quarta-feira, 30 de outubro de 2013

"ARADO"

“E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.” — (LUCAS, CAPÍTULO 9, VERSÍCULO 62.)


"Aqui, vemos Jesus utilizar na edificação do Reino Divino um dos mais belos símbolos.

Efetivamente, se desejasse, o Mestre criaria outras imagens. Poderia reportar-se às leis do mundo, aos deveres sociais, aos textos da profecia, mas prefere fixar o ensinamento em bases mais simples.

O arado é aparelho de todos os tempos. É pesado, demanda esforço de colaboração entre o homem e a máquina, provoca suor e cuidado e, sobretudo, fere a terra para que produza. Constrói o berço das sementeiras e, à sua passagem, o terreno cede para que a chuva, o sol e os adubos sejam convenientemente aproveitados.

É necessário, pois, que o discípulo sincero tome lições com o Divino Cultivador, abraçando-se ao arado da responsabilidade, na luta edificante, sem dele retirar as mãos, de modo a evitar prejuízos graves à “terra de si mesmo”.

Meditemos nas oportunidades perdidas, nas chuvas de misericórdia que caíram sobre nós e que se foram sem qualquer aproveitamento para nosso espírito, no sol de amor que nos vem vivifícando há muitos milênios, nos adubos preciosos que temos recusado, por preferirmos a ociosidade e a indiferença.

Examinemos tudo isto e reflitamos no símbolo de Jesus.

Um arado promete serviço, disciplina, aflição e cansaço; no entanto, não se deve esquecer que, depois dele, chegam semeaduras e colheitas, pães no prato e celeiros guarnecidos."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 29 de outubro de 2013

"SUPERCULTURA"

“   Graças te rendo, ó Pai, senhor dos Céus e da Terra, que por haveres ocultado estas cousas aos doutos e aos prudentes e por as teres revelado aos simples e pequeninos!” JESUS — MATEUS, II: 25.

“     Homens, por que vos queixais das calamidades que vós mesmos amontoastes sobre as vossas cabeças? Desprezastes a santa e divina moral do Cristo; não vos espanteis, pois, de que a taça da iniquidade haja transbordado de todos os lados.” — Cap. VII, 12.

            "Alfabetizar e instruir sempre.
            Se escola, a Humanidade se embaraçaria na selva, no entanto, é imperioso lembrar que as maiores calamidades da guerra procedem dos louros da inteligência sem educação espiritual.
            A intelectualidade requintada entretece lauréis à civilização, mas, por si só, não conseguiu até hoje, frenar o poder das trevas.
*
            A supercultura monumentalizou cidades imponentes e estabeleceu os engenhos que as arrasaram.
            Levantou embarcações que se alteiam como sendo palácios flutuantes e criou o torpedo que as põe a pique.
            Estruturou asas metálicas poderosas que, em tempo breve, transportam o homem, através de todos os continentes e aprumou o bombardeiro que lhe destrói a casa.
            Articulou máquinas que patrocinam o bem-estar no reduto doméstico e não impede a obsessão que, comumente, decorre do ócio demasiado.
            Organizou hospitais eficientes e, de quando a quando, lhe superlota as mínimas dependências com os mutilados e feridos, enfileirados por ela própria, nas lutas do extermínio.
            Alçou a cirurgia às inesperadas culminâncias e aprimorou as técnicas do aborto.
            E, ainda agora, realiza incursões a pleno espaço, nos albores da astronáutica, e examina do alto os processos mais seguros de efetuar aniquilamentos em massa pelo foguete balístico.
*
            Iluminemos o raciocínio sem descurar o sentimento.
            Burilemos o sentimento sem desprezar o raciocínio.
            O Espiritismo, restaurando o Cristianismo,  é universidade da alma. Nesse sentido, vale recordar que Jesus, o Mestre por excelência, nos ensinou, acima de tudo, a viver construindo para o bem e para a verdade, como a dizer-nos que a chama da cabeça não derrama a luz da felicidade sem o óleo do coração."
(“Livro da Esperança”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"SOMENTE A GRANDE VIDA MERECE A GRANDE MORTE"

"A transposição de plano, para a nossa mente, é muito morosa, considerando-se as necessidades da preparação que nos cabe, em face à Vida Superior.
            Somente a grande vida merece a grande morte.
***
            Além do corpo, não há liberação para quem não se liberta.
            O trabalho é desconhecido, para quem não trabalha.
            A vida abundante, em relação à qual tão claro foi Jesus nas lições da Boa-Nova, apenas se revela ao coração que se devotou à vida interna, na prática do bem desde aí.
***
            A união espiritual é uma luz somente para aquele que, ainda no corpo, a procura. A nossa esfera aqui é, sobretudo, de continuação ao que teve começo aí.
***
            No círculo físico, as possibilidades de iniciar ou reiniciar são imensas.  Aqui, porém, pelos menos nas atividades vizinhas à crosta planetária, a lembrança, a memória, e a ligação mental, impõem prosseguimento.
***
            Assim sendo, tudo aqui é sono ou semi-inconsciência para quem  não despertou  pelo trabalho ativo, na matéria densa; desagrado, para quem somente tratou de se agradar, no campo emocional menos construtivo, do corpo; angústia, para quem não exercitou a paciência, atenuando as próprias aflições; e desânimo ou perturbação, para quem não aceitou os benefícios da luta ou entravou a marcha dos que buscavam lidar e lutar com nobreza.
***
            Tudo lógico, vivo, natural. Nem poderia ser de outro modo.
            Se vocês não criaram interesses de elevação espiritual para a “Terra Próxima”, o domicílio do Além será menos interessante do que a “Terra de Agora” para vocês.
            É necessário reconhecer que se encontram armados, na arena corporal, para muitas e valiosas conquistas.
***
            Quem mais realizar com o bem, mais aquinhoado de dons divinos será fatalmente, pelas forças que o representam.
***
            Não se esqueçam de que pensamento e ação simbolizam sementeira e crescimento. Os dias se encarregam de amadurecer os frutos, de acordo com a nossa plantação."

(Neio Lúcio, na obra “Senda para Deus”, de Francisco Cândido Xavier – Autores diversos)
__._,_.___

domingo, 27 de outubro de 2013

"LEMA DE AMOR"


"Se anseias atingir os domínios da paz,
Não tentes posses vãs nem guardes sombra alguma:
Tristezas e aflições, de vez, uma por uma,
Remove do caminho e deixa para trás!

Ante golpes e ardis da estrada, mostra, em suma,
Toda a força do bem de que sejas capaz.
Em quando o mal te envolva ou fira vencê-lo-ás
Como o sol em silêncio extingue o frio e a bruma.

Desculpa a incompreensão e abençoa na vida
A boca que te beija e escarnece em seguida.
Aprimora por meta e ajuda por prazer...

Do apanágio da estrela à modéstia da escória,
Eis o lema de amor para a eterna vitória:
— Dar, servir, recompor, trabalhar e esquecer..."

(Adolfo Figueiredo, na obra “Sonetos de vida e luz”, de Waldo Vieira – Espíritos diversos)

sábado, 26 de outubro de 2013

"SOB LIMITES"


            "O dia pujante, marcha para o ocaso.
            O ano, de largos dias, não excede um minuto na ampulheta do tempo.
            A existência física, mesmo duradoura, não logra evitar a morte.
            Tudo, na Terra, são limites.
            Só a vida em plenitude permanece, mergulhando e liberando-se dos envoltórios transitórios de que se reveste, para as transformações e avanços na fatalidade da perfeição que busca e alcançará.
*
            Nunca te suponhas indene aos acontecimentos dos processos da evolução.
            Embrulha-te nos tecidos da humildade e avança, trabalhando sem cansaço.
            Conserva o otimismo em tuas realizações, mesmo quando os céus da tua experiência estejam nublados por espessas sombras de dificuldades.
            Quem receia agir no bem, entorpece as resistências da realização.
*
            A prepotência age para a loucura.
            A presunção atua para o desequilíbrio.
            Só o amor, calcado no interesse pelo próximo, logra produzir para a Vida.
*
            Instado a edificar o bem, onde estejas, não postergues a oportunidade.
            Não conseguindo o desiderato, evita lamentar o esforço despendido.
            A rosa aromatiza o ar; quantos se inebriam, preferem o aroma. Sê tu a rosa.
            Todos bendizem o ar balsâmico da Natureza que os refrigera e agrada. Sê tu a brisa abençoada.
            Na ambiência da tranquilidade, todos anelam por fruí-la. Sê tu quem a propicia.
            Melhor ensejar ventura do que gozá-la.
*
            Recorda Jesus, que tudo investiu em amor, para, mesmo sofrendo, ensinar o homem a ser feliz, não ultrapassando os deveres e submetendo-se, Ele, que é o nosso apoio às limitações do mundo, onde, por enquanto, nos encontramos a crescer e a evoluir."

(“Alerta”, Joanna de Ângelis/ Divaldo P. Franco)

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

"EVITAR O MAL E FAZER O BEM"

          “— Será suficiente não fazer o mal, para ser agradável a Deus e assegurar uma situação futura?
          “— Não, é preciso fazer o bem, no limite das próprias forças, pois cada um responderá por todo mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer.” (Pergunta 642, de “O Livro dos Espíritos” — Allan Kardec)

          "Acreditamos muitas vezes que para obtermos, no futuro, uma posição cômoda e tranquila nas paragens espirituais para onde iremos após a desencarnação, basta que não pratiquemos o mal. Sem dúvida, não vivenciar o mal é uma grande conquista da criatura humana, mas é pouco para quem realmente deseja encontrar a perfeição.
          Sugerem os Espíritos na questão acima que é sumamente interessante fazer o bem dentro do limite das nossas forças, isto é, com todos os esforços possíveis, significando dizer que não devemos nos limitar a algumas ações benéficas, mas desencadear todos os recursos que temos à disposição para exercitar o bem.
          E, com bastante definição, alertam para as consequências do mal que se originam do bem que não fizemos. Nesse ponto é que precisamos declinar maiores reflexões, pois a nossa omissão ou indiferença, poderão nos acarretar enormes prejuízos. Assim, quando temos a oportunidade de realizar alguma ação em favor do bem geral, jamais devemos perdê-la.
          Vivendo na Terra, a cada instante estamos diante de uma situação inusitada, diferente, requerendo decisões, e o rumo delas determinarão o reflexo que virá nos dias do porvir. Se foram boas, temos o retorno do bem; se ruins, a resposta expressará o mesmo conteúdo.
          Conhecendo então, essa insofismável realidade, a nossa opção definitiva será, inquestionavelmente, fazer o bem em nosso favor e em favor de todos aqueles que nos rodeiam, na qualidade de nossos familiares, amigos ou mesmo desconhecidos. Oportuno sempre será servir onde estivermos, dentro dos recursos que possuímos, como afirmam os Benfeitores da Humanidade, no limite das nossas forças.
          Então bastará uma olhada ao derredor e de imediato estaremos verificando onde devemos agir, para nos candidatarmos a fiéis seguidores do Cristo, pois ser cristão,  é, acima de tudo seguir Jesus, procurando, mesmo com dificuldades a vivência prática do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” e “fazei ao próximo exatamente aquilo que deseja para si mesmo”.
          E, à medida que caminhamos fazendo aquilo que é nobre, sublime e belo, aos poucos vamos apagando as tendências maléficas que ainda insistem em seguir nossos passos, entristecendo a nossa vida e pontilhando de problemas e dores os dias da nossa jornada.
          Assim, não nos limitemos a não fazer o mal, mas cuidemos de também realizar o bem, utilizando para tanto todas as possibilidades que a vida nos oferecerá, para que não venhamos a sofrer no futuro as consequências do bem que deixamos de fazer.
          Em nossa vida imitemos a fonte que serve sem parar, nunca exigindo nada, e a árvore que sofre o ataque do vento, a agressividade da poda e continua dando frutos.
          O bem direcionado ao próximo hoje, será o farol que iluminará nosso caminho amanhã."
(“Em busca da paz”, de Waldenir Ap. Cuin)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

"LÓGICA DA PROVIDÊNCIA"

“Depois que fostes iluminados, suportastes grande combate de aflições.”
– Paulo. (Hebreus, 10:32)

"Os cultivadores da fé sincera costumam ser indicados, no mundo, à conta de grandes sofredores.
Há mesmo quem afirme afastar-se deliberadamente dos círculos religiosos, temendo o contágio de padecimentos espirituais.
Os ímpios, os ignorantes e os fúteis exibem-se, espetacularmente, na via comum, através de traços bizarros da fantasia exterior; todavia, quando se abeiram das verdades celestes, antes de adquirirem acesso às alegrais permanentes da espiritualidade superior, atravessam grandes túneis de tristeza, abatimento e taciturnidade. O fenômeno, entretanto, é natural, porquanto haverá sempre ponderação após a loucura e remorso depois do desregramento.
O problema, contudo, abrange mais vasto círculo de esclarecimentos.
A misericórdia que se manifesta na justiça de Deus transcende à compreensão humana.
O Pai confere aos filhos ignorantes e transviados o direito às experiências mais fortes somente depois de serem iluminados. Só após aprenderem a ver com o espirito eterno é que a vida lhes oferece valores diferentes. Nascer-lhes-á nos corações, daí em  diante, a força indispensável ao triunfo no grande combate das aflições.
Os frívolos e oportunistas, não obstante as aparências, são habitualmente almas frágeis, quais galhos secos que se quebram ao primeiro golpe da ventania. Os espíritos nobres, que suportam as tormentas do caminho terrestre, sabem disto. Só a luz espiritual garante o êxito das provações.
Ninguém concede a responsabilidade de um barco, cheio de preocupações e perigos, a simples crianças."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

"GUARDAI-VOS"


“Estes, porém, dizem mal do que ignoram; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem.” — (Judas, 10)

 "Em todos os lugares, encontramos pessoas sempre dispostas ao comentário desairoso e ingrato relativamente ao que não sabem.  Almas levianas e inconstantes, não dominam os movimentos da vida, permanecendo subjugadas pela própria inconsciência.

 E são essas justamente aquelas que, em suas manifestações instintivas, se portam, no que sabem, como irracionais.  Sua ação particular costuma corromper os assuntos mais sagrados, insultar as intenções mais generosas e ridiculizar os feitos mais nobres.

 Guardai-vos das atitudes dos murmuradores irresponsáveis.

 Concedeu-nos o Cristo a luz do Evangelho, para que nossa análise não esteja fria e obscura.  O conhecimento com Jesus é a claridade transformadora da vida, conferindo-nos o dom de entender a mensagem viva de cada ser e a significação de cada coisa, no caminho infinito.

 Somente os que ajuízam, acerca da ignorância própria, respeitando o domínio das circunstâncias que desconhecem, são capazes de produzir frutos de perfeição com as dádivas de Deus que já possuem."
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

"A OBESIDADE DIANTE DA OBSESSÃO, DO VAMPIRISMO E DA AUTO-OBSESSÃO'

"No Brasil, as doenças relacionadas à obesidade custam aos cofres públicos quase 500 milhões de reais, anualmente, segundo levantamento realizado pela UnB – Universidade de Brasília. Outra Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2009 assinalou que 21,7% dos brasileiros, na faixa etária entre 10 e 19 anos, apresentam obesidade. Ao todo, há quase 15 milhões de brasileiros rechonchudos. O número equivale a quase metade dos gordos existentes nos Estados Unidos. (1)

Estamos perante uma epidemia mundial. O governo de Dubai (Emirados Árabes Unidos) está oferecendo ouro (isso mesmo, ouro!) como recompensa para incentivar as pessoas a perderem peso e levarem um estilo de vida mais saudável. Para cada quilograma perdido, os participantes receberão um grama de ouro, que atualmente vale em torno de quarenta e cinco dólares (cerca de cem reais), mas para receber o prêmio é necessário perder no mínimo dois quilogramas. O programa de governo árabe reflete o aumento da preocupação das autoridades dos países do Golfo Pérsico com a taxa crescente de obesidade da população devido à vida sedentária e consumo descomunal de alimentos fast-food. (2)

Pesquisando aqui e alhures sobre a “obesidade”, esbarramos com alguns textos curiosos, que inobstante excêntricos, revelaram-se atraentes. A exemplo do texto de Andrew Oitke, um suposto catedrático de Antropologia, em Harvard, que teria divulgado o livro “Mental Obesity” (!?)…(3), que segundo os leitores, tem insurgido contra as áreas da educação, jornalismo e relações sociais em geral. 

O hipotético livro “Obesidade mental” consigna, dentre outros incisivos contextos, que décadas atrás a humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por causa da alimentação desregrada. Todavia, e poucos se dão conta, há abusos no campo da informação e conhecimento que estão criando problemas tão ou mais sérios que adiposidade física.

A sociedade está mais empanturrada de preconceitos que de gorduras protéicas; mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono. Os cozinheiros desta volumosa “fast food” intelectual são os jornalistas e colunistas, os editores da informação e filósofos, os romancistas e diretores de cinema. Nessas dantescas perversões alimentares, os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os pudins da imaginação. Com uma “alimentação intelectual” tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que as pessoas nunca consigam uma vida saudável e equilibrada depois de ingeri-la.

Notemos: um jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. A informação das pessoas aumentou, mas é um conjunto de banalidades. Não é surpresa que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a educação abandonada, a cultura banalizada, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia. Floresce a pornografia, a arrogância, a imitação, a insipidez, o egoísmo. O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos. Cremos que a sociedade precisa menos de passeatas, reformas, desenvolvimento, progressos do que de dieta mental.

Voltemos ao tema. A obesidade é uma doença crônica, grave, de custos elevados em todas as áreas da existência humana – individual e social. Especialmente a do tipo visceral está associada ao diabetes mellitus e a doenças coronarianas em homens e em mulheres. Os níveis crescentes de sobrepeso estão associados à incidência aumentada de alterações endócrincas, artrite de mãos e joelhos, doenças de vesícula biliar, apneia do sono, alterações dos lipídeos sanguíneos, alterações da coagulação e alguns tipos de neoplasias, como câncer de mama e de endométrio em mulheres, e câncer de cólon em homens.

Do ponto de vista espírita, cremos que a obesidade pode decorrer de fatores genéticos preponderantes e até mesmo das influências de espíritos vingativos. Embora a obesidade não seja classificada como um transtorno psiquiátrico, entendemos que a extensão dos efeitos da obsessão pertinaz (vampirismo) pode induzir a transtornos psíquicos levando o obsedado à ingestão exagerada de alimentos e acentuar-lhe os problemas emocionais (ansiedade, temores e fobias).
Allan Kardec, em o Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 28, define obsessão como sendo a “ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo.” (4) A obsessão é sempre um processo mantido, contínuo, persistente em que as forças em demanda estão se afrontando num processo bem estabelecido. O obsessor estará atuando sobre o encarnado em alguns flancos: mente a mente, através da constrição mental; perispírito a períspirito, através do envolvimento fluídico que poderá levar o corpo físico a degenerar.

Comer exageradamente pode induzir alguém à obsessão (vampirismo). A gula pode ser matriz de obsessão relacionada à satisfação de vícios e paixões. “Vampiro”, na definição de André Luiz, “é toda entidade ociosa que se vale indevidamente das energias alheias”. (5) A vampirização ocorre através de espíritos corrompidos, apegados a certas emoções materializadas, quando se aproximam dos encarnados, portadores dos mesmos vícios, para sugarem as suas emanações vitais. Destarte, a atitude de fumar, beber em excesso, falar mal dos outros (maledicência), da agressividade, da avareza, da sensualidade, da ingestão exagerada de alimento poderá estabelecer vínculos com entidades vampirizadoras, sugadoras das energias essenciais do obsedado.

Há ainda as obsessões anímicas, que são causadas por uma influência mórbida residente na mente do próprio paciente. Por causa de vícios de comportamento, ele cultiva de forma doentia pensamentos que causam desequilíbrio em sua área emocional. Muitas tendências auto-obsessivas são provenientes de experiências infelizes ligadas a vidas passadas. Angústia, depressão, mania de perseguição ou carências inexplicadas podem fazer parte de processos auto-obsessivos.

O auto-obsediado costuma fechar-se em seus pensamentos negativos e não encontra forças para sair dessa situação constrangedora. Esse posicionamento mental atrai Espíritos vingativos que, sintonizados na mesma faixa psíquica, agravam a situação. Não podemos olvidar que a imprudência e o ócio se responsabilizam por múltiplas enfermidades, como sejam obesidade, os desastres circulatórios provenientes da gula, as infecções tomadas à carência de higiene, os desequilíbrios nervosos nascidos da toxicomania e a exaustão decorrente de excessos vários. De modo geral, porém, a etiologia das moléstias perduráveis que afligem o corpo físico e o dilaceram guarda no corpo espiritual uma das suas matrizes."

Jorge Hessen

http://aluznamente.com.br

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

"MANTENDO A SERENIDADE"

  "Consideremos que existem atitudes e assuntos que preservam o equilíbrio e a serenidade do grupo de criaturas a que pertençamos na Terra, como já se dispõe no mundo de vacinas diversas que  fazem a defesa da saúde humana.
-x-
        Sabemos que nada sucede sem permissão da Divina Providência, mas todos somos chamados a cooperar com a Providência Divina que nos consente a liberdade de atuar nos acontecimentos do cotidiano, em nossa condição de espíritos responsáveis.
-x-
        Saibamos arredar da nossa influência pessoal o que seja claramente desnecessário à sustentação da paz no campo dos outros.
-x-
        Se ouviste algum apontamento desagradável, ao redor de pessoa determinada, assume a função de extintor do comentário infeliz, porque a transmissão de conhecimento  desse naipe não tem qualquer significação construtiva.
-x-
        Diante de um amigo, que se queixa desse ou daquele parente, não comuniques ao parente acusado o desabafo havido, porque apenas agravarias uma guerra familiar que adia indefinidamente a comunhão daqueles que nascem nos mesmos laços de consanguinidade para o aprendizado da união fraternal.
-x-
        Não dramatizes os próprios problemas, para não difundir impressões exageradas de temas negativos, capazes de prejudicar a muita gente.
-x-
        Abstém-te de vaticinar calamidades que provavelmente jamais aconteçam.
-x-
        Protege-te contra o veneno dos boatos, aprendendo a ouvi-los e esquecê-los.
-x-
        Se tiveres algum pressentimento ou algum sonho, vislumbrando ocorrências infelizes, silencia e ora pela paz dos que estejam incluídos em tuas impressões, porque a Espiritualidade Maior te permite esses informes imprecisos para que ajudes a atenuar o mal ou extingui-lo e não para que lhe favoreças a expansão.
-x-
        Recorda: em muitos lances difíceis da vida, a serenidade dos outros depende exclusivamente de nós."
-x-x-
(“Calma”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 20 de outubro de 2013

"ESPERANÇA SEMPRE"

"Ninguém sem esperança. Ninguém sem Deus.
        Contempla o Céu, nos dias em que a sombra te invada o coração, e pensa na inalterabilidade  do Amor Infinito que verte  do Criador para todas as criaturas.
*
        O mesmo Sol que te aquece e nutre é aquele mesmo Sol que nutriu e aqueceu bilhões de criaturas, na Terra, no curso dos séculos incessantes..
        Quase todas as estrelas que hoje se te descerram aos olhos são as mesmas que acompanharam os homens, na queda e no levantamento de civilizações numerosas.
        Reflete nisso e não te deixes arrasar pelas aflições transitórias que te visitam com fins regenerativos ou edificantes.
*
        É provável que tribulações diversas te sigam no encalço.
        Aguentas incompreensões e dificuldades em conta própria; toleras lutas e problemas que não criaste; carregas compromissos e constrangimentos, a fim de auxiliar aos entes queridos; ou erraste, talvez, e sofres as consequências das próprias culpas.
 Não importa, entretanto, o problema, embora sempre nos pesem as responsabilidades assumidas, quaisquer que sejam. Desliga-te, porém, de pessimismo e desânimo, recordando que a vida, ¾ mesmo na vida que desfrutas, ¾ em suas origens profundas, não é obra de tuas mãos.
 O poder que te dotou de movimento, que te desenvolveu as percepções, que te induziu ao impulso irresistível do amor e que te acendeu no pensamento à luz do raciocínio, guarda recursos suficientes para retificar-te, suplementar-te as energias, amparar-te na solução de quaisquer empresas difíceis ou reaver-te de qualquer precipício, onde hajas caído, em desfavor de ti mesmo. Esse mesmo poder da vida que regenera  o verme contundido e reajusta as árvores podadas nunca te relegaria à sombra da indiferença. Entretanto, para que lhe assimiles o apoio plenamente, é imperioso te integres no sistema do trabalho no bem de todos, sem te renderes à inutilidade ou à deserção.
Lembra-te de que o verme ferido e as árvores dilaceradas se refazem por permanecerem fiéis ao trabalho que a sabedoria da vida lhes conferiu pela natureza.
Recordemos isso e seja de que espécie for a provação que te amargue as horas, continua trabalhando na sustentação do bem geral, porquanto se te ajustas ao privilégio de servir, seja qual seja a prova em que te encontras, reconhecerás, para logo, que o amor é um sol a brilhar para todos e que ninguém existe sem esperança e sem Deus."
(“Mãos Unidas”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 19 de outubro de 2013

"PROGRAMA PARA PERDOAR"

"... Perdoai e sereis perdoados.” (Lucas – 6:37)


"Esforce-se para impedir que a ofensa se converta em mágoa.

Silencie o sucesso infeliz em que se viu envolvido.

Acautele-se, face aos comentários que lhe tragam os maledicentes e os levianos.

Reflita, maduramente, valorizando o ensejo e retirando proveito da lição que o alcança em forma de sofrimento.

Se você é inocente, exulte. Se é culpado, tranquilize-se diante do pagamento.

Não fique remoendo, mentalmente, o acontecido.

Pense na hipótese de o seu agressor estar enfermo.

A posição da vítima é sempre melhor.

Enseje ao desafeto oportunidade para a reparação e o retorno.

Se tudo estiver, aparentemente, contra você, fiscalizado por uns, perseguido por outros, mantenha inalterada sua confiança em Deus, que tudo sabe.

Desgraça verdadeira é perseguir, inquietar, comprazer-se na dor alheia, envenenar-se com o azedume e a cólera.

Perdoando, você estará sempre em paz, podendo auferir mais tarde as vantagens de haver sido enganado, perseguido ou ultrajado, com o espírito livre de outros débitos, de que, então, se encontrará liberado."


("Momentos de Decisão", Marco Prisco/ Divaldo Franco)

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

"No teu local de trabalho..."


          "No teu local de trabalho descobrirás, talvez, conspiradores da tua paz.
        O mundo é uma arena ampliada, e as pessoas desprevenidas, ao invés de se amarem  umas às outras, armam-se umas contra as outras.
        Em algumas circunstâncias tornam-se feras inconscientes que apenas reagem, sempre assumindo posturas inadequadas à
sua situação de humanidade, buscando tomar o lugar dos outros, derrubar, ver sofrer...
        Evita essa competição criminosa, essa disputa desequilibradora, atuando com retidão e consciência.
        A tua parte ninguém tomará, nem o teu mérito calúnia alguma ofuscará.
        Age, pois, com correção e fica tranquilo."

(“Vida Feliz”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

"NO ESPLENDOR DO BEM"

"Abre o coração à luz do bem para que a luz do bem te clareie o caminho.

Qualquer criatura afeita à dominação no mundo enriquecer-se-a de ouro, mas somente aqueles que se entreguem à inspiração da bondade conseguem enriquecer o ouro terrestre da alegria e de luz.

No entanto, para que possamos realizar semelhante operação na química do espírito, é imperioso que a fraternidade infatigável nos aconselhe, orientando-nos a jornada.

Por isso mesmo, na exaltação da solidariedade, é necessário que nossa alma incorpore a si mesma a humildade e o amor, para que os nossos gestos consigam frutescer em talentos de felicidade real.

A moeda guardada no arquivo da sovinice cria a aflição e a intranqüilidade nas mãos que a sepultam no cofre do exclusivismo, mas aquela que se transforma na gota de leite para a criança subnutrida ou no remédio adequado para o doente é bênção de paz em apoio daqueles que a distribuem.

Dá-te ao trabalho constante em que o suor se te converta na fortuna indispensável a quantos te partilham a marcha, certificando-te de que a vida vitoriosa é aquela que oferece curso livre à distribuição dos valores da experiência e do amor ao próximo, a fim de que a saúde e a higiene, a educação e o conforto, o humanitarismo e a compreensão se façam patrimônio comum a todos os que cercam.

Recorda que a lama cultivada produz o pão que alimenta e não olvides que o espinheiro, em pleno deserto, com a simples visita do orvalho se veste com a flor que perfuma.

Onde estiveres, ampara e auxilia sempre, recordando Jesus, que, sem uma pedra onde repousar a cabeça, confiou-nos a todos o próprio coração, em forma de renúncia, no serviço incessante, enriquecendo-nos de paz e amor, ante a Vida Imperecível."


("Reconforto", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

"GUARDEMOS O ENSINO"

“Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos.” – Jesus. (LUCAS, 9:44.)


"Muitos escutam a palavra do Cristo, entretanto, muito poucos são os que colocam a lição nos ouvidos.

Não se trata de registrar meros vocábulos e sim fixar apontamentos que devem palpitar no livro do coração.

Não se reportava Jesus à letra morta, mas ao verbo criador.

Os círculos doutrinários do Cristianismo estão repletos de aprendizes que não sabem atender a esse apelo. Comparecem às atividades espirituais, sintonizando a mente com todas as inquietações inferiores, menos com o Espírito do Cristo.

Dobram joelhos, repetem fórmulas verbalistas, concentram-se em si mesmos, todavia, no fundo, atuam em esfera distante do serviço justo.

A maioria não pretende ouvir o Senhor e, sim, falar ao Senhor, qual se Jesus desempenhasse simples função de pajem subordinado aos caprichos de cada um.

São alunos que procuram subverter a ordem escolar.

Pronunciam longas orações, gritam protestos, alinhavam promessas que não podem cumprir.
Não estimam ensinamentos. Formulam imposições.

E, à maneira de loucos, buscam agir em nome do Cristo.

Os resultados não se fazem esperar. O fracasso e a desilusão, a esterilidade e a dor vão chegando devagarinho, acordando a alma dormente para as realidades eternas.

Não poucos se revoltam, desencantados …
Não se queixem, contudo, senão de si mesmos.
“Ponde minhas palavras em vossos ouvidos”, disse Jesus.

O próprio vento possui uma direção. Teria, pois, o Divino Mestre transmitido alguma lição, ao acaso?"
 
 
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

"RUMO PERDIDO"

"Contempla a imensa caravana dos indivíduos que perderam a direção de si mesmos e malbaratam a oportunidade de que dispõem para ser felizes.

Alguns extraviaram-se nos desvios da jornada, optando pelas veredas desconhecidas das fantasias e do prazer sem o correspondente contributo da responsabilidade.

Outros renasceram assinalados pela culpa e fixados aos erros, experimentando os tormentosos conflitos de inferioridade ou de narcisismo, fugindo das estradas luminosas dos deveres e procurando esconder-se nos lôbregos antros dos vícios em que chafurdam.

Número incontrolável deles transita hebetado, sem ideal nem interesse pelos valores que dão sentido à existência física.

Com esgares, que lhes substituem os sorrisos do encantamento perdido, seguem sem rumo para lugar nenhum, solitários ou em grupos horrendos, onde escondem as mazelas...

Sequer experimentaram os júbilos naturais da existência, porque foram empurrados com violência para o fosso onde derrearam...

As suas expressões faciais traduzem as batalhas internas que são travadas nas paisagens do medo ou da revolta, das ambições desarvoradas ou dos desencantos, fazendo-os sucumbir.

A sociedade desatenta e preconceituosa, na sua condição de órgão humano coletivo, ao invés de buscar arrancá-los da deplorável situação que se permitiram ficar, evita-os, ignorando-lhes as dores acerbas.

Sem resistências morais, que advêm das experiências dignificadoras, eles facilmente desistem das tentativas de soerguimento, naufragando no paul da indiferença que os amortalha.

Número maior do que se pensa, constrói, embora inconscientemente, o submundo moral, onde se homiziam, formando as multidões de caminhantes sem roteiro, que pesam na economia moral do planeta...

Perseguidos por milicianos cruéis, irresponsáveis que são, porque também agridem-se como hienas famélicas, são açoitados, de um para outro lado empurrados e perseguidos...

Detêm-se a observar na claridade do dia, mas principalmente nas sombras pesadas da noite, esses seres que se desumanizam e, como fantasmas, espiam com receio ou com mágoa os transeuntes que lhes parecem ditosos.

Invejam as aparências dos afortunados, conforme pensam, e porque somente recebem as migalhas que lhes são atiradas com desprezo, odeiam-nos.

Não fiques insensível ante os numerosos membros da caravana dos tristes e vencidos.

Todos eles são teus irmãos!

Não tiveram a mesma oportunidade que desfrutas, assinalados pelos delitos transatos de cujas conseqüências não se têm podido evadir.

Mas, assim mesmo, são teus irmãos necessitados de compaixão, de ensejo,de um lugar ao sol.

Afirmas, em mecanismo de fuga da responsabilidade, que nada podes fazer, que são muitos e não dispões daquilo que lhes é indispensável.

Essa é uma vão justificativa, que deves corrigir quanto antes, já que te luz a ocasião para ajudá-los.

Renasceste para construir o mundo melhor.

Desarma-te em relação aos agressores, aos sofredores, aos trânsfugas do dever, e ama-os.

Abre-lhes o coração, irradiando ternura e fraternidade.

Faculta-lhes amizade, ofertando-lhes a face em sorrisos, ao invés da carantonha de reproche ou de mágoa.

Fala-lhes sem preconceito, não os excluindo dos teus relacionamentos, quanto te buscarem.

O mínimo que lhes concedas é de grande significado para a sua carência imensa.

Recorda que o oceano é constituído de gotículas d´agua, da mesma forma que os areais quase infinitos se formam com pequeninos grãos de terra...

Se direcionares a tua mente no rumo deles, enviando-lhes mensagens de compaixão, diminuir-lhes-ás a miséria moral, contribuindo para o seu soerguimento, pois que sempre há possibilidades de êxito.

Sabes que o processo de evolução ocorre sem grandes saltos, mas passo a passo.

Sê tu quem dê esse primeiro passo na direção daqueles que já não sabem caminhar.

Mentalmente, coloca-te no lugar de algum deles, e pensa quanto gostarias de receber de quem se encontrasse em melhor situação. Faze, então, o que anelarias que te fizessem.

A caravana dos espíritos sem rumo não se restringe apenas aos deambulantes carnais, mas também aos desencarnados em aflição.

Não se deram conta de que o fenômeno da morte retirou-os das roupagens carnais.

Ignorando a realidade da vida exuberante, apegam-se aos despojos em desagregação e enlouquecem-se sem entender a ocorrência.

Ajuda-os com a tua oração, com a emissão de ondas mentais de simpatia e de solidariedade.

Algum dia, no passado, estiveste em situação afligente como a que eles hoje sofrem, e foste recolhido pelas mãos sublimes do amor, que foram distendidas na tua direção.

A proposta soberana da vida é fazer por outrem tudo quanto se gostaria que lhe fosse oferecido.

Como te encontras no rumo certo, buscando a luz da Inefável Misericórdia, assinala a tua passagem pela Terra deixando pegadas, como se fossem pequeninas estrelas fulgindo no solo, para apontar o caminho àqueles que seguem na retaguarda.

Não te canses de auxiliar, nem te irrites com os esfaimados de pão, de paz e, principalmente, de amor.

As alegrias que recolhas junto aos padecentes do caminho fortalecer-te-ão para facultar-te tentames mais audaciosos no futuro.

O mundo atual encontra-se constituído pelas ações que foram realizadas no passado, abrindo as portas para o futuro enriquecido de plenitude, quando todos os seres encontrarão e seguirão o rumo de Jesus."
(Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 20.8.2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia)

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

"SOLIDADRIEDADE"

"Benditos aguilhões da vida que nos impulsionam para a frente.

A forja da provação funciona para todos.

Hoje um de nós, amanhã outro de nós.

Doemos nossas mãos em solidariedade fraternal.

Amparemo-nos.

Uma planta, por mais preciosa, está exposta no campo à influência dos parasitas que, por vezes, lhe ameaçam as melhores possibilidades.

Somos uns pelos outros.

Pertencemo-nos.

Estendamos nossos braços aos companheiros em necessidade.

E, quanto ao mais, avancemos."
 
 
("Mais Luz", Batuíra/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 13 de outubro de 2013

"DA RECLAMAÇÃO: A PETIÇÃO DE JESUS"

"E Jesus, retido por deveres constrangedores, junto da multidão, em Cafarnaum, falou a Simão, num gesto de bênção:

- Vai, Pedro! Peço-te! Vai à casa de Jeremias, o curtidor, para ajudar. Sara, a filha dele, prostrada no leito, tem a cabeça conturbada e o corpo abatido. Vai sem delonga, ora ao lado dela, e o Pai, a quem rogamos apoio, socorrerá a doente por tuas mãos.

Na manhã ensolarada, pôs-se o discípulo em marcha, entusiasmado e sorridente com a perspectiva de servir. À tarde, quando o sol cedia as últimas posições à sombra noturna, vinha de retorno enunciando inquietação e pesar no rosto áspero.

-Ah! Senhor! - disse ao Mestre que lhe escutava os apontamentos - todo esforço baldado, tudo em vão!.

-Como assim?

E o apóstolo explicou amargamente, qual se fora um odre de fel a derramar-se:

-A casa de Jeremias é um antro de perdição. Antes fosse um pasto selvagem. O abastado curtidor é um homem que ajuntou dinheiro, a fim de corromper-se. De entrada, dei com ele bebericando vinho num paiol, a cuja porta bati, na esperança de obter informações para demandar o recinto doméstico. Não parecia um patriarca e sim um gozador desavergonhado. Sentava-se na palha de trigo e, de momento a momento, colava os lábios ao gargalo de pesada botelha, desferindo gargalhadas, ao pé de serva bonita e jovem, que se refestelava no chão, positivamente embriagada. Ao receber-me, começou perguntando quantos piolhos trago à cabeça e acabou mandando-me ao primogênito. Saí à procura de Zoar, o filho mais idoso, e o achei, enfurecido, no jogo de dados em que perdia largas somas para conhecido traficante de Jope. Acolheu-me aos berros, explicando que a sorte da irmã não lhe despertava o menor interesse. Por fim, expulsou-me aos coices, dando a idéia de uma besta-fera solta no campo. Afastava-me, apressado, quando esbarrei com a dona da casa. Dei-lhe a razão de minha presença; contudo, antes de atender-me, passou a espancar esquelética menina, alegando que a criança lhe havia surrupiado um figo, enquanto a pequena chorosa tentava esclarecer que a fruta havia sido devorada por galos de estimação. Somente após ensangüentar a vítima, resolveu a megera designar o aposento em que poderia avistar-me com a filha enferma...

Ante o olhar melancólico do ouvinte, o discípulo prosseguiu:

- A dificuldade, porém, não ficou nisso... Visivelmente transtornada por bagatela, a velha sovina errou na indicação, pois entrei numa alcova estreita, onde fui defrontada por Josué, o filho mais moço do curtidor, que mergulhava a mão num cofre de jóias. Desagradavelmente surpreendido, fêz-se amarelo de raiva, acreditando decerto que eu não passava de alguém a serviço da família, a fim de espionar-lhe os movimentos. Quando ergueu o braço para esmurrar-me, supliquei-lhe considerasse a minha situação de visitante em missão de paz e socorro fraterno... Embora contrafeito, conduzindo-me ao quarto da irmã . Ah! Mestre, que tremenda desilusão!... Não duvido de que se trata de uma doente, mas, logo me viu, a estranha criatura se tornou inconveniente, articulando gestos indecorosos e pronunciando frases indignas... Não agüentei mais. Fugi, horrorizado, e regressei pelo mesmo caminho...

Observando que o Amigo Sublime se resguardava, triste e silencioso, volveu Simão, após comprido intervalo:

-Senhor, não fui, acaso, bastante claro? Porventura, não terei procurado cumprir-te honestamente os desejos? Seria justo, Mestre, pronunciar o nome de Deus, ali, entre vícios e deboche, avareza e obscenidade?

Jesus, porém, depois de fitar longamente o céu, a inflamar-se de lumes distantes, fixou no companheiro o olhar profundamente lúcido e exclamou com serenidade:

- Pedro, conheço Jeremias, a esposa e os filhos, há muito tempo!... Quando te incumbi de ir ao encontro deles, apenas te pedi para auxiliar!..."
("Idéias e Ilustrações, Irmão X/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 12 de outubro de 2013

"Quando considero a brevidade desta vida..."

UM ESPÍRITO PROTETOR
Cracóvia, 1861


            " Quando considero a brevidade da vida, causa-me dolorosa impressão a vossa incessante preocupação com os bens materiais, enquanto dedicais tão pouca importância e consagrais tão reduzido tempo ao aperfeiçoamento moral, que vos será levado em conta na eternidade. Seria de crer, ao ver-se a atividade que desenvolveis, tratar-se de uma questão da mais alta importância para a humanidade, quando, na verdade, trata-se quase sempre da satisfação das vossas necessidades exageradas, da vaidade, ou de vos entregardes aos excessos. Quantas penas, quantos cuidados e tormentos, quantas noites em claro, para aumentar uma fortuna freqüentemente mais que suficiente! O cúmulo do absurdo é ver-se, não raro, aqueles que tem um imoderado amor da fortuna e dos gozos que ela proporciona, sujeitarem-se a um trabalho penoso, vangloriarem-se de uma vida de sacrifício e merecimento, como se trabalhassem para os outros e não para si mesmos. Insensatos! Pensais que realmente vos serão levados em conta os cuidados e os esforços que o egoísmo, a cupidez ou o orgulho puseram em ação, enquanto esqueceis o vosso futuro, bem como os deveres de solidariedade fraterna, inerentes a todos os que desfrutam os benefícios da vida social? Pensastes apenas no vosso corpo. O seu bem-estar, os seus gozos, foram os objetos exclusivos da vossa egoísta solicitude. Por ele que morre, esquecestes o Espírito que viverá para sempre. Assim, esse amo, tão mimado e acariciado, tornou-se o vosso tirano; comanda o vosso Espírito, que se fez seu escravo. Seria esse o objetivo da existência que Deus vos concedeu?"
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

"LAVRADORES"

“O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.”
Paulo (II Timóteo, 2:6)


 "Há lavradores de toda classe.
Existem aqueles que compram o campo e exploram-no, através de rendeiros suarentos, sem nunca tocarem o solo com as próprias mãos.
Encontramos em muitos lugares os que relegam a enxada à ferrugem, cruzando os braços e imputando à chuva ou ao sol o fracasso da sementeira que não vigiam.
Somos defrontados por muitos que fiscalizam a plantação dos vizinhos, sem qualquer atenção para com os trabalhos que lhes dizem respeito.
Temos diversos que falam despropositadamente com referência a inutilidades mil, enquanto vermes destruidores aniquilam as flores frágeis.
Vemos numerosos acusando a terra como incapaz de qualquer produção, mas negando à gleba que lhes foi confiada a bênção da gota d’água e o socorro do adubo.
Observamos muitos que se dizem possuídos pela dor de cabeça, pelo resfriado ou pela indisposição e perdem a sublime oportunidade de semear.
A Natureza, no entanto, retribui a todos eles com o desengano, a dificuldade, a negação e o desapontamento.
Mas o agricultor que realmente trabalha, cedo recolhe a graça do celeiro farto.
E assim ocorre na lavoura do espírito.
Ninguém logrará o resultado excelente, sem esforçar-se, conferindo à obra do bem o melhor de si mesmo.
Paulo de Tarso, escrevendo numa época de senhores e escravos, de superficialidade e favoritismo, não nos diz que o semeador distinguido por César ou mais endinheirado seria o legítimo detentor da colheita, mas asseverou, com indiscutível acerto, que o lavrador dedicado às próprias obrigações será o primeiro a beneficiar-se com as vantagens do fruto."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)