"Se a tua fé não vê ou ainda não viu
A presença da lágrima ou do
espinho
Para vencer nos lances do caminho,
Os perigos da marcha e as
surpresas da treva.
Se a tua fé não ouve ou ainda não ouviu,
Entre as
flores que leva
Desde o berço da crença até agora,
O insulto em que a
maldade se avigora,
A fim de que lhe dês,
Outra vez e outra vez,
O
apoio da paciência e a lição da bondade...
Se a tua fé não encontrou
ainda
Algo que a desagrade,
Na tarefa bem-vinda
Que te impele a servir
ao amor e á verdade.
Se a tua fé não teve ou ainda não tem
Ofensas a
perdoar e injúrias a esquecer,
No sublime dever
De amparar, socorrer ou
levantar alguém...
Se enfim, a tua fé não conheceu
Angústia ou
desabrigo,
Se ela não sofre ou ainda não sofreu
Golpes do orgulho
vão,
Escárnio, desafio, tentação,
Para que aprendas, coração
amigo,
Resistência e humildade,
A tua fé, portanto,
Não passa, por
enquanto,
De um sonho que não veio à realidade!...
Porque a fé verdadeira
Que redime e renova a Humanidade,
E vale, em tudo para a vida inteira,
A fé que tanto ama e anda de rastros
Quanto vibra e se eleva para os astros,
Fé valente e profunda,
Que inspira, exemplifica, ergue e fecunda,
Será sempre obtida na batalha,
Na Terra ou Mais Além,
No coração que luta ou se estraçalha
Para a glória do Bem."
("Coração e Vida", Maria Dolores/Francisco Cândido Xavier)
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