segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"LEMBRANÇA DE CORAGEM"





"Entre as lutas da existência,
Quando a estrada te pareça
Um campo de sombra espessa,
Sob tormenta a rugir,
Não temas, segue adiante,
Cumpre os encargos que levas,
Lembra que a luz rompe as trevas,
Descortinando o porvir,
Nesses instantes amargos,
Por maior a dor terrena,
Guarda a fé que te asserena,
Não te lastimes em vão...
Nasce a rosa no espinheiro,
A estrela é glória noturna,
O ouro emerge da furna,
A fonte serve no chão...
Não pares, nem contes mágoas,
Dor que te fere ou te isola,
É sempre aula na escola
Que o Céu te pede transpor...
Prossegue amando e servindo,
Ao término da jornada,
Faz-se a noite madrugada
No dia do Eterno Amor."
("Maria Dolores", Maria Dolores/Francisco Cândido Xavier)

"DOM DE DEUS"

"Alguém, um dia,
Perguntou a Michelangelo
Enquanto ele esculpia:
- Senhor, por que razão
Martelar, martelar
Esta pedra indefesa?
Não seria mais justo
Deixá-la em paz
No coração da natureza?
O escultor, entretanto,
Respondeu simplesmente,
Sem alterar a voz:
- Um anjo mora preso
Neste bloco maciço
E tenho o compromisso
De traze-lo até nós.
E batendo e cortando,
Aresta sobre aresta,
Aparando e brunindo
O mármore que entesta,
Vê, afinal, o instante
Em que ele próprio exulta...
A obra-prima que jazia oculta
Aparece, soberana:
É um anjo que sorri quase que em filigrana,
Uma pedra, por fim que se transforma
Com prodígios de forma,
Em requintes de luz e de beleza humana...
Assim também, alma querida,
Quando a dor te ameace ou te amarfanhe a vida,
Não grites maldições,
Nem fabriques labéus...
A prova é a força que te aperfeiçoa,
A dor nasce de Deus por dom profundo
Que te arranca do mundo
Para brilhar nos Céus."
("Maria Dolores", Maria Dolores/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 30 de outubro de 2011

"ALFAIAS"




"Naquele dia, quem estiver no telhado, tendo as suas alfaias em casa, não desça a
tomá-las." - Jesus. (LUCAS, 17:31.)


"A palavra do Mestre não deixa margem a hesitações.
Naturalmente, todo aprendiz vive na organização que lhe é própria. Cada qual
permanece em casa, isto é, na criação individual ou no campo de testemunho a que o
Senhor o conduziu.
Geralmente, porém, jamais está sozinho.
Reduzido ou extenso, há sempre um séquito de afeições a acompanhá-lo. Muita
vez, contudo, a companheira, o pai e o filho não conseguem mover-se além das zonas inferiores de compreensão, quando o discípulo, pelos nobres esforços despendidos, se equilibra, vitorioso, na parte mais alta do entendimento. Chegados a semelhante situação, muitos trabalhadores aplicados experimentam dificuldades de vulto.
Não sabem separar as alfaias de adorno dos vasos essenciais, as frivolidades dos
deveres justos e sofrem dolorosos abalos no coração.
Indispensável se precatem contra esse perigo comum.
Cumpra-se a obrigação sagrada, atenda-se, antes de tudo, ao programa da Vontade
Divina, exemplifique-se a fraternidade e a tolerância, acendendo-se a lâmpada do esforço próprio, mas que se não prejudique o serviço divino da ascensão, por receio aos melindres pessoais e às convenções puramente exteriores.
Um lar não vive simplesmente em razão das alfaias que o povoam,
transitoriamente, e sim pelos fundamentos espirituais que lhe construíram as bases. Um homem não será superior porque satisfaça a opiniões passageiras, mas sim porque sabe cumprir, em tudo, os desígnios de Deus."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"Quando a prova por sombra te governa..."


"Quando a prova por sombra te governa,
Qual noite que te oculta as visões do porvir,
Quando tudo pareça escuridão que avança,
Trabalha,  serve, crê e ouve a voz da esperança:
Uma luz há de vir..."

("Maria Dolores", Maria Dolores/Francisco Cândido Xavier)

"IMPEDIMENTOS"





"Pondo de lado todo o impedimento... corramos com perseverança a carreira que nos está proposta". - Paulo. (HEBREUS, 12:1.)


"Por onde transites, na Terra, transportando o vaso de tua fé a derramar-se em boas obras, encontrarás sempre impedimentos a granel, dificultando-te a ação.
Hoje, é o fracasso nas tentativas iniciais de progresso.
Amanhã, é o companheiro que falha.
Depois, é a perseguição descaridosa ao teu ideal.
Afligir-te-ás com o fel de muitos lábios que te merecem apreço.
Sofrerás, de quando em quando, a incompreensão dos outros.
Periodicamente encontrarás na vanguarda obstáculos mil, induzindo-te à inércia ou à negação.
A carreira que nos está proposta, no entanto, deve desdobrar-se no roteiro do bem incessante...
Que fazer com as pessoas e circunstâncias que nos compelem ao retardamento e à imobilidade?
O apóstolo dos gentios responde, categórico:
"Pondo de lado todo o impedimento".
Colocar a dificuldade à margem, porém, não e desprezar as opiniões alheias quando respeitáveis ou fugir à luta vulgar. É respeitar cada individualidade, na posição que lhe é própria, é partilhar o ângulo mais nobre do bom combate, com a nossa melhor colaboração pelo aperfeiçoamento geral. E, por dentro, na intimidade do coração, prosseguir com Jesus, hoje, amanhã e sempre, agindo e servindo,
aprendendo e amando, até que a luz divina brilhe em nossa consciência, tanto quanto inconscientemente já nos achamos dentro
dela."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"CERTAMENTE"




"Certamente cedo venho."- APOCALIPSE, 22 :20




"Quase sempre, enquanto a criatura humana respira na carne jovem, a atitude que lhe caracteriza o coração para com a vida é a de uma criança que desconhece o valor do tempo.
Dias e noites são curtos para a internação em alegrias e aventuras fantasiosas. Engodos mil da ilusão efêmera lhe obscurecem o olhar e as horas se esvaem num turbilhão de anseios inúteis.
Raras pessoas escapam de semelhante perda.
Geralmente, contudo, quando a maturidade aparece e a alma já possui relativo grau de educação, o homem reajusta, apressado, a
conceituação do dia.
A semana é reduzida para o que lhe cabe fazer.
Compreende que os mesmos serviços, na posição em que se encontra, se repetem a determinados meses do ano, perfeitamente recapitulados, qual ocorre às estações de frio e calor, floração e frutescência para a Natureza.
Agita-se, inquieta-se, desdobra-se, no afã de multiplicar as suas
forças para enriquecer os minutos ou ampliá-los, favorecendo as próprias energias.
E, comumente, ao termo da romagem, a morte do corpo surpreende-o nos ângulos da expectativa ou do entretenimento, sem que lhe seja
dado recuperar os anos perdidos.
Não te embrenhes, assim, na selva humana, despreocupado de tua habilitação à luz espiritual, ante o caminho eterno.
No penúltimo versículo do Novo Testamento, que é a Carta do Amor Divino para a Humanidade, determinou o Senhor fosse gravada pelo
apóstolo a sua promessa solene: -. "Certamente, cedo venho".
Vale-te, pois, do tempo e não te faças tardio na preparação."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"NA GRANDE ROMAGEM"

“"Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia”. -
Paulo. HEBREUS 11:8.


"Pela fé, o aprendiz do Evangelho é chamado, como Abraão, à sublime herança que lhe é destinada.
A conscrição atinge a todos.
O grande patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia...
E nós, por nossa vez, devemos erguer o coração e partir igualmente.
Ignoramos as estações de contacto na caminhada enorme, mas
estamos informados de que o nosso objetivo é Cristo Jesus.
Quantas vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros da calúnia? quantas vezes transitaremos pelo trilho escabroso da incompreensão? quantos aguaceiros de lágrimas nos alcançarão o espírito? quantas nuvens estarão interpostas, entre o nosso pensamento e o Céu, em largos trechos da senda?
Insolúvel a resposta. Importa, contudo, marchar sempre, no caminho interior da própria redenção, sem esmorecimento.
Hoje, é o suor intensivo; amanhã, é a responsabilidade; depois, é o sofrimento e, em seguida, é a solidão...
Ainda assim, é indispensável seguir sem desânimo.
Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-nos para diante, pelo menos, alguns milímetros...
Abre-se a vanguarda em horizontes novos de entendimento e
bondade, iluminação espiritual e progresso na virtude.
Subamos, sem repouso, pela montanha escarpada:
Vencendo desertos...
Superando dificuldades...
Varando nevoeiros...
Eliminando obstáculos...
Abraão obedeceu, sem saber para onde ia, e encontrou a realização da sua felicidade.
Obedeçamos, por nossa vez, conscientes de nossa destinação e convictos de que o Senhor nos espera, além da nossa cruz, nos cimos resplandecentes da eterna ressurreição."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"Quando a câmara permanece sombria..."

‎"Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 29 de outubro de 2011

"EM FAVOR DE VOCÊ"

"Trabalhe sempre, mas não fuja ao serviço que você já iniciou.
Ajude a todos, mão não se esqueça dos deveres imediatos.
Sofra resignado, mas não faça ninguém sofrer.
Exalte o perdão, mas olvide o ressentimento.
Auxilie a quem errou, mas não esmiúce o erro do próximo.
Procure acertar, mas não desculpe a própria irreflexão.
Busque o êxito, mas regozije-se com a vitória dos outros.
Troque idéias, mas não censure aquilo que você não entende.
Estude o que puder, mas não recuse aplicar a lição nobre.
Assuma compromisso, mas não deixe ninguém a esperar por você.
Escreva aos amigos, mas não exija resposta.
Guarde eficiência, mas não vive apressado.
Use o dinheiro, mas não abuse.
Cultive a bondade, mas crie a própria disciplina para o serviço do bem."
(André Luiz, na obra "Ideal Espírita", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"NOTA DE PAZ"

"Ouviste oradores inflamados, advogando a causa da paz sobre toneladas de pólvora e anotaste a presença de supostos vanguardeiros do progresso, solicitando-a sobre montões de ruínas.
Esperam-na, fomentando a desordem e falam dela portando rifles.
No plano maior, os poderosos alinham bombas e os fracos acumulam desesperos.
Talvez, por isso, em plano menor, muitos adotaram fórmula idêntica. Em sociedade, acreditam que a astúcia vale mais que a honestidade e, no campo individual, aceitam o egoísmo à feição de senhor. Afirmam-se cultores da harmonia, concorrendo às
maratonas da discórdia, refere-se à indulgência, disputando o campeonato da crítica,
aconselham bondade, acentuando a técnica de ferir e reporta-se ao mundo, regurgitando pessimismo, como quem segue adiante a engulhos de enxurrada e veneno.
E a equação de todos esses desatinos será sempre a guerra... Guerra de princípios,
guerra de interesses, guerra fria superlotando manicômios, guerra quente esparzindo a
morte.
Sabes, porém, com a Doutrina Espírita, que a consciência carrega consigo, onde
esteja, o fruto das próprias obras.
Não incensarás, desse modo, o delírio dos que apregoam a concórdia, incentivando o dissídio, a rebelião, a injúria e o desânimo.
Trabalharás, infatigavelmente, pelo bem de todos, aperfeiçoando a ti mesmo e sabendo que caminhas em penhor de tua própria imortalidade, para a exaltação da vida eterna, com a paz verdadeira começando de ti."
(Emmanuel, na obra "Ideal Espírita", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"MENSAGEM AO SEMEADOR"

"Semeador despertou aos clarões da aurora e começastes a semear...
A dura lavra exigia suor e, dia sobre dia, arroteaste o solo, calejando aos mãos, entre
o orvalho da manhã e a luz das estrelas.
Diante do sacrifício, os mais amados largaram-te a convivência, sequiosos de
reconforto...Mas quando te viste a sós, sem ninguém que te quisesse as palavras, a
natureza conversou contigo, em nome do Céu, e escutaste, surpreendido; as orações
da semente, no instante de morrer abandonada para ser fiel à vida; ouviste as
confidências das roseiras, escravizadas em gleba, cujas flores brilham nos salões, sem
que seja dado outro direito que não aquele de respirar, entre rudes espinhos;
recolheste a história do trigo que te contou, ainda nos cachos de ouro, como seria
triturado nos dentes agudos de implacáveis moinhos, a fim de servir na casa dos
homens; e velhas árvores lascadas e sofredoras te fizeram sentir que Deus lhes havia
ensinado, em silêncio, a proteger carinhosamente, as próprias mãos criminosas que
lhes decepam os ramos...
Consolado e feliz, trabalhaste, semeador!
Um dia, porém, o campo surgiu engalanado de perfume e beleza e aparecem aqueles
que te exigiram a colheita para a festa do mundo...
Choraste na separação das plantas queridas, entretanto, ninguém te viu as lágrimas
escondidas entre as rugas do rosto.
Era sozinho perante as multidões que te disputavam os frutos e por não haver
adestrado verbo primoroso de modo a defender-te, diante das assembléias, e porque a
tua presença simples não oferecesse qualquer perspectiva de encontro social, os raros
amigos de tua causa julgaram prudentes silenciar, envergonhados do rigor de tuas
ásperas disciplinas e da pobreza de tua veste, mas Deus te impeliu à renovação e,
conquanto despojado de teus bens mais humildes, procuraste outros climas e outras
leiras, onde as tuas mãos quebrantadas e doloridas continuaram a semear...
***
Semeador dos terrenos do espírito, que te encaneceste na lavoura da luz, qual
acontece ao cultivador paciente do solo, não te aflijas, nem desanime.
Se tempestades sempre novas te vergastam a alma, continua semeando...E, se
banimentos e solidão devem constituir a herança transitória do teu destino, recorda o
Divino Semeador que, embora piedoso e justo, preferiu a cruz por amor a verdade e
prossegue semeando, mesmo assim, na certeza de que Deus te basta, porque tudo
passa no mundo, menos Deus."
(Meimei, na obra "Ideal Espírita", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"O ESPANTALHO"


"O astuto comandante de entidades das trevas reuniu a pequena expedição de
companheiros que voltavam da esfera física, onde haviam ido a combate aos espíritos,
e lhes tomava contas.
- Eu, - dizia um dos perseguidores, sarcásticos, - torturei a cabeça de fervoroso
pregador de Kardec, impedindo-lhe o acesso à tribuna por mais de dois meses.
- Ótimo! – falou o chefe – entretanto, isso terá trazido muitos benfeitores ao
socorro preciso.
- Eu - chacoteou um deles – consegui provocar a queda de uma criança anulando
o concurso de operosa médium passista por duas semanas.
- Excelente! – concordou o diretor das sombras – mas não resolve porque muita
gente do plano superior terá vindo...
Outros relacionaram atividades inferiores diversas sem que o mentor cruel
demonstrasse encantamento maior.
Um deles informou, porém:
- Eu encontrei um grupo de espíritas convictos e devotados, mas passei a
freqüentar-lhes o pensamento, dizendo-lhes que eles eram imperfeitos,
imperfeitos e imperfeitos, até que todos acreditaram não valer mesmo nada...
Então ai todos cruzou os braços e começaram a dormir em abatimento e
desânimo.
O tenebroso dirigente deu enorme gargalhada e recomendou a turma sombria a
levantar, com urgência, em cada sementeira do Espiritismo, o espantalho da
imperfeição..."
(Hilário Silva, na obra "Ideal Espírita", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"DONATIVOS MENOSPREZADOS"


"Cumprir os próprios deveres sem esperar que os amigos teçam láureas de gratidão.
Calar toda queixa.
Abster-se do gracejo nas conversas de fundo edificante para não desencorajar a
responsabilidade nascente.
Grafar páginas consoladoras e construtivas sem a pretensão de sermos compreendidos
ou elogiados.
Prestar favores oportunos ao próximo sem a idéia de que o próximo venha, por isso, a
dever-nos qualquer cousa, ainda mesmo o agradecimento mais simples.
Reconhecer que as faltas dos outros podiam ser nossa,s a fim de que saibamos
desculpa-los sem condições.
Não supor que o ouvinte ou os ouvintes seja obrigado a pensar pela nossa cabeça.
Executar os erros de quem se exprime numa assembléia, sem sorrisos de mofa, para
que o iniciante no cultivo do verbo superior não se sinta frustrado em seus intentos de
bem fazer.
Não atribuir a outrem essa ou aquela falha havida em serviço.
Auxiliar aos irmãos menos felizes sem exprobrar-lhes a conduta passada.
Não acusar e nem criticar pessoas sob o pretexto de estarem ausentes.
Silenciar diante dos grandes ou pequenos escândalos, sem considerações deprimentes,
orando em favor daqueles que os provocaram.
Não reclamar homenagens afetivas nessa ou naquela circunstância.
Ouvir com respeito à palavra ou a dissertação supostamente fastidiosa, sem ofender a
quem fala.
Evitar a maledicência em derredor de gestos, atitudes e frases sob nossa observação.
Substituir espontaneamente e sem qualquer apontamento desfavorável, nas boas
obras, o seareiro em falta nas atividades previstas.
Executar com sinceridade as obrigações que a vida nos preceitua sem a preocupação
de invadir as tarefas alheias.
Não opor contraditas às opiniões do interlocutor e sim ajuda-lo, sem presunção, a
entender a verdade em torno disso ou daquilo, no momento adequado.
Amar sem pedir que os entes amados se convertam em bibelôs dos nossos caprichos.
Não exigir das criaturas humanas a perfeição moral que todos estamos muito longe de
possuir.
Deixar os companheiros tão livres para encontrarem a própria felicidade quanto
aspiramos a ser livres por nossa vez."
(Militão Pacheco, na obra "Ideal Espírita", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"Conserva por medalhas de mérito..."

"Conserva por medalhas de mérito os calos nas mãos que abençoam servindo, a fadiga nos músculos que auxiliam com entusiasmo, o suor na fronte que colabora pela felicidade de todos,  os rasgões que te recordam as feridas encontradas no cumprimento de austeras obrigações."
(Eurípedes Barsanulfo, na obra "Ideal Espírita", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"Não acredite em liberdade incondicional..."

"Não acredite em liberdade incondicional. Todo direito está subordinado a determinado
dever. Ninguém abusa sem consequências.
Repare os sistemas penalógicos da vida funcionando espontaneamente.
Enfermidades compartilham excessos...
Obsessões cavalgam desequilíbrios...
Cárceres segregam a delinquência...
Reencarnações expiatórias acompanham desatinos...
Corrijamos a nós mesmos, antes que o mundo nos corrija.
Todos sabemos proclamar os méritos do pensamento positivo, entretanto, não há
pensamento positivo para o bem sem pensamento reto.
O tempo é aquele orientador incansável que ensina a cada um de nós, hoje, amanhã e
sempre que ninguém pode realmente brincar de viver."
(André Luiz, na obra "Ideal Espírita", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"Ajuda, sim, aos doentes do corpo..."

"Ajuda, sim, aos doentes do corpo, mas não desprezes os doentes da alma, que caminham na Terra, aparentemente robustos, carregando enfermidades imanifestas que lhes consomem o pensamento e desfiguram a vida.
Todos podemos ser instrumentos do bem, uns para com os outros.
Não esperes que o companheiro se acame prostrado ou febril para estender-lhe
esperança e remédio.
Auxilia-o, hoje mesmo, sem humilhar ou ferir, de vez que a verdadeira caridade, tanto
quanto possível é tratamento indolor da necessidade humana.
Os emissários do Cristo curam os nossos males em divino silêncio.
Diante dos outros, procedamos nós igualmente assim."
(Emmanuel, na obra "Ideal Espírita", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"DINHEIRO E AMOR"

ESE – Cap XI – Item 9
"Diante do bem, não pronuncies a palavra "impossível".
Certamente, sofres a dificuldade dos que herdaram a luta por preço das menores aquisições. Ainda assim, lembra-te de que a virtude não reside no cofre.
Onde encontrarias ouro puro a fazer-se pão na caçarola dos infelizes?
Em que lugar surpreenderias frágil cobertor tecido de apólices para agasalhar a criança largada ao colo da noite?
Entretanto, se o amor te faz lume no pensamento, arrebatarás à imundície a derradeira sobra da mesa, convertendo-a no caldo reconfortante para o enfermo esquecido, e farás do pano pobre o abrigo providencial em favor de quem passa, relegado à intempérie.
Uma garganta de pérolas não emite pequenina frase consoladora e um crânio esculpido de pedras raras não deixa passar leve fio de ideação.
Todavia, se o amor te palpita na alma, podes falar a palavra renovadora que exclui o poder das trevas e inspirar o trabalho que expresse o apoio e a esperança de muita gente.
Respeita a moeda capaz de fazer o caminho das boas obras, mas não esperes pelo dinheiro a fim de ajudar.
Hoje mesmo, em casa, alguém te pede entendimento e carinho e, além do reduto doméstico, legiões de pessoas aguardam-te os gestos de fraternidade e compreensão.
Recorda que a fonte da caridade tem nascedouro em ti mesmo e não descreias da possibilidade de auxiliar.
Para transmitir-nos semelhante verdade, Jesus, a sós, sem finança terrestre, usou as margens de um lago simples, ofertou simpatia aos que lhe buscavam a convivência, confortou os enfermos da estrada, falou do Reino de Deus a alguns pescadores de vida singela e transformou o mundo inteiro, revelando-nos, assim, que a caridade tem o tamanho do coração.
(Meimei, na obra “O Espírito da Verdade”, Espíritos Diversos/ Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

"FALATÓRIOS"

"Dentre os muitos males que o verbo infeliz pode produzir, o mexerico é, possivelmente, dos mais graves.
Semelhante a vaso pútrido, o falatório exala miasma pestilencial, que contamina os incautos, que dele se acercam.
Ali proliferam a maledicência insensata, o julgamento arbitrário, a acusação indébita, a suspeita inapelável, a infâmia disfarçada, quando não irrompe a
calúnia maleável, capaz de engendrar a destruição dos mais nobres ideais e vidas respeitáveis.
Atira-se a brasa do falatório inconsciente e espera-se que o fogo da irresponsabilidade ameace, devorador, a estrutura onde produz chamas.
Nasce na conversa simples, porém, perniciosa. Emana de uma observação candente e feita de impiedade, a qual se difunde facilmente por ausência de serviço edificante, em decorrência da hora vazia, pela dilatação das apreciações indébitas.
O falatório é, também, verdugo do falador, porquanto, aquele que se compraz em censurar, torna-se vítima da censura alheia.
Acautela-te dos que somente sabem colocar ácido e observações infelizes. Não estás indene à acusação deles.
Se te trazem informação inditosa, por mais amigo que te seja, de ti levará informação incorreta para outrem, a quem chama amigo, e que ignoras.
Não permitas que os teus ouvidos, voltados para a verdade, se convertam em caixa de acusações desditosas.
Ninguém te pede a santificação em um dia, nem espera a tua redenção numa hora.
Aliás, se isto se dera, o beneficiado seria tu próprio. Todavia, todos aguardam que não incidas, reincidas ou insistas no erro, promovendo a renovação dos teus propósitos cada dia, a toda hora, em cada instante......
O teu chamado ao Evangelho de Jesus significa compromisso novo para com a vida, e, se outrem erra, não te utilizes do erro dele, para que justifiques o teu erro.
Não prestarás satisfação da tua conduta ao teu próximo, mas Àquele que te enviou a servir.
Sempre que falares, faze o relatório do bem: desculpa, ajuda, perdoa e compreende.
O irmão caído não necessita de empurrão para mais baixo, entretanto, espera mão amiga para reerguer-se.
Quem erra, tem a ferida do engano; aquele que se equivoca, padece a ulceração do erro.
Disputa a honra de acertar, falando sobre o bem, em nome do Supremo Bem, para o teu próprio bem."

("Celeiro de Bênçãos", Joanna de Ângelis/ Divaldo Pereira Franco)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

"Mesmo que você esteja com a razão..."

"Mesmo que você esteja com a razão,
escute em silêncio a reprimenda injustificada.

Ouvir para examinar é oportunidade
de aprendizado e experiência.

Espere um pouco:
os quadros da existência se modificam tão rapidamente que,
às vezes, uma atitude precipitada
põe a perder um programa de redenção."

(Sérgio Lourenço/Divaldo Franco

"AUXÍLIO MORAL"

"Em muitas circunstâncias, afligimo-nos ante a impossibilidade de alterar o pensamento ou o rumo das pessoas queridas.
Como auxiliar um filho que se distancia de nós, através de atitudes que consideramos indesejáveis, ou amparar um amigo que persiste em caminho que não nos parece o melhor?
Às vezes, a criatura em causa é alguém que nos mereceu longo tempo de convivência e carinho; noutros lances da vida, é pessoa que se nos erigia na estrada em baliza de luz.
Tudo o que era harmonia passa ao domínio das contradições aparentes, e tudo aquilo que se nos figurava tarefa triunfante, nos oferece a impressão de trabalho deteriorado voltando à estaca zero.
Chegados a esse ponto de indagação e estranheza é imperioso
compreender que todos os temos na edificação espiritual uns dos outros uma parte limitada de serviço e concurso, depois da qual vem a parte de Deus.
O lavrador promove condições favoráveis ao plantio da lavoura, mas não consegue colocar o embrião na semente; protege a árvore, mas não lhe inventa a seiva.
Assim ocorre igualmente conosco, nas linhas da existência.
Cada qual de nós pode ofertar a outrem apenas a colaboração de que é capaz.
Além dela, surge a zona íntima de cada um, na qual opera a Divina Providência, através de processos inesperados e, muitas vezes, francamente inacessíveis ao nosso estreito entendimento.
Diante, pois, dos seres diletos que se nos complicam na estrada, o melhor e mais eficiente auxílio moral com que possamos socorrê-los, será sempre o ato de entender-lhes a bênção da oração silenciosa, para que aceitem, onde se colocaram, o Amparo Divino que nunca falha.
Sejam quais sejam os problemas que nos forem apresentados pelos entes queridos, guardemos a própria serenidade e cumpramos para com eles a parte de serviço e devotamento que lhes devemos, depois da qual é forçoso nos decidamos a entregá-los à oficina da vida, em cujas engrenagens e experiências recolherão, tanto quanto nós
todos temos recebido, a parte oculta do Amor e da assistência de Deus."
("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

É imprescindível..."

"É imprescindível não sucumbir sob os fardos, transformando-os,
acima de tudo, em elemento básico na construção espiritual(...)."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Quantas vezes..."

"Quantas vezes geramos complicações e agravamos problemas, unicamente pelo fato de exigir dos outros, aquilo de santo ou de heróico que ainda não conseguimos fazer!
À frente das incompreensões ou perturbações do cotidiano, procuremos reagir como estimaríamos que os demais reagissem, se as dificuldades fossem nossas.
A Terra está repleta dos que censuram e acusam.
Amparemo-nos mutuamente."
("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"Deixa que a compaixão te aclare os olhos..."

"Deixa que a compaixão te aclare os olhos e lubrifique os ouvidos, a fim de que possas ver e escutar em louvor do bem."
("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

"Quando te ocorra o pensamento..."

"Quando te ocorra o pensamento de que deverias ocupar outro ângulo no campo da atividade terrestre, asserena o coração e continua fiel aos deveres que as circunstâncias te preceituem, reconhecendo que, em cada dia, estamos na posição em que a Bondade de Deus conta conosco para o bem geral. Desse modo, para que as tuas horas se enriqueçam de paz e eficiência, no setor de ação que te cabe na Obra do Senhor, se trazes a consciência tranqüila no desempenho das próprias obrigações, é forçoso te capacites de que és hoje o que és e te vês com quem te vês, no quadro em que te movimentas e na apresentação com que te singularizas, porque é justamente
como és, com quem estás no lugar em que te situas e claramente como te encontras,
que o Senhor necessita de ti."
("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"Diz antiga lenda..."

"Diz antiga lenda que uma gota de chuva caiu sobre o oceano que a tormenta encapelara e, aflita, perguntou:
– ”Deus de Bondade, que farei, sozinha, neste abismo estarrecedor?”
O Pai não lhe respondeu, mas, tempos depois, a gota singela era retirada do mar, convertida numa pérola para adornar a coroa de um rei.
Dá também algo de ti aos que bracejam no torvelinho do sofrimento, e, mesmo que possas ofertar apenas um pingo de amor
aos que padecem, tua dádiva será filtrada pelas correntes da angústia humana e subirá, cristalina e luminescente, na direção dos céus, para enfeitar a glória de Deus."
(Meimei, na obra "O Espírito da Verdade", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

"Dizes trazer o deserto no coração..."


"Dizes trazer o deserto no coração; entretanto, pensa nos outros.
Muitos pisam teus rastros, procurando-te as mãos no grande
vazio...
Pára um pouco e perceberá a presença nas sombras da retaguarda.
Enquanto gritas a própria solidão, compreenderás que a voz
deles está morrendo na garganta, através de longos gemidos.
Volta-te e vê."
(Meimei, na obra "O Espírito da Verdade", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

domingo, 23 de outubro de 2011

"Sou o grande médico das almas..."

"Sou o grande médico das almas e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar. Os fracos, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos. Venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e vos achais oprimidos, e sereis aliviados e consolados. Não busqueis alhures a força e a consolação, pois que o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige um supremo apelo aos vossos corações, por meio do Espiritismo. Escutai-o. Extirpados sejam de vossas almas doloridas a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade. São monstros que sugam o vosso mais puro sangue e que vos abrem chagas quase sempre mortais. Que, no futuro, humildes e submissos ao Criador, pratiqueis a sua lei divina. Amai e orai; sede dóceis aos Espíritos do Senhor; invocai-o do fundo de vossos corações. Ele, então, vos enviará o seu Filho bem-amado, para vos instruir e dizer estas boas palavras: Eis-me aqui; venho até vós, porque me chamastes. - O Espírito de Verdade. (Bordéus, 1861.)"
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo VI - "O Cristo Consolador")

"AMARÁS SERVINDO"

"(...)não te deterás na superfície das palavras.
Colocar-te-ás na posição dos que sofrem, a fim de que faças por eles tudo aquilo que desejarias se te fizesse nas mesmas circunstâncias.
Ante as vítimas da penúria, imagina o que seria de ti nos refúgios de ninguém, sob a ventania da noite, carregando o corpo exausto e dolorido a que o pão mendigado não forneceu suficiente alimentação; renteando com os doentes desamparados, reflete quanto te doeria o abandono sob o guante da enfermidade, sem a presença sequer de um amigo para minorar-te o peso da angústia; à frente das crianças despejadas na rua, pensa nos filhos amados que aconchegas ao peito, e mentaliza o
reconhecimento que experimentarias por alguém que os socorresse se estivessem desvalidos na via pública; e, perante os irmãos caídos em criminalidade, avalia o suplício oculto que te rasgarias entranhas da consciência, se ocupasses o lugar deles, e medita no agradecimento que passarias a consagrar aos que te perdoassem os erros, escorando-te o passo, das sombras para a luz.
Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás. Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração."
("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"AUXILIARÁS POR AMOR"

"Auxiliarás por amor nas tarefas do benefício.
Não te deixarás seduzir pelo verbo fascinante dos que manejam o ouro da palavra para incrementar a violência em nome da liberdade e dos que te induzam a crer seja a vida um fardo de desenganos.
Adotarás a disciplina por norma de ação em teu ambiente de trabalho renovador, e educar-te-ás na orientação do bem, elevando o nível da existência e sublimando as circunstâncias.
De muitos ouvirás que não adianta sofrer em proveito dos outros e nem semear para sustento da ingratidão; entretanto, recordarás os benfeitores anônimos que te
amaciaram o caminho, apagando-se tantas vezes para que pudesses brilhar.
Rememorarás a infância, no refúgio doméstico, e perceberás que te ergueste, acima de tudo, da bondade com que te agasalharam o coração. Não conseguiste a ternura materna
com recursos amoedados, não remuneraste teu pai pelo teto em que te guardou a meninice, não compraste a afeição dos que te equilibraram os passos primeiros e nem
pagaste o carinho daqueles que te alçaram o pensamento à luz da oração, ensinando-te
a pronunciar o nome de Deus!...
Reflete nas raízes de amor com que o Todo-Misericordioso nos plasmou os alicerces da vida, e colabora onde estejas para que o bem se erija por sustentáculo de todos.
Enxergarás, nos que te rodeiam, irmãos autênticos, diante da Providência Divina. Ajudarás os menos bons para que se tornem bons, e auxiliarás os bons a fim de
que se façam melhores.
Se a perturbação te dificulta o caminho, serve, sem alarde, e a trilha de libertação se te abrirá, propiciando-te acesso à frente.
Se ofensas te apedrejam, escuda-te no dever bem cumprido e serve sempre, na certeza de que a bondade com a força do tempo é a meia natural de todos os reajustes.
Muitos, mandam, exigem, dispõem ou discutem... Serás aquele que serve, o samaritano da benção, o entendimento dos incompreendidos, a luz dos que se debatem nas sombras, a coragem dos tristes e o apoio dos que se afligem na retaguarda!... E, ainda quando te vejas absolutamente a sós, no ministério do bem, serás fiel à obrigação
de servir, lembrando-te de que, certo dia, um anjo na forma de um homem escalou um monte árido em supremo abandono, carregando a cruz do próprio sacrifício, mas porque
servia e servia, perdoando e perdoando, fez nas trevas da morte o sol das nações, em perenidade de luz e amor para o mundo inteiro."
("Alma e Coração", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)