terça-feira, 31 de janeiro de 2017

"EXPLOSÕES NA INTIMIDADE"

"Na agitação dos dias atuais as criaturas se assoberbam e angustiam, permitindo-se a depressão e o desespero.
As manchetes que chegam de além mar não são menos desconfortantes do que as que temos por aqui.
Se o assunto é o desemprego, as notícias surgem de todos os continentes. Se é a violência, eclodem do Globo inteiro. Se é a desvalorização da vida, os fatos se generalizam.
Alguns pensam que é o final dos tempos, profetizado no Apocalipse. Outros pensam que é a decadência total do gênero humano.
E, para maior desespero, aventa-se a possibilidade de uma guerra bacteriológica, tendo por palco o velho mundo, berço das civilizações.
Tudo isso é preocupante, não podemos negar. E não há dúvida de que as ameaças de bombas e explosões espalham o terror e o medo.
Entretanto, esse é o momento de meditarmos maduramente e observar de modo mais claro a situação, começando por nossa própria intimidade.
Preocupados com as circunstâncias externas, não nos damos conta de que as bombas mais tenebrosas e as explosões mais destruidoras são as que se dão na vida diária, quando o homem se converte em chacal do próprio homem.
Lançam-se bombas de indiferença e surgem explosões de frieza que soterram as nobres iniciativas, petrificando os melhores sentimentos que brotam na alma.
Montam-se bombas de vaidade e aparecem explosões de mágoas, capazes de infernar corações, destroçando as fontes generosas da vida.
Enxameiam as bombas de exploração alheia, propiciando condições para as explosões de miséria e carência, desarticuladoras do progresso.
Arrebentam-se bombas de ódios inomináveis, gerando explosões de revolta e rebeldia, danificando os ensaios de fraternidade e desmantelando entendimentos felizes, por fomentar a virulência das vinganças cruéis.
Estrondeiam bombas de maledicência e intriga, verificando-se explosões de agressão e violência que levam o indivíduo ao desequilíbrio e à loucura.
Instalam-se bombas de malquerença com explosões de intolerância e irritação, geradoras de peste que enferma as íntimas tecelagens da alma.
Forjam-se bombas de orgulho e cobiça, luxúria e lascívia, articulando explosões que rebaixam o caráter, envenenam o processo da vida sócio-moral dos indivíduos, que perdem excelentes oportunidades de bem conduzir as próprias vidas.
Assim pensando, concluiremos que toda ação desnorteadora que a individualidade impõe ao seu circuito social, se transformará em parcela de guerra, de destruição, de negativismo, somada às ondas mentais caracterizadas pela perturbação, alimentando escuridão em toda parte.
* * *
Mais do que nunca, o homem moderno precisa identificar-se com Deus, a fim de serenar seu mundo íntimo, de educar-se ética e moralmente, exercitando compreensão e respeito por si mesmo e pelo seu semelhante, seguindo decidido na escalada da luz.
É imperioso que construamos um mundo glorificado pela paz e pelo amor que tanto almejamos, começando nas províncias da própria alma, buscando nosso encontro e identificação com o espírito do Cristo.
Pensemos nisso!"

("Momento Espírita)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

"O RECURSO"

       "Começaste o dia recebendo a visita de um amigo, a falar-te da leviandade de um parente que te acusou por faltas que não cometeste.
       Para logo te demandaste na irritação e na revolta.
*
       Em seguida, vieram as compras, segundo lista de encomendas que formulaste na véspera.
       Alguns artigos, no entanto, não chegaram nas condições esperadas e, sem qualquer hesitação, devolveste o material recebido com ásperas reclamações.
*
       Logo após, observaste que o vizinho, involuntariamente, provocou pequeno defeito no sistema de esgotos, prejudicando-te o banheiro, por alguns minutos.
       De imediato, chamaste às contas o amigo da vizinhança, admoestando-o com severidade agressiva, sem ao menos aceitar-lhe o pedido de desculpas, enunciado com humildade.
*
       Não passou muito tempo, notaste que a governanta não efetuara a limpeza da casa, conforme as minudências de tuas instruções.
       E à frente da senhora que te serve com atenção à vida familiar, dirigiste a ela um sermão esbrazoado de exigências.
*
       Assim atravessaste as horas, lastimando a vida, gritando contra determinadas pessoas, maldizendo parentes, criticando, condenando, ironizando e ferindo aos que te rodeiam.
*
       Em sobrevindo a noite, trazias o corpo abatido, como que vergastado por farpas invisíveis.
       Clamaste contra a doença e te declaraste com os nervos destrambelhados.
*
       Por fim, em certo momento, pediste chorando para que alguém te descobrisse um remédio ou um recurso contra as tuas angústias e contrariedades, amarguras e desesperações.
       É por isso que estamos aqui a rogar-te com respeito:
       — Experimenta o perdão."

(“Jóia”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 29 de janeiro de 2017

"UMA FAMÍLIA DE MONSTROS"




"Escrevem de Brunswick para o Pays:

“Uma camponesa dos arredores de Lutter acaba de dar à luz uma criança com todas as aparências de um macaco, pois o corpo é quase inteiramente coberto de pelos negros e em tufos, e nem o rosto está isento dessa estranha vegetação.
Casada há doze anos e, posto que admiravelmente conformada, essa infeliz senhora ainda não deu à luz um só filho que não fosse acometido por enfermidades mais ou menos horríveis.
Sua filha mais velha, de dez anos, é completamente corcunda, e seu rosto parece copiado, traço por traço, do rosto de Polichinelo. Seu segundo filho é um garoto de sete anos; ele tem as pernas aleijadas. A terceira, que vai completar cinco anos, é surda-muda e idiota. Enfim a quarta, de dois anos e meio, é completamente cega.
Qual pode ser a causa desse estranho fenômeno? Eis um ponto que a Ciência deve esclarecer.
O pai é um homem perfeitamente constituído e tem todas as aparências da mais robusta saúde e nada pode explicar a espécie de fatalidade que pesa sobre a sua raça.”

(Moniteur, 29 de julho de 1864).

“Eis um ponto que a Ciência deve esclarecer”, diz o jornal. Há muitos outros fatos ante os quais a Ciência fica impotente, sem contar os de Morzine e de Poitiers. A razão disto é muito simples. É que ela se obstina em não procurar as causas senão na matéria, e não leva em conta senão as leis que ela conhece.
A respeito de certos fenômenos, ela está na posição em que se encontraria se não tivesse saído da física de Aristóteles; se tivesse desconhecido a lei da gravitação ou a da eletricidade; onde se achou a religião, enquanto desconheceu a lei do movimento dos astros; onde estão ainda hoje os que desconhecem a lei geológica da formação do globo.
Duas forças partilham o mundo: o espírito e a matéria. O espírito tem as suas leis, como a matéria tem as dela. Ora, reagindo essas duas forças incessantemente uma sobre a outra, disso resulta que certos fenômenos materiais têm como causa a ação do espírito e que umas não podem ser perfeitamente compreendidas se as outras não forem levadas em conta. Fora das leis tangíveis, portanto, há uma outra que desempenha no mundo um papel capital, é a das relações entre os mundos visível e invisível. Quando a Ciência reconhecer a existência dessa lei, aí encontrará a solução de uma infinidade de problemas contra os quais se choca inutilmente.
As monstruosidades, como todas as enfermidades congênitas, sem dúvida têm uma causa fisiológica, que é da alçada da Ciência material. Mas, supondo que esta venha a surpreender o segredo desses desvios da Natureza, restará sempre o problema da causa primeira e a conciliação do fato com a justiça divina. Se a Ciência disser que isto não é da sua alçada, o mesmo não poderá dizer a religião. Quando a Ciência demonstra a existência de um fato, incumbe à religião o dever de aí procurar a prova da soberana sabedoria. Jamais sondou ela, do ponto de vista da divina equidade, o mistério dessas existências anormais? Dessas fatalidades que parecem perseguir certas famílias, sem causas atuais conhe­cidas? Não, porque ela sente sua própria impotência e se apavora com essas questões terríveis para seus dogmas absolutos. Até hoje haviam aceito o fato sem ir mais longe, mas hoje pensam, refletem, querem saber; interrogam a Ciência, que procura nas fibras e fica muda; interrogam a religião, que responde: Mistério impenetrável!
Pois bem! O Espiritismo vem rasgar esse mistério e dele fazer sair a deslumbrante justiça de Deus. Ele prova que essas almas deserdadas desde o nascimento neste mundo já viveram e que elas expiam, em corpos disformes, suas faltas passadas. Demonstra a observação, e a razão o diz, porque não se poderia admitir que sejam castigadas ao sair das mãos do Criador, quando ainda nada fizeram.
Tudo bem, dirão, para o ser que nasce assim. Mas, os pais? Mas essa mãe que dá à luz apenas seres desgraçados; que é privada da alegria de ter um só filho que lhe faça honra e que possa mostrar com orgulho? A isso responde o Espiritismo: Justiça de Deus, expiação, prova para sua ternura materna, porque é uma prova, e bem grande, só ver em torno de si pequenos monstros em vez de crianças graciosas. E ele acrescenta: Não há uma única infração das leis de Deus que mais cedo ou mais tarde não tenha suas funestas consequências, na Terra ou no mundo dos Espíritos, nesta vida ou na seguinte. Pela mesma razão, não há uma só vicissitude da vida que não seja consequência e punição de uma falta passada, e assim será para cada um, enquanto não se tiver arrependido, enquanto não houver expiado e reparado o mal que ele fez. Ele volta à Terra para expiar e reparar. Cabe a ele melhorar-se bastante aqui em baixo para não mais voltar como condenado. Muitas vezes Deus se serve daquele que é punido para punir outros. É assim que os Espíritos dessas crianças, devendo, como punição, encarnar-se em corpos disformes, são, independentemente de sua vontade, instrumentos de expiação para a mãe que os deu à luz. Essa justiça distributiva, proporcional à duração do mal, vale mais que a das penas eternas, irremissíveis, que encerram para sempre a via do arrependimento e da reparação.
O fato acima foi lido na Sociedade Espírita de Paris, como assunto de estudo filosófico, e um Espírito deu a seguinte explicação: 

(Sociedade de Paris, 29 de julho de 1864)

Se pudésseis ver os dispositivos ocultos que movem o vosso mundo, compreenderíeis como tudo se encadeia, desde as meno­res coisas às maiores; compreenderíeis, sobretudo, a ligação íntima existente entre o mundo físico e o mundo moral, essa grande lei da Natureza; veríeis a multidão de inteligências que presidem a todos os fatos e os utilizam para que sirvam à realização dos desígnios do Criador. Suponde-vos um instante ante uma colmeia cujas abelhas fossem invisíveis. O trabalho que veríeis realizar-se diariamente vos causaria admiração, e talvez exclamásseis: Singular efeito do acaso! Pois bem! Realmente estais em presença de um atelier imenso, conduzido por inumeráveis legiões de operários para vós invisíveis, dos quais uns são trabalhadores manuais, que obedecem e executam, ao passo que outros comandam e dirigem, cada um na sua esfera de atividade proporcional ao seu desenvolvimento e ao seu adiantamento e, assim, de degrau em degrau, até a vontade suprema, que tudo impulsiona.
Assim se explica a ação da Divindade nos mais ínfimos detalhes. Como os soberanos da Terra, Deus tem os ministros, e esses têm seus agentes subalternos, engrenagens secundárias do grande governo do Universo. Se, num país bem administrado, a última cabana sente os efeitos da sabedoria e da solicitude do chefe de Estado, quanto não deve a infinita sabedora do Altíssimo estender-se aos menores detalhes da criação!
Não creiais, pois, que essa mulher de que acabais de falar seja vítima do acaso ou de uma cega fatalidade. Não. O que lhe acontece tem sua razão de ser, ficai bem convencidos. Ela é castigada no seu orgulho; ela desprezou os fracos e os enfermos; ela foi dura para com os seres infelizes, dos quais desviava os olhos com repugnância, em vez de envolvê-los com um olhar de comiseração; ela envaideceu-se da beleza física de seus filhos, à custa de mães menos favorecidas; ela mostrava-os com orgulho, porque a seus olhos a beleza do corpo valia mais que a da alma; assim, ela neles desenvolveu vícios que lhes retardaram o avanço, em vez de desenvolver as qualidades de coração. Deus permitiu que em sua existência atual ela só tivesse filhos disformes, para que a ternura materna a ajudasse a vencer sua repugnância pelos infelizes. Para ela, portanto, é uma punição e um meio de adiantamento. Entretanto, nessa punição, brilham, ao mesmo tempo, a justiça e a bondade de Deus, que castiga com uma mão e com a outra incessantemente dá ao culpado os meios de se resgatar.

UM ESPÍRITO PROTETOR"

("Revista Espírita", Setembro de 1864 - "Estudos morais")

sábado, 28 de janeiro de 2017

EGOÌSMO

"O egoísmo, ninguém o desconhece, consiste no “excessivo amor ao próprio bem, sem atender ao dos outros”.
       É, por isso, considerado a pior chaga da Humanidade e o maior obstáculo ao reinado do Bem na face a Terra.
       Inútil, porém, apenas malsiná-lo. Mais vale que o estudemos e saibamos como transformá-lo, conduzindo-o à sublimação.
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       Dia virá em que, compreendendo melhor os postulados do vero Cristianismo, passará a interessar-se e a trabalhar para o bem-estar  universal, por saber que, não obstante as diferenças de cor, credo, raça ou nacionalidade, todos somos irmãos, porque filhos do mesmo Pai Celestial.
       Estabelecendo: “ama o teu próximo como a ti mesmo”, Deus reconhece como natural e legítimo o amor de cada criatura a si mesma, por ser esse amor a base de todo o progresso humano e o alimento indispensável ao fortalecimento de nossa individualidade.
       Não deve, todavia, estacionar aí, nas manifestações do egoísmo. À medida que formos tomando consciência de quanto é bom o Amor, devemos exercitá-lo no trato com nossos semelhantes, de sorte que, expandindo-se e purificando-se, venha a converter-se em altruísmo (amor ao próximo).
       De início, não pode o homem imaginar qual a “vantagem” de amar o próximo, parecendo-lhe que todo e qualquer sacrifício pelo bem alheio importa em diminuição do próprio bem.
       Aos poucos, porém, vai percebendo que o Amor é a Suprema  Lei Divina e que, pelos desígnios da Providência, todo o bem que fizermos aos outros volve para nós mesmos, duplicadamente, em bênçãos e alegrias.
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Amar a Deus amando o próximo, esse o cabedal que nos cumpre conquistar e a razão de ser de nossas existências.
       Vivamos, pois, por esse ideal, para que a paz e a felicidade façam morada em nossos corações!"
( “Páginas de Espiritismo Cristão”, Rodolfo Calligaris) 

domingo, 22 de janeiro de 2017

"NÂO DESISTAS"






"Escolheste a senda do bem?
Não te detenhas.
Não contes as pedras da estrada.
Soma as bênçãos que já recebeste.
Nunca desistas."

("Recados do Além", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 21 de janeiro de 2017

"FAMILIARES PROBLEMAS"

"Desposaste alguém que não mais te parece a criatura ideal que conheceste. A convivência te arrancou aos olhos as cores diferentes com que o noivado te resguardava o futuro que hoje se fez presente.
Em torno, provações, encargos renascentes, familiares que te pedem apoio, obstáculos por vencer. E sofres.
Entretanto, recorda que antes da união falavas de amor e te mostravas na firme disposição em que assumiste os deveres que te assinalam agora os dias, e não recues da frente de trabalho a que o mundo te conduziu.
Se a criatura que te compartilha transitoriamente o destino não é aquela que imaginaste e sim alguém que te impõe difícil tarefa a realizar, observa que a união de ambos não se efetuaria sem fins justos e dá de ti quanto possível para que essa mesma criatura venha a ser como desejas.
Diante de filhos ou parentes outros que se valem de títulos domésticos para menosprezar- te ou ferir-te, nem por isso deixes de amá-los. São eles, presentemente na Terra, quais os fizemos em outras épocas, e os defeitos que mostrem não passam de resultados das lesões espirituais causadas por nós mesmos, em tempos outros, quando lhes orientávamos a existência nas trilhas da evolução.
É provável tenhamos dado um passo à frente. Talvez o contato deles agora nos desagrade pela tisna de sombra que já deixamos de ter ou de ser. Isso, porém, é motivação para auxílio, não para fuga.
Atentos ao princípio de livre arbítrio que nos rege a vida espiritual, é claro que ninguém te impede de cortar laços, sustar realizações, agravar dívidas ou delongar compromissos.
Divórcio é medida perfeitamente compreensível e humana, toda vez que os cônjuges se confessam à beira da delinqüência, conquanto se erija em moratória de débito para resgate em novo nível. E o afastamento de certas ligações é recurso necessário em determinadas circunstâncias, a fim de que possamos voltar a elas, algum dia, com o proveito preciso.
Reflete, porém, que a existência na Terra é um estágio educativo ou reeducativo e tão só pelo amor com que amamos, mas não pelo amor com que esperamos ser amados, ser-nos-á possível trabalhar para redimir e, por vezes, saber perder para realmente vencer."

("Na Era do Espírito", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier e Herculano Pires)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

"O GRITO"

"- Uma boa palavra auxilia sempre. Às vezes, supomo-nos sozinhos e proferimos inconveniências. Desajudamos quando podíamos ajudar. É preciso aproveitar oportunidades. Falar é um dom de Deus. Se abrirmos a boca para dizer algo, saibamos dizer o melhor.
A pequena assembléia ouvia atenta a palavra de Sálus, o instrutor espiritual que falava pelo médium.
- Não adianta repetir frases inúteis. E é sempre falta grave conferir saliência ao mal. Comentemos o bem. Destaquemos o bem.
Dentre todos os presentes, Belmiro Arruda, escutava em silêncio.
* * *
Decorridos alguns dias, Arruda, nas funções de pedreiro-chefe, orientava o término da construção de grande recinto. O enorme salão parecia completo. Tudo pronto. Acabamento esmerado. Pintura primorosa.
- Experimentemos a acústica – disse o engenheiro superior.
E virando-se para Belmiro:
- Grite algo.
Arruda, recordando a lição, bradou:
- Confia em Jesus!... Confia em Jesus!...

O som estava admiravelmente distribuído.
Os operários continuavam na sua faina, quando triste homem penetra o recinto. Cabeleira revolta. Semblante transtornado.
- Quem mandou confiar em Jesus? – perguntou.
Alguém aponta Belmiro, para quem ele se dirige, abrindo os braços.
- Obrigado, amigo! – exclamou.
E mostrando um revólver:
- Ia encostar o cano no ouvido, entretanto, escutei seu apelo e sustei o tiro... Queria morrer no terreno baldio da construção, mas sua voz acordou-me... Estou desempregado, há muito tempo, e sou pai de oito filhos... Jesus, sim! Confiarei em Jesus!...
Arruda abraçou-o, de olhos úmidos. O caso foi conduzido ao conhecimento do diretor do serviço. E o diretor, visivelmente emocionado, estendeu a mão ao desconhecido e falou: - Venha amanhã. Pode vir trabalhar amanhã."

("A vida escreve", Hilário Silva/Francisco Cândido Silva)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

"ENTRAVES FELIZES"

"Não enfatizes, em demasia, os obstáculos humanos, porque, em muitos lances da existência, os entraves do caminho se revestem de natureza providencial.
A festa que perdeste foi o meio de que se valeram os benfeitores espirituais para evitar-te o encontro com alguém, cuja influência apenas te envolveria em complicações.
A herança a que tinhas direito e que, por várias circunstâncias, não pudeste receber, terá sido um peso fatídico retirado de teus ombros.
O encontro marcado que não se efetuou decerto te liberou aborrecimentos e prejuízos.
O companheiro que se afastou, conquanto te lastimes, foi o estímulo para que te desvencilhasses de ruinosa dependência.
O órgão doente que, porventura, ainda carregues, é a peça de controle, a fim de que não te percas da ponderação e do equilíbrio.
Em todos os episódios que te pareçam contrários, guarda serenidade e paciência, porquanto dia virá no qual reconhecerás que todos os obstáculos que te impediram o acesso ao que mais desejavas e não tiveste, foram bênçãos de Deus para que hoje usufruas as vantagens que tens."
("Jóia", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

"QUE BUSCAIS?"

“E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais?” – (João, 1:38.)

          "A vida em si é conjunto divino de experiências.
          Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos.
          A aquisição de valores religiosos, entretanto, é a mais importante de todas, em virtude de constituir o movimento de iluminação definitiva da alma para Deus.
          Os homens, contudo, estendem a esse departamento divino a sua viciação de sentimentos, no jogo inferior dos interesses egoísticos.
          Os templos de pedra estão cheios de promessas injustificáveis e de votos absurdos.
          Muitos devotos entendem encontrar na Divina Providência uma força subornável, eivada de privilégios e preferências.
          Outros se socorrem do plano espiritual com o propósito de solucionar problemas mesquinhos.
          Esquecem-se de que o Cristo ensinou e exemplificou.
          A cruz do Calvário é símbolo vivo.
          Quem deseja a liberdade precisa obedecer aos desígnios supremos.
          Sem a compreensão de Jesus, no campo íntimo, associada aos atos de cada dia, a alma será sempre a prisioneira de inferiores preocupações.
          Ninguém olvide a verdade de que o Cristo se encontra no umbral de todos os templos religiosos do mundo, perguntando, com interesse, aos que entram: “Que buscais?”

("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

"ESQUECE O MAL"

  "A paz depende muito mais do esquecimento do mal que do propósito de corrigi-lo.
       Toda vez que buscarmos a retificação de nós mesmos, olvidando as faltas dos outros, situaremos o ensinamento silencioso da bondade, na própria exemplificação, sem alarde e sem menosprezo ao valor do próximo.
       Esquece o mal e o bem aparecerá.
       A própria natureza é uma lição viva nesse particular.
       O solo despreocupa-se dos detritos que o temporal lhe arremessa à face e produz o milagre do pão.
       O tronco robusto olvida o serrote áspero que lhe fere as entranhas e converte-se em utilidades valiosas para a vida.
       O mármore ignora os golpes contundentes do martelo e converte-se em obra prima.
       A pedra esquece a máquina que a tritura e abre o próprio seio em pepitas de ouro que constituem a garantia do trabalho e do reconforto no campo da civilização.
       A ostra ferida desapega-se da própria dor  e fabrica a pérola sublime.
       A semente desconhece a solidão da cova escura a que é projetada e transubstancia-se em folhagem, perfume, flor e fruto.
       Se desejas a vanguarda de luz, liberta-te das algemas da sombra.
       Se te propões a ajudar, não te detenhas em demandas inúteis.
       Enquanto te demoras,  na contemplação do mal, perdes tempo, adiando a cultura do bem.
       Da arte de esquecer as experiências inferiores, nasce a vitória da verdadeira ascensão espiritual.
       Avancemos ao sol do amor e, se temos conosco a vocação de consertar pela violência ou de corrigir pela irritação, estejamos convencidos, com a sabedoria do povo,  de que, em qualquer lugar ou em qualquer tempo, “muito ajuda quem não atrapalha”."

(“Urgência”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

"CONTA COM DEUS"


"Não te queixes. Trabalha.
Não te desculpes. Aceita.

Não te lastimes. Age.
Não provoques. Silencia.

Não acuses. Ampara.
Não te irrites. Desculpa.

Não grites. Pondera e explica.
Não reclames. Coopera.

Não condenes. Socorre.
Não te perturbes. Espera.

Nada exijas dos outros.
Conta sempre com Deus."

("Algo Mais", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 15 de janeiro de 2017

"O SR. LECLERC"




"A Sociedade Espírita de Paris acaba de sofrer uma nova perda na pessoa do Sr. Charles-Julien Leclerc, antigo mecânico, de cinquenta e sete anos, falecido subitamente de um ataque de apoplexia fulminante, a 2 de dezembro, quando entrava no Ópera. Tinha morado muito tempo no Brasil e lá havia aprendido as primeiras noções de Espiritismo, para o que o havia preparado a doutrina de Fourrier, da qual era zeloso partidário. Voltando à França, depois de haver conquistado uma posição de independência por seu trabalho, dedicou-se à causa do Espiritismo, cujo alto alcance humanitário e moralizador para a classe operária tinha entrevisto facilmente. Era um homem de bem, querido, estimado e lamentado por todos que o conheceram, um espírita de coração, esforçando-se por colocar em prática, em proveito de seu adiantamento moral, os ensinamentos da doutrina, um desses homens que honram a crença que professam.
A pedido da família, fizemos ao pé do túmulo a prece pelas almas que acabam de deixar a Terra (Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII – IV), seguida destas palavras:
“Caro senhor Leclerc, sois um exemplo da incerteza da vida, pois que, na antevéspera de vossa morte, estáveis entre nós, sem que nada deixasse pressentir uma partida tão súbita. Assim Deus nos adverte para nos mantermos sempre prontos a prestar contas do emprego que fizemos do tempo que passamos na Terra. Ele nos chama no momento que menos esperamos. Que seu nome seja bendito por vos ter poupado as angústias e os sofrimentos que por vezes acompanham o trabalho da separação.
Fostes unir-vos aos colegas que vos precederam e que, sem dúvida, vieram receber-vos no sólio da nova vida; mas essa vida, com a qual vos identificastes, não vos deve ter representado nenhuma surpresa; nela entrastes como num país conhecido, e não duvidamos que aí gozeis da felicidade reservada aos homens de bem, aos que praticaram as leis do Senhor.
Vossos colegas da Sociedade Espírita de Paris se honram por vos ter contado em suas fileiras, e vossa memória lhes será sempre cara. Por minha voz, eles vos oferecem a expressão de seus sentimentos da mais sincera simpatia que soubestes conquistar. Se alguma coisa suaviza nosso pesar por esta separação, é o pensamento que sois feliz como o mereceis, e a esperança de que não deixareis de vir participar dos nossos trabalhos.
Caro irmão, que o Senhor derrame sobre vós os tesouros de sua bondade infinita. Nós lhe pedimos que vos conceda a graça de velar por vossos filhos e de dirigi-los no caminho do bem que vós seguistes.”

Prontamente desprendido, como o supúnhamos, o Sr. Leclerc pôde manifestar-se na Sociedade, na sessão que se seguiu ao seu enterro. Consequentemente, não houve nenhuma interrupção em sua presença, pois ele tinha assistido à sessão precedente. Além do sentimento de afeição que a ele nos ligava, essa comunicação devia ter o seu lado instrutivo. Seria interessante conhecer as sensações que acompanham esse gênero de morte. Nada do que possa esclarecer sobre as diversas fases dessa passagem que todo o mundo deve transpor poderia ser indiferente. Eis a comunicação:

(Sociedade de Paris, 7 de dezembro de 1866
Médium, Sr. Desliens)

Posso, enfim, por minha vez, vir a esta mesa! Embora minha morte seja recente, mais de uma vez já fui tomado de impaciência. Eu não podia apressar a marcha do tempo. Eu tinha também que vos agradecer por vossa pressa em cercar meus despojos mortais, e pelos pensamentos simpáticos que prodigalizastes ao meu Espírito. Oh! mestre, obrigado por vossa benevolência, pela emoção profunda que sentistes acolhendo meu amado filho. Como eu seria ingrato se de vós não conservasse uma eterna gratidão!
Meu Deus, obrigado! Meus desejos estão realizados. Hoje posso apreciar a beleza deste mundo que eu não conhecia senão através das comunicações dos Espíritos. De certa forma, ao chegar aqui experimentei as mesmas emoções, mas infinitamente mais vivas, que senti ao abordar pela primeira vez as terras da América. Eu não conhecia essa região senão pela descrição dos viajantes, e estava longe de fazer uma ideia de suas luxuriantes produções. Deu-se o mesmo aqui. Quanto este mundo é diferente do nosso! Cada rosto é a reprodução exata dos sentimentos íntimos; nenhuma fisionomia mentirosa; impossível a hipocrisia; o pensamento se revela inteiramente no olhar, benevolente ou malévolo, conforme a natureza do Espírito.
Pois bem! Vede! Aqui ainda sou castigado por minha falta principal, que eu combatia com tanto esforço na Terra, e que tinha chegado a dominar em parte; a impaciência que tinha de me ver entre vós perturbou-me a tal ponto que não sei mais exprimir minhas ideias com lucidez, embora aquela matéria que outrora tanto me arrastava à cólera não mais exista! Vamos, eu me acalmo, porque é necessário.
Oh! Fiquei muito surpreso com este fim inesperado! Eu não temia a morte e há muito tempo a considerava como o fim da provação, mas essa morte tão imprevista não deixou de me causar um profundo choque... Que golpe para minha pobre mulher!... Como o pesar sucedeu rapidamente ao prazer! Eu sentia um verdadeiro prazer em ouvir boa música, mas não pensava estar tão cedo em contacto com a grande voz do infinito... Como a vida é frágil!... Um glóbulo de sangue coagula; a circulação perde a regularidade e tudo está acabado!... Eu teria querido viver ainda alguns anos, ver meus filhos todos estabelecidos; Deus decidiu de outro modo. Que a sua vontade seja feita!
No momento em que a morte me feriu, recebi como que um golpe na cabeça; um peso esmagador me derrubou; depois, de repente senti-me livre, aliviado. Planei acima de meus despojos; considerei com espanto as lágrimas dos meus, e enfim me dei conta do que me tinha acontecido. Reconheci-me prontamente. Vi meu segundo filho acorrer, chamado pelo telégrafo. Ah! Bem que eu tentei consolá-los; soprei-lhes meus melhores pensamentos e vi, com certa felicidade, alguns cérebros refratários pouco a pouco se inclinarem para o lado da crença que fez toda a minha força neste últimos anos, à qual devo tão bons momentos. Se venci um pouco o homem velho, a que o devo senão ao nosso caro ensino, aos conselhos reiterados de meus guias? E contudo eu coro, embora Espírito, e ainda me deixei dominar por esse maldito defeito: a impaciência. Assim sou castigado, porque estava ansioso para me comunicar e vos contar mil detalhes, que sou obrigado a adiar. Oh! Serei paciente, mas com pesar. Estou tão feliz aqui, que me custa deixar-vos. Entretanto, bons amigos estão junto a mim e eles próprios se uniram para me acolher: Sanson, Baluze, Sonnez, o alegre Sonnez, de cuja verve satírica eu tanto gostava, depois Jobard, o bravo Costeau e tantos outros. Em último lugar, a Sra. Dozon; depois um pobre infeliz, muito lastimável, cujo arrependimento me toca. Orai por ele, como por todos aqueles que se deixaram dominar pela prova.
Em breve voltarei para nos entretermos novamente. Ficai persuadidos que não serei menos assíduo às nossas caras reuniões, como Espírito, do que era como encarnado."

LECLERC

("Revista Espírita", Janeiro de 1867)

sábado, 14 de janeiro de 2017

"UM DESAFIO"

"E agora por que te deténs?" - (ATOS, capítulo 22, versículo 16.)
"Relatando à multidão sua inesquecível experiência às portas de Damasco, o Apóstolo dos gentios conta que, em face da perplexidade que o defrontara, perguntou-lhe Ananias, em advertência fraterna:
"E agora por que te deténs?"
A interrogação merece meditada por todos os que já receberam convites, apelos, dádivas ou socorros do plano espiritual.
Inumeráveis beneficiários do Evangelho prendem-se a obstáculos de toda sorte na província nebulosa da queixa.
Se felicitados pela luz da fé, lastimam não haver conhecido a verdade na juventude ou nos dias de abastança; contudo, na idade madura ou na dificulda de material, sustentam as mesmas tendências inferiores Nas palavras, exteriorizam sempre grande boa-vontade; entretanto, quando chamados ao serviço ativo, queixam-se imediatamente da falta de dinheiro, de saúde, de tempo, de forças.
São operários contraditórios que, ao tempo do equilíbrio orgânico, exigem repouso e, na época de enfermidade corporal, alegam saudades do serviço.
É indispensável combater essas expressões destrutivas da personalidade.
Em qualquer posição e em qualquer tempo, estamos cercados pelas possibilidades de serviço com o Salvador. E, para todos nós, que recebemos as dádivas divinas, de mil modos diversos, foi pronunciado o sublime desafio: "E agora por que te deténs?"
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

"O HERÓI"

"Afrontando a aguilhão torvo e escarninho
De sarcasmos e anseios tentadores,
Ei-lo que passa sob as grandes dores,
Na grade estreita do terrestre ninho.
Relegado às agruras do caminho,
Segue ao peso de estranhos amargores,
Acendendo celestes resplendores,
Atormentado, exânime, sozinho...
Anjo em grilhões da carne, errante e aflito,
Traz consigo os luzeiros do Infinito,
Por mais que a sombra acuse, geme e brade!...
E, servindo no escuro sorvedouro,
Abre ao mundo infeliz as portas de ouro
Para o banquete da imortalidade."
("Fonte de Paz", Cruz e Souza/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

"DE CORAÇÃO PURO"

"Amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro." - (I PEDRO, 1:22.)
"Espíritos levianos, em todas as ocasiões, deram preferência às interpretações maliciosas dos textos sagrados.
O "amai-vos uns aos outros" não escapou ao sistema depreciativo. A esfera superior, entretanto, sempre observa a ironia à conta de ignorância ou infantilidade espiritual das criaturas humanas.
A sublime exortação constitui poderosa síntese das teorias de fraternidade.
O entendimento e a aplicação do "amai-vos" é a meta luminosa das lutas na Terra. E a quantos experimentam dificuldade para interpretar a recomendação divina temos o providencial apontamento de Pedro, quando se reporta ao coração puro.
Conhecem os homens alguns raios do amor que não passam de réstias fugidias, a luzirem através das muralhas dos interesses egoísticos, porque a maioria das aproximações de criaturas, na Crosta da Terra, inspiram-se em móveis obscuros e mesquinhos, no terreno dos prazeres fáceis ou das associações que se dirigem para o lucro imediatista.
O amor a que se refere o Evangelho é antes a divina disposição de servir com alegria, na execução da Vontade do Pai, em qualquer região onde permaneçamos.
Muita gente afirma que ama, contudo, logo que surjam circunstâncias contra os seus caprichos, passa a detestar.
Gestos que aparentavam dedicação convertem-se em atitudes do interesse inferior.
Relativamente ao assunto, porém, o apóstolo fornece a nota dominante da lição. Amemo-nos uns aos outros, ardentemente, mas guardemos o coração elevado e puro."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

"O SIGNIFICADO DA VIDA"

"Na grande mole humana, cada pessoa dá, à vida, um significado especial.
Esta objetiva a aquisição da cultura; essa busca o destaque social; aquela anela pela fortuna; estoutra demanda o patamar da glória...
Uma quer a projeção pessoal; outra anseia pela construção de uma família ditosa, cada qual empenhando-se mais afanosamente para atingir o que estabelece como condição de meta essencial.
Tal planificação, que varia de indivíduo, termina por estimular à luta, à competição insana, ao desespero.
Conseguido, porém, o que significou como ideal, ou reprograma o destino ou tomba em frustração, descobrindo-se irrealizado ou vítima de saturação do que haja conseguido sem plenificar-se interiormente.
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A vida, entretanto, possui um significado especial, que reside no autodescobrimento do homem, que passa a valorizar o que é ou não importante no seu peregrinar evolutivo.
Este desafio se torna individual, unindo, sem embargo, no futuro, os seres numa única família, que entrelaça os ideais em sintonia perfeita com a energia que emana de Deus e é o élan vitalizador da vida.
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Os meios da tua sobrevivência orgânica emulam-te para avançar ao encontro da finalidade da existência.
O azeite sustenta a chama, porém a finalidade desta não é crepitar, mas derramar luz e aquecer.
Enquanto não te empenhes, realmente, na busca da tua realidade espiritual, seguirás inseguro, instável, sem plena satisfação.
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Todas as aquisições que exaltam o ego, terminam por entediar.
A maneira mais eficiente para o cometimento do real significado da vida, é a experiência do amor.
Amor que doa e liberta.
Amor que renuncia e faz feliz.
Amor que edifica, espalhando esperança e bênçãos.
Amor que sustenta vidas e favorece ideais de enobrecimento.
Amor que apazigua quem o sente e dulcifica aquele a quem se doa.
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O amor é conquista muito pessoal que necessita do combustível da disciplina mental e da ternura do sentimento para expandir-se.
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O significado essencial da vida repousa, pois, no esforço que cada criatura deve encetar para anular as paixões dissolventes, colocando nos seus espaços emocionais o divino hálito, o amor que se origina em Deus."
("Momentos de Meditação", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)