domingo, 27 de março de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

"VEM E AUXILIA"


"Acendeste mais luz na inteligência e, por isso, consegues observar, mais longe, o campo
das necessidades humanas.
*
Sabes onde se oculta a ignorância, suscitando a carência de luz e onde se alteia o brilho
do conhecimento enobrecido que te faculta o reconhecimento da universalidade da vida, a
prenunciar- te o júbilo da consciência cósmica.
*
Entretanto, não olvides estender a mão aos companheiros que renteiam contigo, chegando
da retaguarda.
Muitos se marginalizam nas trevas por desconhecerem o caminho que já podes trilhar.
*
Ontem, igualmente tateavas.
Hoje, conheces.
Reparte o pão da luz espiritual que amealhaste, a fim de que outros se nutram dele, de
modo a buscarem, por eles próprios, a riqueza das instruções que usufruis.
*
Não reproves aqueles que ainda não dispõem da força precisa, a fim de acompanhar-te.
Ei-los que te aguardam as diretrizes.
*
Sabes que ninguém adquire a elevação espiritual por osmose.
Em razão disso, todos os irmãos que vacilam na estrada, entre a negação e o sofrimento,
entre a dúvida e o desânimo não te reclamam prodígios que lhes operem a renovação do
mundo interior, de um momento para outro.
*
Todos eles, filhos de Deus, tanto quanto nós, são criaturas que se candidatam à escalada
para a Vida Maior e, para isso, te rogam apenas o calor da simpatia e uma réstia de luz."
("O Essencial", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
"Senhor, sejam para o Teu coração misericordioso
Todas as nossas alegrias, esperanças e aspirações!
Ensina-nos a executar Teus propósitos desconhecidos,
Abre-nos as portas de ouro das oportunidades do serviço
E ajuda-nos a compreender a Tua vontade!...
Seja o nosso trabalho a oficina sagrada de bênçãos infinitas.
Converte-nos as dificuldades em estímulos santos,
Transforma os obstáculos das sendas em renovadas lições...
Em Teu nome,
Semearemos o bem onde surjam espinhos do mal,
Acenderemos Tua luz onde a treva demore,
Verteremos o bálsamo do Teu amor onde corra o pranto do sofrimento,
Proclamaremos Tua bênção onde haja condenações,
Desfraldaremos Tua bandeira de paz junto às guerras do ódio!
Senhor,
Dá que possamos servir-Te
Com a fidelidade com que nos amas,
E perdoa nossas fragilidades e vacilações na execução de Tua obra.
Fortifica-nos o coração
Para que o passado não nos perturbe e o futuro não nos inquiete,
A fim de que possamos honrar-Te a confiança no dia de hoje,
Que nos deste
Para renovação permanente até à vitória final.
Somos tutelados na Terra,
Confundidos na lembrança
De erros milenários,
Mas queremos, agora,
Com todas as forças d’alma,
Nossa libertação em Teu amor, para sempre!
Arranca-nos do coração as raízes do mal,
Liberta-nos dos desejos inferiores,
Dissipa as sombras que nos obscurecem a visão de Teu plano divino
E ampara-nos para que sejamos
Servos leais de Tua infinita sabedoria!
Dá-nos o equilíbrio de Tua Lei,
Apaga o incêndio das paixões que, por vezes,
Irrompe, ainda,
No âmago de nossos sentimentos,
Ameaçando-nos a construção da Espiritualidade Superior.
Conserva-nos em Tua inspiração redentora,
No ilimitado amor que nos reservaste
E que, integrados no Teu trabalho de aperfeiçoamento incessante,
Possamos atender-Te os sublimes desígnios,
Em todos os momentos,
Convertendo-nos em servidores fiéis de Tua Luz, para sempre!
Assim seja!"
(“Missionários da Luz”, André Luiz/ Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Prece de Cáritas

"SENTIMENTO"


"...Tanto quanto a segurança de um edifício corresponde ao projeto a que se
subordina, o êxito ou o fracasso em nossos menores empreendimentos
correspondem ànossa atitude espiritual.
Sabemos em fotografia que o clichê é a imagem negativa obtida na câmara
escura, do qual podemos extrair inumeráveis provas positivas. Assim também o
pensamento é a matriz que compomos na intimidade do ser, com a qual é possível
criar infinitas manifestações de nossa individualidade.
Mas a formação do clichê depende da película sensível que, em nosso caso, é o
sentimento antecedendo-nos toda e qualquer elaboração de ordem mental.
É imprescindível, dessa forma, melhorar sempre e cada vez mais as nossas
aquisições de fraternidade, entendimento e simpatia.
A estrela é conhecida pela luz que desprende de si mesma.
A presença da flor é denunciada pelo perfume que lhe é característico.
A criatura é identificada pelas irradiações que projeta.
Sorvemos idéias, assimilamos idéias e exteriorizamos idéias todos os dias.
É imperioso, assim, em nosso intercâmbio uns com os outros, observar os
nossos estados sentimentais nas bases de nossas reflexões e raciocínios, como
origens de nossa vitória ou de nossa derrota no campo de luta vulgar...."
("Instruções Psicofônicas", Áulus/Francisco Cãndido Xavier)

domingo, 13 de março de 2011

"A DIFERENÇA"

"A reunião de preces alcançava a parte final. E, na organização mediúnica, Bezerra de Menezes retinha a palavra.
O benfeitor desencarnado distribuía consolações, quando um companheiro o alvejou com azedume:
— Bezerra, não concordo com tanta máscara no ambiente espírita. Estou cansado de tartufismo. Falo contra mim mesmo. Posso, acaso, dizer que sou espírita-cristão? Vejo-me fustigado por egoísmo e intolerância, avareza e ciúme; cometo desatenções e disparates; reconheço-me frequentemente caído em maledicência e cobiça; ainda não venci a desconfiança, nem a propensão para ressentir-me; quando menos espero, chafurdo-me nos erros da vaidade e do orgulho; involuntariamente, articulo ofensas contra o próximo; a ambição mora comigo e, por isso, agrido os meus semelhantes com toda a força de minha brutalidade; a crítica, o despeito, a maldade e a imperfeição me seguem constantemente. Posso declarar-me espírita com tantos defeitos?
O venerável orientador espiritual respondeu, sereno:
— Eu também, meu amigo, ainda estou em meio de todas essas mazelas e sou espírita-cristão...
— Como assim? revidou o consulente agitado.
— Perfeitamente concluiu Bezerra, sem alterar-se. - Todas essas qualidades negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas...
E, sorrindo:
— Como vê, há muita diferença."

("Reformador", Janeiro de 1971 - Irmão X/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 12 de março de 2011

"FAMÍLIA ESPIRITUAL"

"A família espiritual de cada um é muito ampla, englobando não só as pessoas ligadas entre si, anteriormente na Terra, por laços consanguíneos, mas também, muitas outras pessoas presas ao coração pelos liames autênticos de simpatia e de afinidade de ideias. Aliás, nem sempre os parentes por consanguinidade pertencem a uma família espiritual. Esta é constituída na base da afeição recíproca, estruturada ao longo de vivências nos Planos material e espiritual. A vida ensina que somente o fato de convivermos sob um mesmo teto não é condição criadora dos laços inquebrantáveis de simpatia e de amor.
        Enquanto houver a distribuição da imensa família espiritual de cada um, nos dois Planos da Vida — que perdurará enquanto necessitarmos de encarnações na Escola Planetária — o nascimento no lado de lá ocasiona aqui saudade nos entes queridos, assim como o nascimento aqui provoca no outro lado separações afetivas, transitórias, mais igualmente sentidas.
        Ah!... A saudade... Problema sempre vivo e, às vezes torturante em nossos corações. Por isso mesmo, um dos sentimentos mais exteriorizados e, na literatura, milhares e milhares de vezes citado em prosa e verso. Prova difícil, sempre dolorosa, mas educativa, por convidar-nos ao aprendizado da esperança e da fé."
(“Amor sem adeus”, Walter – Hércio Marcos C. Arantes/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 7 de março de 2011

"CONTRATEMPOS"



"Diante de quaisquer contratempos, pensa no bem.
O trabalho estafante...
Será ele a providência que te habilita à vitória contra o assédio de perturbações que te espreitam a estrada.
O encontro perdido...
Semelhante contrariedade decerto apareceu, em tua defesa própria.
A realização adiada...
A procrastinação de teus desejos estará funcionando, em teu benefício, para que não entres em determinados compromissos fora de tempo.
A viagem desfeita...
O plano frustrado, provavelmente, é o recurso com que se te garante o equilíbrio.
O carro enguiçado...
O incidente desagradável é o processo de forrar-te contra acidentes possíveis.
O mal estar orgânico...
A enfermidade menor haverá surgido, a fim de induzir-te a tratamento inadiável.
A afeição que se afasta...
A separação vale por cirurgia no campo da alma, muita vez, resguardando-te a paz e a segurança.
A morte no lar...
A despedida de um ente querido, quase sempre, procede da Misericórdia do Senhor; no sentido de evitar sofrimento maiores para aquele que parte, tanto quanto para aqueles que ficam.
Diante de qualquer obstáculo, reflete no bem, porque no curso de todas as circunstâncias, por detrás dos contratempos da vida, a Bondade de Deus jaz oculta."
("Coragem", Emmanuel / Francisco Cândido Xavier)

"O REVERSO"

"Cada verso do sermão da montanha é um hino completo de exaltação a quem se entrega a Deus e nEle confia.
*
        A emotividade de Jesus desatou o poema das bem-aventuranças, endereçando aos tempos do futuro as regras de ouro para a aquisição da felicidade perfeita.
        A síntese extraordinária chegou aos ouvidos da Humanidade como sendo o mais completo discurso de esperança de que se tem notícia.
        Toda uma eloquente dissertação, representativa das mais amplas aspirações humanas, ali se encontra exarada.
        Todos quantos passaram sob o judô da discriminação arbitrária, sofrendo as chuvas de sarcasmos e desaires, encontram na poesia lírica do Mestre o coroamento das suas lutas, se souberem conduzir os fardos das provações que lhes pesam sobre os sentimentos.
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        Bem-aventurados são os mansos e os pacíficos, que atravessam o campo de batalha sem revidar aos golpes da violência.
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        Bem-aventurados os pobres de espírito, que sabem reconhecer a condição redentora em que se encontram e não disputam as vãs posições do jogo perigoso da alucinação terrena.
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        Bem-aventurados os que se humilham por amor e submissão às leis, sem permitir-se a indignidade nem a vulgarização moral às circunstâncias em que se encontram.
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        Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, não se rebelando ante as condições ignominiosas que lhes são impostas no trânsito carnal.
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        Bem-aventurados os simples que se contentam com o ar, a paz e o pão da vida, sem os caprichos das ilusões passageiras que ocultam a realidade e não mudam o panorama íntimo.
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        Bem-aventurados os puros de intenções, que não têm maldades, nem desconfianças, e caminham com entrega total a Deus, fiéis para sempre.
        São bem-aventurados os que choram sem reclamação, os que sofrem sem rebeldia...
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Cada verso é um símbolo da vitória do bem no sofrimento e do triunfo da luz na treva da ignorância.
        Assim o disse Jesus.
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        Há, porém, o reverso, o que ficou subentendido e não foi enunciado.
        O reverso é a aflição demorada que carpirão os orgulhosos e os prepotentes ao darem-se conta da realidade, passada a rápida aventura do corpo físico;
        o desencanto e a amargura que assaltarão aqueles que se utilizaram das leis, do poder e das circunstâncias para uso pessoal, enquanto as necessidades e a sujeição os observam ansiosas, carentes;
        indescritíveis serão o despertar das consciências e o compreender da razão, por parte daqueles que viviam na fartura, saturados pelo prazer e insatisfeitos diante dos excessos...
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        O Senhor jamais condenava, não se atribuindo qualidades de juiz, das vidas, embora sendo o Educador e Magistrado por excelência, mantendo sempre uma posição de superior bondade, na qual se encontram a sabedoria e a misericórdia.
        No entanto, aqueles que não estão catalogados no sermão da montanha, são o reverso doloroso da carta magna que Ele endereçou à Humanidade.
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        Observa com cuidado de que lado te situas ante a canção das bem-aventuranças; se estás no verso de luz e paz ou no reverso de sombra e dor."
(“Viver e Amar”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)