"Há quem pergunte como servir à causa da
paz.
Semelhante tarefa não será privativa
daqueles que se encarregam da direção do Mundo?
A paz do Mundo, no entanto, é a soma de
todos os esforços das criaturas, nos domínios da
pacificação.
Reflitamos nisso e atendamos à nossa parte,
quanto se nos faça possível.
Deixa que a fonte do amor se te desate do
coração.
Acende no cérebro a luz do pensamento
reto.
Transforma o trabalho de cada dia num
cântico de bênçãos.
Observa os compromissos assumidos por leis
da própria consciência.
Transita nas vias do bem aos
semelhantes.
Respeito o tipo de existência que os outros
escolheram para si mesmos, como desejas que a tua própria vida seja
respeitada.
Ergue em ti um sinal vermelho para os
comentários infelizes.
Hospitaliza agressores e maldizentes em tua
clínica de orações.
Não desperdices a riqueza do tempo,
comprando remorso com queixas inúteis.
Veste a armadura da paciência para que
consigas agir e reagir construtivamente, onde te
encontres.
Instala a boa palavra nas estruturas
verbais que te manifestam.
Ouve com atenção, aguardando sem pressa a
tua vez de falar.
Não desconsideres pessoa
alguma.
Resguarda no arquivo da prece os obstáculos
e problemas que te desagradam, a fim de que não te destaques por motivo de
aflição nas estradas alheias.
Aceitas os outros tais quais são, sem o
propósito de corrigi-los ou aperfeiçoá-los à força.
Aprende com modéstia e ensina sem
exigência.
Auxilia sem cobrança.
Não solenizes as provações de que
necessitas para melhorar o próprio caminho.
Diante das ofensas, imuniza-te na
terapêutica do perdão.
Espera o momento propício destinado a
esclarecer o ponto difícil que haja surgido em teu relacionamento com os
demais.
Não exijas do próximo aquilo que o próximo
ainda não possui para dar.
Não mentalizes o mal com inquietações
imaginárias, e sim colabora na construção do melhor que deve
acontecer.
Serve sem dependurar algemas nos pulsos de
teus irmãos.
E, prosseguindo adiante, converter-te-ás em
coluna da segurança geral.
Em verdade, a Divina Providência não pede
para que te transformes, de imediato, numa estrela que dissipe as sombras da
perturbação onde assombras da perturbação estejam dormindo na Terra. O Céu
espera sejas, ainda hoje, onde estiveres, um recanto vivo da
paz."
(Emmanuel,
na obra “Diálogo dos Vivos”, Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires –
Espíritos diversos)