sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
"SOBRE O CARNAVAL"
"Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.
É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização.
Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.
Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.
Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.
Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.
Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretenciosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.
É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral."
(Autor espiritual Emmanuel, psicografado porFrancisco Cândido Xavier em Julho de 1939)
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
"O PROBLEMA DIFÍCIL"
"Entre os comentários da noite, um dos companheiros mostrou-se interessado em conhecer a questão mais difícil de resolver, nos serviços referentes à procura da luz divina.
Em que setor da luta espiritual se colocaria o mais complicado problema?
Depois de assinalar variadas considerações, ao redor do assunto, o Mestre fixou no semblante uma atitude profundamente compreensiva e contou:
— Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria. Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil de vencer no grande caminho da vida.
No auge da discussão, prevendo talvez consequências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa.
Iriam os três ao palácio do príncipe governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza.
O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.
O segundo levaria uma corça rara.
O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.
O trio fraterno recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viagem de três milhas; no entanto, a meio do caminho, principiaram a discutir.
O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar; este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse.
O pequeno séquito seguia, estrada afora, dificilmente, porquanto cada viajor permanecia atento a obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas e incessantes.
Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho olvida a própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos, escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho poeirento.
Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado, abrigando-se em floresta próxima.
O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, internando-se pelo mato a dentro, e o conteúdo de prateada bandeja se perde totalmente no chão.
Desapontados e irritadiços, os três rapazes tornam à presença paterna, apresentando cada qual a sua queixa e a sua derrota.
O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:
— Aproveitem o ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso. O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.
Jesus calou-se, pensativo, e uma prece de amor e reconhecimento completou a lição."
("Jesus no Lar", Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)
("Jesus no Lar", Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
"Que procuramos nós todos..."
"Que procuramos nós todos, em definitivo, nessa questão tão palpitante e tão fecunda do Espiritismo? ESCLARECERMO-NOS; nós, primeiramente, procuramos a luz, de qualquer parte que ela venha e se emitimos a nossa maneira de ver, isso não é senão uma opinião individual que não pretendemos impor a ninguém; nós a entregamos a discussão, e estamos prontos para renunciá-la se nos for demonstrado que estamos em erro."
(Allan Kardec – "Revista Espírita" – Nov. 1858)
(Allan Kardec – "Revista Espírita" – Nov. 1858)
"VÊ E SEGUE"
"Uma coisa sei: eu era cego e agora vejo." - João, 9:25.
"Apesar de o
trabalho renovador do Evangelho, nos círculos da consolação
e da pregação,
desdobrar-se, diante das massas, semeando milagres de reconforto na alma do
povo, o serviço sutil e quase desconhecido do aproveitamento da Boa Nova é
sempre individual e intransferível.
Os aprendizes da vida cristã, na
atividade vulgar do caminho,
desfrutam do conceito de normalidade, mas se não
gozam de
vantagens observáveis no imediatismo da experiência humana,
quais
sejam as da consolação, do estímulo ou da prosperidade material,
de
maneira a gravarem o ensinamento vivo de Jesus, nas próprias
vidas,
passam à categoria de pessoas estranhas, muita vez ante os próprios
companheiros de ministério.
Chegado a semelhante posição, e se sabe
aproveitar a sublime
oportunidade pela submissão e diligência, o discípulo
experimenta
completa transposição de plano.
Modifica a tabela de valores
que o rodeiam.
Sabe onde se ocultam os fundamentos eternos.
Descortina
esferas novas de luta, através da visão interior que outros
não
compreendem.
Descobre diferentes motivos de elevação, por intermédio do
sacrifício
pessoal, e identifica fontes mais altas de incentivo ao esforço
próprio.
Em vista disso, freqüentemente provoca discussões acesas,
com
respeito à atitude que adota à frente de Jesus.
Por ver, com mais clareza, as
instruções reveladas pelo Mestre,
é tido à conta de fanático ou retrógrado,
idiota ou louco.
Se, porém, procuras efetivamente a redenção com o
Senhor,
prossegue seguro de ti mesmo; repara, sem aflição e sem
desânimo,
as contendas que a ação genuína de Jesus em ti recebe de
corações
incompreensivos e estacionários, repete as palavras do cego
que
alcançou a visão e segue para diante."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
"Abri, pois, os vossos ouvidos e os vossos corações..."
"Abri, pois, vossos ouvidos e vossos corações, meus bem amados! Cultivai esta
árvore da vida, cujos frutos proporcionam a vida eterna. Aquele que a plantou
vos convida a cuidá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância os seus
frutos divinos. Deixai-a assim como o Cristo vo-la deu: não a mutileis. Sua
sombra imensa quer estender-se por todo o universo; não lhe corte a ramagem.
Seus frutos generosos caem em abundância, para alentar o viajor cansado, que
deseja chegar ao seu destino. Não os amontoeis, para guardá-los e deixá-los
apodrecer, sem servirem a ninguém. “São muitos os chamados e poucos os
escolhidos”. É que há os açambarcadores do pão da vida, como os há do pão
material. Não vos coloqueis entre eles; a árvore que dá bons frutos deve
distribuí-los para todos. Ide, pois, procurar os necessitados; conduzi-os sob as
ramagens da árvore e partilhai com eles o abrigo que ela vos oferece. “Não se
colhem uvas dos espinheiros”. Meus irmãos, afastai-vos, pois, dos que vos chamam
para apontar os tropeços do caminho, e segui os que vos conduzem à sombra da
árvore da vida.
O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não
passarão: “Os que me dizem Senhor, Senhor, nem todos entrarão no Reino dos Céus,
mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai, que está nos Céus”. Que o
Senhor das bênçãos vos abençoe, que o Deus da luz vos ilumine; que a árvore da
vida vos faça com abundância a oferenda dos seus frutos! Crede e
orai!"
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
"COMBATE INTERIOR"
“Tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.”
Paulo (Filipenses, 1:30)
"Em plena juventude, Paulo terçou armas contra as circunstâncias comuns, de modo a consolidar posição para impor-se no futuro da raça. Pelejou por sobrepujar a inteligência de muitos jovens que lhe foram contemporâneos, deixou colegas e companheiros distanciados. Discutiu com doutores da Lei e venceu-os.
Entregou-se à conquista de situação material invejável e conseguiu-a.
Combateu por evidenciar-se no tribunal mais alto de Jerusalém e sobrepôs-se a velhos orientadores do povo escolhido. Resolveu perseguir aqueles que interpretava por inimigos da ordem estabelecida e multiplicou adversários em toda parte. Feriu, atormentou, complicou situações de amigos respeitáveis, sentenciou pessoas inocentes a inquietações inomináveis, guerreou pecadores e santos, justos e injustos...
Surgiu, contudo, um momento em que o Senhor lhe convoca o espírito a outro gênero de batalha – o combate consigo mesmo.
Chegada essa hora, Paulo de Tarso cala-se e escuta...
Quebra-se-lhe a espada nas mãos para sempre.
Não tem braços para hostilizar e sim para ajudar e servir.
Caminha, modificado, em sentido inverso. Ao invés de humilhar os outros, dobra a própria cerviz.
Sofre e aperfeiçoa-se no silêncio, com a mesma disposição de trabalho que mo caracterizava nos tempos de cegueira.
É apedrejado, açoitado, preso, incompreendido muitas vezes, mas prossegue sempre, ao encontro da Divina Renovação.
Se ainda não combates contigo mesmo, dia virá em que serás chamado a semelhante serviço.
Ora e vigia, prepara-te e afeiçoa o coração à humildade e à paciência.
Lembra-te,meu irmão, de que nem mesmo Paulo, agraciado pela visita pessoal de Jesus, conseguiu escapar."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
domingo, 23 de fevereiro de 2014
"Em todas as instituições..."
"Em todas as instituições da fé, há os que gozam, que aproveitam, que calculam, que criticam, que fiscalizam... Esses são, ainda, candidatos à iluminação definitiva e renovadora. Os que crêem, contudo, e aceitam as determinações de serviço que fluem do Alto, serão seguidos pelas notas reveladoras da imortalidade, onde
estiverem. Em nome do Senhor, emitindo vibrações santificantes, expulsarão a treva e a maldade, e serão facilmente conhecidos, entre os homens espantados, porque falarão sempre na linguagem nova do sacrifício e da paz, da renúncia e do amor."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
sábado, 22 de fevereiro de 2014
"DE MADRUGADA"
“E no primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro, de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra removida do sepulcro.”
(João, 20:1)
"Não devemos esquecer a circunstância em que Maria de Magdala recebe a primeira mensagem da ressurreição do Mestre.
No seio de perturbações e desalentos da pequena comunidade, a grande convertida não perde tempo em lamentações estéreis nem procura o sono do esquecimento.
Os companheiros haviam quebrado o padrão de confiança.
Entre o remorso da própria defecção e a amargura pelo sacrifício do Salvador, cuja lição sublime ainda não conseguiam apreender, confundiam-se em atitudes negativas. Pensamentos contraditórios e angustiados azorragavam-lhes os corações.
Madalena, contudo, rompe o véu de emoções dolorosas que lhe embarga os passos. É imprescindível não sucumbir sob os fardos, transformando-os,acima de tudo, em elemento básico na construção espiritual, e Maria resolve não se acovardar, ante a dor. Porque o Cristo fora imolado na cruz, não seria lícito condenar-lhe a memória bem-amada ao olvido ou à indiferença.
Vigilante, atenta a si mesma, antes de qualquer satisfação a velhos convencionalismos, vai ao encontro do grande obstáculo que se constituía do sepulcro, muito cedo, precedendo o despertar dos próprios amigos e encontra a radiante resposta da Vida Eterna.
Rememorando esse acontecimento simbólico, recordemos nossas antigas quedas, por havermos esquecido o “primeiro dia da semana”, trocando, em todas as ocasiões, o “mais cedo” pelo “mais tarde”."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
"O "NÃO" E A LUTA"
“Mas seja o vosso falar: sim, sim; não, não.”
Jesus (Mateus, 5:37)
"Ama, de acordo com as lições do Evangelho, mas não permitas que o teu amor se converta em grilhão, impedindo-te a marcha para a vida superior.
Ajuda a quantos necessitam de tua cooperação, entretanto, não deixes que o teu amparo possa criar perturbações e vícios para o caminho alheio.
Atende com alegria ao que te pede um favor, contudo, não cedas à leviandade e à insensatez.
Abre portas de acesso ao bem-estar aos que te cercam, mas não olvides a educação dos companheiros para a felicidade real.
Cultiva a delicadeza e a cordialidade, no entanto, sê leal e sincero em tuas atitudes.
O “sim” pode ser muito agradável em todas as situações, todavia, o “não”, em determinados setores da luta humana, é mais construtivo.
Satisfazer a todas as requisições do caminho é perder tempo e, por vezes, a própria vida.
Tanto quanto o “sim” deve ser pronunciado sem incenso bajulatório, o“não” deve ser dito sem aspereza.
Muita vez, é preciso contrariar para que o auxílio legítimo se não perca;
urge reconhecer, porém, que a negativa salutar jamais perturba. O que dilacera é o tom contundente no qual é vazada.
As maneiras, na maior parte das ocasiões, dizem mais que as palavras.
“Seja o vosso falar: sim, sim; não, não”, recomenda o Evangelho.
Para concordar ou recusar, todavia, ninguém precisa ser de mel ou de fel.
Bastará lembrarmos que Jesus é o Mestre e o Senhor não só pelo que faz, mas também pelo que deixa de fazer."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
"Não admitais..."
“Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa.”
(Erasto, em "O Livro dos Médiuns", Allan Kardec)
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
"INTERCESSÃO"
“Irmãos, orai por nós.” - Paulo (I Tessalonicenses, 5:25)
"Muitas criaturas sorriem ironicamente quando se lhes fala das orações intercessórias.
O homem habituou-se tanto ao automatismo teatral que encontra certa dificuldade no entendimento das mais profundas manifestações de espiritualidade. A prece intercessória, todavia, prossegue espalhando benefícios com os seus valores
inalterados.
Não é justo acreditar seja essa oração o incenso bajulatório a derramar-se na presença de um monarca terrestre a fim de obtermos certos favores.
A súplica da intercessão é dos mais belos atos de fraternidade e constitui a emissão de forças benéficas e iluminativas que, partindo do espírito sincero, vão ao objetivo visado por abençoada contribuição de conforto e energia. Isso não acontece, porém, a pretexto de obséquio, mas em conseqüência de leis justas. O homem custa a crer na influenciação das ondas invisíveis do pensamento, contudo, o espaço que o cerca está cheio de sons que os seus ouvidos materiais não registram; só admite o auxilio tangível, no entanto, na própria natureza física vêem-se árvores venerandas que protegem e conservam ervas e arbustos, a lhes receberem as bênçãos da vida, sem lhes tocarem jamais as raízes e os troncos.
Não olvides os bens da intercessão.
Jesus orou por seus discípulos e seguidores, nas horas supremas."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
"O Espiritismo..."
"O Espiritismo, finalmente, que avança pelo mundo em fora, consolando os aflitos, sustentando a coragem dos abatidos, semeando a esperança onde havia desespero, a confiança no futuro em lugar do medo![...] O Espiritismo levanta em seu rastro a poeira do orgulho, do egoísmo, da inveja e do ciúme, derrubando à sua passagem a incredulidade, o fanatismo, os preconceitos e conclamando os homens todos à lei do Cristo, isto é, à caridade, à fraternidade."
("Viagem Espírita em 1862", Allan Kardec)
"SAIBAMOS PENSAR"
"Se pretendes receber a luz dos anjos para viver em paz entre os homens, observa como pensas, a fim de que a sombra de ontem não te anule a esperança de hoje.
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Cada dia é frente movimentada na luta silenciosa, em que nos cabe entronizar na consciência aquela vitória espiritual sobre nós mesmos, capaz de assegurar-nos a suspirada penetração na Vida Celeste.
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Hora a hora, aprendamos pensar com o bem, pelo bem, junto do bem, através do bem e estendendo o bem, a fim de que venhamos a errar menos, diante das leis que nos regem.
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Observando o irmão transviado, que a convenção apelida por malfeitor, mentaliza-lhe a recuperação que o integrará na comunidade das criaturas úteis e auxilia-o quanto possas.
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Perante a irmã que se fez infeliz na conceituação dos outros, reflete no esforço que o seu valor feminino despendeu para ser nobre e digna e estende-lhe mãos fraternas.
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Ante o delinquente que se transformou em réu da justiça, medita na batalha indefinível que o companheiro desventurado terá vivido em si próprio, antes de render-se à tentação e ampara-o com os recursos ao teu alcance.
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Não cubras teus olhos com o crepe do pessimismo, nem envolvas teus braços no gelo da indiferença.
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Aprende a pensar para o bem para que o bem te ensine ver e a servir.
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Onde o mundo situa o aviltamento e a corrupção, a falência e a queda, o pensamento reto descobre sonhos malogrados e aspirações desfeitas que a tempestade da ignorância e da penúria destruiu.
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Não te confies às sugestões da tristeza e do desânimo, da crueldade e da maldição.
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Passa auxiliando e sentirás no irmão da estrada a continuação de ti mesmo.
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E, acendendo a luz da confiança e da bondade em torno dos próprios pés, guardarás a mente invulnerável à influência das trevas, convertendo o próprio espírito em vaso sagrado no qual o pensamento nobre, recolhido com limpidez e segurança, transformar-te-á a existência em estrela, brilhando na Terra em abençoada antecipação ao Reino de Deus."
(“Nós”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
"A todos os deserdados da Terra..."
"A todos os deserdados da Terra, a todos aqueles que caminham ou que caem, molhando com suas lágrimas a poeira do caminho, diremos: lede "O Livro dos Espíritos", isso vos tornará mais
fortes. Aos felizes, também, aqueles que não encontram, em seu caminho, senão aclamações da multidão ou os sorrisos da fortuna, diremos: Estudai-o, ele vos tornará melhores."
("Revista Espírita" - 1858)
domingo, 16 de fevereiro de 2014
"PORTO DE SEGURANÇA"
"Desde quando te deixaste arrebatar pela mensagem espírita, que te vês a braços com muitas dores, somadas às tuas próprias dores.
A princípio, atribuías que a revelação te libertaria do sofrimento, facultando-te uma diferente visão da vida e dos acontecimentos.
E estavas com a razão.
A questão, no entanto, é de óptica. Mediante a fé compreendes melhor as causas e as finalidades da existência corporal bem como a sua importância para o espírito, modificando os conceitos que mantinhas.
Isto não quer dizer que seriam eliminados esses efeitos que te alcançam, mas que te ajudaria a gerar causas positivas para uma sega porvindoura.
Aumenta-te a capacidade de compreensão, o serviço se te apresenta como elemento libertador.
Desse modo, tens ouvidos e palavra, interesse e disposição para auxiliar o próximo que transita sem rumo e sem apoio.
Não estranhes que te busquem os aflitos e os aturdidos, os ignorantes e os agressivos.
Dão-te a oportunidade feliz de crescimento pessoal e de felicidade pelo que lhes possa doar.
Unge-te de coragem e atende-os, sustentando-lhes a força antes da queda total.
A Terra é escola de reabilitação e aprendizagem.
Conforme cada discípulo portar-se hoje, assim viverá amanhã, o que também respeita ao presente em relação ao passado.
Apresenta-te feliz, considerando ser buscado a ajudar, ao invés de estares buscando o auxílio na ignorância das Leis.
Não relacionem os problemas que decorrem do cansaço e da continuidade volumosa que te assoberbam cada dia.
Se muitos te procuram, é porque algo em ti encontram, que lhes faz bem.
Coloca-te no lugar deles e perceberás quanto gostarias de receber...
Assim, não te escuses de contribuir.
Se te sentes necessitado de apoio, este não te falta, porquanto já podes dirigir-te diretamente ao Supremo Doador, que te não deixa em desamparo, conforme ocorre em relação a todos e a tudo, com a diferença, que somente poucos se fazem receptivos àquele auxílio.
Apoia-te na fé robusta e transfere as alegrias e comodidades para mais tarde, as que agora não podes fruir, em razão da assistência que deves dispensar aos desesperados.
Quando nos dispomos a ajudar, adquirimos uma aura magnética que irradia reconforto e atrai os necessitados de socorro.
Talvez se te apeguem e produzam mal-estar.
Possivelmente, extorquirão as reservas de energias daqueles a quem buscam, numa exploração que não tem sentido.
Provável que se não beneficiem, mesmo quando ajudados...
Estas, porém são questões que não podes resolver.
Deixa-te conduzir pela esperança e esparze-a, mesmo que sofrendo, sem o dizer, e colocado numa situação de que não tens problemas, o que não corresponde à verdade, prosseguindo, afável e confiante, no rumo do futuro onde está o porto de segurança de todos nós."
(“OTIMISMO”, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)
sábado, 15 de fevereiro de 2014
"ISSO É CONTIGO"
"E disse: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles porém,
responderam: Que nos importa? Isso é contigo." - (Mateus,27:4.)
"A palavra da maldade humana é sempre cruel para quantos lhe ouvem as criminosas insinuações. O caso de Judas demonstra a irresponsabilidade e a perversidade de quantos cooperam na execução dos grandes delitos.
O espírito imprevidente, se considera os alvitres malévolos, em breve se capacita da solidão em que se encontra nos círculos das consequências desastrosas.
Quem age corretamente encontrará, nos felizes resultados de suas iniciativas, aluviões de companheiros que lhe desejam partilhar as vitórias; entretanto, muito raramente sentirá a presença de alguém que lhe comungue as aflições nos dias da derrota temporária. Semelhante realidade induz a criatura à precaução mais insistente.
A experiência amarga de Judas repete-se com a maioria dos homens, todos os dias, embora em outros setores.
Há quem ouça delituosas insinuações da malícia ou da indisciplina, no que concerne à tranquilidade interior, às questões de família e ao trabalho comum. Por vezes o homem respira em paz, desenvolvendo as tarefas que lhe são necessárias; todavia é alcançado pelo conselho da inveja ou da desesperação e perturba-se com falsas perspectivas, penetrando, inadvertidamente, em labirintos escuros e ingratos. Quando reconhece o equivoco do cérebro ou do coração, volta-se ansioso, para os conselheiros da véspera, mas o mundo inferior, refazendo a observação a Judas, exclama em zombaria: - "Que nos importa? Isso é contigo."
(“Pão Nosso”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
"O verdadeiro meio..."
"O verdadeiro meio de combater as superstições, não é o de contestá-las de modo absoluto; no espírito de certas pessoas, há idéias que não se desarraigam mais facilmente, porque têm, sempre, fatos a citar em apoio da sua opinião; ao contrário, é preciso demonstrar o que há de real; então, não resta senão o
exagero ridículo, para o qual o bom senso faz justiça."
("Revista Espírita" - 1858)
"NO ROTEIRO DA FÉ"
"Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me." Jesus - LUCAS 9:23
"O aviso do Senhor é insofismável.
"Siga-me" - diz o Mestre.
Entretanto, há muita gente a lamentar-se de fracassos e desilusões, em matéria de fé, nas escolas do Cristianismo, por não Lhe acatarem o conselho.
Buscam Jesus, fazendo a idolatria em derredor de seus intermediários humanos e, como toda criatura terrestre, os intermediários humanos do Evangelho não podem substituir o Cristo, junto à sede das almas.
Aqui, é o padre católico, caridoso e sincero, contudo, incapaz de oferecer a santidade perfeita.
Ali, é o pastor da Igreja Reformada, atento e nobre, mas inabilitado à demonstração de todas as virtudes.
Acolá, é o médium espírita, abnegado e diligente, todavia distante da própria sublimação.
Mais além, surgem doutrinadores e comentaristas, companheiros e parentes, afeiçoados ao estudo e excelentes amigos, mas ainda longe da integração com o Benfeitor Eterno.
E quase sempre aqueles que o acompanham, na suposição de buscarem o Cristo, ante os mínimos erros a que se arrojam, por força da invigilância ou inexperiência, retiram-se, apressados, do serviço espiritual, alegando desapontamento e amargura.
O convite do Senhor, no entanto, não deixa margem à dúvida.
Não desconhecia Jesus que todos nós, os Espíritos encarnados ou desencarnados que suspiramos pela comunhão com Ele, somos portadores de cicatrizes e aflições, dívidas e defeitos, muitas vezes escabrosos. Daí o recomendar-nos: - "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me".
Se te dispõe, desse modo, a encontrar o Senhor para a edificação da tua felicidade, renuncia com desassombro às bagatelas da estrada, suporta corajosamente as conseqüências dos teus atos de ontem e de hoje e procura Jesus por Divino Modelo.
Não olvides que há muita diferença entre seguir o Cristo e seguir os cristãos."
("Palavras de Vida Eterna", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
"A Doutrina Espírita..."
"A Doutrina Espírita nos oferece, enfim, a única solução possível e racional de uma multidão de fenômenos morais e antropológicos, dos quais, diariamente, somos testemunhas, e para
os quais se procuraria, inutilmente, a explicação em todas as doutrinas conhecidas.
Classificaremos nessa categoria, por exemplo, a simultaneidade dos pensamentos, a anomalia de certos caracteres, as simpatias e as antipatias, os conhecimentos intuitivos, as aptidões, as propensões, os destinos que parecem marcados de fatalidade, e, num quadro mais geral, o caráter distintivo dos povos, seu progresso ou sua degeneração, etc."
("Revista Espírita" - 1860/Allan Kardec)
os quais se procuraria, inutilmente, a explicação em todas as doutrinas conhecidas.
Classificaremos nessa categoria, por exemplo, a simultaneidade dos pensamentos, a anomalia de certos caracteres, as simpatias e as antipatias, os conhecimentos intuitivos, as aptidões, as propensões, os destinos que parecem marcados de fatalidade, e, num quadro mais geral, o caráter distintivo dos povos, seu progresso ou sua degeneração, etc."
("Revista Espírita" - 1860/Allan Kardec)
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
"EM COMBATE"
"Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado." - Paulo.
(HEBREUS, 12:4.)
"O discípulo sincero do Evangelho vive em silenciosa batalha no campo do coração.
A princípio, desenrola-se o combate em clima sereno, ao doce calor do lar tranqüilo. As árvores das afeições domésticas amenizam as experiências mais fortes.
Esperanças de todos os matizes povoam a alma, nem sempre atenta à realidade.
Falam os ideais em voz alta, relativamente às vitórias porvindouras.
O lutador domina os elementos materiais e, não poucas vezes, supõe consumado o triunfo verdadeiro.
O trabalho, entretanto, continua.
A vitória do espírito exige esforço integral do combatente. E, mais tarde, o lidador cristão é convidado a testemunhos mais ásperos, compelido à batalha solitária, sem o recurso de outros tempos. A lei de renovação modifica-lhe os roteiros, subtrai-lhe as ilusões, seleciona-lhe os ideais. A morte devasta-lhe o circulo íntimo, submete-o ao insulamento, impele-o à meditação. O tempo impõe retiradas, mudanças e retificações...
Muitos se desanimam na grande empreitada e voltam, medrosos, às sombras inferiores.
Os que perseverarem, todavia, experimentarão a resistência até ao sangue. Não se trata aqui, porém, do sangue das carnificinas e sim dos laços consangüíneos que não somente unem o espírito ao vaso corpóreo, como também o enlaçam aos companheiros de séquito familiar. Quando o aprendiz receber a dor em si próprio, compreendendo-lhe a santificante finalidade, e exercer a justiça ou aceitá-la, acima de toda a preocupação dos elos consangüíneos, estará atingindo a sublime posição de triunfo no combate contra o mal."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
"A encarnação..."
"A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito, ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si".
("O Céu e o Inferno", Allan Kardec)
"Ide, pois..."
"Ide, pois, levando a palavra divina aos grandes, que a desdenharão; aos sábios, que desejarão prová-la; e aos simples e pequeninos, que a aceitarão, pois principalmente entre os mártires do trabalho, nesta expiação terrena, encontrareis entusiasmo e fé. Ide, que estes receberão jubilosos, agradecendo e louvando a Deus, a consolação divina que lhes oferecerdes; e, baixando a fronte, renderão graças pelas aflições que a Terra lhes reservou.
Arme-se de decisão e coragem a vossa falange! Mãos à obra! O arado está pronto, a terra preparada: arai!"
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)
Arme-se de decisão e coragem a vossa falange! Mãos à obra! O arado está pronto, a terra preparada: arai!"
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
"O INSTRUMENTO"
"Onde estiveres, agradece ao Senhor o instrumento da regeneração. Ninguém vive sem ele.
*
Aqui, é o esposo de trato difícil.
Além, é a companheira de presença desagradável.
Acolá, é o filho rebelde.
Mais além, é a filha inconsequente.
Hoje, é o amigo que confiou à incompreensão.
Amanhã, será o chefe áspero.
Depois, será o subalterno distraído.
Agora, é o companheiro que desertou.
*
Mais tarde, será o adversário, compelindo-te a inesperadas tribulações.
*
Silencia, aproveita e segue adiante.
*
A pedra recebe do martelo que a estilhaça a dignidade com que se faz útil à construção.
O metal deve a pureza que lhe é própria ao cadinho esfogueante que o martiriza.
*
Não olvides que o corpo é o santuário de possibilidades divinas em que temporariamente te refugias para assimilar a lição do progresso.
*
Cada caminho cede lugar a outro caminho.
*
Cada experiência conduz a experiência maior.
*
Toda prova é alimento espiritual e toda dor é impulso à ascensão.
*
Aprendamos a entesourar os dons da vida, respeitando os ensinamentos que o mundo nos impõe, na certeza de que entre a humildade e o trabalho, alcançaremos, um dia, os cimos da Luz."
(“Jóia”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
domingo, 9 de fevereiro de 2014
"DIAS AMARGOS"
- "No bojo das horas em que estagias na romagem carnal, preparando-te, passo a passo, para a própria redenção, surgem-te dias tormentosos e difíceis, que, naturalmente fazem-te experimentar a sensação de abandono no coração.Há dias em que acordas sob tal estado de tensão emocional, como se não houvesses dormido toda a noite, mas como quem manteve inglórias pelejas com adversários cruéis. E aturdes-te, imaginando o que fazer para que se alterem essas agonias.Em outros dias, sentes quão difícil se faz vencer-lhes as horas, como se carregasses pesados fardos nos ombros macerados... E te desesperas, admitindo-te nas últimas forças.Advém ocasiões em que tudo de inesperado ocorre em teu redor: problemas de saúde, dificuldades pecuniárias, impondo-te carências sem conto; desarmonia entre teus seres amados, fazendo-te crer que as adversidades instalaram-se em tua morada. E te sentes despautar, em considerando tantos revezes...São antigos amigos que deixam-te as rotas , buscando novas afeições, ora são familiares a te ferirem os sentimentos mais íntimos, com desconsiderações torturantes. Por vezes a tormenta irrompe no emprego: o patrão difícil, o empregado ingrato e relapso, e sentes que a mente não suportará por muito tempo tantos amargores.Nesses tempos de provações, nos dias amargos que te encontrarem na marcha redentora, não te esqueças de orar, ligando-te com os Poderes Superiores que regem a Vida, e sentirás inebriante paz a invadir-te o coração, dissipando sombras ainda espessas.Unge-te de confiança em Deus, marcando a tua fé com a perseverança no bem elegido como norma de tua existência, e verás modificarem-se situações ásperas.Vale-te de uma página evangélica, de uma reflexão em torno do bem, e entenderás que no mundo, ninguém atravessa sem rudes refregas, a fim de testemunhar fidelidade ao eterno bem.Disse-nos o Divino Amigo:"Aquele que vem a mim, de modo algum lançarei fora (João, 6:37). Busca-O assim, denodadamente. Guarda-O no âmago da alma, gloriosamente, indo ao Seu encontro, a cada lance caminha adiante.Não valorizes o mal dos maus, nem a tormenta dos atormentadores, tampouco a falácia dos enganadores. Ergue-te acima deles e das circunstâncias por eles criadas.Entrega as tuas às mãos de Jesus Cristo, e avança com disposição e coragem.A noite apavorante, se fará dia claro, se tiveres paciência.A taça amarga se converterá em saboroso néctar, se guardares com paciência.Os adversários de hoje, tornar-se-ão amigos, amanhã, se viveres com paciência.A paciência nos dias de testemunhos árduos, sempre deverá ser virtude ativa, atuante, fazendo-te realizar o melhor ao teu alcance, no sentido de modificares horrores, fazendo belezas.Se as Leis do Céu te permitem sofre, pára um pouco. Não te agites, inecessariamente, não te revoltes, nem te faças violento ou avinagrado, levanta-te com disposição, toma a poção medicamentosa da fé e avança com Jesus, decidido e confiante, para que, seguindo ao encontro Dele, Ele te possa envolver e amparar, para que atinjas as perenes vitórias, fazendo de tua vida um esplendente dia de sol."(Camilo, na obra "Vozes do Infinito", J. Raul Teixeira/Espíritos Diversos)
sábado, 8 de fevereiro de 2014
"SAIBAMOS CONFIAR"
"Não andeis, pois, inquietos.” Jesus. (Mateus, 6:31)
"Jesus não recomenda a indiferença ou a irresponsabilidade.
O Mestre, que preconizou a oração e a vigilância, não aconselharia a despreocupação do discípulo ante o acervo do serviço a fazer.
Pede apenas combate ao pessimismo crônico.
Claro que nos achamos a pleno trabalho, na lavoura do Senhor, dentro da ordem natural que nos rege a própria ascensão.
Ainda nos defrontaremos, inúmeras vezes, com pântanos e desertos, espinheiros e animais daninhos.
Urge, porém, renovar atitudes mentais na obra a que fomos chamados, aprendendo a confiar no Divino Poder que nos dirige.
Em todos os lugares, há derrotistas intransigentes.
Sentem-se nas trevas, ainda mesmo quando o Sol fulgura no zênite.
Enxergam baixeza nas criaturas mais dignas.
Marcham atormentados por desconfianças atrozes. E, por suspeitarem de todos, acabam inabilitados para a colaboração produtiva em qualquer serviço nobre.
Aflitos e angustiados, desorientam-se a propósito de mínimos obstáculos, inquietam-se, com respeito a frivolidades de toda sorte e, se pudessem, pintariam o firmamento à cor negra para que a mente do próximo lhes partilhe a sombra interior.
Na Terra, Jesus é o Senhor que se fez servo de todos, por amor, e tem esperado nossa contribuição na oficina dos séculos. A confiança dEle abrange as eras, sua experiência abarca as civilizações, seu devotamento nos envolve há milênios...
Em razão disso, como adotar a aflição e o desespero, se estamos apenas começando a ser úteis?"
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
"MÃE CIDÁLIA"
"Assim se
chamara na Terra a segunda Mãe de Chico Xavier, a criatura amorosa e boa, que
dissera ao seu noivo João Cândido:
— Somente
me casarei com você se permitir que ajunte, em nosso lar, para os criarmos, os
filhos de sua primeira mulher, nossa santa irmã Maria João de Deus, os quais
vivem por aí distribuidos e criados ao léu da vida...
O Sr. João
Cândido, homem cordato e bom, aquiesceu. Casou-se e, graças à Mãe Cidália,
voltaram as aves ao ninho antigo, saudosas, alegres, felizes.
Foi essa
Mãe por vocação, missionária do Amor, que ensinou o Chico a orar, que o
encaminhou na vida, que lhe orvalhou a alma dorida e pura de ensinamentos
cristãos e que realizou, com ele e seus demais irmãos, Neuza, Luíza, Lucília,
Geralda, Gina, José Raimundo e outros, uma Tarefa educacional.
Mas o que
é bom dura tão pouco!
Sua vida
foi curta, como curtos eram seus débitos. Mas mesmo assim realizou muito, algo
que comove. Desencarnou, deixando uma funda tristeza, uma enorme saudade nos
corações dos filhos de sua alma.
Antes,
chamara o Chico à beira de seu leito e lhe dissera entre lágrimas e num misto de
saudade e consolação:
— Sei que
vou morrer, meu querido filho. Mas, antes, desejo que me prometas uma coisa: que
não permitirás que teus irmãos sejam, de novo, distribuidos, semeados por aí,
entregues a terceiros. Desejo que tomes conta da casa, que ajudes teu pai, que
veles por todos, como fiz. Lá de Cima, ajudar-te-ei sob as Bênçãos da Divina
Mãe, a fim de que triunfes da Missão grandiosa que tens e que agora vai ser
iniciada! O Chico prometeu-lhe atender, entre saudades e prantos. E, num halo de
angelitude, respeito e proteção espiritual, mãe Cidália desencarnou
feliz!
Alguns
anos passaram. Todos viviam no mesmo lugar, numa casinha pobre e cheia de Paz,
tendo o humilde Médium por mentor, Amigo e Irmão dedicado. O pouco que recebia,
como caixeiro de uma venda humilde dava para as despesas, porque era UM POUCO
COM DEUS. E, assim, entrou Chico na posse de sua Missão maior. A fonte mediúnica
rebentara e uma torrente de luz beneficiava toda Pedro Leopoldo. E admirava-se
por não ver entre as comunicações recebidas e nas aparições de Espíritos Amigos,
seus valiosos colaboradores, a de Mãe Cidália.
Numa
noite, entretanto, numa sessão íntima, realizada em casa de um parente, sob sua
surpresa, vê, em plena sala, o Espírito luminoso de Mãe Cidália. Parecia-lhe
mais linda. Comove-se e chora de contentamento pela auspiciosa ocorrência.
Amorosa, como dantes, o Espírito chegou-se-lhe ao pé e lhe diz
confidencialmente:
—
Custei a aparecer, meu caro filho, porque meus trabalhos são muitos. Mas,
vejo-te sempre protegido e me alegro. Esforcei-me, hoje, para vir até aqui,
porque há um justo motivo...
—
Justo motivo, tartamudeia o bondoso Médium...
— Sim.
Preparem-se, pois um de vocês vai partir daí para aqui. Obtive a permissão para
ficar perto de vocês, por alguns dias, a fim de receber o que foi
escolhido.
Abraçou e
abençoou seu filho e desapareceu. Acabada a Sessão, o Chico contou o que vira e
ouvira aos seus caros entes familiares. Uma das irmãs pensou em seu pai João
Cândido, portador de grave pielite e de uma hérnia ameaçando estrangular-se,
caso não a operasse. E cada ente familiar pensou em alguém do
lar.
Dias se
passaram. O Sr. João Cândido foi operado e estava fora de
perigo.
Então,
quem seria? Cada um perguntava a si mesmo.
Nesta
conjetura, recebem a notícia de que a irmã Neuza, residente em Sete Lagoas,
adoecera. E, não obstante o cunhado, esposo de Neuza, afirmar ser uma
enfermidade leve, o Chico pede para a trazerem para Pedro Leopoldo, porque
sentia que era grave o seu estado. Era a escolhida para partir. Mãe Cidália
vinha buscá-la.
E Neusa
vem e fica sob os cuidados dos irmãos, inclusive do Chico. O Médium lhe sente o
desencarne próximo.
Numa
tarde, depois da prece costumeira, feita pelo Chico, sob surpresa dos presentes,
pétalas de rosas chovem sobre o leito da enferma, O fenômeno, revelando o
mérito de Neuza e seu desencarne iminente, comove a todos e os prepara para o
golpe que se avizinhava.
E, na
manhã seguinte, como um pássaro, o Espírito de Neuza, esclarecido e bondoso,
deixa a gaiola da carne e sobe à Espiritualidade do Lar Maior.
Mãe
Cidália aparece ao Chico e diz-lhe:
— Foi este
o Anjo escolhido. Fique em Paz. Vou acompanhar a Ave libertada e feliz.
Adeus!
Uma
parente do Chico nos contou este lindo Caso, comovendo-se e comovendo-nos.
Dá-nos uma bela lição, revelando-nos o que espera, na hora libertadora, os que
sabem viver bem, com e por Jesus. Depois, sem nada dizer-nos, foi ao seu quarto
e de lá nos trouxe duas pétalas, já murchas e perfumadas, das que caíram sobre o
leito de Neuza. O presente nos emocionou, sobremodo. E o guardamos na
carteira, junto ao coração.
De quando
em quando, junto com a prezada esposa, contemplamos as duas pétalas. E
lembramo-nos de Neuza e sentimo-la como uma Estrela, que ganhou os cinco raios,
e vive, radiante e feliz, num Trabalho Maior, junto à Grande Estrela, que é
Maria Santíssima, na Constelação de Jesus!
E achamos
nossa cruz leve, nossa prova, tão fácil de ser vencida e vontade imensa de
sermos melhores!
Que Jesus
possa abençoar, hoje e sempre, os Espíritos queridos de Mãe Cidália e de
Neuza!"
("Lindos casos de Chico Xavier", Ramigo Gama)
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