sexta-feira, 13 de maio de 2011

"DO CÉU À TERRA"


"Junto às Portas Celestiais assomam almas da Terra todos os dias. Sublimadas na


abnegação e na dor, assemelham-se a anjos nascituros que o flagelo da retaguarda


deixou sem nome...


Agora, as cruzes do trabalho destacam-se-lhes dos ombros, à feição de asas alvíssimas,


com que aspiram aos supremos vôos no rumo da Eternidade...


Enlevadas, auscultam constelações distantes, lares suspensos da Criação que lhes


sugerem, enfim, a ventura perfeita, e ouvem, extáticas, a musica das esferas, convidandoas


à luz da divina ascensão...


Todavia, na fronteira de sol, gritos de expiação alcançam-lhes o seio...


Partem da Terra escura em que a noite domina. Traduzem desespero, agonia e aflição...


Trazem pragas atrozes, notas de tempestade e soluços pungentes...


São lágrimas e anseios daqueles que fizeram no abismo da saudade, entre a grade de


trevas e o martírio da prova...


São filhos que padecem, amigos que pranteiam, companheiros em sombra e amores sob


algemas...


É então que os redimidos, quase sempre despertam para Cristo Imortal e, ao invés da


subida ao fulgor das estrelas, volvem à matéria obscura, retomam-na, apressados,


sofrendo o berço pobre em chagas de amargura, acendendo, de novo, o lume da alegria,


onde a angustia corveja, ensinando a bondade em silêncio e renúncia, indicando o


caminho ao resplendor da Altura e morrendo em louvor da Bondade Sublime,


aprendendo, com Cristo, que a virtude do amor é cessar todo ódio e que a graça do Céu é


converter o inferno de procedência humana em templo redentor de trabalho e esperança


para o Reino de Deus."


(Emmanuel, na obra "Família", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

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