e ao próximo.
        Educando-se a vontade e corrigindo-se a óptica para melhor observar os acontecimentos, logra-se adquirir a confiança pessoal que é uma forma de segurança de conduta, elegendo o que fazer, como realizá-lo e para que executá-lo.
*
        A desconfiança grassa entre os homens com ou sem motivo que a justifique.
        Gera desconforto e mal-estar; armando indivíduos uns contra os outros, dando margem a suspeitas infundadas e a ódios que se instalam, prejudiciais.
        Quem padece o mal da desconfiança, apresenta-se instável, arredio, caindo em alienações que estiolam a alegria de viver.
*
        Se alguém age mal em relação a ti, ele é quem deve estar inquieto.
        Se outrem te prejudica, propositadamente,  o drama deve ser dele.
        Em qualquer situação, espanta a desconfiança da tua agenda de atividade, permanecendo tranquilo e feliz."
(“Episódios diários”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

sábado, 21 de junho de 2014

"TEU LUGAR"

"Surgem lances obscuros na existência, nos quais aflições
dispensáveis nos visitam o espírito, no pressuposto de que nos achamos fora
do plano que nos é próprio.

Quiséramos impensadamente exercer a função de outrem e, ao mesmo
tempo, solicitar que outrem se encarregue da nossa.

Isso, porém, seria tumultuar a Ordem Divina.

Não ignoramos que os Emissários do Senhor nos conhecem de sobra
aptidões e recursos. Assim como ocorre aos engenheiros responsáveis por
edificação determinada, que não instalariam o cimento em lugar do vidro, os
Organizadores da Vida não nos designariam posição estranha às nossas
possibilidades de rendimento maior na construção do Reino de Deus.

Dentro do assunto, não nos será lícito esquecer que a promoção é
ocorrência natural e eleva-nos de nível, mas promoção realmente aparece
tão-só quando nos melhoramos conquistando degraus acima.

A rigor, porém, urge reconhecer que nos achamos agora precisamente
no ponto e no posto em que nos é possível produzir mais e melhor. A certeza
disso nos fortalece a noção de responsabilidade, porquanto, cientes de que a
Eterna Sabedoria nos permitiu desempenhar os encargos pelos quais
respondemos perante os outros, podemos centralizar atenção e força, onde
estivermos, para doar o máximo de nós mesmos, na máquina social de que somos
peças.

Quando te ocorrer o pensamento de que deverias ocupar outro ângulo
no campo da atividade terrestre, asserena o coração e continua fiel aos
deveres que as circunstâncias te preceituem, reconhecendo que, em cada dia,
estamos na posição em que a Bondade de Deus conta conosco para o bem geral.
Desse modo, para que as tuas horas se enriqueçam de paz eficiência, no setor
de ação que te cabe na Obra do Senhor, se trazes a consciência tranquila no
desempenho das próprias obrigações, é forçoso de capacites de que és hoje o
que és e te vês como te vês, no quadro em que te movimentas e na
apresentação com que te singularizas, porque é justamente como és, com quem
estás no lugar no lugar em que te situas e claramente como te encontras, que
o Senhor necessita de ti."

(“Alma e Coração”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

"TENTAÇÃO"


       "Somos tentados pelas forças exteriores da vida, segundo as nossas necessidades de purificação interna.
*
        Isso equivale a dizer que cada criatura sofre a tentação, conforme a natureza que lhe é própria.
*
        Qual acontece nos domínios da natureza em que o fogo não se alimenta de água, mas sim de combustível que se lhe afina ao modo de ser, no reino do espírito, cada um de nós entra em combinação apenas com as energias que se assemelhem às nossas.
*
        Assim é que renascemos, habitualmente, no plano físico, transportando conosco as deficiências individuais e os problemas domésticos que nos reclamam extinção ou ajustamento.
*
        Espíritos entregues à usura e à crueldade, em muitas circunstâncias, ressurgem no berço de ouro, experimentando, de novo, a tentação da sovinice e do orgulho de modo a superá-los e almas cristalizadas na revolta e na indisciplina quase sempre reaparecem nos lares empobrecidos, atravessando novamente a tentação do desespero e da delinquência para vencê-los suficientemente.
*
        Reunimo-nos através da família consanguínea, muitas vezes, com as nossas aversões mais profundas, para transformá-las em amor puro, ao preço de perdão e serviço, devotamento e renúncia, e, em todos os quadros da luta humana, somos defrontados por rudes provas que nos falam de perto às próprias necessidades, a fim de que, na sublime vitória sobre nós mesmos, saibamos buscar os cimos da vida.
*
        Não te creias simplesmente tentado pelos outros à descida ao despenhadeiro das trevas.
        Somos nós mesmos que, estendendo o fio do desejo, atraímos em nosso prejuízo ou em nosso favor as companhias que nos acrescentarão as forças para a queda nas sombras ou para a ascensão à Divina Luz."
(“Confia e segue”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 19 de junho de 2014

"ORAÇÃO E PACIÊNCIA"

“... e passou a noite, orando a Deus.”

       "Visitado pela agressividade gratuita dos atormentados, guarde-se na oração e na paciência.
       A oração lhe concederá inspiração e a paciência o tesouro do tempo para a indispensável compreensão do problema.
       Aturdido pelas nuvens das queixas e das lamentações que engendram perturbação e balbúrdia, busque a oração e a paciência.
       A oração lhe oferecerá a luz do discernimento e a paciência a diretriz para seguir confiante.
       Batido pela pusilanimidade e pela maledicência dos frívolos, requisite a oração e a paciência.
       Oração é equilíbrio; paciência, segurança.
       Vencido pela pertinácia dos maus, não esqueça da oração nem da paciência.
       A oração lhe doará  forças e a paciência, ânimo para reiniciar a jornada com otimismo.
       Instado ao abandono das tarefas pelo aparente triunfo do mal, volva à oração e à paciência.
       A oração sustenta na perseverança do ideal e a paciência faculta oportunidade para a reflexão.
       Imbuído dos ideais superiores da vida, saia da jactância da vaidade e demore-se na oração e na paciência.
       A oração é ponte para liga-lo ao Pai e a paciência é a estrada por onde você deambulará até lograr essa meta superior.
       Em qualquer circunstância: na vitória ou no fracasso, na paz ou no combate, entre amigos ou sitiado por adversários, jubiloso ou em lágrimas, recolha-se à oração e à paciência.
       A oração lhe abrirá a comporta mental para a inspiração, a paciência lhe dará os meios para guardar no imo a resposta divina.
       Orando, Jesus manteve direto contato com Deus.
       Paciente, superou todos os obstáculos e, apesar de abandonado, aparentemente vencido, atraiu todos ao Seu coração magnânimo."
(“Momentos de Decisão”, Marco Prisco/Divaldo Pereira Franco)

quarta-feira, 18 de junho de 2014

"AFLIÇÕES"

“Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições do
Cristo.” — (1ª EPÍSTOLA A PEDRO, capítulo 4, versículo 13.)


"É inegável que em vosso aprendizado terrestre atravessareis dias de inverno ríspido, em que será indispensável recorrer às provisões armazenadas no íntimo, nas colheitas dos dias de equilíbrio e abundância.
Contemplareis o mundo, na desilusão de amigos muito amados, como
templo em ruínas, sob os embates de tormenta cruel.
As esperanças feneceram distantes, os sonhos permanecem pisados pelos ingratos. Os afeiçoados desapareceram, uns pela indiferença, outros porque preferiram a integração no quadro dos interesses fugitivos do plano material.
Quando surgir um dia assim em vossos horizontes, compelindo-vos à
inquietação e à amargura, certo não vos será proibido chorar. Entretanto, é necessário não esquecerdes a divina companhia do Senhor Jesus.
Supondes, acaso, que o Mestre dos Mestres habita uma esfera inacessível ao pensamento dos homens? julgais, porventura, não receba o Salvador ingratidões e apodos, por parte das criaturas humanas, diariamente? Antes de conhecermos o alheio mal que nos aflige, Ele conhecia o nosso e sofria pelos nossos erros.
Não olvidemos, portanto, que, nas aflições, éimprescindível tomar-lhe a sublime companhia e prosseguir avante com a sua serenidade e seu bom ânimo."
("Caminho, Verdade e VIda", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 17 de junho de 2014

"AS VARAS DA VIDEIRA"

“Eu sou a videira, vós as varas.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 15,
versículo 5.)


"Jesus é o bem e o amor do princípio. Todas as noções generosas da Humanidade nasceram de sua divina influenciação. Com justiça, asseverou aos discípulos, nesta passagem do Evangelho de João, que seu espírito sublime representa a árvore da vida e seus seguidores sinceros as frondes promissoras, acrescentando que, fora do tronco, os galhos se secariam, caminhando para o fogo da purificação.
Sem o Cristo, sem a essência de sua grandeza, todas as obras humanas estão destinadas a perecer.
A ciência será frágil e pobre sem os valores da consciência, as escolas religiosas estarão condenadas, tão logo se afastem da verdade e do bem.
Infinita é a misericórdia de Jesus nos movimentos da vida planetária. No centro de toda expressão nobre da existência pulsa seu coração amoroso, repleto da seiva do perdão e da bondade.
Os homens são varas verdes da árvore gloriosa. Quando traem seus
deveres, secam-se porque se afastam da seiva, rolam ao chão dos
desenganos, para que se purifiquem no fogo dos sofrimentos reparadores, a fim de serem novamente tomados por Jesus, à conta de sua misericórdia, para a renovação. É razoável, portanto, positivemos nossa fidelidade ao Divino Mestre, refletindo no elevado número de vezes em que nos ressecamos, no passado, apesar do imenso amor que nos sustenta em toda a vida."
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 16 de junho de 2014

"NOS CORAÇÕES"

"Recebei-nos em vossos corações." - Paulo (II Coríntios, 7:2).
 
"Os crentes e trabalhadores do Evangelho usam diversos meios para lhe fixarem as vantagens, mas raros lhe abrem as portas da vida.
 
As palavras de Paulo, de Pedro, de Mateus ou de João são comumente utilizadas em longos e porfiados duelos verbais, através de contendas inúteis, incapazes de produzir qualquer ação nobre. Recebem outros as advertências e luzes evangélicas, à maneira de negociantes ambiciosos, buscando convertê-las em fontes econômicas de grande vulto. Ainda outros procuram os avisos divinos, fazendo valer princípios egolátricos, em polêmicas laboriosas e infecundas.
 
No imenso conflito das interpretações dever-se-ia, porém, acatar o pedido de Paulo de Tarso em sua segunda epístola aos Coríntios.
 
O apóstolo da gentilidade roga para que ele e seus companheiros de ministério sejam recebidos nos corações.
 
Muito diversa surgirá a comunidade cristã, se os discípulos atenderem à solicitação.
 
Quando o aprendiz da Boa Nova receber a visita de Jesus e dos emissários divinos, no plano interno, então a discórdia e o sectarismo terão desaparecido do continente sublime da fé.
 
Em razão disso, meu amigo, ainda que a maioria dos irmãos de ideal conserve cerrada a porta íntima, faze o possível por não adiar a tranqüilidade própria.
 
Registra a lição do Evangelho no édito do ser. Não te descuides, relegando-a ao mundo externo, ao sabor da maledicência, da perturbação e do desentendimento. Abriga-a, dentro de ti, preservando a própria felicidade. Orna-te com o brilho que decorre de sua grandeza e o Céu comunicar-se-á com a Terra, através de teu coração."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 15 de junho de 2014

"ENTRE AS FORÇAS COMUNS"

"Indiscutivelmente a mediunidade, no aspecto em que a conhecemos a Terra, é a resultante de extrema sensibilidade magnética, embora, no fundo, estejamos informados de que os dons mediúnicos, em graus diversos, são recursos inerentes a todos.

Cada ser é portador de certas atividades e, por isso mesmo, é instrumento da vida.

A luz nasce da chama sem ser a chama.

O perfume vem da flor sem ser a flor.

A claridade do núcleo luminoso une-se a radiações do ambientes e o aroma da rosa mistura-se a emanações do meio, dando origem a variadas criações.

Assim também o pensamento invisível do homem associa-se no invisível pensamento das entidades espirituais que o assistem, estabelecendo múltiplas combinações, em benefício do trabalho de todos, na evolução geral.

Importa reconhecer, porém, que existem mentes reencarnadas, em condições especialíssimas, que oferecem qualidades excepcionais para os serviços de intercâmbio entre os vivos da carne e os vivos do Além. Nessas circunstâncias, identificamos os medianeiros adequados aos fenômenos de manifestação do espírito liberto, nos círculos de matéria mais densa.

Contudo, nem sempre os donos dessas energias são mensageiros da sublimação interior.

Na extensa comunidade de almas da Terra avultam, em maioria, as consciências ainda enfermiças, por moralmente endividadas com a Lei Divina; conseqüentemente, a maior pare das organizações medianímicas, no Planeta, não podem escapar a essa regra.

Mais de dois terços dos médiuns do mundo jazem, ainda, nas zonas de desequilíbrio espiritual, sintonizados com as inteligências invisíveis que lhes são afins. Reclamam, em razão disso, estudo e boa vontade no serviço do bem, a fim de retomarem a subida harmônica aos cimos da luz, assim como os cooperadores de qualquer instituição respeitável da Terra necessitam exercício constante no trabalho esposado para crescerem na competência e no crédito moral.

Ninguém se esqueça de que estamos assimilando incessantemente as energias mentais daqueles com quem nos colocamos em relação.

E, além disso, estamos sempre em contacto com o que podemos nomear como sendo “geradores específicos de pensamentos”. Através deles, outras inteligências atuam sobre a nossa.

Um livro, um laço afetivo, uma reunião ou uma palestra são geradores dessa classe. Aquilo que lemos, as pessoas que estimamos, as assembléias que contam conosco e aqueles que ouvimos influenciam decisivamente sobre nós.

Devemos ajudar a todos, mas precisamos selecionar os ingredientes de nossa alimentação mais íntima.

Certo, não podemos menosprezar o nosso irmão que se arrojou aos despenhadeiros do crime, constituído simples dever nosso o auxílio objetivo em favor do reajuste e soerguimento dele, todavia, não podemos absorver-lhe as amarguras e os remorsos, que se dirigem a natural extinção.

Visitaremos o enfermo, encorajando-o e levantando-lhe o bom ânimo, contudo, não será aconselhável adquirir-lhe as sensações desequilibrantes, que precisam desaparecer, tanto quanto os detritos de casa que nos cabe eliminar.

A obra da caridade tudo transforma em favor do bem.

A atitude é oração. E, pela atitude, mostramos a qualidade dos nossos desejos.

Os pensamentos honestos e nobres, sadios e generosos, belos e úteis, fraternos e amigos, são a garantia do auxílio positivo aos outros e a nós mesmos.

Quanto mais nos adiantamos na ciência do espírito, mais entendemos que a vida nos responde, de conformidade com as nossas indagações.

O princípio dos “semelhantes com os semelhantes” é indefectível em todos os planos do Universo.

Caminhamos no encontro de nós mesmos e, por isso, surpreendemos invariavelmente conosco aqueles que sentem com o nosso coração e pensam com a nossa cabeça.

Os médiuns, em qualquer região da vida, filtros que são de rogativas e respostas, precisam, pois, acordar para a realidade de que viveremos sempre em companhia daqueles que buscamos, de vez que, por toda parte, respiramos ajustados ao nosso campo de atração."
("Roteiro", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
 
 


 

sábado, 14 de junho de 2014

"BEM E MAL SOFRER"

"Quando Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, porque deles é o Reino dos Céus”, não se referia aos sofredores em geral, porque todos os que estão neste mundo sofrem, quer estejam num trono ou na miséria, mas ah!, poucos sofrem bem,  poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzir ao Reino de Deus. O desânimo é uma falta; Deus vos nega consolações, se não tiverdes coragem. A prece é um sustentáculo da alma, mas não é suficiente por si só: é necessário que se apóie numa fé ardente na bondade de Deus. Tendes ouvido freqüentemente que Ele não põe um fardo pesado em ombros frágeis. O fardo é proporcional às forças, como a recompensa será proporcional à resignação e à coragem. A recompensa será tanto mais esplendente, quanto mais penosa tiver sido a aflição. Mas essa recompensa deve ser merecida, e é por isso que a vida está cheia de tribulações.
            O militar que não é enviado à frente de batalha não fica satisfeito, porque o repouso no acampamento não lhe proporciona nenhuma promoção. Sede como o militar, e não aspires a um repouso que enfraqueceria o vosso corpo e entorpeceria a vossa alma. Ficai satisfeitos, quando Deus vos envia à luta. Essa luta não é o fogo das batalhas, mas as amarguras da vida, onde muitas vezes necessitamos de mais coragem que um combate sangrento, pois aquele que enfrenta firmemente o inimigo poderá cair sob o impacto de um sofrimento moral. O homem não recebe nenhuma recompensa por essa espécie de coragem, mas Deus lhe reserva os seus louros e um lugar glorioso. Quando vos atingir um motivo de dor ou de contrariedade, tratai de elevar-vos acima das circunstâncias. E quando chegardes a dominar os impulsos da impaciência, da cólera ou do desespero, dizei, com justa satisfação: “Eu fui o mais forte”!
            Bem-aventurados os aflitos, pode, portanto, ser assim traduzidos: Bem-aventurados os que têm a oportunidade de provar a sua fé, a sua firmeza, a sua perseverança e a submissão à vontade de Deus, porque eles terão centuplicado as alegrias que lhes faltam na Terra, e após o trabalho virá o repouso."
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)

sexta-feira, 13 de junho de 2014

"CORRIJAMOS AGORA"

 "Em plena vida espiritual, além do caminho estreito da carne, sempre realizamos o inventário de nossas aquisições no mundo.
          Em semelhantes ocasiões, invariavelmente nos escandalizamos à frente de nós mesmos e rogamos, então, à Divina Providência, a graça do retorno à matéria mais densa, sem as vantagens terrestres que nos serviram de perda.
          É por isso que renascemos no mundo com singulares inibições congeniais.
          Aqui é um cego que pediu a medicação da sombra para curar antigos desvarios da visão.
          Ali, é um surdo que solicitou o silêncio nos ouvidos, como bênção de reajuste da própria alma.
          Mais além, somos defrontados pelo leproso que implorou do Céu a vestimenta de feridas e aflições, como remédio purificador da personalidade transviada do verdadeiro bem.
          Mais adiante, encontramos o aleijado de nascença, que suplicou a mutilação natural por serviço valioso de auto corrigenda.
          Doenças e amarguras, dificuldades e dores são meios de que nos valemos para a justa reparação de nossa vida, em nós ou fora de nós.
          Atendamos ao aviso do Evangelho, no passo em que nos adverte o Senhor: “Caminhai, enquanto tendes luz”.
          Enquanto se vos concede no mundo a felicidade de permanência no corpo físico — templo de formação das nossas asas espirituais para a vida eterna — não procureis o escândalo, a distância de vosso círculo individual!
          Escandalizemos conosco, quando a nossa conduta estiver contrária aos princípios superiores que abraçamos.
          Estranhemos nossos pensamentos, nossas palavras e nossos atos, quando não se afinem com o Mestre da Cruz, cujo modele procuramos, e, assim, amanhã não teremos a lamentar maiores faltas, alcançando a vitória sobre nós mesmos, em paz com a nossa própria consciência, em plena Vida Imperecível que nos espera ante o Mestre e Senhor."

(Emmanuel, na obra “Família”, Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 12 de junho de 2014

"DIANTE DA CONSCIÊNCIA"

"A vontade do Criador, na essência, é, para nós, a atitude mais elevada que somos capazes de assumir, onde estivermos, em favor de todas as criaturas.
       Que vem a ser, porém, essa atitude mais elevada que estamos chamados a abraçar, diante dos outros? Sem dúvida, é a execução do dever que as leis do Eterno Bem nos preceituam para a felicidade geral,  conquanto o dever adquira especificações determinadas, na pauta das circunstâncias.
       Vejamos alguns dos nomes que o definem, nos lugares e condições em que somos levados a cumpri-lo:
       na conduta — sinceridade;
       no sentimento — limpeza;
       na ideia — elevação;
       na atividade — serviço
       no repouso — dignidade;
       na alegria — temperança;
       na dor — paciência;
       no lar — devotamento;
       na rua — gentileza;
       na profissão — diligência;
       no estudo — aplicação;
       no poder — liberalidade;
       na afeição — equilíbrio;
       na corrigenda — misericórdia;
       na ofensa — perdão;
       no direito — desprendimento;
       na obrigação — resgate;
       na posse — abnegação;
       na carência — conformidade;
       na tentação — resistência;
       na conversa — proveito;
       no ensino — demonstração;
       no conselho — exemplo;
       Em qualquer parte ou situação, não hesites quanto à atitude mais elevada a que nos achamos intimados pelos Propósitos Divinos, diante da consciência. Para encontrá-la, basta procures realizar o melhor de ti mesmo, a benefício dos outros, porquanto, onde e quando te esqueces de servir em auxílio ao próximo, aí surpreenderás a vontade de Deus que, sustentando o Bem de Todos, nos atende ao anseio de paz e felicidade, conforme a paz e a felicidade que oferecemos a cada um."

(Emmanuel, na obra “Estude e Viva”, Emmanuel e André Luiz, Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

quarta-feira, 11 de junho de 2014

"PALAVRAS DE ESTÍMULO"

"A experiência da dor e da soledade, cimentando os compromissos
da redenção a benefício nosso, é dádiva de Deus, que nos cumpre valorizar
sem qualquer amargura.
Não são os que fruem, nem os que se utilizam do corpo para o
prazer, os que transitam ditosos.
Houve tempo em que assim pensando -- usufruir até a exaustão --
utilizamo-nos da vida para os atuais processos de recuperação afligente...
Hoje, os teus são os compromissos com o amor silencioso e a
ação renovadora de espalhar a mensagem espírita quanto te permitam as
possibilidades, sem esquecimento das tarefas normais, nas quais tens
empenhado a existência.
Ora e serve, estuda e medita, sem cansaço, para servires sem
desfalecimento.
*
Se a árvore temesse a poda, decretar-se-ia à inutilidade
prematura...
Se os metais evitassem a fornalha, candidatar-se-iam ao
aniquilamento pelo desgaste ante a umidade...
Se o solo se negasse à chuva abundante, terminaria em deserto
infeliz...
É sempre a bigorna da aflição trabalhando hoje em dor, a fim
de evitar destruição amanhã pela dor.
*
Aproveita com sabedoria tuas horas e ganha os teus minutos na
ação edificante, sem pessimismo nem receio de qualquer porte.
Os espinhos do passado, cravados nas carnes da alma,
abrir-se-ão em flores de paz, mais tarde.
Quando a fonte generosa tem os minadouros esgotados, diz-lhe
a nuvem passante: "Espera!"
Quando o fruto verde estua, fala-lhe o sol amigo: "Espera!"
Quando o sofrimento domina, canta-lhe a fé: "Espera!"
Vem a chuva e a fonte se enriquece; o calor chega e o fruto
amadurece; a fé arde e o sofrimento pacifica...
Em nossa área de evolução tudo segue marcha equivalente.
Espera!
Transfere as tristezas da Terra e confia nas alegrias do
reino, desde hoje até mais tarde.
Não temas nunca!
A sós se encontra quem se afasta do amor de Deus e nem assim
este se detém em abandono.
Conserva o otimismo e ajuda os corações em agonia maior, tu
que sabes das agonias silenciosas do coração."

("Alerta", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)