"Cada
alma, na escola da Terra, sob a abençoada cruz da carne, conduz consigo a cruz
invisível da prova, indispensável à elevação a que
aspira.
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Aqui,
vemos a cruz do ouro, impondo aos companheiros que a transportam, o círculo do
medo e da inquietação.
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Além,
observamos a cruz do poder, exigindo de quantos lhe detêm, a força de pesados
tributos de responsabilidade e sofrimento.
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Acolá, notamos a cruz da beleza física, atraindo apelos
inferiores.
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Mais
além, contemplamos a cruz da enfermidade, situando esperanças e sonhos no
labirinto da indagação e do desalento.
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Não
longe, vemos a cruz da carência material, induzindo muita gente à inércia e à
lamentação.
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Agora, observamos junto de nós a cruz da injustiça
aparente, tentando a criatura à reivindicações que a projetam em maiores
dificuldades.
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Mais
tarde, encontraremos a cruz das paixões, vergando ombros sensíveis e afetuosos,
reclamando-lhes o amargo imposto do desequilíbrio e das
lágrimas.
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Cada
criatura passa entre os homens algemada ao posto de graves obrigações, alusivas
ao progresso que lhe cabe alcançar.
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O
santo traz a cruz do sacrifício.
O
delinquente carrega a cruz do remorso.
O
melhor suporta o madeiro da liderança.
O mau
tolera o lenho da expiação regenerativa.
O
berçário é um viveiro de cruzes que se desenvolvem, pouco a pouco, no curso do
tempo, definindo-se cada qual delas, segundo as necessidades de cada
um.
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Naturalmente, não viverás sem o instrumento de dor e
luta que a existência terrestre te deu a transportar, mas se colocas o madeiro
do próprio aperfeiçoamento na direção do Cristo, seguindo após Ele, no Calvário
da Ressurreição, com amor e humildade, renúncia e perdão, guarda a certeza de
que os braços de tua cruz se converterão na morte, em asas de espiritualidade,
arrebatando-te do vale pantanoso da Terra para os topos resplandecentes do
Infinito."
(“Abrigo”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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