domingo, 30 de setembro de 2012
"ASPECTOS DA DOR"
"Os soluços de dor são compreensíveis até o ponto em que não atingem a fermentação da revolta, porque, depois disso, se convertem todos eles em censura infeliz aos planos do Céu.
A enfermidade jamais erra o endereço para suas visitas.
As lágrimas, em verdade, são iguais às palavras. Nenhuma existe destituída de significação.
Somente chega a entender a vida quem compreende a dor.
A evolução regula também o sofrimento das criaturas e nelas se evidencia mais superficial ou mais profunda, conforme o aprimoramento de cada uma.
Se você pretende vencer, não menospreza a possibilidade de amargar, algumas vezes, a aflição da derrota como lição no caminho para o triunfo.
Aprende melhor quem aceita a escola da provação, porquanto, sem ela, os valores da experiência permaneceriam ignorados.
A dor não provém de Deus, de vez que, segundo a Lei, ela é uma criação de quem a sofre."
(André Luiz, na obra "Estude e Viva", Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)
sábado, 29 de setembro de 2012
"DENTRO DA LUTA"
"Não peço para que os tires do mundo, mas que os livres do mal."
- Jesus. (João, 17:15).
Roga forças para suportá-la, com serenidade e heroísmo, a fim de
que lhe não percas as vantagens do contacto.
Não solicites o desaparecimento das pedras de teu caminho.
Insiste na recepção de pensamentos que te ajudem a aproveitá-las.
Não exijas a expulsão do adversário.
Pede recursos para a elevação de ti mesmo, a fim de que lhe
transformes os sentimentos.
Não supliques a extinção das dificuldades.
Procura meios de superá-las, assimilando-lhes lições.
Nada existe sem razão de ser.
A Sabedoria do Senhor não deixa margem à inutilidade.
O sofrimento tem a sua função preciosa nos planos da alma,
tanto quanto a tempestade tem o seu lugar importante na economia da natureza física.
A árvore, desde o nascimento, cresce e produz, vencendo resistências.
O corpo da criatura se desenvolve entre perigos de variada espécie.
Aceitemos o nosso dia de serviço, onde e como determine a Vontade
Sábia do Senhor.
Apresentando os discípulos ao Pai Celestial, disse o Mestre: - "Não
peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal."
A Terra tem a sua missão e a sua grandeza;
A árvore, desde o nascimento, cresce e produz, vencendo resistências.
O corpo da criatura se desenvolve entre perigos de variada espécie.
Aceitemos o nosso dia de serviço, onde e como determine a Vontade
Sábia do Senhor.
Apresentando os discípulos ao Pai Celestial, disse o Mestre: - "Não
peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal."
A Terra tem a sua missão e a sua grandeza;
libertemo-nos do mal que opera em nós próprios e receber-lhe-emos o amparo sublime,
convertendo-nos junto dela em agentes vivos do Abençoado Reino de Deus."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
"CADA MANHÃ"
"Cada manhã, volves ao corpo que te suporta a intemperança e recebes a bênção do sol que te convida ao trabalho, a palavra do amigo que te induz à esperança, o apoio constante da Natureza, o reencontro com os desafetos para que aprendas a convertê-los em laços de beleza e harmonia e, sobretudo, a graça de lutar por teu próprio aprimoramento, a fim de que o tempo te erga à vitória do Bem.
Desencorajar leve impulso do Bem é o mesmo que sufocar a semente que, divina e multiplicada, será, no caminho, a base de nosso pão.
Chora, mas constrói o melhor ao teu alcance.
Sofre, mas adianta-te no caminho.
Todos somos parcelas de imensa legião de trabalhadores em nome do Cristo, com o dever de cooperar incessantemente para que a harmonia e a felicidade se ergam na Terra, a benefício de todas as criaturas.
Ainda sim, no contexto geral das atividades, às vezes de sacrifício a que somos chamados, é indispensável compreender que podes e deves conquistar a tua própria paz, e que a tua própria paz depende, exclusivamente, de ti.
...Entretanto, existe a âncora que resiste a todas as ventanias da adversidade. Resguardando-te nessa defesa, não há desequilíbrio que te arraste fora do lugar e do dever que te competem.
Apega-te essa âncora e não temas, porque essa amarra bendita ao alcance de todos é, claramente, Jesus Cristo.
Por mais sofras, guarda a fé em Deus e segue adiante, no caminho que a vida te deu a trilhar.
A própria Natureza é um livro de confiança na Providência Divina."
("Caminho Iluminado", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
"CLAUDINO E A LAVOURA"
"Entre Barra do Piraí e a vila de Juparanã, n o Estado do Rio, Claudino Dias, denodado seareiro espírita barrense, havia plantado grande milharal de parceria com um amigo.
O sócio, lavrador de prol, cuidava da gleba, e Claudino, que aceitara o negócio na intenção de ajudar uma instituição de caridade, financiava o cometimento.
De vez em vez, os dois, juntos, iam namorar a cultura viçosa de que as águas do Paraíba eram farto sustento.
Surgindo a época das espigas iniciantes, mãos anônimas começaram talando a roça.
- Sr. Claudino – vinha José, o sócio, notificar, dia a dia -, o produto está sendo surripiado. Alguém está fazendo comércio de milho verde, à nossa custa.
- José – recomendava o amigo-, vigie com critério. Se apanhar o responsável, não faça violência, dê conselhos...
E na manhã seguinte, José aparecia, renovando a denúncia.
Porque o resto do milho amadurecesse e o furto continuasse, numa noite de luar Claudino resolveu inspecionar a roça, ele mesmo.
Caminhou, em silêncio, quase uma hora, até que atingiu a margem do rio. Alguns momentos depois de zero hora, descansou, em prece, sob copada árvore.
Decorridos alguns minutos, notou que alguém quebrava o milho com discrição.
Tac... tac... tac... tac… Recordou o Evangelho e mentalizou as palavras que iria dizer. Não feriria o irmão que aproveitava a noite para roubar.
Avançou devagarinho... Mas, a poucos metros, vê o intruso.
É o próprio parceiro da lavoura, arrancando espigas, despreocupado.
Claudino recua.
Ele, que desejava surpreender, não quer ser agora surpreendido.
Compadece-se do amigo e afasta-se em silêncio.
No dia seguinte, o sócio vem de novo comunicar-lhe que a roça estava sumindo...
-José – diz o companheiro, em tom paternal -, realmente a lavoura tem dado a você muitos problemas e prejuízos, mas desejo ajudá-lo. Não precisa pensar em mim. A plantação é toda sua. De hoje em diante, você é o dono. Pode agir à vontade...
- Oh! Oh! Muito obrigado. O senhor é um santo... – falou o amigo.
E continuou:
- Agradeço muito, mas queria convidar o senhor para plantarmos dois alqueires de amendoim.
Claudino sorriu e respondeu:
- Muito grato pelo convite, mas agora não posso. Meus deveres são muitos.
E ante o amigo desapontado, concluiu:
- Mas Deus é sócio de todos nós e estará com você... "
( Hilário Silva, na obra, "A Vida Escreve", Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
"105.Sétima classe. Espíritos Neutros"
"105. Sétima classe. Espíritos Neutros
– Não são bastante bons para
fazer o bem, nem suficientemente maus para fazer o mal. Inclinam-se tanto
para um quanto para o outro e não se elevam acima da condição comum
da humanidade, tanto pela moral quanto pela inteligência. Eles se prendem
às coisas deste mundo e lamentam a perda das alegrias grosseiras
que nele deixaram."
("O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)
terça-feira, 25 de setembro de 2012
"DEVERES DOS FILHOS"
"Toda a gratidão sequer retribuirá a fortuna da oportunidade fruída através do renascimento carnal.
O carinho e respeito contínuos não representarão oferenda compatível com a amorosa assistência recebida desde antes do berço.
A delicadeza e a afeição não corresponderão à grandeza dos gestos de sacrifício e da abnegação demoradamente recebidos...
Os filhos têm deveres intransferíveis para com os pais, instrumentos de Deus para o trâmite da experiência carnal, mediante a qual o Espírito adquire patrimônios superiores, resgata insucessos e comprometimentos perturbadores.
*
Existem genitores que apenas procriam, fugindo à responsabilidade.
Não compete, porém, aos filhos com severidade, desde que não são dotados da necessária lucidez e correção para esse fim.
Se fracassaram no sagrado ministério, não se furtarão à consciência, em forma da presença da culpa neles gravada.
Auxiliá-los por todos os meios ao alcance é mister indeclinável, que o filho deve ofertar com extremos de devotamento e renúncias.
A ingratidão dos filhos para com os pais é dos mais graves enganos a que se pode permitir o Espírito na sua marcha ascensional.
A irresponsabilidade dos progenitores de forma alguma justifica a falência dos deveres morais por parte da prole.
Ninguém se vincula a outrem através dos vigorosos liames do corpo somático, da família, sem justas, poderosas razões.
Desincumbir-se das tarefas relevantes que o amor e o reconhecimento impõem — eis o impositivo que ninguém pode julgar lícito postergar.
*
Ama e respeita em teus genitores a humana manifestação da paternidade divina.
Quando fortes, sê-lhes a companhia e a jovialidade; quando fracos, a proteção e o socorro.
Enquanto sadios, presenteia-os com a alegria e a consideração; se enfermos, com a assistência dedicada e a sustentação preciosa.
Em qualquer situação ou circunstância, na maturidade e na velhice, afeiçoa-te àqueles que te ofertaram o corpo de que te serves para os cometimentos da evolução, como o mínimo que podes dispensar-lhes, expressando o dever de que te encontras investido."
(“Leis morais da vida”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
"DIANTE DA TEMPESTADE"
"Diz-nos a mensagem de Allan Kardec que os espíritas são trabalhadores chamados à renovação da vida terrestre diante da tempestade...
Tempestade moral que, carreando as nuvens das revoluções libertárias do pensamento, no século que passou, hoje vertem sobre a nossa cabeça aflições e problemas que angustiam a existência da civilização e dos povos...
*
Em razão disso, a nossa orientação jaz definida, conclamando-nos ao trabalho, de vez que numa casa vergastada pela tormenta, não se improvisará discussão estéril, mas sim o verbo sadio que reconforte e restaure; não se erguerão martelos da destruição, mas sim os braços da fraternidade e do auxílio; não se derramará o veneno da crítica, mas sim o bálsamo da esperança; e, ao invés de fazer-se treva, com as sombras acumuladas da lamentação e da discórdia, inflamar-se-á sobre todos a luz da união e do entendimento para que se conjugue o verbo reconstruir.
*
Avancemos, pois, à frente, respeitando-nos uns aos outros, estendendo, onde formos, a claridade do bem, seja plantando sempre a palavra do amor e plasmando no exemplo a nossa própria fé, porque, em verdade, todos fomos assim, chamados para servir sem tréguas, na comunhão do Cristo, o Mestre da Verdade e Excelso Servidor."
(“Luz e Vida”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
domingo, 23 de setembro de 2012
"Há muitos anos..."
"Há muitos anos, disse Joanna de Ângelis a Divaldo:
"Quando alguém te atirar lama, não fiques teimosamente à frente, porque ela te baterá na face e te sujará por alguns minutos. Quando alguém o fizer, sai do caminho. A lama passa e quem a jogou ficará com as mãos sujas. Nunca revides, para que não fiques enlameado também".
(Jornal "Mundo Espírita", Outubro de 1997)
"Quando alguém te atirar lama, não fiques teimosamente à frente, porque ela te baterá na face e te sujará por alguns minutos. Quando alguém o fizer, sai do caminho. A lama passa e quem a jogou ficará com as mãos sujas. Nunca revides, para que não fiques enlameado também".
(Jornal "Mundo Espírita", Outubro de 1997)
"SIGAMOS JUNTOS"
"Enxuga o pranto que te molha o rosto,
Emudece a revolta e vem comigo
Para o vale onde a noite abre o postigo
Da vida que respira a contragosto.
Fita o rude semblante descomposto
Dos que sonham debalde um peito amigo,
Emudece a revolta e vem comigo
Para o vale onde a noite abre o postigo
Da vida que respira a contragosto.
Fita o rude semblante descomposto
Dos que sonham debalde um peito amigo,
A solidão, a fome, o desabrigo,
O assombro e o desespero do desgosto...
Ampara a multidão ansiosa e tarda,
A desfazer-se em sombra áspera e fria,
Dos corações no fel da retaguarda.
Semeia a caridade humilde e franca
E esquecerás a mágoa que te espanca
Por transformá-la em bênção de alegria."
("Auta de Souza", Auta de Souza/Francisco Cândido Xavier)
O assombro e o desespero do desgosto...
Ampara a multidão ansiosa e tarda,
A desfazer-se em sombra áspera e fria,
Dos corações no fel da retaguarda.
Semeia a caridade humilde e franca
E esquecerás a mágoa que te espanca
Por transformá-la em bênção de alegria."
("Auta de Souza", Auta de Souza/Francisco Cândido Xavier)
sábado, 22 de setembro de 2012
"CARIDADE E RACIOCÍNIO"
"Todos pensamos na caridade, todos falamos em caridade!...
A caridade, indubitavelmente, é o coração que fala, entretanto, nas situações anormais da vida, há que ouvir o raciocínio, a fim de que ela seja o que deve ser.
Nada fere tanto como a visão de um ente querido, sob os tentáculos do câncer.
O coração chora. Mas se a radiografia sugere trabalho operatório, pede o raciocínio para que a cirurgia lhe revolva a carne atormentada, na suprema tentativa de recuperação.
Nada enternece mais do que abraçar um pequenino nas alegrias do lar.
O coração festeja. Mas se a criança brinca com fósforos, aconselha o raciocínio se lhe dê corrigenda.
Nada sensibiliza mais do que encontrar um alienado mental, atirado à rua.
O coração lamenta. Mas se o louco, em crise de fúria, carrega bombas consigo, prescreve o raciocínio seja ele contido à força.
Nada preocupa mais que observar um companheiro, no abuso de entorpecentes.
O coração sofre. Mas se o irmão, vinculado a semelhante hábitos, distribui narcóticos, fazendo vítimas, solicita o raciocínio se lhe providencie a necessária segregação para o tratamento preciso.
°°°
O raciocínio, em nome da caridade, não tem decerto, a presunção de violentar consciência alguma, impondo-lhe freios ou drásticos que lhe objetivem o aperfeiçoamento compulsório.
A Misericórdia Divina é paciência infatigável com os nossos multimilenários desequilíbrios, auxiliando a cada um de nós, através de meios determinados, de modo a que venhamos, saná-los, por nós mesmos, com o remédio amargoso da experiência, no veículo das horas.
Surge a autoridade do raciocínio, quando os nossos males saem de nós, em prejuízo dos outros.
Clareando a definição, comparemos a caridade, nascendo das profundezas da lama, com a fonte que se derrama espontânea, das entranhas da terra. A fonte pode ser volumosa ou escassa, reta ou sinuosa, jorrar da montanha ou descambar na planície, saciar monstros ou dar de beber às aves do céu, tudo dependendo da estrutura, do clima, do solo ou das circunstâncias em que se movimente. Em qualquer ângulo que se mostre, pode o sentimento louvar-lhe a beleza e exaltar-lhe a utilidade que fertiliza glebas, acalenta vidas, garante lares, multiplica flores e retrata as estrelas, mas, se nessa ou naquela fonte, aparecem culturas do esquistossomo, é necessário que o raciocínio intervenha e, para o bem geral, lhe impeça o uso.
Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografia de Chico Xavier. Livro: Opinião Espírita
...........
PRECE E OBSESSÃO
A Providência Divina, pelas providências humanas, sustenta o amparo indiscriminado a todas as criaturas, mas estatui a reciprocidade em todos os processos de ação pelos quais a bondade da vida se manifesta.
°°°
Comparemos a prece e a obsessão ao anseio de saber e ao tormento da ignorância.
O professor esclarece o discípulo mas não lhe dispensa a aplicação direta ao ensino. E se o aluno é surdo-mudo, mesmo assim, para instruir-se, é obrigado a concentrar muitas das possibilidades da visão e da audição nas sutilezas do tato, se quer assimilar o que aprende.
Recorramos, ainda, à lição viva que surge, entre a doença e o remédio.
Administrar-se-á medicamento ao enfermo, mas não se pode eximi-lo do concurso necessário. E se o paciente não consegue ou não deve acolher os recursos precisos, através da boca, é constrangido a recebê-los por intermédio dos poros, das veias ou de outros canais do corpo.
°°°
Todo socorro essencial ao veículo físico reclama a participação do veículo físico.
Ninguém extingue a própria fome pelo esôfago alheio.
Assim, também, nas necessidades do espírito,
Na desobsessão, a prece indica a atividade libertadora, no entanto, não exonera o interessado da obrigação de renovar-se pelo serviço e pelo estudo, a fim de que se areje a casa íntima, de vez que todos aqueles que se acumpliciaram conosco, na prática do mal, em existências passadas, somente se transformam para o bem, quando nos identificam o esforço, por vezes difícil e doloroso, da nossa reeducação, na prática do bem.
°°°
Resumindo, imaginemos o irmão obsidiado, ainda lúcido, como sendo prisioneiro da própria mente, convertida então em cela escura e comparemos o socorro espiritual à lâmpada generosa.
Obsessão é o bolo pestífero transformado em caprichoso ferrolho na sombra. Oração é luz que acende.
A claridade traça a orientação do que se tem a fazer, mas o detento é chamado a tomar a iniciativa do trabalho para libertar a si mesmo, removendo corajosamente o tenebroso foco de atração"
("Opinião Espírita!, Emmanuel e André Luiz/Francisco Cândido Xavier)
A caridade, indubitavelmente, é o coração que fala, entretanto, nas situações anormais da vida, há que ouvir o raciocínio, a fim de que ela seja o que deve ser.
Nada fere tanto como a visão de um ente querido, sob os tentáculos do câncer.
O coração chora. Mas se a radiografia sugere trabalho operatório, pede o raciocínio para que a cirurgia lhe revolva a carne atormentada, na suprema tentativa de recuperação.
Nada enternece mais do que abraçar um pequenino nas alegrias do lar.
O coração festeja. Mas se a criança brinca com fósforos, aconselha o raciocínio se lhe dê corrigenda.
Nada sensibiliza mais do que encontrar um alienado mental, atirado à rua.
O coração lamenta. Mas se o louco, em crise de fúria, carrega bombas consigo, prescreve o raciocínio seja ele contido à força.
Nada preocupa mais que observar um companheiro, no abuso de entorpecentes.
O coração sofre. Mas se o irmão, vinculado a semelhante hábitos, distribui narcóticos, fazendo vítimas, solicita o raciocínio se lhe providencie a necessária segregação para o tratamento preciso.
°°°
O raciocínio, em nome da caridade, não tem decerto, a presunção de violentar consciência alguma, impondo-lhe freios ou drásticos que lhe objetivem o aperfeiçoamento compulsório.
A Misericórdia Divina é paciência infatigável com os nossos multimilenários desequilíbrios, auxiliando a cada um de nós, através de meios determinados, de modo a que venhamos, saná-los, por nós mesmos, com o remédio amargoso da experiência, no veículo das horas.
Surge a autoridade do raciocínio, quando os nossos males saem de nós, em prejuízo dos outros.
Clareando a definição, comparemos a caridade, nascendo das profundezas da lama, com a fonte que se derrama espontânea, das entranhas da terra. A fonte pode ser volumosa ou escassa, reta ou sinuosa, jorrar da montanha ou descambar na planície, saciar monstros ou dar de beber às aves do céu, tudo dependendo da estrutura, do clima, do solo ou das circunstâncias em que se movimente. Em qualquer ângulo que se mostre, pode o sentimento louvar-lhe a beleza e exaltar-lhe a utilidade que fertiliza glebas, acalenta vidas, garante lares, multiplica flores e retrata as estrelas, mas, se nessa ou naquela fonte, aparecem culturas do esquistossomo, é necessário que o raciocínio intervenha e, para o bem geral, lhe impeça o uso.
Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografia de Chico Xavier. Livro: Opinião Espírita
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PRECE E OBSESSÃO
A Providência Divina, pelas providências humanas, sustenta o amparo indiscriminado a todas as criaturas, mas estatui a reciprocidade em todos os processos de ação pelos quais a bondade da vida se manifesta.
°°°
Comparemos a prece e a obsessão ao anseio de saber e ao tormento da ignorância.
O professor esclarece o discípulo mas não lhe dispensa a aplicação direta ao ensino. E se o aluno é surdo-mudo, mesmo assim, para instruir-se, é obrigado a concentrar muitas das possibilidades da visão e da audição nas sutilezas do tato, se quer assimilar o que aprende.
Recorramos, ainda, à lição viva que surge, entre a doença e o remédio.
Administrar-se-á medicamento ao enfermo, mas não se pode eximi-lo do concurso necessário. E se o paciente não consegue ou não deve acolher os recursos precisos, através da boca, é constrangido a recebê-los por intermédio dos poros, das veias ou de outros canais do corpo.
°°°
Todo socorro essencial ao veículo físico reclama a participação do veículo físico.
Ninguém extingue a própria fome pelo esôfago alheio.
Assim, também, nas necessidades do espírito,
Na desobsessão, a prece indica a atividade libertadora, no entanto, não exonera o interessado da obrigação de renovar-se pelo serviço e pelo estudo, a fim de que se areje a casa íntima, de vez que todos aqueles que se acumpliciaram conosco, na prática do mal, em existências passadas, somente se transformam para o bem, quando nos identificam o esforço, por vezes difícil e doloroso, da nossa reeducação, na prática do bem.
°°°
Resumindo, imaginemos o irmão obsidiado, ainda lúcido, como sendo prisioneiro da própria mente, convertida então em cela escura e comparemos o socorro espiritual à lâmpada generosa.
Obsessão é o bolo pestífero transformado em caprichoso ferrolho na sombra. Oração é luz que acende.
A claridade traça a orientação do que se tem a fazer, mas o detento é chamado a tomar a iniciativa do trabalho para libertar a si mesmo, removendo corajosamente o tenebroso foco de atração"
("Opinião Espírita!, Emmanuel e André Luiz/Francisco Cândido Xavier)
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
"O FILHO EGOÍSTA"
“Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo, há tantos anos, sem jamais transgredir um mandamento teu, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos.” — (LUCAS, 15:29.)
"A parábola não apresenta somente o filho pródigo. Mais aguçada atenção e encontraremos o filho egoísta.
O ensinamento velado do Mestre demonstra dois extremos da ingratidão filial. Um reside no esbanjamento; o outro, na avareza. São as duas extremidades que fecham o círculo da incompreensão humana.
De maneira geral, os crentes apenas enxergaram o filho que abandonou o lar paterno, a fim de viver nas estroinices do escândalo, tornando-se credor de todas as punições; e raros aprendizes conseguiram fixar o pensamento na conduta condenável do irmão que permanecia sob o teto familiar, não menos passível de repreensão.
Observando a generosidade paterna, os sentimentos inferiores que o animam sobem à tona e ei-lo na demonstração de sovinice.
Contraria-o a vibração de amor reinante no ambiente doméstico; alega, como autêntico preguiçoso, os anos de serviço em família; invoca, na posição de crente vaidoso, a suposta observância da Lei Divina e desrespeita o genitor, incapaz de partilhar-lhe o justo contentamento.
Esse tipo de homem egoísta é muito vulgar nos quadros da vida. Ante o bem-estar e a alegria dos outros, revolta-se e sofre, através da secura que o aniquila e do ciúme que o envenena.
Lendo a parábola com atenção, ignoramos qual dos filhos é o mais infortunado, se o pródigo, se o egoísta, mas atrevemo-nos a crer na imensa infelicidade do segundo, porque o primeiro já possuía a bênção do remorso em seu favor."
(“Pão Nosso”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
"AS TRÊS ESCOLHAS"
"O discípulo apresentou-se ao orientador cristão e indagou:
— Instrutor, em sua opinião, qual é a lei que englobaria em si todas as Leis de Deus?
O interpelado respondeu:
— A Lei do Bem.
— Entretanto — acrescentou o aprendiz — quem diz “lei” refere-se a clima de ação que todos devemos observar.
— Isto mesmo.
— Nesse caso, onde ficaria o livre-arbítrio?
O orientador meditou alguns momentos e considerou:
— o livre-arbítrio é concedido a todas as criaturas conscientes, porquanto, “a cada espírito será dato o que lhe cabe receber, conforme as próprias obras”. O Criador, porém, não é autor de violência. Por isso, até mesmo ante a Lei do Bem, a pessoa humana dispõe de três opções distintas. Poderemos segui-la, parar na senda evolutiva, de modo a não segui-la, ou afastarmo-nos dela pelos despenhadeiros do mal.
— Instrutor amigo, esclareça, por obséquio, a que resultados nos levam as três escolhas referidas?
O mentor aclarou, com serenidade:
— Os que observam a Lei do Bem se encaminham para as Esferas Superiores; os que preferem descansar em caminho, por vezes se demoram muito tempo na inércia, retomando a marcha com muitas dificuldades para a readaptação às tarefas da jornada; e os que se distanciam voluntariamente, nos resvaladouros do desequilíbrio, muitas vezes, gastam séculos, presos nos princípios de causa e efeito, até que, um dia, deliberem aceitar a própria renovação... Compreendeu?
O aprendiz fez leve movimento afirmativo e começou a pensar."
(“O Essencial”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
"ACONSELHAR"
“Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o.” – Paulo – Tito: - 3 – 10
"O ato de aconselhar tem a sua época própria, à maneira de todas as cousas.
-o-
Muitos aprendizes costumam esquecer que se encontram no mundo em serviço de retificação do pretérito e de autoiluminação, estacionando em falsos caminhos.
-o-
Insistentemente consultados, não percebem a trama útil que lhes detém os passos e, quando não regressam à vigilância, vão olvidando inconscientemente a si mesmos.
-o-
A preguiça sempre se orgulhou de encontrar uma advogada na complacência fácil.
-o-
E conferindo-lhe posição de superioridade, nela se apoia para a dilatação de todos os erros.
-o-
A primeira deseja uma companhia para os maus caminhos; a segunda aprova, em vista da falsa situação de destaque em que foi colocada.
-o-
Daí o veneno sutil da ociosidade que sempre busca os conselhos de sua mentora, para fazer, em seguida, às ocultas, o que bem entende, voltando sempre a se aconselhar novamente.
-o-
Reportando-nos ao ensinamento de Paulo, não queremos dizer que a rebeldia ou a ignorância devam ser sumariamente condenadas, quando a própria heresia, tem, por vezes, a sua tarefa.
-o-
Elas merecem uma ou outra admoestação, devem ser credoras de nossa atividade fraternal, mas passando o tempo em que nosso concurso era suscetível de lhes restaurar as estradas, não será justo dar-lhes força para a irreflexão.
-o-
Temos, igualmente, o nosso roteiro e as nossas experiências.
Estacionar com elas na falsa atitude de conselheiros seria desempenhar o papel da complacência frente à ociosidade criminosa."
(“Levantar e seguir”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
terça-feira, 18 de setembro de 2012
"CAMINHOS"
"Diante do turbilhão de problemas e conflitos, aturdido e receoso, a um passo do desequilíbrio, indagas, sem diretriz: - Onde a via a seguir? Qual a conduta a adotar?
Certamente, todo empreendimento deve ser precedido de planificação, de roteiro, de programa. Sem esses fatores, o comportamento faz-se anárquico, e o trabalho se dirige à desordem.
A experiência carnal é uma viagem que o espírito empreende com os objetivos definidos pela Divindade, que a todos reserva a perfeição.
Como alcançá-la, e em quanto tempo, depende de cada viajor.
Multiplicam-se os caminhos que terminarão por levar à meta.
Alguns conduzem a despenhadeiros, a desertos, a pantanais, a regiões perigosas.
Outros se desdobram convidativos e repletos de distrações, prazeres, comodidades, engodos, passadismos.
Poucos se caracterizam pelo esforço que deve ser envidado para conquistá-los, vencendo, etapa a etapa, as dificuldades e impedimentos.
Uns levam à ruína demorada, que envilece e infelicita.
Vários dão acesso à glória transitória, ao poder arbitrário, às regalias que o túmulo interrompe.
Jesus, porém, foi peremptório ao asseverar:
-Eu sou o caminho - informando ser a única opção para chegar-se a Deus.
Se te encontras a ponto de desistir na luta, intenta-o outra vez e busca Jesus.
Se te abateste e não tens ninguém ao lado para oferecer-te a mão, recorre a Jesus.
Se te sentes abandonado e vencido, após mil tentames malsucedidos no mundo, apela a Jesus.
Se te deparas perdido e sem rumo, apega-te a Jesus.
Se te defrontas com impedimentos que te parecem intransponíveis, procura Jesus.
Se nada mais esperas na jornada, recomeça com Jesus.
Se avanças com êxito, não te esqueças de Jesus.
Se estás cercado de carinho e amor, impregna-te de Jesus.
Se a jornada se te faz amena, agradece a Jesus.
Se encontras conforto e alegria no crescimento íntimo, não te separes de Jesus
Se acreditas na vitória, que antevês, apoia-te em Jesus.
Se te sentes inundado de paz e fé, Jesus está contigo.
Em qualquer trecho do caminho da tua evolução, Jesus deve ser o teu apoio, a tua direção, a tua meta, tendo em mente que através d’Ele e com Ele te plenificarás, alcançando Deus.
O mais, são ilusões e engodos. Não te equivoques, nem enganes a ninguém."
("Momentos Enriquecedores"; Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)
Certamente, todo empreendimento deve ser precedido de planificação, de roteiro, de programa. Sem esses fatores, o comportamento faz-se anárquico, e o trabalho se dirige à desordem.
A experiência carnal é uma viagem que o espírito empreende com os objetivos definidos pela Divindade, que a todos reserva a perfeição.
Como alcançá-la, e em quanto tempo, depende de cada viajor.
Multiplicam-se os caminhos que terminarão por levar à meta.
Alguns conduzem a despenhadeiros, a desertos, a pantanais, a regiões perigosas.
Outros se desdobram convidativos e repletos de distrações, prazeres, comodidades, engodos, passadismos.
Poucos se caracterizam pelo esforço que deve ser envidado para conquistá-los, vencendo, etapa a etapa, as dificuldades e impedimentos.
Uns levam à ruína demorada, que envilece e infelicita.
Vários dão acesso à glória transitória, ao poder arbitrário, às regalias que o túmulo interrompe.
Jesus, porém, foi peremptório ao asseverar:
-Eu sou o caminho - informando ser a única opção para chegar-se a Deus.
Se te encontras a ponto de desistir na luta, intenta-o outra vez e busca Jesus.
Se te abateste e não tens ninguém ao lado para oferecer-te a mão, recorre a Jesus.
Se te sentes abandonado e vencido, após mil tentames malsucedidos no mundo, apela a Jesus.
Se te deparas perdido e sem rumo, apega-te a Jesus.
Se te defrontas com impedimentos que te parecem intransponíveis, procura Jesus.
Se nada mais esperas na jornada, recomeça com Jesus.
Se avanças com êxito, não te esqueças de Jesus.
Se estás cercado de carinho e amor, impregna-te de Jesus.
Se a jornada se te faz amena, agradece a Jesus.
Se encontras conforto e alegria no crescimento íntimo, não te separes de Jesus
Se acreditas na vitória, que antevês, apoia-te em Jesus.
Se te sentes inundado de paz e fé, Jesus está contigo.
Em qualquer trecho do caminho da tua evolução, Jesus deve ser o teu apoio, a tua direção, a tua meta, tendo em mente que através d’Ele e com Ele te plenificarás, alcançando Deus.
O mais, são ilusões e engodos. Não te equivoques, nem enganes a ninguém."
("Momentos Enriquecedores"; Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
"Há em nós..."
"Há em nós uma surda aspiração, uma energia íntima, misteriosa,
que nos leva para as alturas, que nos faz tender para destinos
cada vez mais elevados, que nos impele para o belo e para o bem.
É a lei do progresso, a evolução eterna que guia a humanidade através das idades e que instiga cada um de nós, porque a
humanidade são as próprias almas; elas voltam, de século em
século, para prosseguir, com a ajuda de novos corpos, até que
estejam preparadas para os mundos melhores, em
que nos leva para as alturas, que nos faz tender para destinos
cada vez mais elevados, que nos impele para o belo e para o bem.
É a lei do progresso, a evolução eterna que guia a humanidade através das idades e que instiga cada um de nós, porque a
humanidade são as próprias almas; elas voltam, de século em
século, para prosseguir, com a ajuda de novos corpos, até que
estejam preparadas para os mundos melhores, em
sua obra de
aperfeiçoamento. A história de uma alma não difere da história da
humanidade; só a escala difere: é a escala das proporções.
O espírito molda a matéria. Ele lhe comunica a vida e a beleza.
É por isso que a evolução é, por excelência, uma lei de estética.
As formas adquiridas são o ponto de partida para formas mais
belas. Tudo se liga. A véspera prepara o dia seguinte; o passado
gera o futuro. A obra humana, reflexo da obra divina, abre-se em
formas cada vez mais perfeitas."
("O problema do ser, do destino e da dor", Léon Denis)
aperfeiçoamento. A história de uma alma não difere da história da
humanidade; só a escala difere: é a escala das proporções.
O espírito molda a matéria. Ele lhe comunica a vida e a beleza.
É por isso que a evolução é, por excelência, uma lei de estética.
As formas adquiridas são o ponto de partida para formas mais
belas. Tudo se liga. A véspera prepara o dia seguinte; o passado
gera o futuro. A obra humana, reflexo da obra divina, abre-se em
formas cada vez mais perfeitas."
("O problema do ser, do destino e da dor", Léon Denis)
domingo, 16 de setembro de 2012
"ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL"
"Constantino Saraiva tornara-se muito conhecido por suas produções mediúnicas e, embora sua cota de tempo e possibilidades materiais continuassem exíguas, conquistara amizades numerosas, ensejando involuntariamente enormes expectativas em torno do seu nome.
Toda missão útil, porém, encontra obstáculos nos lugares onde a luz não foi recebida pela maioria dos corações, e Constantino, dada a ampliação natural das responsabilidades, tornara-se alvo de forças inferiores, no visível e no invisível. Companheiros encarnados seguiam-lhe os passos, ansiosos por saber se dava testemunho pessoal das verdades de que se constituíra instrumento e as entidades vagabundas, deslocadas do vampirismo pelos Espíritos Superiores, a se fazerem sentir por intermédio dele, anotavam-lhe as mais insignificantes atitudes e não lhe perdoavam a decisão de manter-se firme na fé, apesar de tropeços ou tempestades.
Criou-se, assim, em derredor do médium Saraiva, considerável bagagem de lutas. É de justiça, contudo, advertir que esse movimento hostil não derivava apenas do psiquismo de Constantino, mas para combater o venerável Fanuel, o Espírito sábio e benevolente que ministrava substanciosas lições por meio de suas faculdades.
Os malfeitores desencarnados desenvolviam todos os recursos de insinuação. Recebia Saraiva propostas de salários vultosos, convites para mudar de situação; e como não vingasse a sugestão do ouro, tentaram o trabalhador no capítulo do sentimento. Feriram Constantino nos sonhos mais íntimos do coração; mas, preparado contra os alvitres da luxúria, resignou-se o médium e a máquina de serviços continuou sem perturbações. Tal serenidade, todavia, não vinha à superfície por conquistas dele próprio, mas porque Fanuel montava guarda ativa e permanente, cooperando na integridade e desdobramento da tarefa.
A situação caracterizava-se por notável harmonia, quando os adversários gratuitos prepararam sutil cilada, em que o médium seria vítima das próprias intenções.
Grande número de confrades, de populosa cidade, realizava valioso empreendimento para difusão do Espiritismo evangélico, mas, a ambição e o egoísmo, a breve trecho, acocoraram-se como dois monstros na empresa dos obreiros desprevenidos. A obra ameaçava ruir. Amigos da véspera dividiam-se em campos opostos. Envenenados de personalismo destruidor, brandiam as armas da insídia e da leviandade, através de Tribunais e Secretarias. A obra generosa transformara-se, pela invigilância da maioria, num grande movimento de ambições comercialistas. Inegavelmente, havia ali, como em toda parte, trabalhadores honestos e sacrificados, mas, qualquer solução justa só poderia resultar de uma cooperação geral.
No auge da luta, os caricaturistas da zona invisível lembraram o Saraiva. Não seria chegado o momento de lhe inutilizar as energias desferindo golpes no Instrutor espiritual? Alguém chegou mesmo a declarar sutilmente:
– Insinuaremos a vinda do Constantino, e se chamarem Fanuel a esclarecimentos, é natural que não possa ele atender à generalidade, onde há tantos descontentes. Estabelecida a impressão nervosa nos culpados, entraremos a dominar os incautos e promoveremos atritos fortes. É de esperar que o escândalo tome proporções devastadoras e, em seguida, Saraiva há de procurar quem lhe exaltou as qualidades de pião.
Riu-se o grupo gostosamente e deu mãos à obra.
Daí a dias, Constantino foi convidado a visitar a grande cidade, onde lavrava a confusão lastimável. Consultaram o chefe de serviço quanto à licença, e como não houvesse embargos de qualquer natureza, Saraiva poderia partir oportunamente. Constantino, porém, assoberbado de obrigações diversas, não desejava empreender a viagem estafante – mais de mil quilômetros de via férrea – e manteve-se no retraimento que lhe era peculiar.
Os malfeitores, contudo, desejavam atingir seus fins e sugeriram sutilmente que se oferecesse a Saraiva homenagens espetaculares. Mais alguns dias e Constantino soube, pelos jornais, que lhe preparavam recepção de grande vulto. Reunir-se-iam os companheiros em preitos honrosos, cada solenidade congregaria número considerável de admiradores e amigos.
Constantino, que não conhecia as tramas e os dramas distantes, comoveu-se ao extremo. Já que se tratava de movimento tão honroso e distinto, abalançar-se-ia à viagem, sem mais hesitação. Orou, meditou. Fanuel aproximou-se e recomendou vigilância. Não era essa, entretanto, a advertência comum, de todos os dias?
Cheio de emoção, o médium não percebia que fora beliscado na vaidade de criatura falível. No seu modo de entender, devia sacrificar-se, correr ao encontro dos seus irmãos na fé. Não se organizavam homenagens em sua honra? Longe de recordar que semelhantes preitos deviam conferir-se a quem de direito, a começar por Jesus-Cristo, e não a ele Constantino, operário a meio da tarefa, ignorando se lhe chegaria a termo, dignamente, começou por antever as demonstrações de apreço, os aplausos gerais, e iniciou providências imediatas.
Reconhecendo-lhe a perigosa atitude mental, Fanuel procurou socorrê-lo por intermédio do chefe de serviço.
Na manhã em que deliberou em contrário, o rapaz procurou o diretor de trabalho e pediu humilde:
– Doutor, mudei de opinião relativamente à viagem e desejo o favor de sua licença.
Avisado intuitivamente por Fanuel, o interpelado obtemperou:
– Não me oponho aos seus desejos, mas olhe que as necessidades do serviço também mudaram. Seria difícil autorizar sua ausência, agora. Não seria possível adiar o projeto?
– Mas, doutor – considerou o médium –, os companheiros preparam-me grandes festividades para as quais, naturalmente, despenderam recursos e receio passar por ingrato. Além do mais, creio que precisam de minha colaboração nas dificuldades e sofrimentos que arrastam no momento e não desejo parecer indiferente.
Fixou-o o diretor e observou:
– Não tenho interesse em desviá-lo de obrigações que considera sagradas, mas sou de parecer que deve ponderar as próprias disposições. Se pretende viajar em tarefa de auxílio, não esqueça a vigilância. Onde a razão de festivais e homenagens? O regozijo não mora em companhia da angústia.
O médium fora sacudido pelas forças da Verdade, mas não despertou. Fanuel fazia o possível para acordá-lo, mas perdia os melhores esforços. Os dias continuaram registrando a insistência de Saraiva e a natural esquivança do chefe de serviço, até que, notando este a firme resolução do rapaz, não quis parecer tirânico e acabou por dizer-lhe:
– Pois bem, Saraiva, pode ir quando julgar conveniente. Você é dono de sua pessoa e cada qual deve conhecer as obrigações próprias.
Obtida a permissão, o médium tomou as primeiras providências. Nesse ínterim, registrava-se grande contentamento dos adversários gratuitos e enorme preocupação dos amigos sinceros de Constantino.
A escola de Fanuel, na esfera superior, começou a ser visitada por companheiros esclarecidos, desejosos de informações sobre o assunto.
Um velho amigo perguntou ao respeitável mentor:
– Será crível que Saraiva deite a perder patrimônio tão considerável, inclinando-se a aventuras dessa ordem, só por causa de homenagens barulhentas e exaustivas?
– Não é bem isso – explicava o orientador –, Constantino sempre confiou em minha assistência. Tal como a maioria das criaturas, ele não compreenderia nosso auxílio fora da velha ternura terrestre, a exprimir-se em palavras doces. É claro que ele também é Espírito e tem as suas responsabilidades. Poderá atender plenamente aos caricaturistas que o alvejam, mas, antes disso, não lhe negarei assistência fraternal. Talvez não nos entenda de pronto, e, contudo, nossa cooperação segui-lo-á.
Mais tarde, veio a devotada mãe de Saraiva e inquiriu :
– Fanuel, venho rogar seus bons ofícios. Creio que a situação é difícil e perigosa.
O mentor generoso tranqüilizou a entidade materna:
– Minha irmã pode voltar às suas tarefas espirituais plenamente confiante. Constantino não ficará sem a nossa colaboração.
No outro dia o velho Jerônimo, também grande amigo de Saraiva, depois das primeiras considerações, perguntou:
– Fanuel, por que não procuras eliminar a dificuldade imediatamente? O pobre médium não vive isento da ignorância peculiar aos encarnados no mundo. Não haverá meios de modificar a situação já, já?
O interpelado, com a serenidade de perfeito otimismo, esclareceu:
– Jerônimo, quando viveste na Terra ouviste falar alguma vez de reses estouradas?
– Sem dúvida.
– Pois a mente, quando obcecada pelo impulso do próprio capricho, é como se fora rês estourada – continuou Fanuel, bondoso –, não se pode remediar a situação com êxito, senão a longas distâncias. O primeiro recurso é a porteira forte; se esta não vinga, recorre-se ao laço, e tudo isso, embora magoe e fira o animal, constitui medida de salvação de morte certa. Pelas amizades que conquistou, vive Saraiva em pastagem muito extensa. Para opor-lhe uma porteira, necessitamos longa distância. Ele pretende viajar mais de mil quilômetros. Pois bem: não poderei cercar-lhe a mente caprichosa senão a termo do objetivo. Se falhar a porteira, recorrerei então ao laço, nesse trabalho de assistência.
Jerônimo meditou a explicação sábia e mergulhou em silêncio.
Daí a alguns dias era chamado por Fanuel, que lhe confiava os trabalhos da sua escola ativa, esclarecendo:
– Peço me substituas por três dias. Devo cercar hoje a mente de Constantino. Levarei Natércio, mesmo porque, segundo já sabes, falhando os recursos iniciais, utilizarei outros mais fortes.
E, sorrindo bondosamente, acrescentava :
– Quantas vezes o encarnado quebra uma perna ou se esvai em sangue de escoriações quando socorrido? Devemos admitir providências, que tais, no quadro dos serviços comuns. Assistirei Saraiva em todas as circunstâncias, e talvez me demore.
Com efeito, nessa noite, o médium chegava à grande cidade, depois de rodar vinte e quatro horas a fio, sobre os trilhos. Antes de atingir a estação dos abraços efusivos e dos aplausos superficiais, um amigo vem vê-lo, trazido por Fanuel, relacionando a ocorrência na série dos casos felizes. Abraçam-se. E quase meia-noite; Saraiva, cansadíssimo, aguarda o conforto da cama de hotel.
O companheiro regozija-se e exclama:
– Por aqui, tudo bem. Algumas dificuldades, mas creio que você gozará horas de entretenimento e descanso. Tenho a impressão de que numerosos amigos nossos disputam em torno de precários patrimônios materiais, mas isso não turvará o seu horizonte. Enfrentaremos a situação serenamente.
Natércio, o colaborador de Fanuel, aproxima-se do médium e aconselha a oração. Era meia-noite, enorme o cansaço, mas Saraiva pede ao amigo que o ajude numa prece. Não deveria inclinar-se à inspiração do Alto, antes de penetrar o terreno de serviços novos? O companheiro acedeu e elevaram mente e coração ao plano superior. Meditaram e esperaram. Fanuel considerou chegada a hora de opor o impedimento prometido.
Tomando a mão de Constantino, escreveu firme:
"Grande é a luta, áspera a discórdia. Nossos irmãos ignorantes da luz espiritual contendem na ambição e no personalismo destruidores. Necessitam de bisturi a fim de vazarem o tumor da má-vontade. Quererias servir de instrumento, meu filho, quando estás sendo utilizado em tarefa superior? Considera as responsabilidades que te cabem. E se prezas nossa humilde opinião, regressa a todo pano, antes do amanhecer."
Fanuel não se estendeu em outras considerações. Constantino sentia amarguras de derrotado. E o festival e as homenagens, os amigos incientes da verdadeira fé? Num átimo, Natércio aplica-lhe fluidos salutares. Saraiva lê a mensagem em voz alta. Está muito pálido, desencantado. Mas os fluidos de Natércio o envolvem inteiramente, atenuando os efeitos dolorosos da volta à realidade e ao dever. Constantino cria forças e diz:
– Se é assim, vamos voltar.
E ante o amigo admirado, tomou o comboio de regresso, pela madrugada, antes do amanhecer.
Entretanto, somente de volta, cessada a influência cariciosa de Natércio, Constantino verificou que sua mágoa era profunda. Viajar mais de mil quilômetros, sacrificar-se e voltar sem atingir o menor dos objetivos?
Dias passaram sobre os seus desgostos, e o médium, na primeira reunião, recebeu encorajadora mensagem de Fanuel, que lhe dizia contente:
– Estou satisfeito: Se não te posso dar boa nota em prudência, concedo-te ótima classificação em obediência. Não te agastes, Constantino. Ninguém pode despertar do sono a toque de ternura. Às vezes, são necessários jatos de água fria. E quem poderá afirmar que isso não seja assistência amorosa?
Saraiva, mais animado, retomou a luta, mas até hoje talvez ignore que, se não ganhara boa nota em prudência, nem mesmo a obediência lhe pertencia."
("Reportagens de Além Túmulo", Humberto de Campos/Francisco Cândido Xavier)
"Precisamos..."
"Precisamos oferecer, no mundo, os Instrumentos adequados às retificações espirituais, habilitando nossos irmãos encarnados a um maior entendimento do Espírito do Cristo. Para consegui-lo, todavia, necessitamos de colaboradores fiéis, que não cogitem de condições, compensações e discussões, mas que se interessem pela sublimidade do sacrifício e de renunciação com o Senhor."
("Os Mensageiros", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)
sábado, 15 de setembro de 2012
104. Oitava classe. Espíritos Pseudo-Sábios
"104. Oitava classe. Espíritos Pseudo-Sábios – Seus conhecimentos
são bastante amplos, mas acreditam saber mais do que sabem na realidade.
Tendo realizado alguns progressos sob diversos pontos de vista, sua
linguagem tem uma característica séria que pode induzir ao erro e ocasionar
enganos sobre suas capacidades e seus conhecimentos. Mas isso é
apenas um reflexo dos preconceitos e das idéias sistemáticas que con-
servam da vida terrena. É uma mistura de algumas verdades ao lado dos
erros mais absurdos, no meio dos quais sobressai a presunção, o orgulho,
a inveja e a obstinação das quais não puderam se libertar."
("O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)
"SUPORTAR NOSSA CRUZ"
"A cruz do Cristo é a do exemplo e do sacrifício, induzindo-nos à subida espiritual, nos domínios da elevação.
A nossa, porém, será, sobretudo, nós em nós mesmos.
Aguentar-nos como temos sido nas múltiplas existências passadas.
Carregar-nos com as imperfeições e dívidas que inadvertidamente acumulamos; entretanto, agradecendo e abençoando a lixívia de suor e pranto no resgate ou na tribulação com que as extirpamos.
*****
Em muitos episódios difíceis da existência, consideramos demasiadamente amargo o cálice da prova redentora que se nos destina, mas, de maneira geral, não é a medicação providencial nele contida que nos aflige e sim a nossa própria debilidade em aceitá-la.
Em numerosas crises do mundo, julgamos excessivamente pesada a carga dos desenganos que nos fustigam o espírito; no entanto, não é o volume das desilusões educativas, que nos são indispensáveis, aquilo que nos faz vergar os ombros da alma e sim o nosso orgulho ferido a se nos esfoguear por dentro do coração.
*****
Suportar nossa cruz será tolerar as tendências inferiores que ainda nos caracterizam, sem acalentá-las, mas igualmente sem condenar-nos, por isso, diligenciando esgotar em serviço, em paciência, em serenidade e em abnegação a sucata de sombras que ainda transportamos habitualmente no fundo das nossas atividades de autoaprimoramento ou reabilitação.
*****
Chorar, em muitas ocasiões, mas nunca desesperarmos.
Errar ainda vezes muitas, no entanto, retificar-nos, em todos os lances da estrada, tantas vezes quantas se fizerem necessárias.
*****
Reconhecer-nos no espelho da própria consciência, resignar-nos com as nódoas e cicatrizes emocionais da culpa que ainda se nos estampam na face espiritual e acatar no trabalho e no sofrimento a presença de cirurgiões divinos, cujo esforço nos regenerará os tecidos sutis da alma, preparando-nos e instruindo-nos para o Mundo Melhor.
*****
Suportar nossa cruz jamais será maldizê-la ou lamentá-la e sim acolher-nos imperfeitos como ainda somos, perante Deus, mas procurando, por todos os meios justos, melhorar-nos e burilar-nos, avançando sempre, mesmo que vagarosamente, milímetro por milímetro, nos caminhos de ascensão para a Vida Eterna."
(“Rumo Certo” , Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
"NOVO DIA"
"Todo dia de ontem pode
ter sido árduo.
Muitas lutas vieram,
deixando-te o cansaço.
Provas inesperadas
alteram-te os planos.
Soma, porém, as bênçãos
que Deus te entregou.
Esquece qualquer sombra,
não pares, serve e segue.
Agora é novo dia,
tempo de caminhar".
("Luz Bendita", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
"Estendei vosso braço..."
"(...)Estendei vosso braço às filhas dos pais anônimos, ou dos lares desprotegidos da fortuna!... Abracemo-nos com os miseráveis, repartamos nosso pão para mitigar a fome alheia! Trabalhemos pelos pobres e pelos desgraçados, pois a caridade material, tão fácil de ser praticada, nos levará ao conhecimento da caridade moral que nos transformará em verdadeiros discípulos do Cordeiro. Amemos muito!... Todos os apóstolos do Senhor são unânimes em declarar que o bem cobre a multidão de nossos pecados! Toda vez que nos desprendemos dos bens deste mundo, adquirimos tesouros do Alto, inacessíveis ao egoísmo e à ambição que devoram as energias terrestres. Convertei o supérfluo de vossas possibilidades financeiras em pão para os desgraçados. Vesti os nus, protegei os òrfãozinhos! Todo o bem que fizermos ao desamparado constitui moeda de luz que o Senhor da Seara entesoura para nossa alma. Um dia nos reuniremos na verdadeira pátria espiritual, onde as primaveras do amor são infindáveis. Lá, ninguém nos perguntará pelo que fomos no mundo, mas seremos inquiridos sobre as lágrimas que enxugamos e as boas ou más ações que praticamos na estância terrena.(...)"
(“Cinquenta anos depois”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier”)
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
"FUNÇÃO DA DOR"
"Aliando esforços e ajuntando trabalhos na dignidade do amor, as leis te darão a paz. Compreendendo que a dor é o socorro da vida maior, busquemos entendê-la na conjuntura da vida.
A dor incentiva-nos ao estudo. O estudo nos faz compreender. A compreensão nos favorece a tranquilidade. A tranquilidade evidencia a realidade da alma.
Estamos nos alinhavos da maturidade e, dessa forma, somos agredidos, sobremaneira, em cada passo, a despertar em cada espírito, valores que nos libertam das inferioridades, de maneira que algo de nossa intimidade se mostra, se exterioriza, sem o gazofilácio da vaidade.
A função da dor é agir, nos princípios da alma, como o amor na maturidade do espírito. A dor, nos princípios, é o despertar da vida. O amor é o crescimento dela.
Nestes fins de tempos, companheiros, damo-nos as mãos computando vidas, na grandiosidade da Vida Maior. Querer livrar-se da dor sem as devidas alturas para o verdadeiro Amor, é correr o perigo de uso indevido do tesouro a que chamamos de caridade.
Se não desejas sofrer mais, muda as tuas condições de vida. A saúde depende da maturidade do ser. Crescer é o nosso destino e iluminar é o roteiro traçado pelo Cristo, que mora nos nossos corações."
(Página recebida na Sociedade Espírita Maria Nunes, Belo Horizonte, MG, em 16/12/87, Estudo de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, Cap. IX, Item 7)
terça-feira, 11 de setembro de 2012
"PELAS OBRAS"
“E que os tenhais em grande estima e amor por causa
da sua obra.”
Paulo (I Tessalonicenses, 5:13)
"Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é
singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.
Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas
àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso
devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os
hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas
interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes
as mais elogiáveis.
Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo
para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão
afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se
norteiam em favor do bem comum.
Se amamos alguém tão só
pela beleza física, é provável encontremos
amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.
Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja
ele em aflitiva mudez, dentro em breve.
Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça
cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros
em que temos incidido tantas vezes.
É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de
avançarmos no rumo da vida Superior.
Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o
tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos
que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que
concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de
nós."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
"Contam as tradições populares..."
"Contam as tradições populares da Índia que existia uma
serpente venenosa em certo campo. Ninguém se aventurava a
passar por lá, receando-lhe o assalto. Mas um santo homem, a
serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que
em si mesmo. A serpente o atacou, desrespeitosa. Ele dominou-a,
porém, com o olhar sereno, e falou: – Minha irmã, é da lei que
não façamos mal a ninguém. A víbora recolheu-se, envergonhada.
Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente.
Procurou os lugares habitados pelo homem, como
desejosa de reparar os antigos crimes. Mostrou-se integralmente
pacífica, mas, desde então, começaram a abusar dela. Quando lhe
identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças
davam-lhe pedradas. A infeliz recolheu-se à toca, desalentada.
Vivia aflita, medrosa, desanimada. Eis, porém, que o santo voltou
pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la. Espantou-se, observando
tamanha ruína. A serpente contou-lhe, então, a história
amargurada. Desejava ser boa, afável e carinhosa, mas as criaturas
perseguiam-na e apedrejavam-na. O sábio pensou, pensou e respondeu
após ouvi-la:
– Mas, minha irmã, houve engano de tua parte. Aconselhei-te
a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição,
mas não te disse que evitasses de assustar os maus. Não
ataques as criaturas de Deus, nossas irmãs no mesmo caminho da
vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor. Não mordas,
nem firas, mas é preciso manter o perverso a distância, mostrando-
lhe os teus dentes e emitindo os teus silvos."
("Os Mensageiros", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)
serpente venenosa em certo campo. Ninguém se aventurava a
passar por lá, receando-lhe o assalto. Mas um santo homem, a
serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que
em si mesmo. A serpente o atacou, desrespeitosa. Ele dominou-a,
porém, com o olhar sereno, e falou: – Minha irmã, é da lei que
não façamos mal a ninguém. A víbora recolheu-se, envergonhada.
Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente.
Procurou os lugares habitados pelo homem, como
desejosa de reparar os antigos crimes. Mostrou-se integralmente
pacífica, mas, desde então, começaram a abusar dela. Quando lhe
identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças
davam-lhe pedradas. A infeliz recolheu-se à toca, desalentada.
Vivia aflita, medrosa, desanimada. Eis, porém, que o santo voltou
pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la. Espantou-se, observando
tamanha ruína. A serpente contou-lhe, então, a história
amargurada. Desejava ser boa, afável e carinhosa, mas as criaturas
perseguiam-na e apedrejavam-na. O sábio pensou, pensou e respondeu
após ouvi-la:
– Mas, minha irmã, houve engano de tua parte. Aconselhei-te
a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição,
mas não te disse que evitasses de assustar os maus. Não
ataques as criaturas de Deus, nossas irmãs no mesmo caminho da
vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor. Não mordas,
nem firas, mas é preciso manter o perverso a distância, mostrando-
lhe os teus dentes e emitindo os teus silvos."
("Os Mensageiros", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)
103. Nona classe. Espíritos Levianos
"103. Nona classe. Espíritos Levianos
– São ignorantes, maliciosos,
inconseqüentes e zombeteiros. Envolvem-se em tudo, respondem a tudo,
sem se preocupar com a verdade. Comprazem-se em causar pequenos
desgostos e pequenas alegrias, atormentar e induzir maliciosamente ao
erro por meio de mistificações e espertezas. A esta classe pertencem os
Espíritos vulgarmente designados sob os nomes de duendes, trasgos4,
gnomos, diabretes. Estão sob a dependência dos Espíritos Superiores, que
se utilizam deles, muitas vezes, como fazemos com os nossos servidores.
Nas suas comunicações com os homens, a linguagem é algumas
vezes espirituosa e engraçada, mas quase sempre sem profundidade.
Compreendem os defeitos e o ridículo humanos, exprimindo-os em tiradas
mordazes e satíricas. Se usam nomes supostos, é mais para se divertir
conosco do que por maldade."
("O Livro dos Espíritos", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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