"A humildade é o ingrediente oculto sem o qual o pão da vida amarga invariavelmente na boca. Amealharás recursos amoedados a mancheias; entretanto, se não te dispões a usá-los, edificando o conforto e a alegria dos outros, na convicção de que todos os bens pertencem a Deus, em breve converter-te-ás em prisioneiro do ouro que amontoaste, erguido à feição de teu próprio cárcere. Receberás precioso mandato de autoridade entre as criaturas terrestres; no entanto, se não procuras a inspiração do Senhor para distribuir os talentos da justa fraternidade, como quem está convencido de que todo o poder é de Deus, transformar-te-ás, pouco a pouco, no empreiteiro inconsciente da crueldade, por favoreceres a própria ilusão, buscando o incenso a ti mesmo na prática da injustiça. Erguerás teu nome no pedestal da cultura; contudo, se não te inclinas à Sabedoria Divina, acendendo a luz em benefício de todos, como quem não ignora que toda inteligência é de Deus, depressa te arrojarás ao chavascal da mentira, angariando em teu prejuízo a embriaguez da vaidade e a introdução à loucura. Lembra-te de que a Bondade Celeste colocou a humildade por base de todo o equilíbrio da natureza. O sábio que honra a ciência ou o direito não prescinde da semente que lhe garante a benção da mesa. O campo mais belo não dispensa o fio dágua que lhe fecunda as entranhas em dádivas de verdura. E o próprio Sol, com toda a pompa de seu magnificente esplendor, embora fulcro de criação, converteria o mundo em pavoroso deserto não fosse a chuva singela que lhe ambienta no solo a força criadora. Não desdenhes de servir, aprendendo com o Mestre Divino, que realizou o seu apostolado de amor entre a manjedoura desconhecida e a cruz da flagelação, e será contado entre aqueles para os quais Ele mesmo pronunciou as inesquecíveis palavras: "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque a eles mais facilmente se descerrarão as portas do Céu." |
("Plantão de Paz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier) |
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
"HUMILDES DE ESPÍRITO"
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
"OBSESSÃO DESCONHECIDA"
"Os pais de Isolina Faria aproximaram-se do grupo espiritista, ansiosos de curar a filha. Desde muito, vivia a jovem sob o império de singulares manifestações. Olhos cerrados a denunciar profunda insensibilidade na expressão fisionômica, gestos rudes, Isolina contorcia-se estranhamente e dava guarida a uma entidade ignorante e sofredora, que a tornava possessa. O Espírito perturbado, que parecia ter-se-lhe agarrado, prorrompia então em blasfêmias, lágrimas, soluços. Lastimava-se, praguejava, acusando pessoas e envenenando circunstâncias, qual louco que força alguma conseguia deter. Esgotados os recursos comuns, a família deliberou apelar para o Espiritismo, antes de qualquer providência para interná-la no manicômio. Vizinhos e amigos não poupavam definições. Aquilo deveria ser obsessão cruel. Tanta gente não se havia curado, em trabalhos da consoladora doutrina dos Espíritos? Por que não tentar as melhoras de Isolina mediante esses recursos? Quando o chefe da casa se inclinou à decisão, o generoso Nolasco Borges, velho c onhecido de infância, prontificou-se aos serviços iniciais. – Sossegue, meu amigo – esclareceu ao companheiro inquieto –, em nossas reuniões a doente encontrará as melhoras precisas. Hoje mesmo começaremos os trabalhos de doutrinação da infeliz e, a breve tempo, Isolina será restituída à saúde e à alegria a que sua mocidade tem direito. De fato, na noite imediata, pequena caravana, Nolasco à frente, penetrava o modesto salão dos Pachecos, onde se efetuavam sessões íntimas. O velho Araújo, doutrinador carinhoso e esclarecido, organizou a reduzida assembléia, cônscio da responsabilidade que lhe cabia. Logo após a oração de abertura, a moça doente caía em contorções estranhas. Palidíssima, boca espumejante, gritava dolorosamente, reproduzindo emoções da entidade desconhecida. – Oh! meu irmão – exortava Araújo bondosamente –, por que violentas desta maneira uma pobre criança, necessitada de equilíbrio para atender aos próprios deveres? Por quem és, meu amigo, esquece o mal e ouve a lição de Jesus. Estamos aqui votados à prática do bem. Somos imperfeitos, inferiores. Tateamos nas sombras da ignorância e não te desejamos impor ensinamentos. Sabemos que a obra de redenção final pertence ao Mestre Divino; entretanto, creio que podemos advertir teu coração, pois aqueles que caíram como nós outros, neste mundo, estão habilitados a comentar os próprios males e evitar que outros incidam nos mesmos erros. Por vezes, poderá parecer que somos excessivamente ousados, tentando estabelecer normas aos que vivem em esfera indevassável aos nossos olhos; contudo, este esforço obedece ao amor fraternal que Jesus abençoa. Volta, amigo! Abandona a tarefa ingrata de subjugarão desta jovem, que deve enriquecer-se com as experiências da vida terrestre. Solicitamos tua boa-vontade, por amor de Deus!... A voz do amoroso doutrinador silenciara-se ligeiramente. Araújo, emotivo e bondoso, enxugava os olhos úmidos, enquanto a reduzida assistência permanecia sob enorme impressão. O Espírito ignorante demonstrava aflição. A palavra do doutrinador tocara-o profundamente, mas, como se estivesse preso a inflexíveis algemas, soluçava mais fortemente e bradava: – Ai de mim! Não posso!... Não posso!... – Não podes? – tornava Araújo, dedicado – quando temos vontade, Jesus nos confere o poder. Anima-te. Por que perseverar no sofrimento do mal, quando o bem nos oferta alegrias eternas? Levantemo-nos para Deus, edificando-nos na própria fraqueza. Se guardas reminiscências amargas, esconde-as de ti, desfaze-te do vinagre acumulado no coração. Se foste ofendido, perdoa! Se as feridas te reclamam vingança, aplica-lhes o bálsamo do amor que sabe viver da esperança em Cristo. O corpo frágil da jovem contorcia-se violentamente, ao passo que o sofredor murmurava em pranto: – Sou infame, desventurado! Não posso... não posso... As reuniões de esclarecimento prosseguiam sem alteração. Duas vezes por semana, agrupavam-se os companheiros, repetindo-se as mesmas cenas. Araújo não podia ser mais paciente. Ensinava bondosamente, como quem sabe corrigir amando. A entidade perturbadora, porém, não correspondia ao esforço senão com gritos, protestos e soluços de causar dó. Decorridos alguns meses, a pequena assembléia começou a impacientar-se. Tão logo se manifestava o infeliz, formavam-se pensamentos contrários à simpatia fraternal. Na opinião da maioria, aquele Espírito requisitava punições e conselhos ásperos. Isolina era tida como vitima infortunada nas mãos de audacioso algoz da esfera invisível. Admirava-se a paciência do dedicado orientador das sessões, que punha em jogo todos os recursos afetivos. Nolasco, porém, a certa altura da tarefa, não se conteve, e, depois de tumultuosa reunião, interpelou Araújo amigavelmente: – Não julga você necessário e conveniente punir esse perseguidor implacável? Creio tratar-se de perverso bandido das trevas. O velho doutrinador percebeu as dúvidas que pairavam no ambiente geral e acrescentou: – Há muito, venho lidando por compreender que cada coisa permanece no lugar que lhe é próprio. Em nossa apreciarão fragmentária, o perturbador de Isolina é um Espírito diabólico; entretanto, é imprescindível não esquecer que as nossas definições são incompletas. Há oito meses trabalhamos para lhe levantar as energias, sem resultados satisfatórios. À primeira vista, estamos fracassados no serviço de socorro espiritual; mas, como firmar nosso ponto de vista neste sentido, se desconhecemos as causas profundas? Nolasco e os demais companheiros respeitaram-lhe o parecer, mantendo-se em silêncio expressivo. – Esgotadas nossas possibilidades de compreensão – prosseguiu o amorável velhinho –, não será justo apelar para o Plano Superior? Nós que desejamos socorrer, precisamos igualmente ser socorridos. Peçamos a Melânio, amoroso guia de nossos trabalhos, que se pronuncie. É possível que a sua bondade fraterna nos conceda a chave do enigma. Ninguém discordou da criteriosa sugestão. Na noite seguinte, a reunião em casa dos Pachecos foi mais íntima. Acorreu Melânio gentilmente e, depois de recomendar a cessação temporária dos trabalhos de doutrinação, prometeu chamar o obsessor a esclarecimentos. Examinaria o caso com atenção, a fim de tentar providências justas. Em seguida, voltaria a notificar os irmãos relativamente às tarefas que se impunham. Dias decorreram antes que o emissário regressasse com as instruções espirituais. Após três semanas de expectativa, em sessão comum do agrupamento, eis que Melânio se manifesta, e, depois das carinhosas saudações usuais, discorre, bondosamente, com surpresa geral: – Quanto ao caso da irmã Isolina Faria, devo esclarecer preliminarmente que os aprendizes da Terra conhecem a obsessão somente em sentido unilateral. O infeliz perturbador, que atende pelo nome de Juliano Portela, de sua última existência terrena, não foi encontrado facilmente. Precisei reunir-me a companheiros da Espiritualidade, a fim de chamá-lo a explicações diretas. Tendes, nas vossas sessões, a presença do enfermo encarnado, ao passo que, nas nossas, examinamos os doentes invisíveis a vós outros. Entreguei-me à solução do assunto, com a maior boa-vontade; entretanto, o perturbador de Isolina queixa-se amargamente do assedio que experimenta, na esfera em que se encontra. Declara-se perseguido, atormentado por ela. Não tem paz, nem rumo certo. A mente da jovem, com o seu grande poder magnético, requisita-o em toda parte. O pobrezinho não consegue progredir, nem furtar-se ao ambiente de inquietação a que ela o sujeita. Se ao voss o olhar permanece a nossa amiga assediada, à nossa vista surge o infortunado Juliano em terrível desespero do coração, como quem se sente prisioneiro de garras inflexíveis. Diante do que observamos, o verdadeiro obsessor é a médium obstinada. A vigorosa potencialidade magnética de Isolina é a gaiola, e Juliano o pássaro cativo. É preciso restabelecer o equilíbrio da verdadeira situação. Tanto existem perseguidores na esfera invisível, quanto nos círculos de vossa atividade comum. Aclarai o próprio espírito, amigos meus. Expulsemos a sombra de nossa região interior. Desencarnados e encarnados não significamos duas grandes raças diferentes e irreconciliáveis. Todos somos semelhantes na vida eterna, com as mesmas possibilidades, deveres e obrigações. Nos dramas pungentes dos obsidiados, lembrai que, se na justiça humana não ocorrem processos absolutamente iguais nos detalhes, no resgate divino cada situação apresenta característicos diferentes. Guardai o brilho do cristal e refletireis a luz na sua pureza ; retende o mel do bem e as abelhas da sabedoria cercar-vos-ão as pétalas interiores!... Melânio calara-se enquanto a assembléia chorava comovida. O bondoso Araújo agradeceu com lágrimas de alegria: – Obrigado, meu irmão! O mensageiro orou ainda, emocionadamente, e declarou ao despedir-se: – Em vista do que observamos, queridos companheiros não bastará espantar as moscas do mal. É indispensável, antes de tudo, curar as feridas da imperfeição." |
("Reportagens de Além Túmulo", Humberto de Campos/Francisco Cândido Xavier) |
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
"BENS E MALES"
"Quase sempre, na Terra,
muitos bens são caminhos a muitos males e muitos males são caminhos a muitos
bens.
Por isso, muitas vezes, quem vive bem à frente dos preceitos humanos, pode estar mal ante as Leis Divinas.
A dor, sendo um mal, é sempre um bem, se sabemos bem sofrê-la, enquanto que o prazer, sendo um bem, é sempre um mal se mal sabemos fruí-lo.
Em razão disso, há muitas situações, nas quais o bem de hoje é o mal de amanhã, ao passo que o mal de agora é o bem que virá depois.
Muita gente persegue o bem, fugindo ao bem verdadeiro e encontra o mal com que não contava e muita gente se desespera, a fim de desvencilhar-se do mal que não consegue entender e acaba encontrando o bem por surpresa divina.
Há quem se ria no gozo dos bens do mundo para chorar nos males da Terra para colher os bens da Esfera Superior.
Não procures unicamente estar bem, porquanto no bem apenas nosso talvez se ache oculto o mal que flagela os outros por nossa causa e o mal que flagela os outros por nossa causa é mal vivo em nós mesmos, a roubar-nos o bem que furtamos do próximo..
Se desejas entesourar na estrada o em dos mensageiros do bem, atende, antes de tudo, ao bem dos semelhantes, sem cogitar do bem que se te faça posse exclusiva.
Recordemos o Cristo que, aparentemente escravo ao mal do mundo, era o Senhor do Bem, a dominar, soberano, acima das circunstâncias terrestres, e, tentando seguir-Lhe o passo, aceitemos com valor, no mal da própria cruz, o roteiro do bem para a Grande Vida."
("Passos da Vida", Scheilla/Francisco Cândido Xavier)
Por isso, muitas vezes, quem vive bem à frente dos preceitos humanos, pode estar mal ante as Leis Divinas.
A dor, sendo um mal, é sempre um bem, se sabemos bem sofrê-la, enquanto que o prazer, sendo um bem, é sempre um mal se mal sabemos fruí-lo.
Em razão disso, há muitas situações, nas quais o bem de hoje é o mal de amanhã, ao passo que o mal de agora é o bem que virá depois.
Muita gente persegue o bem, fugindo ao bem verdadeiro e encontra o mal com que não contava e muita gente se desespera, a fim de desvencilhar-se do mal que não consegue entender e acaba encontrando o bem por surpresa divina.
Há quem se ria no gozo dos bens do mundo para chorar nos males da Terra para colher os bens da Esfera Superior.
Não procures unicamente estar bem, porquanto no bem apenas nosso talvez se ache oculto o mal que flagela os outros por nossa causa e o mal que flagela os outros por nossa causa é mal vivo em nós mesmos, a roubar-nos o bem que furtamos do próximo..
Se desejas entesourar na estrada o em dos mensageiros do bem, atende, antes de tudo, ao bem dos semelhantes, sem cogitar do bem que se te faça posse exclusiva.
Recordemos o Cristo que, aparentemente escravo ao mal do mundo, era o Senhor do Bem, a dominar, soberano, acima das circunstâncias terrestres, e, tentando seguir-Lhe o passo, aceitemos com valor, no mal da própria cruz, o roteiro do bem para a Grande Vida."
("Passos da Vida", Scheilla/Francisco Cândido Xavier)
terça-feira, 27 de novembro de 2012
"A NOSSA VIDA MENTAL"
"As almas ingressam nas responsabilidades que procuram para si mesmas.
Segundo talhamos o nosso perfil moral, angariamos os favores das oportunidades de serviço diante das Leis Universais. Ninguém foge aos estigmas da viciação com que sulca a estrutura da própria vida. Paz significa vitória da mente sobre os seus próprios atributos. Resguardemos, assim, a vida mental, na certeza de que o teor da nossa meditação condiciona a altura da nossa tranqüilidade. Nada ocorre conosco sem resultado específico. Teimosia no erro – conta agravada. Ausência de disciplina – débito permanente. Remorso – aviso da consciência. Multiformes ocorrências no mundo interior anunciam constantemente o clima de nossa escolha. A tempestade é precedida dos indícios inequívocos que lhe configuram a extensão. De igual modo, através da análise real de nós mesmos, encontramos o exato esboço das futuras experiências. À vista disso, ate a luz do Evangelho, ninguém desconhece a essência do destino que se lhe desdobra ao porvir. A justiça da Lei tem base na matemática. E quem possui parcelas determinadas pode ajuizar perfeitamente quanto à soma daquilo ou disso. Entrega-te, pois, a novos haustos de esperança e supera as próprias limitações, atendendo aos apelos do amor que ecoam da Altura. Reúne humildade e serviço, simplicidade e perdão, estudo e caridade, bondade e tolerância, no esforço de cada dia, e com, semelhantes, fragmentos de amor e luz levantarás o templo divino de tuas mais belas aspirações, diante da Eternidade." |
(André Luiz, na obra "Ideal Espírita",Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos) |
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
"PAI NOSSO"
"Pai nosso que estás nos Céus
Na luz dos sóis infinitos
Pai de todos os aflitos,
Neste mundo de escarcéus.
Santificado, Senhor,
Seja Teu nome sublime
Que em todo universo exprime
Ternura, concórdia e amor.
Venha ao nosso coração
O Teu Reino de bondade,
De paz e de claridade,
Na estrada da redenção.
Cumpra-se o Teu mandamento
Que não vacila, nem erra
Nos Céus, como em toda Terra
De luta e de sofrimento.
Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão no caminho
Feito de Luz no carinho
Do Pão Espiritual.
Perdoa-nos, Senhor,
Os débitos tenebrosos
De passados escabrosos,
De iniqüidade e de dor.
Auxilia-nos também
Nos sentimentos cristãos,
A amar aos nossos irmãos
Que vivem distantes do Bem.
Com a proteção de Jesus
Livra nossa alma do erro
Neste mundo de desterro
Distante da Tua luz.
Que nossa ideal igreja
Seja o altar da caridade,
Onde se faça a Vontade
De Teu amor... Assim seja."
Na luz dos sóis infinitos
Pai de todos os aflitos,
Neste mundo de escarcéus.
Santificado, Senhor,
Seja Teu nome sublime
Que em todo universo exprime
Ternura, concórdia e amor.
Venha ao nosso coração
O Teu Reino de bondade,
De paz e de claridade,
Na estrada da redenção.
Cumpra-se o Teu mandamento
Que não vacila, nem erra
Nos Céus, como em toda Terra
De luta e de sofrimento.
Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão no caminho
Feito de Luz no carinho
Do Pão Espiritual.
Perdoa-nos, Senhor,
Os débitos tenebrosos
De passados escabrosos,
De iniqüidade e de dor.
Auxilia-nos também
Nos sentimentos cristãos,
A amar aos nossos irmãos
Que vivem distantes do Bem.
Com a proteção de Jesus
Livra nossa alma do erro
Neste mundo de desterro
Distante da Tua luz.
Que nossa ideal igreja
Seja o altar da caridade,
Onde se faça a Vontade
De Teu amor... Assim seja."
(José Silvério Horta, na obra "Senda para Deus", Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos)
domingo, 25 de novembro de 2012
"PORTAS LARGAS"
"As portas largas estão presentes em todos os movimentos das almas, como sendo as mais fáceis para serem transpostas. São elas, as portas:
do ódio,
da inveja,
da discórdia,
da ingratidão,
da usura,
do mexerico,
da desonestidade.
Enfim, de todas as facilidades que o mundo pode oferecer, como sendo o reino de César.
Porém, as portas estreitas são aquelas que os Céus nos mostram pela amplitude da caridade, com Jesus Cristo, que são:
a caridade,
a gratidão,
a benevolência,
o trabalho honesto,
a alegria cristã,
a fraternidade,
o perdão,
a amizade...
Esses apontamentos nos mostram que todas as realizações do bem podem nos levar à esperança. Se queres saber mais detalhes sobre as portas que deves escolher, consulta os livros espíritas que eles te indicarão com segurança, as portas estreitas com Jesus, para que possas salvar-te de todo o mal que se liga à ignorância.
Quando o convite te mostrar facilidades na aquisição de valores, vê se não são inspirados nas portas largas, provindas das trevas.
Vigia e ora, para não caíres nos caminhos de sofrimentos."
sábado, 24 de novembro de 2012
"A ponte"
"O homem andava pelo caminho árido. Longo era o percurso a vencer. Chegou afinal a um ponto onde pensou que não poderia prosseguir.
Enorme abismo se apresentava à frente. Como transpô-lo?
Sentou-se desolado à beira da garganta escancarada.
E agora? Então olhou para sua direita e divisou um pouco além de onde se encontrava, o perfil de uma ponte.
Ébrio de contentamento, dirigiu-se para lá.
As forças lhe voltaram e ele, satisfeito, caminhou sobre o abismo de rochas nuas, seguro, graças à ponte.
São variadas as pontes no mundo e, algumas, famosas. A Golden Gate em São Francisco; a Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Rio-Niterói; a Ponte da Amizade, ligando Brasil e Paraguai; a Ponte Neuf, em Paris.
Diferentes em largura, comprimento e arquitetura. Todas, no entanto, traço de união entre duas extremidades distantes.
Você já pensou alguma vez se tornar uma ponte? Ponte entre Deus e os homens, entre a luz e as sombras?
Um hífen de luz entre a dor e o medicamento precioso, entre o desalentado e o consolo, entre o faminto e o alimento?
Estenda suas mãos e aja. Enquanto muitos reclamam das distâncias, estenda os braços e estabeleça a ponte da fraternidade.
Quando vários gritam em face do caos que impera, estenda a ponte da organização e da disciplina.
Seja uma ponte entre a miséria e o trabalho digno, convidando os companheiros que seguem com você, a se engajarem em ocupação útil que garante o pão, o abrigo, a nobreza de servir.
Lembre que entre os homens e Deus, Jesus, o Divino Amigo ainda hoje permanece de braços abertos, conforme Ele mesmo afirmou: Tudo que pedirdes ao Pai em Meu nome, Ele vos dará.
* * *
Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo tornou-se uma ponte entre Jesus e o Apóstolo Paulo, filtrando o pensamento do Cristo, para que as epístolas traduzissem as recomendações do Mestre aos núcleos nascentes da Boa Nova.
Chico Xavier fez da sua existência uma ponte entre o mundo visível e invisível, fazendo sol nas almas, encurtando as distâncias da saudade.
A exemplo dele, pontes se multiplicam no mundo, na ação de homens e mulheres que se anulam em benefício do próximo.
Madre Teresa de Calcutá, Alberto Schweitzer, Irmã Dulce.
Sem falar nos professores que estabelecem a ponte entre o livro e a ignorância, descerrando os caminhos da cultura.
Médium, servidor, amigo, irmão. Onde esteja, torne-se uma ponte de amor, de alegria, de serviço.
* * *
Deus vive, manifesta e dilata o Seu amor através das criaturas.
Onde você estiver, Ele se manifestará.
Permita que os outros O sintam através de você, da sua ação, da sua palavra e da sua expressão.
Pense nisso. Mas pense, agora!"
(Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 2, ed. Fep.)
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
"SOLIDARIEDADE: COMUNHÃO UNIVERSAL"
"De pé sobre a Terra, meu sustentáculo, minha nutriz e minha mãe, elevo o meu olhar para o infinito, sinto-me envolvido pela imensa comunhão da vida; os eflúvios da Alma universal penetram em mim e fazem vibrar meu pensamento e meu coração; forças poderosas me sustentam, avivam em mim a existência.
Por toda a parte para onde minha inteligência alcança, vejo, distingo, contemplo a grande harmonia que rege os seres e, através de caminhos diversos, guia-os para um objetivo único e sublime.
Por toda parte, vejo irradiar a bondade, o amor, a justiça!
Ó meu Deus! Ó meu Pai! fonte de toda a sabedoria e de todo o amor, Espírito supremo cujo nome é luz, ofereço-te minhas louvações e minhas aspirações! Que elas subam a ti como perfume de flores, como os odores inebriantes dos bosques sobem para o céu.
Ajuda-me a avançar no caminho sagrado do conhecimento, para uma compreensão mais elevada das tuas leis, a fim de que desenvolva-se em mim mais simpatia, mais amor pela grande família humana. Pois sei que através do meu aperfeiçoamento moral, através da realização, da aplicação ativa em torno de mim e em proveito de todos, da caridade, da bondade, aproximarme-ei de ti e merecerei conhecer-te melhor, comunicar-me mais intimamente contigo na grande harmonia dos seres e das coisas. Ajuda-me a libertar-me da vida material, a compreender, a sentir o que é a vida superior, a vida infinita. Dissipa a escuridão que me envolve; deposita em minha alma uma centelha desse fogo divino que reaquece e abrasa os espíritos das esferas celestes.
Que tua luz suave e, com ela, os sentimentos de concórdia e de paz se espalhem sobre todos os seres!"
Por toda a parte para onde minha inteligência alcança, vejo, distingo, contemplo a grande harmonia que rege os seres e, através de caminhos diversos, guia-os para um objetivo único e sublime.
Por toda parte, vejo irradiar a bondade, o amor, a justiça!
Ó meu Deus! Ó meu Pai! fonte de toda a sabedoria e de todo o amor, Espírito supremo cujo nome é luz, ofereço-te minhas louvações e minhas aspirações! Que elas subam a ti como perfume de flores, como os odores inebriantes dos bosques sobem para o céu.
Ajuda-me a avançar no caminho sagrado do conhecimento, para uma compreensão mais elevada das tuas leis, a fim de que desenvolva-se em mim mais simpatia, mais amor pela grande família humana. Pois sei que através do meu aperfeiçoamento moral, através da realização, da aplicação ativa em torno de mim e em proveito de todos, da caridade, da bondade, aproximarme-ei de ti e merecerei conhecer-te melhor, comunicar-me mais intimamente contigo na grande harmonia dos seres e das coisas. Ajuda-me a libertar-me da vida material, a compreender, a sentir o que é a vida superior, a vida infinita. Dissipa a escuridão que me envolve; deposita em minha alma uma centelha desse fogo divino que reaquece e abrasa os espíritos das esferas celestes.
Que tua luz suave e, com ela, os sentimentos de concórdia e de paz se espalhem sobre todos os seres!"
("O Grande Enigma", Léon Denis)
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
"DESEQUILÍBRIOS"
"O início das grandes obsessões é semelhante à pequenina brecha no
açude que por vezes não passa de pedra desconjuntada ou de fenda oculta.
Os desequilíbrios da alma começam igualmente de quase nada,
principalmente por atitudes e sentimentos aparentemente compreensíveis mas
que, em muitas ocasiões, se deslocam no rumo de ásperas consequências.
Desconfiança.
Dúvida.
Irritação.
Desânimo.
Ressentimento.
Impulsividade.
Invigilância.
Amargura.
Tristeza sem nexo.
Grito de cólera.
Discussão sem proveito.
Conversa vã.
Visita inútil.
Distração sem propósito.
Na represa, ninguém pode prever os resultados da brecha esquecida.
No caso da obsessão, porém, que no fundo, se define por assunto de
consciência, é imperioso que todos nós venhamos a reconhecer que, em toda e
qualquer crise de fome, não é o pão que procura a boca."
(Albino Teixeira, na obra “Ideal Espírita”, Francisco Cândido Xavier/Autores diversos)
açude que por vezes não passa de pedra desconjuntada ou de fenda oculta.
Os desequilíbrios da alma começam igualmente de quase nada,
principalmente por atitudes e sentimentos aparentemente compreensíveis mas
que, em muitas ocasiões, se deslocam no rumo de ásperas consequências.
Desconfiança.
Dúvida.
Irritação.
Desânimo.
Ressentimento.
Impulsividade.
Invigilância.
Amargura.
Tristeza sem nexo.
Grito de cólera.
Discussão sem proveito.
Conversa vã.
Visita inútil.
Distração sem propósito.
Na represa, ninguém pode prever os resultados da brecha esquecida.
No caso da obsessão, porém, que no fundo, se define por assunto de
consciência, é imperioso que todos nós venhamos a reconhecer que, em toda e
qualquer crise de fome, não é o pão que procura a boca."
(Albino Teixeira, na obra “Ideal Espírita”, Francisco Cândido Xavier/Autores diversos)
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
"PASSES"
"O socorro, através de
passes, aos que sofrem do corpo e da alma, é instituição de alcance fraternal
que remonta aos mais recuados tempos.
O Novo Testamento,
para referir-nos apenas ao movimento evangélico, é valioso repositório de fatos
nos quais Jesus e os apóstolos aparecem
dispensando, pela
imposição das mãos ou pelo influxo da palavra, recursos magnéticos
curadores.
Nos tempos atuais tem
cabido ao Espiritismo, na sua feição de Consolador Prometido, conservar e
difundir largamente essa modalidade de socorro
espiritual, embora as
crônicas registrem semelhante atividade no seio da própria Igreja, através de
virtuosos sacerdotes.
Os centros espíritas
convertem-se, assim, numa espécie de refúgio para aqueles que não encontram na
terapêutica da Terra o almejado lenitivo para os seus males físicos e
mentais.
André Luiz não
esqueceu de, no seu livro, preparar interessante capítulo, a que denominou
«Serviço de passes», no qual se nos deparam oportunos e
sábios
esclarecimentos quanto à conduta do passista e daquele que procura.
Neste capítulo,
referir-nos-emos ao trabalho do médium passista, ou seja, aos requisitos
indispensáveis aos que neste setor colaboram.
Existem dois tipos de
passes, assim discriminados:
a.) — Passe
ministrado com os recursos magnéticos do próprio médium;
b) — Passe ministrado
com recursos magnéticos hauridos, no momento, do Plano Divino.
Convém lembrarmos
que, em qualquer dessas modalidades, o passe procede sempre de
Deus.
Esta certeza deve
contribuir para que o médium seja uma criatura humilde, cultivando sempre a
ideia de que é um simples intermediário do Supremo
Poder, não lhe sendo
lícito, portanto, atribuir a si mesmo qualquer mérito no trabalho.
Qualquer expressão de
vaidade, além de constituir insensatez, significará começo de
queda.
Além da humildade,
deve o passista cultivar as seguintes qualidades:
a) — Boa vontade e
fé;
b) — Prece e mente
pura;
c) — Elevação de
sentimentos e amor.
«Àquele que mais tem,
mais lhe será dado», afirmou Jesus.
Nas palavras do
Senhor encontramos valioso estímulo a todos os continuadores de sua obra,
inclusive aos que viriam depois, à conquista dos
bens divinos, a se
expressarem pela multiplicação dos recursos de ajudar e servir em seu
nome.
As qualidades ora
enumeradas constituem fatores positivos para o médium passista.
A prece,
especialmente, representa elemento indispensável para que a alma do passista
estabeleça comunhão direta com as forças do Bem,
favorecendo, assim, a
canalização, através da mente, dos recursos magnéticos das esferas
elevadas.
«A oração é
prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que
atrai.»
Por ela, consegue o
passista duas coisas importantes e que asseguram o êxito de sua
tarefa:
a) — “Expulsar do
próprio mundo interior os sombrios pensamentos remanescentes da atividade comum,
durante o dia de lutas materiais;
b) — Sorver do plano
espiritual as substâncias renovadoras» de que se repleta, (a fim de conseguir
operar com eficiência, a favor do próximo».
Através dessa
preparação em que (se limpa», para, limpo, melhor servir, consegue o médium,
simultaneamente, ajudar e ser ajudado.
Receber e dar ao
mesmo tempo.
Quanto mais se renova
para o Bem, quanto mais se moraliza e se engrandece, espiritualizando-se,
maiores possibilidades de servir adquire o
companheiro que serve
ao Espiritismo Cristão no setor de passes.
A renovação mental é
como se fosse um processo de desobstrução de um canal comum, a fim de que, por
ele, fluam incessantemente as águas.
A nossa mente é um
canal.
Mente purificada é
canal desobstruído.
Mencionados os
fatores positivos, é mister enumeremos, agora, os negativos.
Relacionemos, assim,
aqueles que reduzem as possibilidades do seareiro invigilante.
Especifiquemos as
qualidades que lhe não permitem dar quanto e como devia.
Ei-las, em
síntese:
a) — Mágoas
excessivas e paixões;
b) — Alimentos
inadequados e alcoólicos;
o) — Desequilíbrio
nervoso e inquietude.
Sendo o passista,
naturalmente, um medianeiro da Espiritualidade Superior, deve cuidar da sua
saúde física e mental.
Alimentação excessiva
favorece a vampirização da criatura por entidades infelizes, o mesmo ocorrendo
com os alcoólicos em demasia.
O equilíbrio do
sistema nervoso e a ausência de paixões obsidente propiciam um estado receptivo
favorável à transmissão do passe.
Não podemos esquecer
que o passe é “transfusão de energias psicofísicas”.
E o veículo dessa
transfusão deve, sem dúvida, ser bem cuidado.
Aconselha Emmanuel
que «a higiene, a temperança, a medicina preventiva e a disciplina jamais
deverão ser esquecidas».
Adverte, ainda, que
«tudo na vida é afinidade e comunhão sob as leis magnéticas que lhe presidem os
fenômenos.
«Doentes afinam-se
com doentes.
«O médium receberá
sempre de acordo com as atitudes que adotar perante a vida. »
Naturalmente nenhum
de nós, nem passista algum, terá a pretensão de obter, nos serviços a que se
consagra, os sublimes resultados alcançados por
Jesus, em todos os
lances do seu apostolado de luz, e pelos apóstolos em numerosas ocasiões;
entretanto, educar-nos mentalmente e curar-nos
fisicamente, a fim de
melhor podermos servir ao próximo, afiguram-se-nos impositivos a que nos não
devemos subtrair.
O médium precisa
«afeiçoar-se à instrução, ao conhecimento, ao preparo e à melhoria de si mesmo,
a fim de filtrar para a vida e para os homens o que signifique luz e
paz».
Não devemos concluir
o presente capítulo, dedicado de coração aos passistas do nosso abençoado
movimento espiritista, sem que lembremos
outros requisitos não
menos importantes para os que operam no setor de passes em
instituições.
São os
seguintes:
a) —
Horário
b) —
Confiança
c) — Harmonia
interior
d) —
Respeito.
O problema da
pontualidade é fundamental em qualquer atividade humana, mormente se essa
atividade se relaciona e se desenvolve em função e na dependência da Esfera
Espiritual.
Nem um minuto a mais,
nem a menos, para início dos trabalhos.
Recordemos que os
supervisores de centros e de grupos mediúnicos não esperam, indefinidamente,
que, com a nossa clássica displicência, resolvamos iniciar as
tarefas.
Se insistimos na
indisciplina, eles passarão adiante à procura de núcleos e companheiros que
tenham em melhor apreço a noção de responsabilidade...
O passista que não
confia no Alto limita, também, a sua capacidade receptiva.
Fecha as portas da
«casa mental», obstando o acesso dos recursos magnéticos.
Secundando a
confiança, o fator harmonia interior, se apresenta também imprescindível a um
excelente processo de filtragem dos fluidos salutares.
E, por fim, o
respeito ante a tarefa assistencial que se realiza através do
passe.
Respeito ao Pai
Celestial, aos instrutores espirituais e àqueles que lhe buscam o
concurso.
Pontualidade,
confiança, harmonia interior e respeito são, evidentemente, virtudes ou
qualidades de que não pode prescindir o médium passista."
("Estudando a Mediunidade", Martins Peralva)
terça-feira, 20 de novembro de 2012
"PROSSEGUE LUTANDO"
"Levanta o espírito combalido e prossegue lutando:
a terra sofrida pelo arado mais produz;
a fonte visitada pelo balde mais dessedenta;
a árvore abençoada pela poda mais frutifica;
o coração mais visitado pela dor mais se aprimora.
Não te canses de lutar!
A reencarnação é oportunidade abençoada que os Céus concedem para refazimento moral, ajuste de contas e saldamento de dívidas.
Não te aflijas ante a imperiosa necessidade de resgatar.
Bendize as horas de dor, que passam como passam os momentos de prazer, avançando na tua luta, caindo para levantar, chorando por amor ao ideal e sofrendo por servir. Para onde sigas, defrontarás a luta em nome do trabalho sulcando o solo da humanidade.
A luta é clima em que são forjados os verdadeiros heróis e o sofrimento é a célula sublime que dá origem aos servidores verdadeiros.
Há mães que no sofrimento se converteram em anjos estelares; há corações que no sofrimento se transformaram em urnas sublimes de amor; há criaturas que no sofrimento se renovaram, fazendo de si mesmas sentinelas vigilantes, em defesa dos infelizes.
Prossegue lutando!
Esquece o próprio cansaço e escreve páginas de consolação; cessa de chorar e enxerga outras lágrimas com o lenço da tua compreensão; asserena tua inquietude e repete os excertos sobre a imortalidade, de que tua alma está impregnada pelos zéfiros do mundo espiritual, junto aos que nada conhecem do além-túmulo...
Há favônios cantantes que trazem blandícias de prece e te falam aos ouvidos, quando te aquietas para orar.
Não percas a oportunidade de sofrer nem te desalentes porque a dor te visita.
Quando menos esperares, um anjo incompreendido chegará de mansinho às portas do teu corpo e, selando teus lábios com o sinete da desencarnação, tomará tua alma de improviso. Abençoarás, então, ter prosseguido lutando.
E considerares que as provações que te visitam agora são aparentemente maiores do que tuas forças, recorda Jesus, o Anjo Crucificado, que no Gólgota, ainda pôde, sofrendo, prosseguir lutando, quando, atendendo à súplica do larápio infeliz, esperançou-o com o desejo de entrar no paraíso. E guarda a certeza de que, prosseguindo lutando, já estás no paraíso desde hoje."
(“Messe de Amor”, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
"A MARCHA"
"Importa, porém, caminhar hoje, amanhã e no dia seguinte.” — Jesus.
(LUCAS, CAPÍTULO 13, VERSÍCULO 33.)
"Importa seguir sempre, em busca da edificação espiritual definitiva.
Indispensável caminhar, vencendo obstáculos e sombras, transformando todas
as dores e dificuldades em degraus de ascensão.
Traçando o seu programa, referia-se Jesus àmarcha na direção de
Jerusalém, onde o esperava a derradeira glorificação pelo martírio. Podemos
aplicar, porém, o ensinamento às nossas experiências incessantes no roteiro
da Jerusalém de nossos testemunhos redentores.
É imprescindível, todavia, esclarecer a característica dessa jornada para a
aquisição dos bens eternos.
Acreditam muitos que caminhar é invadir as situações de evidência no
mundo, conquistando posições de destaque transitório ou trazendo as mais
vastas expressões financeiras ao circulo pessoal.
Entretanto, não é isso.
Nesse particular, os chamados “homens de rotina” talvez detenham
maiores probabilidades a seu favor.
A personalidade dominante, em situações efêmeras, tem a marcha inçada
de perigos, de responsabilidades complexas, de ameaças atrozes. A sensação
de altura aumenta a sensação de queda.
É preciso caminhar sempre, mas a jornada compete ao Espírito eterno, no
terreno das conquistas Interiores.
Muitas vezes, certas criaturas que se presumem nos mais altos pontos da
viagem, para a Sabedoria Divina se encontram apenas paralisadas na contemplação
de fogos-fátuos.
Que ninguém se engane nas estações de falso repouso.
Importa trabalhar, conhecer-se, iluminar-se e atender ao Cristo,
diariamente. Para fixarmos semelhante lição em nós, temos nascido na Terra,
partilhando-lhe as lutas, gastando-lhe os corpos e nela tornaremos a renascer."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
domingo, 18 de novembro de 2012
"INTERCESSÃO"
“Irmãos, orai por nós.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS
TESSALONICENSES, CAPÍTULO 5, VERSÍCULO 25.)
"Muitas criaturas sorriem ironicamente quando se lhes fala das orações
intercessórias.
O homem habituou-se tanto ao automatismo teatral que encontra certa
dificuldade no entendimento das mais profundas manifestações de
espiritualidade. A prece intercessória, todavia, prossegue espalhando
benefícios com os seus valores inalterados. Não éjusto acreditar seja essa
oração o incenso bajulatório a derramar-se na presença de um monarca terrestre
a fim de obtermos certos favores.
A súplica da intercessão é dos mais belos atos de fraternidade e constitui a
emissão de forças benéficas e iluminativas que, partindo do espírito sincero,
vão ao objetivo visado por abençoada contribuição de conforto e energia. Isso
não acontece, porém, a pretexto de obséquio, mas em conseqüência de leis
justas. O homem custa a crer na influenciação das ondas invisíveis do
pensamento, contudo, o espaço que o cerca está cheio de sons que os seus
ouvidos materiais não registram; só admite o auxilio tangível, no entanto, na
própria natureza física, vêem-se árvores venerandas que protegem e
conservam ervas e arbustos, a lhes receberem as bênçãos da vida, sem lhes
tocarem jamais as raízes e os troncos.
Não olvides os bens da intercessão.
Jesus orou por seus discípulos e seguidores, nas horas supremas."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
sábado, 17 de novembro de 2012
"NO SERVIÇO DA LUZ"
"Não ouvides que todos os perseguidores da luz são habitualmente enfermos do espírito acomodados ao mal.
Muitos trazem no peito o vulcão do ódio, exalando os fluidos comburentes do fogo devorador que lhes consome a vida, a se enovelarem, pouco a pouco, nas teias da loucura, quando o crime não lhes colhe a existência; outros, transportam no coração a chaga da cobiça ou da inveja a verminar-lhes o seio e ainda outros se abismam nos labirintos da ambição desregrada, abrindo para si mesmos a cova de dor, a que descerão para a bênção expiatória ...
Outros muitos, sofrem, no imo d’alma, a infestação do vício que os transforma em presa fácil dos empreiteiros da sombra e quase todos padecem na própria mente o assalto da ignorância em que se fazem, desavisados , instrumentos soezes da miséria e da insânia em verdadeiro flagelo público.
Renteando com eles – pobres irmãos nossos que elegeram para si próprios a condição penosa de detratores – trata-os por doentes necessitados de socorro e medicamento.
Conhecendo-os, de perto, lembrou Jesus no monte a bem-aventurança reservada no mundo aos que exerçam o perdão e a misericórdia.
E, é ainda por esse motivo que, à última hora, circulando por eles, nos tormentos da cruz, o Senhor recomendou-os à Tolerância Divina, e, ao invés de aceitar-lhes injúrias e desafios, preferiu segregá-los no hospital da oração.
Observa o mundo ao redor de teus passos e perceberás, na desigualdade das situações, a Justiça Divina a expressar-se com a perfeição da sabedoria e do amor."
("Alvorada do Reino", Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
"A CONDUTA CRISTÃ"
"Ibraim ben Azor, o cameleiro, entrou na residência acanhada de Simão e, à frente do Cristo, que o fitava de olhos translúcidos, pediu instruções da Boa-Nova, ao que Jesus respondeu com a doçura habitual, tecendo considerações preciosas e simples, em torno do Reino de Deus no coração dos homens.
- Mestre – perguntou Ibraim, desejando conhecer as normas evangélicas -, na hipótese de aceitar a nova revelação, como me comportarei perante as criaturas de má-fé?
- Perdoarás e trabalharás sempre, fazendo quanto possível para que se coloquem no nível de tua compreensão, desculpando-as e amparando-as, infinitamente.
- E se me cercaram todos os dias?
- Continuarás perdoando e trabalhando a beneficio deles.
- Mestre – invocou Ibraim, admirado -, a calúnia é um braseiro a requeimar-nos o coração... Admitamos que tais pessoas me vergastem com frases cruéis e apontamentos injustos... Como proceder quando me enlamearem o caminho, atirando-me flechas incendiadas?
- Perdoarás e trabalharás sem descanso, possibilitando a renovação do pensamento que a teu respeito fazem.
- E se me ferirem? Se a violência sujeitar-me à poeira e a traição golpear-me pelas costas? Se meu sangue correr, em louvor da perversidade?
- Perdoarás e trabalharás, curando as próprias chagas, com a disposição de servir, invariavelmente, na certeza de que as leis do Justo Juiz se cumprirão sem prejuízo dum ceitil.
- Senhor – clamou o consulente desapontado -, e se a pesada mão dos ignorantes ameaçar-me a casa? Se a maldade perseguir-me a família, dilacerando os meus nos interesses mais caros?
- Perdoarás e trabalharás a fim de que a normalidade se reajuste sem ódios, compreendendo que há milhões de seres na Terra fustigados por aflições maiores que a tua, cabendo-nos a obrigação de auxiliar, não somente os que se fazem detentores do nosso bem-querer, mas também a todos os irmãos em Humanidade que o Pai nos recomenda amar e ajudar, incessantemente.
Ibraim, assombrado, indagou, de novo:
- Senhor, e se me prenderam por homicida e ladrão, sem que eu tenha culpa?
- Perdoarás e trabalharás, agindo sempre segundo as sugestões do bem, convencido de que o homem pode encarcerar p corpo, mas nunca algemará a idéia pura, nobre e livre.
- Mestre – prosseguiu o cameleiro, intrigado -, e se me prostrarem no leito? Se me crivarem de úlceras, impossibilitando-me de qualquer ação? Como trabalhar de braços imobilizados, quando nos resta apenas o direito de chorar?
- Perdoarás e trabalharás com o sorriso da paciência fiel, cultivando a oração e o entendimento no espírito edificado, confiando na Proteção do Pai Celestial que envia socorro e alimento aos próprios vermes anônimos do mundo.
- Mestre, e se, por fim, me matarem? Se depois de todos os sacrifícios aparecer a morte por estrada inevitável?
- Demandarás o túmulo, perdoando e trabalhando na ação gloriosa, em beneficio de todos, conservando a paz sublime da consciência.
Entre estupefato e aflito, Ibraim voltou a indagar depois de alguns instantes:
- Senhor, e se eu conseguir tolerar os ignorantes e os maus, ajudando-os e recebendo-lhes os insultos como benefícios, oferecendo a luz pela sombra e o bem pelo mal, se encarar, com serenidade, os golpes arremessados contra os meus, se receber feridas e sarcasmos sem reclamação e se aceitar a própria morte, guardando sincera compaixão por meus algozes? Que lugar destacado me caberá, diante da grandeza divina? Que título honroso exibirei?
Jesus, sem alterar-se, considerou:
- Depois de todos os nossos deveres integralmente cumpridos, não passamos de meros servidores, à face do Pai, a quem pertence o Universo, desde o grão de areia às estrelas distantes.
Ibraim, conturbado, levantou-se, chamou o dono da casa e perguntou a Pedro se aquele homem era realmente o Messias. E quando o pescador de Cafarnaum confirmou a identidade do Mestre, o cameleiro, carrancudo, qual se houvesse recebido grave ofensa, avançou para fora e seguiu para diante, sem dizer adeus."
("Contos e Apólogos", Irmão X/Francisco Cândido Xavier)
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
"OCIOSIDADE"
"Sorrateiramente se instala na casa mental, entorpecendo a
vontade.
Disfarça-se
de cansaço, sugerindo repouso.
Justifica-se como necessidade de refazimento de forças, exigindo, cada
vez, maior soma de horas.
Apresenta-se como enfermidade, impondo abandono de
tarefas.
Desculpa-se, em nome da exaustão das energias, que deseja
recobrar.
Reage
contra qualquer proposição de atividade que implique no
inconveniente esforço.
A
ociosidade é cruel inimigo da criatura humana e fator dissolvente que se insinua
nas tarefas do bem, nas comunidades que laboram pelo
progresso.
Após vencer
aquele de quem se apossa, espalha o seu ar mefítico, contaminando quantos se
acercam da sua vítima, que se transforma em elemento pernicioso, refugiando-se
em mecanismos de evasão de responsabilidade sob a condição de abandonado pela
fraternidade alheia.
* *
*
O ocioso
faz-se ególatra; termina impiedoso.
Solicita
direitos, sem cumprir com os deveres que lhe dizem
respeito.
Parasito
social, é hábil na dissimulação dos propósitos infelizes que
agasalha.
Dispõe de
tempo para censurar os que trabalham e observa, nos outros refletidas, as
imperfeições que de si transfere.
Sua palavra
enreda os incautos, torpedeando os programas que exigem
ação.
Quando não
se demora anestesiado, mentalmente, pelos vapores tóxicos que emite e absorve,
consegue exibir falsa compostura, atribuindo-se superioridade que está longe de
possuir, no ambiente onde se encontra.
Escolhe
serviços e especifica tarefas, que jamais cumpre integralmente, acusando os
outros ou escusando-se por impedimentos que urde com
habilidade.
É adorno de
aparência agradável, que sugere valor ainda não
conseguido.
Bom
palestrante, conselheiral, cômodo, refugia-se na gentileza para atrair
simpatias, desde que lhe não seja exigido
esforço.
Sabe usar
os recursos alheios e estimula as tendências negativas, insuflando, com
referências encomiásticas, o orgulho, a vaidade, a
insensatez.
Na
enfermidade de que padece, não se dá conta da inutilidade que o
caracteriza.
* *
*
Teresa
d'Ávila, atormentada por problemas artríticos e outros, na sua saúde delicada,
exauria-se, silenciosa, nas tarefas mais cansativas do Monastério, embora
portadora de excelentes dons espirituais.
Bernadette
Soubirous, a célebre vidente de Lourdes, afadigava-se, enferma, nos trabalhos
mais vigorosos, até a total impossibilidade de
movimentos.
Allan
Kardec, advertido pelo seu médico, Dr. Deméure, então desencarnado, para que
poupasse as energias, prosseguiu ativo até o momento da súbita
desencarnação.
E Jesus,
que jamais se escusou ao trabalho, são lições que não podem nem devem ser
ignoradas.
* *
*
Se não
gostas ou não queres trabalhar, sempre encontrarás justificativas para
dissimular a ociosidade.
O progresso
de que necessitas, porém, não te desculpará o tempo perdido ou mal
empregado.
Volverás à
liça, em condição menos afortunada, sendo-te indispensável o esforço para a
sobrevivência.
Os membros,
que se não movimentam na atividade edificante, atrofiam-se, perdem a finalidade,
e apenas se recuperarão sob injunções mui
dolorosas.
Oxalá te
resguardes da ociosidade.
Melhor a
exaustão decorrente do bem, vivenciado a cada instante, do que a agradável
aparência, cuidada e rósea, mediante a exploração do esforço alheio e a nutrição
da inutilidade ociosa."
(“Otimismo”, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco)
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
"PAIS"
“E vós, pais, não
provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do
Senhor.” – Paulo. (EFÉSIOS,
6:4.)
"Assumir compromissos na paternidade e na maternidade constitui
engrandecimento do espírito, sempre que o homem e a mulher lhes compreendam o
caráter divino.
Infelizmente, o Planeta ainda apresenta enorme percentagem de criaturas
mal-avisadas relativamente a esses sublimes
atributos.
Grande número de homens e mulheres procura prazeres envenenados nesse
particular. Os que se localizam, contudo, na perseguição à fantasia ruinosa,
vivem ainda longe das verdadeiras noções de humanidade e devem ser colocados à
margem de qualquer apreciação.
Urge reconhecer, aliás, que o Evangelho não fala aos embriões da
espiritualidade, mas às inteligências e corações que já se mostram suscetíveis
de receber-lhe o concurso.
Os pais do mundo, admitidos às assembleias de Jesus, precisam compreender
a complexidade e grandeza do trabalho que lhes assiste. É natural que se
interessem pelo mundo, pelos acontecimentos vulgares, todavia, é imprescindível
não perder de vista que o lar é o mundo essencial, onde se deve atender aos
desígnios divinos, no tocante aos serviços mais importantes que lhes foram
conferidos. Os filhos são as obras preciosas que o Senhor lhes confia às mãos,
solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.
Receber encargos desse teor é alcançar nobres títulos de confiança. Por
isso, criar os filhinhos e aperfeiçoá-los não é serviço tão
fácil.
A maioria dos pais humanos vivem desviados, através de vários modos, seja
nos excessos de ternura ou na demasia de exigência, mas à luz do
Evangelho caminharão todos no rumo da era nova,
compreendendo que, se para ser pai ou mãe são necessários profundos dotes
de amor, à frente dessas qualidades deve brilhar o divino dom do
equilíbrio."
(“Vinha de Luz”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
terça-feira, 13 de novembro de 2012
"OLHOS"
“... Se teus olhos
forem bons, todo o teu corpo terá luz...” – Jesus (Mateus, 6:22)
"Olhos... Patrimônio de
todos.
Encontramos, porém, olhos diferentes em
todos os lugares.
Olhos de malícia...
Olhos de
crueldade...
Olhos de ciúme...
Olhos de ferir...
Olhos de
desespero...
Olhos de
desconfiança...
Olhos de atrair a
viciação...
Olhos de
perturbar...
Olhos de reparar males
alheios...
Olhos de desencorajar as boas
obras...
Olhos de frieza...
Olhos de
irritação...
Se aspiras, no entanto, a enobrecer os
recursos da visão, ama, auxilia, aprende e perdoa sempre, e guardarás contigo,
“olhos bons”, a que se referia o Cristo
de Deus, instalando no próprio Espírito a grande compreensão suscetível de
impulsionar-te à glória da Eterna Luz."
(“Centelhas”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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